Just don't give up
I'm workin' it out
Please don't give in
I won't let you down
It messed me up, need a second to breathe
Just keep coming around
Hey, what do you want from me
Aos poucos, forcei meus olhos a abrirem. É estranho, o meu corpo e minha mente se sentem em completa harmonia e parece um sacrilégio mudar de posição, mas as minhas costas clamam por movimento.
A minha mente faz uma inspeção rápida pelo local buscando reconhecimento.
Sobre a poltrona de madeira entalhada se encontra o vestido de noiva no modelo tomara que caia sereia e o paletó preto, alguns metros à distância, no chão, estava o colete, a calça e a gravata cor vinho.
Aspiro com atenção a fragrância masculina da marca Samourai e, aos poucos, o sistema nervoso trabalha para que os outros sentidos retornem ao meu corpo. Sinto braços fortes rodear minha cintura e o tato experimenta a pele quente e macia, o sopro da respiração faz o movimento de subir e descer arrepiando o meu pescoço. Já a audição, capta um murmúrio que antes não se encontrava no ambiente.
Então, finalmente desperto. De pouco a pouco, vou me acostumando com a luz do sol que entra pela janela aberta ao deixar a corrente de ar entrar e farfalhar às cortinas dando uma visão surreal ao homem de cabelos louros deitado ali comigo. Quando ele se movimenta um pouco, prendo brevemente a respiração para não acordá-lo, no entanto, já é tarde demais, pois os olhos sonolentos revelam as íris verdes, tão vivas e profundas como as águas do Caribe. Elas me fitavam com curiosidade; ele toca a lateral do meu rosto e sorri largamente.
Sinto um frio na espinha, borboletas dançam em meu estômago e pequenos espasmos percorriam meu corpo. Em resposta ao estímulo, fecho meus olhos e aprecio o afago.
Durante o café da manhã, ouço ele falar coisas aleatórias sobre o casamento e toda aquela alegria parecia de uma criança que ganha o presente de natal. O modo como gesticula e seu riso contagia o ambiente e, é impossível não contempla-lo.
As horas passam e sinceramente, não percebo.
(...)
Caminho pela praia com Anakin, não posso evitar as gargalhadas quando ele começa um monólogo sobre o quão detestável é ficar com os pés afundados na areia fofa e úmida.
A previsão do tempo não previa chuva e fomos pegos de surpresa. Todos que estavam presentes naquela paisagem correrem de um lado para o outro à procura de um lugar para se abrigar. Por sorte, conseguimos ficar debaixo de um quiosque.
O clarão no céu anuncia que logo irá trovejar. Os braços fortes de Ani me abraçam de uma forma tão protetora, o corpo dele balança contra o meu num ritmo lento, de um lado para o outro.
Com o fim da tempestade, à calmaria volta a reinar. Observo meu esposo se divertindo no mar e, novamente, me encontro perdida. Não consigo encontrar um ponto de partida, mas uma coisa é certa: Anakin gosta de emoções imediatas e quer viver a vida com intensidade. Não adianta só sentir, sonhar e pensar. Ele precisa da experiência, de aventuras.
Sua personalidade é marcante, um homem firme, um líder nato. Já o seu olhar costuma ser enigmático e penetrante, do tipo ''me ame ou me odeie''.
Ah! Confesso que é praticamente indomável quando ele decide empreender algo. Mudar de ideia é algo bem complicado. É preciso ter muita paciência e tolerância com a sua teimosia.
Além disso, Ani costuma ser uma pessoa autoconfiante e nada que possam pensar a seu respeito o fará mudar de ideia, afinal, ele reconhece suas próprias virtudes, por isso costuma responder aos elogios com um ''eu já sabia''. Porém, não consegue levar as críticas com bons olhos e, costuma levá-las para o lado pessoal e assim, perdendo a compostura e explodindo facilmente.
Apesar destas dificuldades, Anakin é uma pessoa profundamente sentimental. É gentil, amável e suscetível aos sentimentos alheios. E costuma fazer sacrifícios por aqueles que são de sua estima.
Ah, ele é muito competitivo. Odeia perder! E, acha o segundo lugar tão ruim quanto o último. A prova disso se dá na situação atual no qual ele se encontra: disputando com um pré adolescente para ver quem ficar mais tempo debaixo d'água.
Bom, e mesmo que venha a perder, não será por falta de esforço. Anakin adora sonhar porque ele sabe que as suas chances de torná-los realidade são maiores por causa da sua ambição.
Pensando em tudo isso, me pergunto se realmente estou no lugar certo, com a pessoa certa, fazendo a coisa certa.
O frio na barriga domina quando ele me chama de forma divertida.
Assim que retornamos o quarto, caio no sono antes dele. Parece grosseria da minha parte, no entanto, a tranquilidade impera em meu interior. O lençol me cobre delicadamente e sinto um corpo se aconchegar ao meu.
(...)
Vejo Anakin cruzar o saguão do hotel com as malas, descarregá-las no Toyota Prius. Ele sorri e fala pelos cotovelos com as pessoas. Quando percebe a minha presença, acena para mim dizendo que está pronto para ir.
Ao me aproximar, Ani puxa a minha cintura e dá um selinho. Naquele momento fiquei estática. Não sou uma pessoa de demonstrar afeição publicamente, sou a favor da discrição, mas ele tem a ousadia e espontaneidade que me surpreende.
Sei que os relacionamentos não são como os contos de fadas e que preciso fazer a minha parte para dar certo todos os dias e mesmo que o frio na barriga tenha diminuído, ainda não passou. Continuo com essa sensação, mas Anakin continua sorridente todas as manhãs, me deseja bom dia tão cheio de vida. Ele é tão dedicado e amoroso ― sinto que ele me ama com todo sua força.
Cá estou, sorrindo de forma abobada ao seu lado. As alianças em nossos dedos reluz e faz o completo sentido.
Agora compreendo essa energia revigorante, ela é justamente o que me encanta nele: a pressa de viver e a vontade de se entregar.
Tenho que admitir: se apaixonar por um ariano assusta. Conviver com ele é estar sempre às vésperas de alguma surpresa e isso deixa a vida tão emocionante que fica até meio difícil planejar. E, estive errada acerca de um milhão de coisas; mas de uma coisa eu tenho certeza que acertei: estar com Ani.
E, eu desejo que o nosso pequeno infinito dure enquanto nos fizer bem.
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