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História Ardentemente - Wickham


Escrita por: helenabennet

Notas do Autor


Desculpa a demora, pessoal! Espero que gostem do capitulo. <3

Capítulo 5 - Wickham


Fanfic / Fanfiction Ardentemente - Wickham

Elizabeth

Aquela reunião na casa de Mrs. Long mais parecia uma tortura do que diversão. Cercada de pessoas tolas e cansativas, Lizzie mal conseguia esconder os bocejos e seu rosto já doía por causa dos sorrisos forçados. Estava quase cochilando quando Lydia veio toda animada:

–Lizzie! Quero te apresentar uma pessoa.

A moça arrastou um belo rapaz pelo braço, colocando–o na frente de Lizzie disse com um sorriso maroto:

–Este é Wickham da milícia.

Logo após empurrar o rapaz para sua irmã, Lydia saiu borboleteando pela sala com a sensação de dever cumprido. Não demorou muito para Lizzie entrar em uma animada conversa com o simpático oficial. Ele tinha belos e longos cabelos loiros, o rosto era agradável de sorriso fácil e os olhos eram de um azul profundo e tranquilo. O clima mudou bastante quando ele começou a contar a triste história da sua vida:

–Eu deveria agora ser um pastor, e não um pobre soldado. – Conclui o rapaz.

–E o responsável por seus infortúnios é o senhor Darcy? – Ela perguntou com uma leve desconfiança.

–Temo dizer que sim! – Os olhos do rapaz brilhavam e seu rosto simpático estava cheio de dor.

–Eu lamento muito. Nunca imaginei que o senhor Darcy poderia ser tão cruel.

A dúvida que a moça expressou o deixou inseguro de sua própria farsa. Geralmente ele não tinha esse problema. Assim que chegara em Meryton tinha se decidido por conquistar Elizabeth Bennet, afinal a fortuna da moça era mais do que considerável, e seu objetivo de vida sempre fora enriquecer facilmente pelo casamento. Adquirir a simpatia dela era a primeira parte do seu plano de conquista, mas sentiu que aquela revelação tinha sido um tanto quanto precoce, visto a moça lhe olhar com tanta desconfiança. Habilmente mudou de assunto, contando anedotas leves que a faziam rir, mas ainda sentia o ar de suspeita na moça.

Darcy

Darcy não tinha o mínimo interesse de comparecer em um evento realizado por Mrs. Long que ele considerava uma das mulheres mais tolas que tivera o desprazer de conhecer, mas Bingley estava absolutamente ansioso para ver Jane. Fazia pouco mais de uma semana que não se viam, e ele ficava mais apreensivo a cada dia para um novo encontro. Em uma situação normal Darcy se negaria veementemente em ir a tal local, mas ele sentia uma imensa saudade de sua Elizabeth, e estava desesperado para olhar naqueles belos olhos escuros. Desde o dia em que ela havia rejeitado sua ajuda e jogado em sua cara as impensadas palavras que havia dito quando se conheceram não havia visto mais a moça. Decidiu–se por fim que valia a pena encarar a velha tola por alguns momentos juntos de sua Elizabeth. “Quando passei a pensar nela como minha Elizabeth?” se perguntou.

Bingley estava tão ansioso por ver Jane que passou todo o percurso calado e balançando nervosamente as pernas. Aquilo estava irritando bastante Darcy, mas ele tentou ignorar, quando chegaram Bingley desceu da carruagem quase correndo, deixando Darcy sozinho e absolutamente irado para trás. Mas ao ouvir as risadas dentro da residência lembrou–se do sorriso de sua amada, e se acalmou. Ao entrar no recinto a irritação voltou de uma forma violenta. Lá estava Wickham conversando animadamente com Elizabeth. Como, pelos céus, aquele diabo havia aparecido por aquelas paragens? Sabia ele que Darcy estava por perto? Estaria ele cortejando Elizabeth? Só de olhar a postura do moço perante Eliza teve certeza de que a resposta era sim. Ele ainda alimentava a esperança de enriquecer pelo casamento, e Elizabeth era um ótimo alvo, muito dinheiro e má reputação. Darcy sentiu uma dor inexplicável no coração, um ciúme incontrolável tomou conta dele e teve que se conter muito para não ir lá e dar um soco na cara daquele covarde! Em circunstancias normais ele simplesmente se afastaria, mas não poderia arriscar deixar sua Elizabeth nas mãos daquele patife.

Quando viu Darcy se aproximando Wickham empalideceu, e aquilo não passou despercebido por Elizabeth. O rapaz se levantou rapidamente, pedindo uma desculpa apressada:

–Acho melhor eu me retirar, senhorita Elizabeth. A companhia deste senhor me deixa muito irritado, e não quero me precipitar.

Ela sorriu para ele, aproveitando a oportunidade Wickham pegou na mão de Eliza e deu lhe um beijo demorado e sedutor. Se fosse em tempos anteriores, Elizabeth teria ficado absolutamente encantada com aquele lindo rapaz. Mas os tempos eram outros, e desde que ganhara dinheiro nos jogos era frequentemente cortejada por belos rapazes sem nome ou dinheiro, e no caso de Wickham ele não possuía nenhum dos dois.

Aquela cena deixou Darcy atordoado. Sorte que ele não estava mais perto, pois havia uma grande chance de se descontrolar e fazer alguma besteira. Aquele cretino havia beijado Elizabeth? Havia sido na mão, mas... Nem isso ele tinha tido oportunidade de fazer até aquele momento. “E quem é o culpado disso mesmo?” pensou ele enquanto se aproximava rapidamente da moça.

Ele a cumprimentou ansiosamente, e sentou em frente a ela, no mesmo lugar anteriormente ocupado por Wickham. Ele queria lhe dizer tantas coisas, queria contar as coisas horríveis que aquele cretino havia feito, queria lhe implorar que não se aproximasse dele e acima de tudo que não permitisse que ele lhe tocasse novamente. Notou que Eliza o olhava curiosamente, ele ficara introspectivo de novo. Tentou conversar banalidades, mas não conseguia esquecer a cena do beijo de Wickham. Seu ciúme e temor eram avassaladores, tanto que ele já se sentia sem ar.

–Miss Bennet, a senhorita poderia me acompanhar até o jardim por um momento.

Elizabeth estranhou o pedido, mas sabia que não estariam sozinhos, as crianças haviam sido reunidas no jardim junto com algumas cuidadoras. Portanto levantou–se guiando Darcy até o pequeno e barulhento jardim.

– É uma linda noite não acha Mr. Darcy? – Elizabeth falou tentando quebrar o incomodo silêncio. O rapaz parecia mais agitado do que o comum, e seus olhos possuíam uma clara irritação.

– Sim, Elizabeth.

Ele a chamara pelo nome de batismo? Lizzie ficou ruborizada instantaneamente, mas ele mal pareceu notar seu constrangimento. Ele ficou em silêncio por alguns minutos e por fim virou–se bruscamente para moça:

– Senhorita Bennet, sei que não tenho direito a me intrometer em sua vida pessoal, porém devo informa–la que o Senhor Wickham é um homem perigoso, e que nem a senhorita nem suas irmãs devem ter contanto com ele.

Ele pareceu ter feito um esforço sobre humano para lhe falar aquilo. E Elizabeth quase lhe deu uma resposta impertinente como: “O senhor tem razão, não devia se meter em minha vida pessoal”. Mas ela também sentira algo estranho em Wickham... Desde que começara a participar nos jogos sua visão de mundo mudara drasticamente, e ela sentia ameaças com uma facilidade muito maior do que a maioria das pessoas, e ele lhe parecia uma realmente uma pessoa que inspirava pouca confiança. Tinha algum interesse em manter contanto com o rapaz, mas com a devida cautela. Mas a questão real não era aquela e sim: o porquê ele se importa?

– Eu agradeço a preocupação, Mr. Darcy. Não quero ser rude, mas por que o senhor considera Wickham um homem perigoso?

– Digamos que o conheço a bastante tempo, senhorita Bennet. Espero que confie em mim.

“E por que eu deveria?” pensou Eliza. Ele pareceu ler aquele pensamento na expressão de Elizabeth e completou:

– Eu realmente me importo muito com o bem estar da senhorita. – Pronto, ele havia dito. Ver Elizabeth perto daquele cretino fez Darcy ter certeza de que estava apaixonado pela moça. Ele não suportou ver o contato entre os dois, e a ideia dela se casar com ele ou com qualquer outro deixou seu coração em pedaços. Ele se encantara por ela há três anos atrás, quando a viu a primeira vez na arena. Bela e destemida, com os longos cabelos preso em uma trança simples e o corpo emoldurado pela fina malha que fazia parte do uniforme dos jogadores. Quando a conhecera de perto acabou por se apaixonar completamente por sua doçura, pela sua força e preocupação com o próximo. E acima de tudo havia se apaixonado pelos seus belos olhos brilhantes e seu intelecto superior. Não havia mais escapatória para ele, Elizabeth precisava ser sua.

Elizabeth ruborizou–se. Ele havia dito que se importava com ela? Olhou nos olhos daquele belo rapaz e viu pela primeira vez o que lhe parecia ser afeto. Seria possível? Não... não depois do que ele havia dito sobre ela quando se conheceram. Ele estava pronto para falar algo quando foram interrompidos por Jane:

– Lizzie – Ela chamava.

–Eu preciso ir, Mr. Darcy.

– Eu entendo. – Ele depositou um demorado beijo na mão da moça enquanto a olhava longamente. Aquela foi a primeira e última vez que Darcy detestou Jane Bennet.

 

Elizabeth

 – Ele fez o que? – Disse Jane abismada.

– Ele beijou minha mão... E os olhos dele... Ah, Jane, eu não sei, fiquei sem fôlego e meu coração disparou. Ele ia dizer mais alguma coisa, mas você nos interrompeu.

– Desculpe – Disse Jane entre risadas. – Acha que ele está certo sobre o senhor Wickham? Ele me pareceu ser um rapaz tão gentil.

– Eu não sei, mas acredito que sim. Ele também não me pareceu alguém confiável.

– Isso por que ele começou a falar mal do amor da sua vida.

Elizabeth bateu com o travesseiro na irmã.

– Não seja tola, Jane. Não quero nada com aquele homem arrogante e horrível! Lembra o que ele...

–Disse no baile quando nos conhecemos. Já chega dessa história, não é? Por que me parece que você já perdoou.

– Eu não irei aceitar a corte dele, Jane. Não tenho interesse em Mr. Darcy.

– Minha irmã, ao contrário do que diz o ditado, uma mentira dita mil vezes não se torna verdade.

 



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