História Arruma um cantinho... - Capitulo 1. Duas vidas

FLASHBACK ON 

_ Helena Muniz, você aceita Ricelly Henrique Tavares Reis como seus legitimo esposo, prometendo ama-lo e respeita-lo na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe? 

_ Sim, sim! - ela gritou causando em mim um enorme riso e satisfação. Não pude acreditar que a mulher que tanto amava estava disposta a me dizer sim na frente de nossas famílias e amigos. 

_ O que você está pensando? Um beijo pelos seus pensamentos. - Não sabia o porquê dela se calar depois de uma demonstração de carinho. 

_ Desejo tanto estar naquele altar dizendo sim e ser sua apenas sua pelo resto de nossas vidas! 

_ Então nossos desejos são os mesmos, pois sonho com o dia que acordarei ao seu lado te chamando de “minha esposa”. - Não sabia bem o porquê, mas naquele momento meu coração se apertou e um frio me percorreu. 

_ Eu te amo mais que tudo Ricelly! Você me conquistou com esse seu jeito todo fofo e brincalhão de ver a vida, assumo que o fato de sorrir com os olhos me preenche a alma meu amor. 

_Chega da falar assim, parece que está se despedindo. - Ela insistia em dizer a todo momento que me amava e o quanto a fiz feliz. Naquela noite nos amamos sem pressa; gravei em minha memória cada pedacinho do seu corpo, do seu cheiro de flores, mas principalmente guardei em mim seu olhar tão doce e terno que exalava amor. Com seus olhos em mim repeti mais uma vez naquela noite que eu era um homem de muita sorte pois tinha encontrado o amor da minha vida; como se algo gritasse em meu peito o que mais queria é que ela soubesse que eu a amava imensamente. 

FLASHBACK OFF 

Volta! Como você teve coragem de fazer isso comigo? Como vou viver sem você aqui meu amor? - Estou mais uma vez aqui, sozinho sentado na varanda com um copo de cerveja de companhia sentindo uma brisa gélida no rosto. Essa casa hoje parece ter o dobro do tamanho que tinha quando decidimos que aqui seria o “nosso lar”. Hoje faz exatamente 1 anos desde que partiu... A sua canção preferida ainda toca nas cordas do meu violão: “Só pelo fato de te amar, me sinto uma pessoa melhor. Na certeza que você existe, na tua ausência nunca me sinto só...”  

Mas eu estou sozinho! 

_Henrique meu filho, meu amor porque você não sai um pouco? Vai ver seus amigos! - mas uma tentativa de tira-lo de casa e mais uma tentativa em vão. 

_Tá tudo bem minha rainha! -tentei sorrir para conforta-la, mas meus olhos em lagrimas me entregaram mais uma vez. _ Ah mãe, me diz porque ela tinha que ir? Porque com a gente? Tínhamos tantos planos... 

_O meu filho, você ainda a ama muito, não é? - assenti deitando a cabeça em seu colo e sem medo ou vergonha me entreguei ao choro. _Não sei se conforta, mas acredito que onde ela esteja sei que o que ela ia querer é te ver bem filho. 

_ Eu sei, mas mesmo assim a dor é inevitável. Principalmente hoje... 

_Chega! Pare de se lamentar meu amor. -Sorvi um pouco de ar e continuei. _ Por mais difícil que pareça você tem que continuar sua vida e se trancar nessa casa não te ajuda. Um dia você vai amar outra vez e seu sonho de ter a sua família vai se realizar! -Ela se levantou pegou a bolsa me deu um beijo na testa. _Pensa no que te falei meu filho! 

Naquele dia fiquei observando a imensidão daquela fazenda e pensando no que minha mãe havia me dito, e como sempre ela tinha razão. A Helena foi o amor da minha vida e merece esse título, mas acredito que esteja na hora de voltar a viver. 

(...) 

6 meses depois... 

Depois da morte da Helena meu irmão decidiu dar uma pausa na carreira e em respeito à sua dor o apoiei mesmo sentindo falta dos palcos, do carinho dos fãs. Eu não imaginava que cantar era o que dava sentido a minha vida. Estava em casa com meus pais quando reconheço uma voz a me gritar. 

_Juliano! 

_Não acredito que saiu de casa. -Há muito tempo que meu irmão não é mais o mesmo, vive trancado em casa apenas com as lembranças e uma garrafa amiga ao lado. Já estava na hora dele recomeçar a vida. _ Oi mano, o que te trouxe aqui? 

_Acho que está na hora de voltarmos aos palcos Nim, você topa? -Antes mesmo dele responder pude notar o brilho em seus olhos e um sorriso abrindo. Me senti mal por ter privado ele do nosso sonho, mas agora vamos voltar e juntos. 

_Senti muito a sua falta. _Naquele momento eu só conseguia pensar tenho meu irmão, meu amigo, meu primeira voz de volta.