Horas haviam se passado voando, quando o príncipe olhou para o céu, estava quase anoitecendo. Suspirou extremamente cansado e sentiu seu estômago roncar.
Se levantou e se arrastou pelos corredores do castelo ate voltar para a cozinha. A palma de sua mão direita estava completamente enfaixada com gaze, deixando apenas os dedos a mostra. As moças não economizaram nem um pouco.
Elas sempre estavam por ali, mas sempre sorrindo e rindo entre si, os alimentos sempre frescos. Entrou tentando ser furtivo e não tentar chamar a atenção delas, mas foi em vão.
"Sua alteza!" Elas correram para perto, ficando cinco moças em volta dele e as outras olhavam de longe preocupadas. "Sua mão está melhor?" "Está com fome?" "Está melhor?" "Como foi seu dia?" "O senhor sabe quem eram aqueles homens estranhos de hoje?" "Ouvi dizer que vai casar, isso é verdade?" "Ele é bonitão?" Elas o rodearam sem piedade e estavam o alfinetando com palavras, única coisa que queria era um pouco de paz e parecia ser impossível, colocou suas mãos na cabeça olhando para o rosto delas e parecia que cada vez elas se aproximavam mais.
"Vamos brotinhos, ele quer espaço, está na cara!" Uma senhora de cabelos grisalhos espantou as mais jovens de perto, ela mandava na cozinha. "Sua alteza." Ela fez um cumprimento leve com a cabeça e um sorriso sempre em seu rosto levemente flácido, fazendo sua aparecia ser uma senhorinha fofa. "Venha querido, te farei um lanche."
O garoto suspirou em alívio e se sentou em uma cadeira próximo à senhora. Seu olha sempre focado em seu colo, como se estivesse tímido ou envergonhado, mas em nenhum momento ousou olhar em volta.
Depois de uns minutos se assustou com um prato aparecendo a sua frente, um belo sanduiche nele. Olhou pra cima e a senhora sorriu, logo o dando um chá também.
"Obrigado..." Sua voz baixa e se inclinou para comer. Seu estômago, que antes estava furioso, se acalmou finalmente acolhendo com felicidade aquele lanche. Estava muito bom!
"Não há de quê querido." Voltou aos seus afazeres.
Em meio de tantos devaneios, fazia com que tudo que fazia demorasse séculos, apenas uma mastigada durava quase cinco minutos enquanto seus olhos ficavam fixos na parede e quase sem piscar. Mil e uma coisas passaram pela sua cabeça e finalmente terminou de comer. A senhora pegou sua prato e xícara e lavou, sempre de muito bom grado, ela parecia emanar carinho, assim como a cozinha. Não era a toa que ali era um de seus lugares preferidos, porém nada estava a cima de seu jardim.
Agradeceu a todas e saiu, voltando a caminhar pelo corredor, seu foco principal era seu quarto e rezou para não encontrar ninguém. Chegou e se fechou, única coisa que fez foi se jogar na cama e cair no sono em poucos minutos por estar demasiadamente exausto.
Talvez amanhã mesmo seja decidido algo em relação e ele pois a situação estava muito apertada, mas no momento ele nem ao menos queria saber que horas eram. Seu emocional estava no pior momento possível de sua vida.
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"Ahahahahah! Aquele cara tinha muitas joias por toda parte, demos sorte." Felipe estava sorridente no meio de várias pedras preciosas. "Quem é tão burro a ponto de andar com uma carga tão preciosa por um caminhão tão solitário e só com um chofer?" Mais risadas saiam de sua boca e David estava ao seu lado acompanhando sua euforia.
"Acho que consigo comprar uma sela nova e também uma novas roupas de caça apenas com uma pedrinha dessa." Pegou uma moeda dourada e a mordeu. "Que delícia, é ouro puro!"
"Wow! Eu posso comprar uma nova poltrona, não aguento mais aquela, machuca minhas costas." Pegou um pequeno colar fino de prata. "Será que é legítimo? Deve ser, um nobre não tem bijuterias." Colocou em seu próprio pescoço e se virou para os dois que estavam rindo e se deleitando. "Estou mais atraente?" Fez um biquinho.
"Uau, muito, de mais, agora vem aqui e deixa eu ver esse colar, é muito bonito." Rafael disse e Alan apenas riu, tirou e deu ao seu amigo. Os três alfas estavam em euforia mas enquanto isso, Leonardo se sentava em uma cadeira mais afastada deles, perto da janela. O lugar que ele ficava era um pouco mais escuro do que o cômodo inteiro. Bufou um pouco irritado enquanto passava um lenço, que antes era branco, em seus nódulos das mãos. Estavam levemente inflamados e havia manchas de sangue por todos os seus dedos.
Se limpava enquanto olhava pela pequena janela, aquela cabana era realmente bem escondida porém eles iam pouco ali, então a casinha tinha um cheiro leve de bolor pela falta de uso.
Estalou sua língua levemente irritado, sempre quando a coisa ficava pior, ele que cuidava das coisas, e ela envolvia fazer o trabalho sujo do grupo. Não era a toa que era o líder e todos tinham medo dele mesmo sendo amigos, ou é isso que pensam pois Leo é completamente fechado e eles e não fica muito junto, ficando pelos cantos da casa.
Analisou sua mão e viu que sua mão esquerda estava mais machucada que a outra, alguns rasgados e pequenos buracos que sangravam, provavelmente foi onde acertou os dentes daquele nobre. Se levantou rapidamente e sempre se manteve em silêncio, esse movimento brusco assustou os outros três, que pararam de rir e o olharam.
"Você está bravo?" Alan franziu as sobrancelhas enquanto segurava uma outra pedra brilhante em mãos.
O lupus deu de ombros e caminhou ate um pequeno quarto onde eles guardavam mantimentos e alcançou uma pequena caixa com gaze a algumas pomadas medicinais. Colocou-a sobre uma mesa por perto e começou a se cuidar, passando uma pomada para cicatrização nos machucados, depois passando gaze em sua mão direita, mas por preguiça não passou parias camadas, deixando uma fina e bem presa. Se virou para guardar a caixa e quando a levantou para por em seu devido lugar, percebeu que as gazes estavam começando a se manchar com pequenos pontos vermelhos. Revirou os olhos mas ignorou, voltando a se sentar na cadeira no canto da cabana.
Ficou olhando para a janela por mais uns minutos enquanto seus amigos não paravam de babar os peças finas.
"Leo, não vai pegar nada pra você?" Alan olhou para trás, tendo a atenção do maior. Era obvio que ele ia pegar alguma coisa. Lentamente se levantou a andou ate eles, os três ficaram em silêncio e e até colocaram as coisas que estavam em suas mãos na mesa para ele escolher.
Olhou por cima e uma coisa agradou seus olhos.
Pegou cerca de dez moedas de ouro e um pequeno colar delicado de prata, não era o mesmo que Alan tinha pego, esse continha uma pedra brilhante e vermelha sangue igual a cor de seus olhos cravada em um pequenino suporte com outras pequenas pedrinhas brancas. Provavelmente eram diamantes.
Pegou aquele colar e as moedas e pôs em seu bolso. Deu as costas e voltou a se sentar, ainda limpando a sua outra mão sem a gaze.
David bufou chateado. "Só porque ia pegar aquele colar." Os outros dois riram.
"Agora escolhe outro." Felipe debochou, ainda rindo. Seu ar debochado nunca deixava seu humor. O tempo passava e aqueles homens abriram garrafas de cerveja para comemorar o lucro que tiveram hoje, não era normal ter tanto lucro em apenas uma emboscada, porém o lupus apenas se despediu e vestiu seu manto, suas roupas eram completamente negras como a noite, assim como seu cavalo. Saiu dali e montou no animal, voltando para casa.
Sua silhueta no meio da floresta noturna era de dar medo em qualquer um que passasse desavisado por ali, parecia um grande fantasma montado e andando solitário pela floresta. Os cascos firmes do animal davam mais ainda um ar de firmeza e quem ousasse se aproximar, veria seus olhos vermelhos como sangue no meio naquela silhueta.
Minutos se passaram e chegou em sua casa, guardando seu animal e logo entrou.
Tirou seu casaco e fechou a porta e trancou, o ambiente era bem aquecido e iluminado pelas chamadas da lareira e um pouco das velas em cima da mesa e olhou em volta e viu uma silhueta na poltrona. Sorriu levemente e andou ate ela, vendo seu pai roncando nela. Ele havia o esperado chegar.
"Pai? Pai." Sua voz era baixinha e cômoda. O mais velho acordou aos poucos e viu a imagem borrada de seu filho a sua frente, coçou seus olhos e bocejou.
"Filho?"
"Sim, sou eu." Esperou seu pai acordar e se levantar. "Vamos dormir em nossas camas." Sua voz sempre era séria e firme, com um ar de superioridade, mas sempre que conversava com seu pai, ela ficava doce e adorável. Afinal ele era sua única família depois de tudo o que aconteceu.
"Como foi seu dia?" Seu pai perguntou com seu tom temeroso.
"Foi bom." Não queria comentar muito sobre o que acontecia quando ia para lá, mas o mais velho sabia que coisa boa não era, sabia pois seu filho as vezes voltava com hematomas em suas mãos, igual agora que tinha sua mão esquerda enfaixada por uma gaze um pouco manchada de vermelho.
Pela resposta, notou que seu filho não queria conversar muito sobre isso, então apenas acenou positivamente com a cabeça. Subiram as escadas e quando estavam quase entrando em seus quartos, Leo rapidamente se virou. "Espere, pai." A reação repentina assustou-o. "Aqui, para o senhor." Abriu as mãos de seu pai e colocou dez moedas de ouro sobre ela. Os olhos dele brilharam. "Para você." Sorriu fraco.
"Muito obrigado meu filho!" O abraçou. Moedas de ouro valiam muito. "Vou poder comprar mais carne este mês!" Sorriu, fazendo sua barba de mexer de forma adorável.
"Sim! Agora boa noite de verdade." Se sentia realizado por poder dar dinheiro ao seu pai, ele sabia que o mesmo trabalhava muito duro na floricultura, sempre a mantendo ativa, bonita e bem viva, não havia um cliente que não voltava para comprar suas raízes para os seus jardins. Era realmente um homem nobre de alma e coração, o sorriso sempre em seu rosto, amoroso e gentil. Sempre que podia ia ajudá-lo na loja para dar uma mão zinha, afinal ajuda nunca era de mais.
Entrou em seu quarto, trocou suas roupas e deitou em sua cama, se espreguiçando e sentindo seu corpo inteiro estalar e relaxar. Deixou um suspiro cansado e aliviado escapar e fechou seus olhos e aos poucos caiu no mais profundo sono.
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