História Arruma um cantinho... - Novas histórias.

POR Henrique. 

Acordei e tive dificuldade de saber que horas eram, apertei os olhos e marcava seis horas da tarde sai em disparada pro banheiro no caminho devido ao sono que ainda me dominava acabei batendo o joelho num móvel que ali estava: “CARALHO QUE DOR. É UMA DISGRAÇA MESMO...”. Tomei um banho rápido eu precisava voltar pro hospital, porém quando fui me vestir notei que eu estava com um hematoma enorme e certamente aquilo ir ficar bem pior mesmo assim peguei minhas coisas e estava saindo quando escuto a voz da minha mãe a me chamar. Eu tentei sair sem que ela me visse, pois sabia que ela daria um jeito de me segurar e eu precisava estar com a Cecilia. _Mãe desculpa, mas eu tenho que ir... 

_Ricelly Henrique senta, respira e coma eu fiz o jantar mais cedo para você. -Ele tentou argumentar, mas eu não dei chance. _Agora! 

_Mas minha rainha eu tenho que ir. 

_Eu sou sua mãe e estou mandando você sentar e se alimentar. -Com muito custo ele obedeceu. _Eu liguei pro Gustavo e ele disse que a Cici está muito bem.  

_Ela me ligou durante a semana para falar da volta do pai, mas eu estava com tanta raiva dos problemas que iam surgindo que não dei muita bola. Acho que ela ficou bem chateada. -Disse com um pesar. 

_Tive a oportunidade de conversar com o Gustavo e ele me pareceu uma boa pessoa e a Lucia disse que posso confiar então pra mim está tudo certo. 

_Mas mãe ele abandonou a filha ela tinha apenas três aninhos e agora volta como se nada tivesse acontecido, isso ta errado. -Estava bravo e iria tirar satisfação dessa volta inesperada. 

_Só vou te pedir que tenha cuidado como que vai falar e principalmente fazer. A Cecilia está bem contente com a volta do pai, esses dias ele tem sido bem presente e... 

_Até quando ele vai estar presente? Ele pode muito bem fazer a mesma coisa de novo. 

_Ele tem se mostrado interessado em não ir mais embora, já comprou uma casa e tudo. E outra ele cometeu um erro e a pessoa mais prejudicada com a decisão dele perdoou, logo não cabe a você fazer disso tempestade num copo de água. Controle-se pensa que a sua mulher precisa de tranquilidade. 

(...) 

POR Emil. 

Quem me ligou para falar do estado da minha prima foi a Ana e ela estava bastante nervosa e devido a isso foi bem complicado entender o que ela dizia. Então juntei as palavras Cecilia e hospital e isso foi suficiente para que eu entrasse em desespero, algo me dizia que ela tinha passado mal depois das notícias que saíram sobre o Henrique e a Milena não sei quem é pior essa garota que fez tudo de caso pensado ou aquele repórter que deu importância para a fala dela. 

Antes do contar para o Henrique eu queria ter notícias mais concretas de como ela estava e o que tinha de fato acontecido, no entanto, quando liguei para minha tia quem atendeu foi o tio Gustavo estava estupefato, ele deixou a família eu tinha cinco anos e desde então nunca mais ouvimos falar dela. Minha tia Beatriz dizia apenas que ela tinha se casado novamente, que morava fora do país e que todo mês mandava o dinheiro para custear as despesas da Cecilia. Nos aniversários ele mandava uma carta e nem todas foram abertas, ela tinha uma tristeza profunda por ele ter partido. 

Eu queria que a minha prima fosse feliz e se a presença dele aqui torna-se isso realidade eu estava disposto a ajudá-lo no processo de aceitação. Devo dizer que foi Deus que o enviou na hora que ela tanto precisava... ele a acompanhou durante os dias que ela ficou internada era difícil pois o gordo do Henrique não saia de perto da minha prima, parte se devia a culpa eu sentia que ela ter quase perdido o bebê era por causa dele... 

FLASHBACK ON. 

_Oi tio Gustavo, será que podemos conversar? -Fazia tantos anos que quase não me lembrava do rosto dele. 

_Claro Emil. -Tentei sorrir e ele apenas me observava. 

_Seja sincero comigo o que veio fazer aqui? Porque agora? Não estou te julgando eu só preciso entender. 

Eu tinha que ser sincero com ele, quando meus olhos se encontraram com o dele eu pude ver o brilho que era tão comum na Beatriz e sua irmã; me senti como se ela estivesse na minha frente e a culpa de todos meus erros pesaram mais que nunca. _Eu voltei pela minha filha, sei que deve ser irônico o que eu disse, já que a abandonei ela e a mãe a tantos anos. Alguns meses atrás eu fui para a minha cidade natal, eu ainda mantenho a casa na qual eu nasci me sentei na calçada e uma senhora bem idosa se aproximou de mim. Ela me conhecia de criança; conversamos um bom tempo e ela me fez entender que um fui atrás de uma vida cheia de alegrias, aventuras, momentos que eu queria me orgulhar, mas que no fundo eu tinha voltado pro início. -Dei uma pausa. _Precisei voltar para o início para poder compreender que eu sai, corri o mundo e o que de fato queria encontrar estava ali do meu lado. 

_Continue... 

_O maior erro da minha vida foi ter me afastado da minha menina. -Sequei as lagrimas. _Ela hoje é uma mulher maravilhosa e vai ter uma filha este era o orgulho que eu nunca senti. Ela me perdoou e me permitiu fazer parte da vida delas. 

_Tio Gustavo eu posso te ajudar a principalmente a lidar com o furacão Henrique, mas precisa me prometer que não vai mais embora. Me prometa que vai ficar, me prometa que agora vai fazer o certo? 

_Te prometo meu sobrinho. 

FLASHBACK OFF. 

Naquele momento eu senti toda a verdade no que ele disse, ele se mostrou realmente com vontade de se fixar aqui e não recuperar, mas construir uma relação com a filha. E ele estava mais que certo pois a minha prima era uma pessoa incrível e ela era aquela sorte de uma vez na vida. Agora estava tudo bem eu sentia que apesar dos pesares nada vai apagar esse sentimento lindo que construímos. Criamos uma rede de apoio para cuidar uns dos outros. 

Aproveitei que o Henrique ainda não tinha voltado da casa dos pais e fui dar um cheiro na minha prima, quando abri a porta estava todo mundo lá incluindo a Ana e o pequeno. 

_Posso entrar? -Ela me olhou sorrindo. _Como está a gravidinha mais linda que existe? -Eu entrei e ficamos ali conversando até que a médica entrou e nos disse que amanhã ela teria alta. Eu morava longe da minha mãe e pai e sempre que podia estava com eles, eu acabava me dividindo entre estar com eles e aqui e quer saber essa sempre vai ser a minha escolha pois família é nossa fortaleza.