Escrita por: minhosmall
15:31.
Wooyoung POV
"Obrigada por não me deixar desistir de tudo", isso realmente mexeu comigo. Depois de falar isso San entrou em um sono pesado e dormiu a noite inteira, agora ele está sentado na poltrona de frente para mim com as pernas dobradas e uma xícara de café não mão. No que ele está pensando?
-Meu pai disse que ela entrou em coma depois de ter tido uma convulsão. -ele diz olhando para janela onde o sol bate forte, o dia lá fora está lindo.
-Hum. -é só o que eu falo, não tem mais o que dizer.
-Eu sei que não é a melhor hora para isso mais eu acho que o problema dela não era só o câncer, eu acho, na verdade tenho certeza, de que tem alguma coisa que eles não me contaram. -ele diz com uma risada magoada e continuo olhando para ele, é estranha a forma como ele me hipnotiza sem fazer nada.
-O que você acha que pode ser?- seus olhos encontram os meus e sinto meu estômago gelar.
Ele dá de ombros com um sorriso magoado, ainda sem deixar de me olhar e eu engulo em seco rezando para que ele não tenha noção do quão rápido meu coração está batendo agora.
-Drogas, eles não sabem mais eu sempre ouvia quando ela saia de madrugada. Eu sentia o cheiro ruim, eu só fingia que não sabia de nada. -ele diz descendo os olhos pelo meu corpo e eu assinto tentando não ter um treco.
-Entendi. -falo e ele volta a me olhar, seu olhar em mim é indecifrável e eu odeio isso.
-É. -é só o que ele diz antes de virar o rosto para olhar a vista da janela.
Fico em silêncio olhando o céu através da janela, saber que eu estou aqui e não estou remoendo a cada segundo o fato de ele ter feito coisas horríveis é ótimo, é libertador saber que eu o perdoei mesmo sem perceber. O fato de que eu só quero estar aqui sem me importar com o que aconteceu é reconfortante, saber que o que eu sinto por ele é muito maior do que todo o rancor que eu poderia guardar me faz bem.
-Você é estranho. -a voz dele soa baixa e eu olho para ele com as sobrancelhas franzidas.
-Eu?- pergunto sem ter a mínima ideia do porque ele disse isso.
-Sim, você fica aí olhando para o nada com um sorriso apaixonado no rosto. Em quem você pensa quando está perdido nos seus pensamentos?- ele pergunta, sua expressão triste se suavizando de acordo com que ele se senta preguiçosamente na poltrona.
-Em você.
-Em mim?-ele parece surpreso e o canto de sua boca se curva um pouco.
-Sim.
-E o que você pensa sobre mim que faz você sorrir assim?-ele pergunta me encarando e eu o encaro de volta sentindo as borboletas no meu estômago se agitarem.
-Você não precisa saber. -falo sentindo minhas bochechas quentes e ele cerra os olhos com um sorriso sapeca nos lábios.
-Lógico que preciso, é sobre mim então eu tenho direito de saber. -ele fala colocando a xícara na mesinha e me olha ainda mais profundo.
-Você quer mesmo saber?- pergunto mordendo o lábio para não sorrir.
-Sim, fale.
-Eu amo você, é isso que eu penso enquanto estou sorrindo apaixonadamente. -ele continua me olhando mas não diz nada, parece estar processando o que eu disse.
-Você é muito "romântico" as vezes. -ele diz fazendo aspas com os dedos e eu rio de sua fala estranha.
-Você é estranho. -falo e ele me olha com os olhos estreitos e um sorriso implicante.
-Eu sou estranho? -ele pergunta e eu assinto tentando conter um sorriso.
-Sim, você conversa enquanto dorme. -falo e ele levanta uma sobrancelha revirando os olhos.
-Isso não é ser estranho, isso significa que eu sou uma pessoa comunicativa.
-A claro!- ironizo revirando os olhos e ele me olha- Se você continuar falando sozinho os espíritos vão pensar que você está falando com eles. -seus olhos se arregalam um pouco e ele me taca uma almofada.
-Larga de ser idiota! Aqui não tem espíritos. -ele diz se sentando de forma correta e eu rio.
Ficamos em silêncio, trocando olhares vez ou outra até nos ele fixar seu olhar em mim outra vez, tão intenso e profundo que me faz ficar sem jeito. Ele é fodidamente lindo.
-Eu senti falta disso. -sua voz está baixa outra vez e ele passa a mão pelo cabelo o jogando para trás.
-Disso oque?- pergunto hipnotizado pela sua beleza e ele suspira cruzando os braços sobre o peito.
-De sentir meu coração tropeçar na própria batida quando seus olhos encontram os meus.
To be continued...
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