1. Spirit Fanfics >
  2. Arco-íris da mamãe (JotaKak) >
  3. Onde estão as minhas meias?! - Capítulo Único

História Arco-íris da mamãe (JotaKak) - Onde estão as minhas meias?! - Capítulo Único


Escrita por: mclaraqc

Notas do Autor


Bom dia, boa tarde ou boa noite para todos aquele que não tiveram a mente dominada pelo Dio Brando!

Minha primeira vez escrevendo algo sobre jjba, meu segundo anime favorito! :D
Decidi começar logo com Jotakak, algo bem curtinho e fofinho, envolvendo também a dama de Stardust e a origem dessa jornada: Holly Joestar Kujo

Sendo assim, boa leitura! <3

Capítulo 1 - Onde estão as minhas meias?! - Capítulo Único


Jotaro respirou fundo antes de finalmente correr a porta de seu quarto com dificuldade graças ao suor na palma de sua mão esquerda, tentava ocultar o nervosismo a todo custo, mas sabia que Kakyoin havia notado seu desespero no exato momento em que tocou seus ombros para tentar fazê-lo parar de tremer. Resmungou baixo e agarrou uma das mãos do ruivo antes de finalmente começar a caminhar até a cozinha, onde um desafio maior do que circundar o mundo em oitenta dias o aguardava: sua mãe.

Conseguiu se esconder da mulher por toda a tarde, mas não tinha escapatória, já havia passado da hora de finalmente assumir. Kakyoin fez questão de estar presente naquele momento tão importante, afinal, ele era o principal motivo para Jotaro optar ter aquela conversa com a senhora Holly.

—Jota! Te chamei porque o jantar está pronto, veja, preparei seu prato favor... Oh! Querido Kakyoin, não sabia que estava aqui também! —sorriu animada pela presença do melhor amigo de seu único filho— Quando chegou?

—Depois das aulas, bela dama. —beijou as costas da mão direita de sua sogra e sorriu terno— Estávamos no quarto jogando vídeo-game.

—Certo, então sente-se e coma conosco!

Os dois se posicionaram lado a lado enquanto eram servidos com a massa de cheiro maravilhoso, ao mesmo tempo em que se encaravam nervosos e receosos sobre como iniciar aquela conversa, o medo de serem rejeitados os assombrava, principalmente o filho da família Kujo. O impassível Jotaro parecia à beira de um colapso, fitava o sorriso gentil de sua mãe sem perder o olhar trêmulo, agradecia aos céus por seu chapéu ocultar seu rosto com as sombras.

—Mãe, —pigarreou e levantou o olhar, enquanto Holly se espantava por não ter sido chamada de “megera”. Seu filho parecia mais sério que o habitual e aquilo a preocupou— eu queria que a senhora soubesse de algo. Bem... —respirou fundo— estou namorando.

Ela babou parte de seu chá e o adolescente ruivo tossiu até se desengasgar com a fatia de pão que engolia, Jotaro fora direto de forma que jamais esperaria, principalmente para alguém que estava tão ansioso. Ele desceu o quepe até a metade de seu rosto para esconder o rubor em suas bochechas e permaneceu em silêncio para deixá-la digerir a informação com calma, mas ainda assim notou quando o habitual sorriso voltou para seu rosto, desta vez cinco vezes maior. Seu filhinho estava namorando, mal podia acreditar, esperou anos por aquele momento.

—Quem é?! Eu conheço?! Vamos combinar um jantar todos juntos!

—Na verdade, —Kakyoin decidiu prosseguir, segurando as mãos de Jojo sob a mesa— a senhora já o conhece muito bem e o jantar é dispensável, pois já está sendo feito neste exato instante.

Silêncio, um silêncio maçante que perdurou por um minuto e meio.

—Kak, você... —a boca de Holly se abriu em um oval e seu rosto adquiriu um tom avermelhado— Você é o namorado do meu filho. —não era uma pergunta, mas sim uma afirmação— Jota, você é gay?

—Não, eu sou birromântico, sinto atração romântica por todos os gêneros, e também sou assexual, megera.

—O “megera” voltou... —suspirando, ela riu feliz e apoiou o rosto em uma das mãos, achava adorável o olhar surpreso em seus rostos— Ora, falhei como mãe, não percebi em nenhum momento!

—A senhora não falhou, de forma alguma! —Kakyoin zombou de maneira divertida e agarrou as mãos da sogra— É que eu passo muito tempo admirando você, por isso não reparou em nosso relacionamento, mas infelizmente dona Holly é casada, então tive que partir para o filho.

Ela riu alto e Jotaro resmungou indignado por seu namorado estar dando em cima de sua mãe, apesar de mal conseguir conter o sorriso discreto e o semblante feliz. Sua mãe havia o aceitado e, por fim, não precisava se preocupar com mais nada em sua vida, o maior problema estava resolvido.

Com o resto, lidaria depois...

=

Jotaro mudou de ideia em menos de uma semana, se assumir para sua mãe havia sido a pior ideia de sua vida.

Tudo começou em uma tarde tranquila, quando tudo o que queria fazer era tomar um bom banho e relaxar pelo restante do dia. Atirou-se nas águas quentes e molhou bem os seus fios negros, porém, no instante em que depositou uma quantidade generosa de shampoo em suas mãos, quase desmaiou ali mesmo. O líquido viscoso era repleto de cores e o cheiro excessivamente doce o deixava enjoado; onde estava seu tradicional shampoo de eucalipto?! Definitivamente não havia comprado aquela coisa espalhafatosa em suas palmas.

Desistiu de lavar o cabelo e exaguou as mãos, secando-se rapidamente enquanto pingava em direção ao seu quarto. Vestiu uma roupa mais simples, diferentemente de seu habitual uniforme, apenas uma camiseta e uma calça, ambas pretas, e procurou por um par de meias para se aquecer. Para seu espanto, deparou-se com um pesadelo em forma de tecido. Vários tecidos... Suas meias cinzentas foram todas substituídas por exageradamente grandes, cheias de glitter, cores e galáxias brilhantes. O que diabos estava acontecendo com suas coisas?!

Desde então, passou a encontrar em seu armário camisas com frases do orgulho, cuecas cheias de lemas esquisitos e produtos de higiene com rótulos de apoio ao movimento. Não demorou a perceber que aquilo não era obra de um stand inimigo, mas sim de sua mãe, que tentava mostrar à sua maneira o quanto o apoiava, mesmo que fosse comprando produtos fora do agrado do filho graças às indicações estereotipadas do famoso google ao público queer.

—Mãe, —interrompeu-a enquanto ela assistia a um filme qualquer— sua intenção foi boa, mas... comprou a bandeira errada, megera. —estendeu-lhe o tecido de náilon com uma expressão frustrada— Eu sou bi e assexual, essa aqui é a bandeira lésbica.

=

—Kak, pelo amor das barbas do velho Joseph, eu não aguento mais! —Noriaki precisou de muito esforço para conter a própria risada e se concentrou em acariciar os cabelos curtos do namorado deitado em seu colo, enquanto observava as estrelas e reclamava internamente do piso frio da varanda— Eu nunca deveria ter me assumido, minha mãe pirou de vez!

—Jojo, ela só está tentando mostrar que te apoia do jeitinho dela. Sabe como minha sogra é, ela não sabe exatamente como lidar com a informação e faz o que acha que vai te agradar.

—Olha pra minha cara, eu tenho cara de quem usa meias coloridas?!

—Está usando agora, Jotaro. —o Kujo corou e Kakyoin não pôde mais conter o riso.

—É para agradar a velha. —resmungou— Olha, sinceramente...

Os dois viraram a cabeça em direção à porta no exato instante em que ouviram passos pelo assoalho de madeira antiga, Holly se aproximou com uma bandeja de chá e depositou-a no chão, ao lado dos dois garotos. Ao se ajoelhar, ambos puderam perceber as finas lágrimas que escorriam por seu rosto, além de uma bandana bonita enrolada em suas mãos.

—Comprei pra você, —estendeu o pequeno objeto de pano em direção ao filho— dessa vez com a bandeira certa, mas não precisa usar se não quiser. Me desculpe, Jojo, eu não pensei em como você iria se sentir com as coisas que comprei, só queria deixar claro que você sempre poderá contar comigo, mas falhei mais uma vez... —secou as maçãs de seu rosto e baixou o olhar— Será que pode me perdoar?

—Yare yare. —Jotaro se levantou e, antes de enfiar as mãos no bolso, amarrou a bandana ao redor de seu quepe— Você não tem jeito mesmo...

Suspirou pesado, não queria que sua mãe se sentisse mal, afinal. Deveria saber que Holly Joestar, filha de Joseph Joestar, seria escandalosa daquela maneira, porque, por gerações, aquela família demonstrou seu amor de maneiras bizarras aos olhos dos demais.

Jotaro deu um beijo na testa de Noriaki e se despediu para poder se recolher e dormir, abaixando-se à altura de sua mãe e cochichando em seu ouvido algo indecifrável à audição do namorado, que observava a cena, para então deixar a varanda sem olhar para trás. Os olhos de Holly se encheram de água e ela voltou a chorar; preocupado, Kakyoin a abraçou e acariciou os cabelos loiros da mulher com carinho, perguntando-lhe “que merda o Jojo disse dessa vez”.

—Ele disse “obrigado”, meu querido. —ela juntou as mãos sobre o peito e sorriu singela— O brucutu do meu filho disse “eu te amo”...


Notas Finais


Ela é tão fofa, eles são tão fofos... Não aguento, af. Tudo o que queria era felicidade ao final de Stardust...

Bom, é isso, espero que tenha gostado! <3
Ah, só lembrando que faltam quatro dias para #StoneOcean \o/


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...