História Arruma um cantinho... - O mundo parou.

POR Cecilia. 

O que posso dizer dos últimos três meses; assim que a minha sobrinha saiu do hospital tudo parecia tranquilo ela estava se saindo muito bem com a nova realidade eu a minha mãe estávamos sempre ali por ele. A Ana tinha voltado para a escola então tinha uma jornada dupla, porém com muito esforço e ajuda estava conseguindo executar as duas tarefas com primor, no primeiro dia de aula a diretora dela me contou que ela passou a manhã toda chorando creio que o fato deveu-se ao fato de ser a primeira vez que deixou o pequeno Benjamin com a minha mãe e ela ficou com o coração na mão. Com tantas tarefas tivemos que contratar alguém para auxiliar nos afazeres da casa, pois a minha mãe não desgrudava do bisneto. 

Nesses três meses não houve um dia que a Ana não se dedicou todo o período que estava em casa para cuidar do filho, o que ela não sabia perguntava. Seus “pais” nunca ligaram ou tentaram algum tipo de contato, no começo isso a machucava de maneira grandiosa, porém com o avançar dos dias ela foi deixando de se importar. Do mesmo jeito que eles apagaram minha mãe da vida deles fizeram com esses dois na verdade são eles que perdem, pois, a Ana é uma menina de ouro por mais que tenha dado um passo maior que podia e ter engravidado ela estava sendo madura e responsável para cuidar do filho e por falar nele era um menino lindo, quietinho que não dava trabalho algum. 

O Henrique e o Emil viviam aqui em casa nas folgas esses dois não desgrudavam nenhum minuto do pequeno; quando o Ben escutava a voz de algum deles já procurava de onde vinha e quando os via seu sorriso era enorme oque deixava todo mundo bobo. A situação com um recém-nascido em casa foi bem tranquila, como disse ele não dava trabalho. No entanto, teve uma noite em especial que ele chorava muito e nada o acalmava acho que o prédio todo acordou com seus gritos, então eu levantei para tentar ajudar quando encontrei minha mãe no corredor e ela me pediu que fizesse silencio e fui até o quarto do bebe e me deparei com uma cena linda. 

FLASHBACK ON. 

_Ana você precisa manter a calma. -Falo para ela que andava de um lado pro outro com o bebe no colo. _Me dá ele aqui você nervosa vai deixa-lo também. 

_Eu não sei o que fazer, ele não para de chorar; ele ta limpo, já dei de mama eu não sei o que fazer... -Comecei a chorar desesperadamente e o tio Henrique só me olhava. 

_Ana senta aqui. - A chamei e ela sentou em uma poltrona. _Agora respira, você precisa manter a tranquilidade ta bom? Pensa com calma você é a mãe dele logo o conhece melhor do que ninguém. 

Comecei a refazer toda a lista na minha cabeça do que poderia ser o motivo de tanto choro aí eu me lembrei que o pediatra dele me disse que ele podia ter cólica por causa dos gases e que eu poderia fazer uma massagem. O peguei do colo do tio Henrique e comecei a massageá-lo e ele logo foi se acalmando e olhei pro meu tio e sorri. 

_Obrigada tio. -Ele sorriu e voltou pro quarto. 

FLASHBACK OFF. 

Eu não esperava essa atitude do meu cantor, ele me disse que estava indo ao banheiro quando escutou o chorinho do bebe e quando abriu a porta do quarto a minha sobrinha estava em desespero e ele todo calmo deu conta de toda a situação. Ah eu tinha muita sorte. 

_Sabe acho que quando nossa filha nascer você vai ficar responsável pelo choro na madrugada. -Sorria enquanto ele voltava pra cama. 

_Eu vou amar. -Disse sorrindo depositando um beijo em sua barriga e me deitando. _Mas hoje estou cansado pra caramba. -Ela me olhou com aquela carinha de quem queria algo, eu tinha chego hoje de viagem as onze da noite e vim direto pro apartamento da Cici. 

_Amor, vida, eu te amo tanto mais tanto... -Comecei a elogiar e ele que tinha acabado de deitar me olhou desconfiado. 

_O que você está querendo? 

_Estou com desejo, eu queria muito comer sorvete de cupuaçu com aquela bertalha verdinha. -Eu estava com água na boca. _Por favor. 

_Você está de brincadeira né? São quase cinco da manhã onde vou achar isso? E também estou cansado. -Eu virei pro outro lado quando sinto ela levantar. _Onde você vai? 

_Vou atrás do meu desejo. -Falei brava. 

_Cecilia volta aqui. -Ela não me deu bola e saiu do quarto eu fui atrás dela, ela estava na sala tentando colocar um tênis. Voltei ao quarto coloquei uma roupa qualquer peguei as chaves do quarto e sai sem falar nada. Rodei a cidade inteira para achar, sabe aquelas feirinhas que começam na madrugada então eu fui, mas eu não sabia o que era bertalha agora sei que é prima do espinafre e graças a Deus consegui os dois. Quando voltei era sete da manhã minha sogra abriu a porta e não entendeu nada, porém não disse nada e minha doutora encrenca estava dormindo toda torta no sofá. 

_Cecilia acorda. -Estava fazendo um carinho nela que despertou. 

_O que foi? -Sua carinha de cansado era evidente. 

_Trouxe o que me pediu. -Na hora ela levantou toda sorridente, eu ia ficar bravo por não ter conseguido descansar, mas a carinha dela de felicidade era linda. Ela comia com tanto gosto que parecia muito bom, eu e a dona Lucia apenas observávamos.  

(...) 

 O Henrique ficou ali na cozinha comigo até eu terminar de comer e caramba aquilo estava muito bom, minha mãe me olhava com uma cara de nojo, mas eu estava bem feliz e não achei um desejo assim tão nojento. Eu olhava pro meu cantor e ele dormia em pé e eu me senti muito mal por não ter deixado ele dormir então tive uma ideia. O chamei pro quarto e pedi para que ele tirasse a roupa que estava e deitasse na cama e assim ele o fez, fui na cozinha rapidinho e esquentei um óleo para massagem e voltei pro quarto. 

_Está um pouco quentinho me avisa se tiver demais. -Disse depositando um beijo em suas costas. 

_Está bom... -Respirei fundo sentindo seu toque. _Está maravilhoso. 

Em minutos ele dormiu acho que a semana foi bem pesada, o cobri com lençol e fechei as cortinas e sai...