História As Aparências Enganam - Imagine Sehun (EXO) - Capítulo 15 - Final

- Quer um copo? - Meu tio oferece, despejando uísque em um copo pequeno e redondo, com cubos de gelo dentro.

- Sim, por favor. - Resolvo aceitar, já que essa conversa não pode ser fácil.- Puro. - Digo e ele assente.

- Eu sei que está com raiva de mim... - Ele começa e se senta no sofá em frente ao que estou sentado, em seu escritório.

- Eu estar ou não com raiva vai depender da história que me contar. - O interrompo.- E por favor, a verdade. 

- Sehun... - Ele faz uma pausa.- Sua mãe e eu... Nós... - Ele tosse.- Tínhamos um caso.

- O que?! - O encaro abismado.

- Eu sei. - Outra pausa é feita por ele.- Quando ela disse que estava grávida, eu estava feliz. Pensava que aquele bebê... Que você era meu filho, mas ela jurou ter feito o teste e ter dado negativo, sendo assim era impossível você ser meu. Eu não tinha ninguém e estava perdidamente apaixonado por sua mãe. Você ser meu seria a chance perfeita para que ela largasse tudo e ficasse comigo. Infelizmente, não era.

- Ela está viva? - Faço a pergunta que não quer calar.

- Sehun... Sua mãe morreu no parto. - Ele fala de uma vez e meus olhos se enchem de lágrimas.- Seu pai e eu ficamos devastados, mas ele cuidava de você. Até que um dia, eu cheguei em casa e você estava lá. A senhora Goo já trabalhava aqui em casa. Tudo o que ela disse era que ele pediu para que eu tomasse conta de você enquanto ele fazia uma viagem de negócios. Três meses se passaram e ele não havia retornado. Tentei achar ele de todas as formas, mas nada de certo. - Ele sorri com pesar.- Você sempre me lembrou ela, então no fim das contas, resolvi te criar como se fosse meu, por mais que não fosse. Eu sei que foi errado eu esconder isso de você, mas não queria que soubesse que seu pai te abandonou sem mais nem menos. Preferi te poupar da dor.

- E como achou meu pai agora? - Questiono com os olhos cheios de água.

- Meu detetive me ligou e viu ele em Pequim. Por isso aquela viagem repentina que fiz com a mãe de S/N. - Ele explica.- Achamos ele e ele... Ele te largou porque descobriu do caso que tive com sua mãe.

- O quê?! - Pergunto boquiaberto.- Mas isso não faz sentido! O que eu tenho a ver com isso? Com os erros de vocês dois!

- É claro que ele questionou a sua paternidade. Acontece que eu estava certo desde o início. Eu sou seu pai, Sehun. - Assim que escuto isso, não consigo segurar o riso.

- Te pedi para falar a verdade, titio. E não inventar mais uma de suas histórias. - O encaro sério.

- Se não acredita, veja você mesmo. - Ele me passa uma pasta, onde nela estão os resultados de um teste de DNA.- Seu pai te abandonou por isso Sehun. Você nunca foi dele. É claro que quando ele me disse, eu resolvi fazer um novo teste e aí está ele. - Ele aponta para os papéis que seguro.

Encaro o homem à minha frente e não consigo acreditar no que acabei de ouvir, por mais que tudo faça total sentido.

SEIS MESES DEPOIS...

- Aceita Megan como sua esposa? - O padre se volta para meu pai.

- Aceito. - Ele diz sorrindo para ela. 

Atrás de sua mãe, vejo S/N segurando o buquê e limpando as lágrimas que rolam por seu rosto.

- A senhorita aceita Si Woo como seu legítimo esposo? - O padre se volta para a mãe de S/N.

- Aceito. - Ela sorri de orelha a orelha.

- Pelo poder à mim investido pela região de Borgonha, vos declaro marido e mulher. Então pode beijar a noiva. - Diz por fim e eles se beijam.

Estou mais feliz do que nunca por eles. Se não fosse pela mãe de S/N se apaixonar por meu pai, eu não teria conhecido o amor da minha vida. É claro que tudo isso é muito estranho e que até explicarmos que não somos irmãos de sangue, vão querer nos internar, mas o que podemos fazer?

Lógico que passei um bom tempo tentando processar o fato de que o tio que me criou, na verdade era meu pai. Mas no fim, tudo se encaixou perfeitamente, já que foi ele que me criou afinal. Sei que não poderia estar mais feliz. 

S/N

Sehun, eu, vovó e seu namorado, Brenda e Yuta estamos sentamos em uma mesa redonda, com um belo arranjo no centro.

Não foi fácil trazerem todos para França, mas mamãe sempre sonhou em se casar em um vinhedo e Si Woo não poupou esforços e nem dinheiro para realizar seu desejo.

- Amor, vamos dançar! - Yuta sacode o braço de Brenda, enquanto ela tenta levar mais um salgadinho à boca, falhando miseravelmente.

- Querido... - Ela dá um sorriso dócil.- Quantas vezes vou ter que dizer NÃO VOU DANÇAR COM UM METRO DE BARRIGA! - Ela reverbera e ele se encolhe. Todos na mesa começamos a rir.

- Para quando é esse bebêzinho lindo? - Vovó acaricia a barriga de seis meses de Brenda.

- Daqui a três meses. - Brenda sorri.

- Espero que chegue logo. Não aguento mais levar patada. - Yuta faz biquinho.

- Isso é normal. Quando estava grávida da mãe de S/N, eu chutei o saco do meu marido, porque disse que a culpa era dele e que não queria passar por aquilo novamente. - Vovó fala naturalmente, tornando a história ainda mais engraçada.

- Noona, por favor, não de ideias. - Yuta suplica.

- Ok... Agora me deu pena. - Brenda se levanta com dificuldade.- Vamos dançar.

Yuta rapidamente fica de pé e puxa sua amada para a pista.

Acontece que Jaehyun implicou tanto com minha pobre amiga, que acabou, mesmo que sem querer, jogando ela para os braços de Yuta.

Eu gostava de Jaehyun, mas a infantilidade dele me dava nos nervos, diferente de Yuta, que é um cara muito carinhoso e prestativo. Vai ser um pai incrível e Brenda uma mãe melhor ainda.

- Cuidado com o meu afilhado! - Grito para Brenda, que sorri.

- Estou louco para termos o nosso. - Sehun se aproxima com cara de cachorrinho que caiu da mudança.

- Isso! - Vovó grita e salta de sua cadeira.- Meus bisnetos lindos! Imagino meu bisneto sendo um mini Oh Sehun. - Vovó aperta as bochechas de Sehun.

- Mas nem morta! - Grito e eles me encaram.- Nem adianta. - Garanto. 

- Ao menos dançar, você quer? - Sehun me encara sugestivamente.

- Isso até que pode ser. - Sorrio e vamos para a pista.

A música está lenta, então passo meus braços pelo pescoço de Sehun e ele segura meu quadril.

- Você está tão sexy com esse smoking. - Sussurro em seu ouvido, vendo seus pelos se arrepiarem.

- Digo o mesmo desse vestido azul. Estou louco pra arrancar de seu corpo. - Ele sussurra de volta, me fazendo sorrir.

Dois dias depois...

- Esse é o melhor café de Paris. - Sehun garante, me puxando até um lugarzinho charmoso, com cadeiras de palha e mesinhas redondas na calçada, de frente para uma praça com um imenso chafariz no centro.

Já que estávamos na França e me graduei este ano, pude aproveitar mais a oportunidade dessa viagem. Se bem que isso se deve à Sehun, que encheu meu saco para me trazer aqui. Como falo francês fluentemente, fiquei ansiosa para praticar a língua.

- Vou querer um capuccino, por favor. - Entrego o cardápio ao garçom, que se retira.

- Sehun! - Um senhor de meia idade bigodudo se aproxima.- Que saudade!

- Também senti, Chef Louis. - Sehun se levanta e abraça o homem.

- Trouxe o seu favorito. - O homem entrega um prato redondo, com uma bela e recheada fatia de torta de chocolate, piscando para Sehun em seguida.

- Obrigada, Louis. - Sehun diz.

- Esta é a belíssima S/N? - Pergunta com um sorriso nos lábios, beijando minha mão em seguida.

- Eu mesma. Prazer. - Sorrio.

- O prazer é meu! Vejo muito você nos stories do Sehun. - Comenta Louis.- Vou deixar vocês à sós. - Diz por fim e se retira.

- Tá vendo?! - Digo entredentes e bato no ombro de Sehun.- Falo pra você não ficar me filmando o tempo todo.

- É que eu gosto de te exibir. - Sehun faz biquinho e resolvo ceder.

Desde que me assumiu como namorada para toda a impensa, Sehun me filma 24 horas por dia. Até que eu gosto, mas mantenho a pose.

Pego um garfo e começo a comer a torta, que está maravilhosa. Sehun pega seu celular e começa o daily vlog do instagram dele. 

Sinto algo estranho... Duro. Mastigo mais um pouco e o negócio continua.

- Que merda é essa? - Questiono, cuspindo o objeto desconhecido.

- O que foi amor? - Sehun aponta a câmera para mim.

Assim que tiro da boca, vejo um anel prateado, com um imenso diamante em cima. Seguro e olho para Sehun com cara de poucos amigos.

- S/N, aceita se casar comigo? - Ele pergunta com os olhinhos brilhando.

- Você sabe o que aconteceria se eu tivesse engolhido isso, Oh Sehun?! - O encaro com os olhos esbugalhados.

- Você não sabe ser romântica, não é? - Ele rosna.- Aceita ou não?

- Claro que aceito né! Mas por pouco que você não casa com um defunto. - Comento e ele se ajoelha. 

Quando ia colocar o anel no meu dedo, se dá conta de que está cheio de chocolate, então lambe e depois põe em meu dedo.

- Eu te amo e quero passar o resto da vida ouvindo suas reclamações, senhora Oh. - Ele sorri e me dá um beijo demorado. Ao terminar, ele sussurra em meu ouvido.- E agora? Sexo na Torre Eiffel? - Dou um tapa em seu ombro.

- Depois eu que não sei ser romântica. - Comento e caímos na risada.