História Arruma um cantinho... - Nasci pra te amar.

Me chamo Vicente sou o mais novo delegado da cidade de Palmas, acabei de passar no concurso oferecido pelo estado do Tocantins, eu nasci aqui, mas por covardia, medo e por me deixar levar eu fui morar fora do país ainda adolescente. A minha volta a esta cidade não se deve somente a essa promoção de trabalho, mas tenho que corrigir um erro do meu passado. Eu passei anos me escondendo por vergonha do que eu um dia tive coragem de fazer, mas eu tenho que fé que ainda teria minha chance de conseguir perdão. 

Cheguei a pouco mais de três semanas e ainda estou me inteirando do que acontece nessa cidade, o estado até pode ser novo em relação aos demais, porém o trabalho aqui é bem grande. Estava na minha sala quando recebi uma ligação com notícias de um foragido de São Paulo, eu não tinha entendido o porquê de receber as informações até o supervisor de delegado de lá me informar que a vítima estava residindo aqui, tratei logo de contatar um tal de Henrique Tavares; o nome dele era a referência para chegar a vítima. 

(...) 

_Com licença delegado, o senhor Henrique Tavares chegou. Posso pedir para entrar? 

_Por favor. -Estava revendo alguns documentos quando ele entrou, eu só não imaginava que ele era o cantor famoso. O mundo é realmente pequeno. 

_Delegado Vicente soube que queria falar comigo?  

_Sim, eu tenho notícias sobre o caso Bruno Alvarenga. Sente-se por favor. 

_Ah sim claro. 

_Senhor Tavares primeiro qual é o seu parentesco com a vítima Cecilia Albuquerque? 

_Ela é minha mulher. -Eu amava dizer isso falava com o coração cheio. 

_Recebi informação do paradeiro do meliante Bruno. -Ele me pareceu feliz com o que disse, mas não duraria muito. _Não fique feliz ainda senhor Henrique, pois ele fugiu de onde estava a polícia e a Interpol estão trabalhando com a hipótese de um informante. Ele estava residindo na Califórnia, porém quando a polícia americana chegou onde seria sua casa ele já tinha fugido. 

POR Henrique.  

Hoje era a alta da minha doutora encrenca e seu aniversário eu não ida deixar esse momento passar em branco. Então liguei para algumas pessoas para a decoração e o buffet, pedi para a minha mãe e sogra recebe-los na minha casa e preparar tudo. O seu Gustavo queria conversar comigo então marcamos de nos encontrar em uma cafeteria que tinha perto do seu apartamento. Eu não odiava ele, mas confesso que o fato dele ter abandonado a própria filha era algo que dificilmente conseguiria entender, mas pela minha Cecilia eu estava disposto a ouvi-lo. 

_Bom dia Henrique. -Cumprimentei ele com um aperto de mão; desde que ele chegou de viagem as únicas palavras que trocamos foi “oi” e “bom dia/tarde”. No entanto seu olhar era duro em relação a mim e eu não podia julgar ele fazia aquilo para proteger a minha filha. 

_Bom dia Gustavo, o que queria conversar? -Eu estava irredutível, mas era excesso de proteção. 

_Eu gostaria de lhe contar o porquê voltei só agora. Eu quando me casei realmente amava a Beatriz, ela era uma mulher fantástica, mas eu me deixei levar pelas coisas que estavam lá fora... Eu trai minha mulher com uma funcionária da minha empresa e isso foi o começo das recorrentes brigas que tínhamos. Eu comecei a acreditar que me faltava algo então fiz minhas malas e parti sem elas em busca da felicidade que eu julguei estar em algum lugar que não ali. 

_A dona Beatriz não era sua responsabilidade, mas a Cecilia era.  

_Eu admito que errei! Não demorou muito pra eu perceber meu equivoco, não voltei antes por vergonha. Mas nós conversamos e ela me perdoou e eu prometi que dessa vez irei fazer a coisa correta eu vou ficar e ser o pai que nunca fui. Quero que um dia me filha possa me olhar da mesma maneira com que ela olha a dona Lucia... 

(...) 

Depois do desabafo dele eu ofereci meu apoio e ele me agradeceu umas trinta vezes. Eu contei a ele meu plano para a festa de aniversário da Cici eu adorou, mas me advertiu que ela iria ficar brava por ser ele quem iria busca-la no hospital. No meio da conversa recebi uma ligação do Merival, o advogado que estava cuidando do caso da Cecilia ele me disse que o delegado daqui de Palmas queria falar comigo como hoje não dava eu pedi que marcasse para amanhã. 

Assim que resolvemos todos os impasses, ele foi buscar a filha e eu fui para casa me certificar de que tudo estava caminhando e me surpreendi com a beleza que ficou a minha casa... A noite seguiu e foi maravilhosa tanto minha mãe quanto a dona Lucia fizeram um bom trabalho, mas o toque final seria por minha conta.  

A Cecilia estava conversando com a Moh quase que no meio da pista fui me aproximando dela e todos que estavam em volta abriram espaço para que eu passasse, em minhas mãos tinha um enorme buque de rosas. Ela me olhou e seus olhos brilhavam. Dei um beijo nela e peguei o violão e comecei a serenata que preparei para minha doutora. 

“Quantas vezes tentei 

Já cai, levantei 

É você que me mantém de pé 

Não preciso gritar 

Você vem me salvar 

Você sente quando vou chorar 

Parece não ser desse mundo 

Porque você sabe de tudo 

Não sei se é ser humano ou se é um anjo 

Exagero é falar de você 

Passo o tempo te admirando...” 

_Meu amor eu realmente passo meu tempo te admirando, pois você é uma mulher incrível. Quando achei que em mim não habitava mais vida você chegou me dando um novo folego, me ensinando que o amor podia brotar novamente. Cecilia você me salvou e está me dando o maior de todos os presentes que é a nossa filha. Hoje no dia do seu aniversário, mas eu que me sinto presenteado. Obrigada por tudo, minha doutora.  

Estava de frente para ela e não resisti e colei nossas bocas e neste momento uma chuva de pétalas de rosas caiu sobre a gente fazendo deste momento o mais especial da noite. Seus olhos pareciam uma cachoeira devido a imensidão de lagrimas... 

_EU TE AMO Ricelly Henrique Tavares do Reis. -Me aproximei de seu ouvido e lhe disse. _Esse presente que carrego em meu ventre é o melhor que já ganhei em toda minha vida e não teria sentido algum se não fosse partilhado com você meu cantor.

(...) 

Assim que todos fora embora a levei para nosso quarto e enquanto ela se trocava eu fui para a varanda; a noite estava quente, mas tinha uma brisa leve que fazia um carinho bom em contato com a nossa pele... Estava bem distraído olhando para a imensidão do céu quando sinto duas mãos quentinhas me abraçando eu me virei para ela. 

_Gostou da festa meu amor? 

_Eu amei, estava com raiva porque não foi me buscar, porém depois dessa noite especial ta perdoado cantor... -A peguei no colo e fui em direção a nossa cama e coloquei com cuidado e depositei um beijo em seu rosto, outro em seu pescoço, descendo para seus seios... sua pele se arrepiava a cada toque e eu amava saber que causava essas sensações nela. A noite foi uma poesia escrita por duas pessoas que compartilham do mesmo sentimento. Nós somos duas versões da mesma história... 

(...) 

Cheguei na delegacia bem cedo queria saber o que o delegado queria comigo, eu esperava em Deus que a notícia fosse que conseguiram prender ele..., no entanto, meu possível alivio caiu por terra. 

_...a polícia americana chegou onde seria sua possível casa, mas ele tinha fugido. 

_E qual vai ser o próximo passo agora? -Eu não podia acreditar que ele ia sair livre depois de tudo. 

_A busca vai continuar seguindo, a única a fazer é esperar ele cometer um erro e dar sinais de onde está. -Eu sai de lá com o coração na mão, em oração eu pedia a Deus para que ele fosse preso e pagasse pelo crime que cometeu. 

Eu voltei para a casa e ao entrar no quarto me deparo com a minha mulher dormindo com o lençol cobrindo parte do colo e das pernas deixando sua barriga de fora... me aproximei e depositei um beijo naquela região que guardava minha pequena. Me deitei ao seu lado me assegurando que ela estaria bem. Eu jamais deixaria de amar essa mulher...