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História As aparências enganam - Capítulo 1


Escrita por: Daanzinhaa e BangShippsPjct

Notas do Autor


Trailer da Fanfic:
https://youtu.be/HQFhEKMQSG8

Boa leitura 💕

Capítulo 1 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction As aparências enganam - Capítulo 1

Seoul

Sexta-feira, 22h55

E lá estava o sorriso brilhante e orgulhoso do meu velho ao saber que me saí super bem na apresentação do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), da qual eu fiz na manhã daquele dia, junto de mais alguns colegas de faculdade.

Eu gosto daquele sorriso direcionado a mim. Meu pai estava orgulhoso e não fazia esforço para esconder isso. 

— E então? — Me inclinei sobre a mesa grande de jantar e puxei um dos milhares de papéis que estavam espalhados sobre ela. — Ainda nesse caso? 

— Pois é. — Ele deu um longo suspiro, relaxando a postura na cadeira enquanto mudava sua expressão feliz e orgulhosa para uma preocupada e cansada. — Essa quadrilha está me dando mais dor de cabeça do que eu imaginei.

Passei rapidamente os olhos pelos papéis: alguns com fotos de qualidades ruins; outros apenas com textos enormes com algumas frases marcadas com círculos em vermelho ou destacadas com marca-texto amarelo. 

— Você está há tanto tempo tentando achar esses caras… Fora os outros chefes de investigações antes de você, que simplesmente desistiram de tentar encontrá-los. — Me apoiei na mesa. — Por que não faz o mesmo? 

— Uhm… — Suspirou pesado de novo. — Eu realmente não sei, Tae. — Se inclinou e cruzou os braços sobre a superfície quase inteiramente tomada por folhas, pastas, canetas, mapas e por seu notebook. — E eu estava mesmo pensando em passar esse caso para outra pessoa, mas… — Procurou algo entre as folhas. — Eu acho que encontrei algo que possa significar alguma coisa. Posso estar errado — fez uma pausa e jogou um punhado de fotos à minha frente. —, mas não custa nada investigar mais um pouco. 

Eu engoli em seco quando vi quem era. Fotos borradas e de péssima qualidade, mas eu poderia facilmente reconhecer aquela pessoa. Aquela silhueta.

Jungkook. Meu Jungkook. 

— E… Quem é ele? — questionei depois de limpar a garganta, passando as fotos. Ele estava distraído em todas. E o que ele tem a ver com essa gangue, exatamente? 

— Eu não sei ao certo. — Meu pai se ajeitou na cadeira, apontando para o rosto quase desfocado do Jeon. — Pelo que eu descobri, o apelidam de JK. JK é exatamente o nome do líder dessa merda toda. O fato é que… — O escutei estalar a língua no céu da boca. — Esse cara não tem histórico nenhum. Nem de crimes. Nem escolar. Nem eleitoral. O departamento escaneou o rosto, mas não encontrou absolutamente nada. — Se jogou de novo na cadeira, frustrado. — Esse cara simplesmente não existe. 

Umedeci os lábios. 

— Talvez ele já esteja morto — palpitei. 

— Não… Essas fotos foram tiradas essa semana. — Apontou para os números na extremidade da foto, esses que marcavam o dia, mês e ano que foram tiradas. — Das câmeras de segurança de um posto de gasolina no sul do país. — Engoli em seco de novo, vendo meu velho espalhar as fotos e apontar para o antebraço do meu moreno, esse que aparecia visivelmente o desenho permanente de uma serpente contornando-o. Droga, Jungkook! — Um dos elementos que foi interrogado ontem contou que JK tem uma tatuagem de cobra no antebraço. Ou esse gangster é burro, ou ele não tem medo de ser preso. 

Ele não tem medo de ser preso. 

— Ele é tão perigoso assim? — questionei apenas para fazer meu velho continuar falando sobre aquilo. Ele quase nunca me fala sobre suas investigações. 

— Claro que é! — Por um momento eu quis rir. — Ele é um criminoso, Taehyung. Frio e extremamente inteligente. Faz cinco anos que estão tentando pegá-lo. Ele mata e não deixa pista nenhuma. Trafica drogas e armamentos e nem seus capangas são vistos. Eles são assustadoramente indetectáveis. Como fantasmas. 

Soprei um riso. 

Jungkook nunca matou ninguém. Inteligente sim, frio…? Não. Não comigo. Traficante sim, mas não toca em nada. Ele só manda. Todos à sua volta apenas se curvam e obedecem. Jungkook é excepcionalmente manipulador. 

— E fantasmas te assustam, pai? — questionei, fitando as fotografias do patrão.

Meu velho ficou quieto por um tempo. E quando o olhei, ele me encarava de forma séria, como se eu houvesse dito algo absurdo. 

— Você deveria ir para a cama. Imagino que teve uma manhã exaustiva na faculdade — mudou de assunto. 

Suspirei e me afastei da mesa. 

— Combinei de sair para comemorar com alguns amigos — expliquei. — Tudo bem se eu for? 

— Agora? — Assenti. — Você sabe que eu não gosto quando sai sozinho de noite — falou e bateu a ponta do indicador no rosto borrado do Jeon. 

Se meu pai soubesse que ninguém tem coragem de tocar em mim justamente por causa daquele gangster que tira suas horas de sono… Acho que surtaria.

— Eu não vou sair sozinho. Vou dormir na casa de um amigo. Te mando mensagem quando chegar lá. 

Ele suspirou derrotado e assentiu por último, me dando a permissão. 

— Ok. Pode ir. — Sorri. — Mas bastante cuidado. Qualquer coisa me liga. Se não me avisar quando chegar lá, mando doze viaturas atrás de você. 

Gargalhei, mas concordei, me inclinando para beijar seus fios grisalhos. 

— Relaxa, paizinho. Te amo. 

— Também amo você. 

— E não vai ficar até tarde mexendo nisso, hem! — avisei, subindo os degraus da escada correndo. 

— Tá! 

Eu sabia que ele iria ficar. Meu pai estava obcecado em encontrar Jungkook nos últimos meses. Todos do departamento de polícia e investigação estavam, na verdade. Mas a maioria já havia desistido. 

JK era quase um fantasma. 

Quase. Porque eu sabia exatamente onde encontrá-lo. 


[...]


Seoul

Sexta-feira, 23h45

— Ô! — O cara loiro exclamou e bateu o peito contra o meu. — Onde pensa que vai? 

Diferente dos outros três seguranças, dos quais eu passei tranquilamente por já me conhecerem ali, aquele que ficava exatamente ao lado da porta para o escritório do Jungkook, não quis me deixar passar.

Carne nova.

— Você não pode passar. Dê meia volta ou não retorne nunca mais! — Disse e tirou a pistola da cintura, mostrando-a para mim de forma ameaçadora.

— Eu...

Eu ia dizer algo, mas a porta se abriu exatamente no mesmo instante.

Jungkook conseguia me arrepiar sem nem me tocar. Sem estar, sequer, perto de mim. Como naquele momento em que olhava para nós dois com o cenho completamente franzido e rígido, trajando roupas pesadas e escuras. 

— O que está acontecendo? — questionou de forma rouca, fazendo meu estômago vibrar em excitação. 

— Esse mano queria passar — o loiro à minha frente explicou de forma trêmula e apavorada, me fazendo querer rir. — Eu vou colocar ele para fora imediatamente, chefe. 

— Eu só te dou um desconto… — Jungkook começou, saindo do batente da porta e vindo até nós. — Porque você é novato. — Colocou a mão para trás, parando ao meu lado e de frente para o segurança. — Mas o que eu disse sobre me avisar quando chegar alguém? — O vi abrir e fechar a boca, sem saber o que fazer. Jungkook costuma amedrontar as pessoas. — Hein? 

— E-eu… — até tentou, mas o nervosismo não o deixou se explicar. 

Jungkook colocou a mão para frente outra vez, agora segurando uma pistola bonita. 

— Preste atenção quando eu falar com você. — Ergueu o braço, colando o bico da arma exatamente no meio da testa do cara. Tadinho… Ele estava branco igual gesso. — E grava bem o rostinho desse garoto aqui — empurrou o cano contra o cara, o fazendo quase tombar a cabeça para trás. E eu o vi engolir em seco quando Jungkook engatilhou o revólver. — Ele passa. Sempre. Trate-o com educação e respeito. Como se estivesse tratando a mim, está ouvindo? — O assustado assentiu várias vezes, não ousando olhar dentro dos olhos do Jeon um segundo. — E me avise quando chegar qualquer outra pessoa. Caso contrário… — E apertou o gatilho, me fazendo quase revirar os olhos e o loiro fechar os dele com força. Estava descarregada. — Vai ser um de verdade da próxima vez.

E se afastou, passando o braço na base das minhas costas. 

Capiche? — o cara o reverenciou. 

— Sim, senhor! — falou, agora, de forma firme. 

Certeza que ele cagou nas calças. 

— Bom menino. — Nem precisava olhar para saber que Jungkook sorria de forma astuta e diabólica. — Não deixe ninguém entrar enquanto ele estiver comigo. Independente de quem for e o motivo. Não me atrapalhe. 

— Sim, senhor! 

E com aquela confirmação, o Jeon me guiou porta adentro, fechando e trancando a mesma logo em seguida, nos separando do outro cara. 

— Ai, Jeon… Precisa realmente assustar o coitado daquele jeito? — Passei a mão nos meus cabelos ao jogá-los para trás, vendo o outro jogar a arma sobre a mesa antes de sentar na poltrona grande, cruzando os pés em cima da superfície de madeira. 

— É o melhor jeito de fazê-los me obedecerem. O medo. — Sorriu ladino.

— Você tem é coragem de deixar um novato tomar conta de você — provoquei, me aproximando e escorando a bunda na mesa, ficando de frente para ele.

— Ninguém toma conta de mim, gracinha. — Arqueei uma das sobrancelhas. — E você? Veio aqui só pra tirar uma comigo? 

Soprei um riso, cruzando os braços. 

— Sentiu minha falta, não foi? — sua vez de me provocar.

O encarei bem nos olhos, semicerrando-os.

— Na verdade… — Sem desviar nossos olhares, me inclinei em sua direção, deixando que faltasse apenas um palmo de distância entre nossos rostos. — Senti que você estivesse com saudade de mim. Então decidi vir. 

Ele fitou meu olho esquerdo de forma sutil e demorada, depois fez o mesmo com o direito e por último, encarou meus lábios; e quando fiz o mesmo consigo, notei no canto dos lábios finos um sorriso ladino. 

— Você se acha, Taehyung. — Sorri de volta, me afastando. Eu sabia que era verdade. 

— Uhm… — Descruzei os braços e apoiei as mãos para trás, sobre a mesa, vendo seus olhos caírem e deslizarem lentamente pelo meu corpo até os pés. — O que você estava fazendo no sul do país dias atrás, uhm? — O vi franzir o cenho e voltar a me olhar diretamente nos olhos.

— Como é que você sabe? — Ri, abanando a cabeça de um lado para o outro. 

— Acho que você esquece que eu sou filho do cara que está investigando o caso. — Foi a vez dele sorrir. 

— Não esqueço. E sabe por quê? — Não respondi. — Porque me dá um tesão do caralho quando penso nisso. 

Também me dá. 

Eu sorri ladino e deixei meu olhar cair quando sua mão direita veio em minha direção, agarrando minha semiereção de forma descarada e sem vergonha por cima do jeans da minha calça. 

— Ele já descobriu quem eu sou? — sem tirar a mão dali, questiona.

— Mais ou menos. — Deitei minha cabeça sobre meu ombro esquerdo, olhando-o no rosto enquanto seus olhos estavam presos em sua mão, essa que alisava sutilmente minha intimidade por cima do tecido grosso. — Ele descobriu que você existe, mas não faz ideia de onde te encontrar. — Ele sorriu de forma quase imperceptível. — Sei que não está nem aí em ser preso… mas ele sabe que você tem uma tatuagem no antebraço.

Arfei quando apertou, o vendo me olhar e sorrir satisfeito. 

— Ele não pode me prender. — Passou a língua entre os lábios. — Eu não fiz nada. Ele não tem porque me prender. Eu não existo, Tae. 

— Um aviãozinho seu te entregou, só que ele também não sabe nada sobre você. — Me inclinei de novo, agora quase colando nossos narizes. — Não deixe que isso mude. Uma informação a mais te coloca na prisão. 

— Eu estava pensando em… — E aí ele parou de falar, e fechou momentaneamente os olhos com força, sorrindo de lado. — Deixa. — Pensando no quê? — Mas… Se me pegarem… você vai me defender? — Sua pergunta soou baixinha e quase incerta. Era uma das poucas vezes que eu vi Jungkook hesitando. — Hein, sweety? 

Fitei com afinco seus olhos jabuticabas bonitos. Eu era fascinado por aqueles olhos. Não entendo porque as pessoas simplesmente têm medo de olhá-lo nos olhos. 

— Não, Jungkook. — Sorri. — Eu, unicamente, vou fingir que nunca vi você.

Eu estou me formando em Direito. E mesmo que demore anos para que o gangster fosse preso — se ele for preso algum dia — eu não colocaria minhas mãos no fogo para salvar sua pele. 

Jungkook é problema. É encrenca. Eu sei disso. Mas é viciante

— Você é mau comigo, Tae — murmurou de forma manhosa, arrepiando os pelos da minha nuca. — E sim, eu senti sua falta. Não te vi uma vez essa semana.

— Você sabe que eu estava ocupado com o meu TCC. — Voltei a me endireitar, sentando sobre a mesa e abrindo mais as pernas, de forma que sua mão sem vergonha corresse livre por ali.

— E como foi?

— Aprovado. Eu só… preciso estudar um pouco mais para as últimas provas. Mas minhas notas são boas. Eu já sei que passei. 

— Claro. Meu nerd sempre consegue o que quer. — Arqueei uma das sobrancelhas, sentindo meu interior reagir àquilo. 

Meu nerd… 

— Seu nerd, uh? — Assentiu. 

— Parabéns. Eu acho. — Sorriu ladino. — Devo me preocupar com mais um advogado no mercado de trabalho? — Gargalhei. — Você tem provas o suficiente para me incriminar, Sr. Kim. 

— É. Eu tenho. — Mordi meu lábio inferior. — Mas relaxa. Eu não vou te dedurar — garanti. — Mas também, não vou te defender. Agora que meu pai conhece seu rosto, não nos conhecemos fora daqui.

Jungkook eu já saímos várias vezes juntos. Tanto durante o dia quanto à noite. Ele não tinha medo mesmo. Nem da polícia e nem de outros traficantes rivais. Dificilmente ele se mostrava a ponto de revelar seu rosto. Ele era cauteloso, por isso ninguém o reconhecia.

Acho que depois de quase três anos, posso dizer que o conheço mais do que qualquer outra pessoa. Arrisco dizer que até confio em Jungkook, o que eu sei que jamais deveria fazer. 

Ele fez bico quando me escutou dizer aquilo, como uma criança mimada, e eu senti o botão da minha calça ser aberto no segundo seguinte.

— Eu não acredito que o vagabundo foi laçado. — Engoli em seco ao escutar ele murmurar aquilo. — Mas a dama só pisa nele. 

Jungkook não pode se apaixonar por mim. 

Nem eu por ele. 

Nós dois sabemos disso. 

Mas é tão difícil controlar tais sentimentos

— Dá pra mim — pedi num sussurro rouco, sentindo sua mão escorregar para dentro da minha cueca. — A noite toda. Eu também senti sua falta. 

Ele sorriu e mordeu a boca. 

Minha falta ou falta de foder? — Não respondi sua pergunta, o que o fez soprar um riso. — Não importa, de qualquer forma.

Ele levantou depois que tirou os pés de cima da mesa e se ajeitou entre as minhas pernas, tirando a mão da minha peça íntima ao soltar meu pênis.

Jungkook é tão estupidamente bonito

Seus olhos estavam nos meus quando senti sua mão escorregar pelo meu pescoço lentamente em direção à minha nuca, me puxando contra seu rosto.

Eu me deixei ser beijado. Ser alisado. Apalpado. Sem resistência nenhuma. Jungkook sabia me tocar. Sabia como eu gostava. Ficar com pessoas depois que começamos a nos envolver nunca teve a mesma graça. O mesmo tesão. A mesma vontade. Jungkook me tocava como ninguém.

Grogue pelo ósculo lento, levei mais uma mão até sua cintura fina marcada pelo cinto de couro e tombei a cabeça para o lado direito, deixando que ele mordesse meu lábio inferior e enrolasse seus dedos em meus cabelos.

Aquela cinturinha.

Eu era completamente doido por ela. 

— Uhm! — gemeu contra a minha boca quando escorreguei minhas mãos e as enchi com a carne da sua bunda, puxando-a para mim com força. Desta forma, sua ereção foi prensada na minha entre nossos corpos. 

Eu sorri e findei o beijo com uma chupada em sua língua, sentindo sua boca molhada escorregar pela minha bochecha. 

— Eu simplesmente detesto o fato de não podermos nos ver todos os dias — murmurou quando chegou em minha orelha, colando seus lábios ali. Eu poderia facilmente desistir de tudo por causa de você.

Fechei os olhos e apertei suas nádegas, me arrepiando quando desceu o nariz gelado pelo meu pescoço.

Aquela última frase foi dita tão baixinho que quase que eu não escuto, mesmo que ele tivesse a dito colado na minha orelha.

O fato é… Ele nunca fala coisas daquele tipo. 

— O que isso quer dizer? — perguntei baixo e incerto, sentindo ele soprar um riso contra a minha pele. 

— Que eu queria poder te ver todos os dias. — Engoli em seco. — Você também não queria? Gosta mesmo de vim nesse buraco me ver? Eu detesto. 

Eu simplesmente não sei o que responder.

Mas eu também detesto. Porque "a gente" está errado em todos os pontos. Jungkook por mexer com merda. E eu por me envolver com ele sabendo que ele mexe com merda.

Então, para não entrar naquele assunto, eu apenas fingi não ter escutado sua pergunta.  

— Ah, eu amo quando o mafioso mais frio, assustador e temido até mesmo pela polícia, implora pela minha atenção — sussurrei rente ao seu ouvido, sentindo seu hálito quente na união entre meu ombro e pescoço. — Bem manhosinho

E aí eu senti sua língua deslizar pela minha pele ao mesmo tempo que eu subia minhas mãos pelo seu corpo, puxando sua camisa social preta de dentro da calça, apenas para conseguir tocar diretamente a derme macia que os panos escondiam. 

— Ama é? — Jungkook era manhoso demais. — Te deixa excitado, não é? 

Concordei, contorcendo o pescoço quando arrastou seus lábios por ele até minha orelha de novo. 

— Eu estou mais manhoso que o normal hoje, hyung — choramingou num sussurro, me causando uma pontada ridiculamente gostosa em meu pênis.

— Porra, Jungkook… — Apertei sua cintura com força, e arrepiando de novo. — Hyung é covardia. 

O Jeon era mais novo. Um ano, mas era. A questão era que eu simplesmente tinha uma tara quando mostrava o quão dependente de carinho e atenção ele era. Como um dongsaeng costuma ser com seu hyung.

Um homem que não recebe ordens de ninguém e que é destemido por todos, mostra-se um gato dengoso na minha presença.

Eu amo isso

— Tira a roupa pra mim, vai? — pedi, alisando suas costas musculosas. — Eu vou te tocar do jeito que você gosta. 

Quando se afastou do meu pescoço, vi o quão vermelho suas bochechas estavam. Não era necessariamente vergonha. Jungkook, por mais que seu histórico não mostre, era alguém tímido. Ele sempre ficava vermelho em minha presença, mas não era só pelo fato de se mostrar alguém carente. Era, principalmente, por estar com tesão. Jungkook ficava vermelho pelas duas coisas.

Ele me deu mais um beijo antes de se afastar, saindo do meio das minhas pernas para conseguir se despir. 

De forma lenta e pecaminosa, sempre mantendo os olhos nos meus. Do jeito que ele sabia que eu gostava. 

Prendi meu lábio inferior nos dentes da frente e o vi abrir todos os botões da sua camisa preta, revelando seu tronco malhado para mim.

— A calça também. Tira tudo — falei e ele sorriu, levando as mãos até o cinto.

Eu amava a forma como o couro marcava a cintura fina dele. 

As peças inferiores fizeram companhia à camisa jogada no chão depois que ele também tirou os coturnos pesados. 

Nu. Jungkook estava nu para mim. 

— Sua vez, sweety. 

Estalei a língua no céu da boca e desci da mesa, puxando o suéter bege para fora do meu tronco. Tirei meus tênis com os próprios pés e desci a calça juntamente com a cueca, também me despindo inteiro. 

O cara mau sorriu safado e me olhou de cima a baixo antes de abaixar, ajoelhando-se bem à minha frente.

Cacete…

Encostei a bunda na mesa de novo e separei um pouco mais as pernas quando beijou minha coxa sem tirar os olhos dos meus.

— Um boquete de comemoração à sua faculdade — ele disse atrevido, segurando minha intimidade pela base, selando minha pele quase perto da virilha. 

Aquele ser humano, temido por um país inteiro, me causava as melhores sensações que alguém um dia já me causou. Jungkook carregava o peso de bad boy nas costas, mas estava, naquele momento, com as bochechas avermelhadas enquanto palavras ditas de forma doce e manhosa escapavam por seus lábios. E estava a um fio de me pagar um boquete

O boquete. 

Jungkook tem uma boca e uma língua que me faz ir ao céu e ao inferno em questão de segundos.

— Eu vou amar ver e sentir isso — confessei o que já não era mais segredo. Ele sabia que eu era viciado na boca dele. — Abre a boca, vai? — pedi, afastando sua mão e segurando eu mesmo minha ereção. — E coloca a língua para fora. — Ele sorriu ladino e passou o músculo espinhoso entre os dentes, mantendo sempre o contato visual, antes de afastar os lábios e fazer exatamente como ditei. — Agora… — Segurei seus cabelos pretos com a mão livre, puxando-o para mais próximo da minha pélvis. — Mais perto… — Acariciou minhas coxas nas laterais. — Chupa — mandei quando coloquei toda a glande para dentro, vendo e sentindo seus lábios se fecharem lentamente. Me olhando na porra dos olhos.

Jungkook é obediente quando quer. 

Alisei seus fios e soltei meu pênis, afastando completamente minhas mãos dele depois. Apressado, ele apenas deslizou a boca pelo meu músculo, colocando pouco mais que a metade para dentro. 

Apoiei as duas mãos para trás na mesa e apenas aproveitei do sexo oral feito com vontade em mim.

— Eu estava tão tenso hoje antes da apresentação, sabia? — murmurei, acariciando sua bochecha com as costas do meu indicador, acompanhando seu vai e vem gostoso. — Daria tudo por um desse para relaxar.

E aí ele gemeu com meu pênis na boca, me fazendo gemer junto.

— Então você pensou em mim, Kim… — devolveu arteiro, me tirando da boca apenas para dizer aquilo e logo voltando a me chupar.

Oh, isso! — Joguei a cabeça para trás, fechando os olhos e gemendo audível quando fez minha glande pressionar deliciosamente no céu da sua boca. — Pensei. Confesso. A semana inteira. 

Assim que eu admiti aquilo, ele fez seus lábios tocarem minha pélvis, escorregando até o final. Aquilo me fez arrepiar dos pés a cabeça e agarrar seus fios pretos, gemendo alto de novo. 

Ele havia gostado de escutar aquilo

— Caralho, Jeon! — Voltei a olhá-lo e peguei seus olhos lacrimejados olhando em minha, me admirando. — Levanta, vai? Deixa eu foder seu rabinho.

Gemeu de novo. 

Ele ama quando falo no diminutivo. Eu sei que ama. 

Com um barulho molhado e gostoso, ele tirou meu pau da boca, subindo beijos pela minha barriga ao mesmo tempo que ficava de pé. E então me beijou de língua em seguida. 

Sorri entre nosso ósculo e apertei sua cintura quando — com sua parte frontal totalmente colada na minha — passou a movimentar o quadril contra o meu, esfregando nossas ereções uma na outra entre nossos corpos.

Mordi sua boca e apertei sua bunda, puxando-a mais para mim, apenas para aumentar a pressão nas nossas intimidades.

— Você é tão… — arfou contra a minha boca, segurando e puxando meus cabelos da nuca. — Gostoso

Sorri e deixei que minha cabeça inclinasse para trás com o puxão, fechando os olhos quando arrastou os lábios e o nariz pelo meu pescoço, sem parar os movimentos lentos — porém, firmes — do seu quadril contra o meu.

Num movimento rápido, e com ele chupando e marcando minha pele, eu girei nossos corpos, fazendo com que ele ficasse entre a mesa e eu, e não mais o contrário. 

Segurei sua cintura e o impedi de continuar com as simulações de estocada, estavam me matando, e me distanciei o suficiente para ver seu rostinho safado e tomado pelo tesão.

Aquele cara é um pecado. 

— Eu vou te comer… — Forcei sua cintura, o virando de frente para mesa e de costas para mim. — Assim primeiro. — gemi ao que sua bunda colou inteiramente na minha pélvis, escondendo meu pau entre as nádegas redondinhas, essas que já estavam marcadas pelos meus dedos. — Ah, Jeon, você é tão bonito… 

Ele soprou um riso e se apoiou com as duas mãos sobre a mesa, me olhando por cima do ombro. 

— Está na gaveta — orientou, impulsionando seu traseiro com um pouco mais de força contra mim. 

Safado

Umedeci os lábios e, sem desencostar nossos corpos, me inclinei para abrir a primeira gaveta das três que ficavam na parte de baixo da mesa grande, do lado direito.

— Opa — soltei ao ver inúmeros tipos de drogas, sejam em pó, em cartela ou em comprimido. — Gaveta errada. — Ele soprou uma risada baixa quando fechei imediatamente, abrindo a segunda.

Lubrificante e camisinha

Bingo — murmurei, tirando os dois dali e os jogando sobre a mesa. 

— Porra, sweety… Vai logo — resmungou, mexendo a bunda contra minha ereção.

E, apenas pelo atrevimento, desferi um tapa forte no lado direito, o fazendo impulsionar para frente e gemer muito manhoso. Quase um miado fofo. 

Esse cara não sabe o quanto escutá-lo gemer daquele jeito mexia comigo. 

— Coloca uma perna pra cima — pedi, acariciando onde bati. 

Ele se inclinou mais sobre a mesa e ergueu uma das pernas, apoiando o joelho sobre a superfície de madeira de forma que me desse mais… liberdade para alcançar seu ânus.

Ah, Jungkook — soltei em satisfação, amassando suas nádegas nas minhas mãos enquanto assistia seu cuzinho se contrair em reflexo.

Por mim

Adianta! — mandou raivoso. 

Eu ri e peguei o lubrificante, me inclinando sobre ele para beijar o topo das suas costas, perto da nuca. 

— Está com pressa, uh? — selei ali de novo, abrindo a embalagem. — Olhe para mim, patrão. — Sorri ao ver sua pele arrepiar-se no segundo seguinte. Despejei bastante lubrificante  na ponta dos dedos e o espalhei com eles mesmo.

Jungkook girou a cabeça e me olhou novamente por cima do ombro, exatamente no mesmo instante em que eu alisava sua entrada com a ponta dos dedos melados. Mordeu a boca e me olhou nos olhos quando forcei ali com cuidado. 

Ele abriu a boca num gemido mudo e semicerrou os olhos, empurrando a bunda contra a minha mão. Deste modo, não demorou muito para que dois dos meus dedos estivessem inteiramente dentro dele. 

Quente e apertado.

Jungkook é quente e apertado. Sempre

Eu gemi junto com ele quando coloquei tudo e passei os próximos minutos admirando suas expressões de prazer enquanto me empenhava em prepará-lo para mim.

Aquele cara sentindo prazer era, basicamente, todas as maravilhas do mundo no corpo de um homem. Seja o antigo ou o moderno. 

— Me fode, Tae — implorou, rebolando contra a minha mão.

Pressionei sua próstata e mordi suas costas com um pouco de força, arrancando um gemido mais fino da sua garganta. 

Por favor, sweety… 

— Eu amo quando você implora, Jeon — sussurrei provocativo, selando sua pele marcada com meus dentes e tirando meus dedos do seu interior quente.

Ele sorriu arteiro e mordeu o lábio inferior, piscando de um olho só por cima do ombro. 

Ele quem abriu a embalagem da camisinha para mim, já que minha mão lubrificada não me permitiria fazer isso. E então, depois de colocar o preservativo em mim e passar um pouco do lubrificante em volta, eu enfim me direcionei à sua entrada. 

— De uma vez — pediu quando pincelei minha glande ali, apenas ameaçando enfiar. — Você é mau

Gargalhei. 

— Uhum. Bem, eu mesmo que sou mau. — Se inclinou mais para frente, empinando mais ainda para mim com um dos joelhos sobre a mesa. 

— Eu não sou mau — se defendeu. — Ah! 

E eu coloquei de uma vez só. Como ele pediu. 

Ah, caralho! — gemi e fechei os olhos, abraçando sua cintura ao colar meu peito em suas costas.

Ele abaixou a cabeça para frente e eu beijei sua nuca que ficou exposta para mim, escorregando minhas mãos pelo seu corpo malhado numa carícia suave a fim de amenizar sua dor. 

Eu sei que estava doendo

— Mexa-se — mandou.

Mas eu era atrevido e ousado o suficiente para simplesmente não obedecer ao mafioso.

— Calma. — Acariciei sua coxa, beijando seu ombro. — Sem pressa. Não precisa sentir dor. 

— Eu gosto da dor. 

— Não. Não gosta.

Ele ficou quieto porque sabia que eu não havia dito nada errado. O Jeon gostava de impressionar e mostrar que é forte, que é frio e que não tem sentimentos. 

Mas ele não é isso. 

Jungkook sente.

— Já passamos desta fase, Jungkook. Pare de tentar parecer o que você não é. Eu te conheço. 

Continuou quieto. 

Beijei suas costas, sempre de forma suave e demorada, e levei minha mão direita até seu pênis, até então intocado.

Eu passei minutos o estimulando até que fizesse meu primeiro movimento com o quadril. Apenas afastei lentamente minha pélvis da sua bunda até que meu pau inteiro saísse e coloquei de volta. Várias vezes. Devagar.

Quando gemidos mais altos de prazer, não mais de dor, começaram a sair, eu aumentei a velocidade dos movimentos e soltei sua ereção.

— Você é assim com as pessoas que transa? — Seu questionamento me fez franzir o cenho, mas não parei de investir nele. 

— Assim como? — perguntei, mas… ele não falou. 

Ele apenas abanou a cabeça de um lado para o outro e jogou o tronco para trás, chocando-o contra o meu peito. 

Deitou a cabeça no meu ombro e agarrou minha bunda com uma das mãos, me puxando contra si.

Segurei sua cintura e enfiei meu rosto em seu pescoço, usando minha força nas pernas, quadril e braços para fodê-lo da maneira que gostava. Jungkook gostava do bruto. Do selvagem. Mas gostava de carinho também. 

Eu não transo com outras pessoas, Jungkook — confessei quando toquei sua orelha com a minha boca, não economizando na força que socava nele. — Faz três anos. 

Ele gemeu alto e apertou minha bunda, contraindo.

Acho que gostou de saber daquilo. 

— Ah, isso!

— Está gostoso? — questionei rouco e ofegante contra a sua pele fervente e suada. — Uh? 

— Uhum. Muito gostoso. — Abriu a boca num gemido mudo. — Você tem um pau tão gostoso, Tae. 

Sorri satisfeito. 

— E você tem um rabo sensacional — admiti de volta, diminuindo a velocidade e aumentando a força que o fodia. — Eu sou viciado em você. 

Eu conheço Jungkook faz três anos. Eu não costumava frequentar muitas festas, mas meus colegas de faculdade me chamaram para uma que só tinha universitários. Era como uma tradição. Todo ano tem. Eu fui e, por acabar ficando sozinho durante, Jungkook se aproximou de mim. 

No começo ele dizia que fazia artes. Haviam inúmeras pessoas de inúmeros cursos ali e por isso acreditei. Nós passamos a noite todinha juntos apenas conversando, mas ele me beijou pouco antes de eu ir embora. 

Depois desse dia… nós nos beijamos mais; e transamos também. Sempre saíamos juntos nos finais de semana. Entretanto, chegou num momento que os sumiços dele ficaram suspeitos demais, além do fato de eu nunca tê-lo visto no campus. Jeon Jungkook não estava inscrito em nenhuma turma de artes.

Eu questionei sobre e ele me contou que havia mentido, que não fazia faculdade, mas disse também que não poderia contar o que era, nem o que fazia.

Mas confessou que era coisa errada. 

Acho que se ele tivesse me contado isso meses antes eu teria simplesmente pulado fora. Não teria me envolvido com ele. E mesmo que eu tivesse ficado super chocado em saber que mexia com coisa errada, não consegui me afastar.

Nós continuamos ficando. 

Até ele descobrir que meu pai era da polícia.

Aí sim ele sumiu. Ele quem se afastou de mim. Foi quase um mês sem ter qualquer sinal dele. Não posso negar, senti falta sim. Nós nos envolvemos e nos aproximamos rápido demais. 

Mas eu não era o único. Ele também sentiu minha falta. Eu fiquei puto quando ele apareceu, simplesmente porque havia sumido sem dizer nada. Achei que tivesse acontecido algo mais sério. Nós brigamos nesse dia.

E depois transamos feito loucos como reconciliação. 

Passaram-se mais meses. Completou um ano. E estava quase completando um ano e meio quando finalmente me contou com o mexia.

Claro que eu fiquei chocado. Fiquei assustado. Muito assustado. E, principalmente, com medo do que meu pai diria ou faria caso descobrisse. O fato é que eu já conhecia Jungkook o suficiente. Eu sabia que ele não faria nada comigo. Eu prometi que não contaria a ninguém sobre sua identidade se ele não fizesse mal a ninguém, inclusive meu pai. 

Jungkook nunca fez mal a ninguém. Nunca derramou uma gota de sangue. 

Ele apenas vendia armas e drogas. De forma criminosa, mas não machucava inocentes. A partir do momento em que compravam sua mercadoria, não era mais responsabilidade sua.

Gangster, mafioso, traficante. JK tinha um peso enorme no mundo do crime, todos o temiam, o conheciam por nome, ninguém mexia com ele. Mas ele nunca matou ninguém. 

Acho que me envolver demais com ele mexeu com a minha cabeça.

Às vezes eu chorava por causa disso. Era um peso fodido nas minhas costas. Porque eu via meu pai quebrando a cabeça para tentar descobrir quem era o traficante mais procurado do país e eu, seu filho, passava horas trepando com o mesmo. Bem debaixo do seu nariz. 

— Oh! — agarrei seus ombros quando voltou a se apoiar sobre a mesa, puxando seu corpo contra o meu ao mesmo tempo que jogava meu quadril contra a sua bunda.

Às vezes me dava raiva e eu sentia nojo de mim. Não por transar com Jungkook. Por ser um péssimo filho, com certeza.

E eu tentava agradar e orgulhar meu pai me dedicando aos estudos. Sendo um homem educado e gentil. Sempre. Tentando ser um bom garoto. 

— Tá com raiva, é? — Jungkook questionou sôfrego. — Está com força hoje. Ah! Porra… 

— Estou te machucando? — questionei, diminuindo a velocidade. 

— Não. Está gostoso — sorriu para mim. — Continua

Umedeci os lábios e passei as mãos na cabeça, jogando os fios para trás enquanto me afastava e me retirava do seu interior.

— Vira — pedi. 

Obediente, virou de frente para mim no segundo seguinte. Grudei meu peito no seu e devolvi seu sorriso enquanto o envolvia pela cintura, beijando-o em seguida. 

Era lento, o que contrastava com o ritmo frenético da nossa transa. 

Puxei suas coxas e o sentei sobre a mesa, passando meus braços por baixo das dobras dos seus joelhos de forma que ficasse mais aberto para mim.

Ele mordeu meu lábio inferior e finalizou o ósculo, deitando para trás, sobre a madeira.

Eu o conseguia ver inteiramente daqui de cima. 

O puxei mais para a beirada da mesa e direcionei meu pênis até sua entrada, sem sequer precisar usar as mãos — já que ainda segurava suas coxas — e o penetrei de uma vez de novo.

Ele colocou os dois braços cruzados embaixo da própria cabeça e passou apenas a me observar fazer o trabalho pesado. Observar e gemer. 

— Folgado — falei e ele riu, arqueando as costas quando o acertei fundo.

— Eu que sou o patrão aqui — brincou divertido. 

— Mas sou eu que estou recebendo — provoquei de volta, enfiando tudo e ficando deitado em cima dele. — E que mercadoria

— Você está falando da minha bunda? — Tirou os braços de debaixo da cabeça e me abraçou pelo pescoço.

Ri e ralei meu nariz no seu, sentindo suas pernas me abraçarem pela cintura. 

— De você todo, Jeon — sussurrei, mirando seus olhos. 

Ele engoliu em seco e, sem dizer nada, apenas me beijou. 

Eu permaneci sobre ele nos próximos minutos. Nosso beijo durou bastante tempo e a vontade de continuar o beijando me fez mexer o quadril de forma lenta contra o seu.

Daquela forma, meu corpo deslizava com maestria sobre o dele. Sem barulho de corpos batendo e nem de gemidos altos. Seus resmungos manhosos eram soltos contra a minha boca, os quais eu engolia tudo com gosto. Suas mãos acariciavam minhas costas, nuca e cabelos enquanto as minhas escorregavam sobre seu corpo suado embaixo do meu. Tudo numa calmaria absurda. 

Não era ruim. 

Era muito bom!

E permaneceu daquela maneira até o final.

Nós desgrudamos as bocas e Jungkook anunciou que gozaria, mas eu mantive a lentidão. Enfiei meu rosto em seu pescoço e me deixei viajar e arrepiar nos gemidinhos cheios de manha ao serem soltos próximos da minha orelha.

Por que tão manhoso, uh? — murmurei, extasiado. — Me deixa louquinho por você. 

— Deixo, é? — mordeu meu lóbulo. — Uhm, sweety, isso… — manhoso. Sempre manhosinho. Ah, Tae… 

— Goza, vai — sussurrei rouco, sentindo seu corpo tremer embaixo do meu enquanto meus cabelos eram apertados por seus dedos. — Vem pra mim, baby. Bem gostoso. 

E ele gozou.

Mas eu vim junto. 

A forma que seus gemidos dengosos escapavam direto para a minha orelha ou seu cuzinho guloso me apertava enquanto melava nossos abdomens não me permitiram aguentar por mais um segundo sequer e eu esporrei na camisinha, ainda dentro dele. 

Tão apertado

Arranhei a mesa, ondulando o quadril contra o dele para prolongar aquelas sensações gostosas, e senti suas unhas curtas descontarem seu prazer nas minhas costas, arranhando-as também. 

— Eu poderia passar o dia todo enterrado em você — confessei grogue, escutando um gemidinho baixinho, semelhante a um miado, ser solto contra a minha orelha. 

Jungkook me deixava doido com eles. Ele faltava ronronar quando gozava. 

Ergui o tronco e apoiei as duas mãos sobre a madeira, pairando sobre ele. Tinha os olhos fechados, mas os abriu quando me afastei, me encarando.

Sorri e varri meus olhos pelo seu rosto, pescoço, clavícula e peito, que era exatamente o que minha visão permitia ver — já que eu ainda estava entre suas pernas e dentro dele —, me sentindo satisfeito ao ver a bagunça que eu havia feito nele.

Mordi meu lábio inferior e estoquei fundo uma última vez, o vendo arquear as costas e apertar meus bíceps, gemendo surpreso. Ele ainda estava sensível

— Cacete — xingou de forma prazerosa, fechando os olhos, me permitindo vê-los revirando de prazer antes de cobrir com as pálpebras.

Um verdadeiro pecado. 

Mordi a boca por alguns segundos e aproximei nossos rostos, pegando-o de surpresa com um beijo de língua. Lento e demorado.

Depois disso eu me afastei completamente, me retirando do seu interior. Me livrei da camisinha, jogando-a na lixeira ali do lado e me abaixei para pegar minha cueca, vestindo-a.

— Você… — levei meus olhos para seu rosto depois de pegar minha calça, curioso para saber porque havia começado a falar, mas parou. Ele me encarava sentado na mesa. — Você já vai embora? 

Jungkook poderia não admitir ou mostrar para qualquer um, mas ele é carente. Muito carente

— Você quer que eu vá embora? — devolvi a pergunta, catando o suéter também, mas não vestindo nenhum dos dois. 

Não — aquilo saiu quase sem voz. 

— Tá carente, não tá? — Franziu o cenho, fazendo cara de mau. 

— Não tô, não. — Pulou de cima da mesa e eu ri, porque até o tom de voz ele engrossou. 

— Que gracinha, até parece que morde — provoquei e ele semicerrou os olhos na minha direção. — Só rosna.

— Você brinca com fogo. — Arqueei uma das sobrancelhas. 

— Faz carinho e já fica todo mansinho. — Me deu as costas, agora todo emburrado. 

— Vai embora. — Gargalhei, envolvendo sua cintura e o puxando para mim, fazendo suas costas grudarem no meu peito.

Não quer carinho, Kookie?apoiei meu queixo em seu ombro e grudei minha boca em sua orelha, sabendo que ele odiava aquele apelido.

Odiava porque fazia toda aquela pose de mau simplesmente evaporar. Eu amava usar aquele apelido. 

— Eu te odeio — murmurou baixinho, já mole em meus braços. 

Soprei um riso e o virei de frente para mim.

— Por quê, uhm? — beijei suavemente sua bochecha, sentindo seus braços rodearem meu pescoço.

— Porque você me deixa assim. — enfiou o rosto na curva do meu pescoço. Puxei suas coxas e o ergui, sendo abraçado na cintura por suas pernas fortes. — Você fode minha pose de bandido mau.

Eu ri, me sentando na poltrona grande do patrão com o patrão no colo. Todo molinho. 

— Você não é bandido mau, Jungkook. — Relaxei na cadeira confortável, alisando suas costas nuas e ainda úmidas de suor. 

— Eu sou sim. — Beijei seu ombro. — Por que você se envolveu comigo, uh? — Engoli em seco. — Eu posso ser preso. Isso não te assusta? 

— Jungkook… Meu pai é policial. Eu já vi pessoas bem piores. 

— Mas não anula o que eu faço. — Suspirei.

— Para de falar disso — pedi. — Vamos… Tomar banho. E dormir. 

Jungkook não tinha outra casa além daquela. Ele morava em seu escritório, no fim daquele beco sujo e escuro. A cama enorme ficava no canto, junto do guarda-roupa e havia um banheiro ali também. Tudo extremamente organizado e luxuoso, mas Jungkook passava o tempo inteiro aqui dentro. Quando não estava resolvendo coisas relacionadas aos seus clientes e mercadorias, ficava encarando o teto.

Ele não tem saído muito nos últimos meses, justamente pela polícia estar de marcação cerrada nele, mesmo ainda não fazendo ideia de quem é.

— Ei… — chamou minha atenção mesmo que eu estivesse com ela 100% focada nele. — Eu quero parar com isso.

Engoli em seco, sentindo meu coração doer por ter começado a bater tão rápido de repente.

— Com isso, o quê? — Mirei seus olhos. — Nós

Negou com a cabeça, me deixando aliviado. Não quero acabar com o Nós.

— Quero acabar com isso. — Ergueu uma das mãos e rodou o indicador no ar. — Tudo isso.

Franzi o cenho, um pouco surpreso. Tão de repente. 

— Por quê? — questionei, mas reformulei a pergunta. — Como vai fazer isso, quero dizer? 

Ele apenas soprou um riso e abanou a cabeça de um lado para o outro.

— Vamos tomar banho — foi o que disse. 

Me agarrando a ideia de que ele me contaria tudo o que estava pensando em um outro momento, eu apenas assenti. 

— E depois a gente pode assistir Sam & Cat. — Franziu o cenho. 

— De onde você tirou que eu gosto disso? — Arqueou as duas sobrancelhas e eu arqueei uma. 

— Eu te conheço, bandido mau. Você ama Sam & Cat. — Ri igual a uma criança. — Como se nunca tivesse assistido todas as temporadas mais de cinco vezes.

Abriu a boca numa falsa expressão de choque. 

— Não é verdade — murmurou depois. — Você me conhece mais do que deveria.

Abanei a cabeça de um lado para o outro, negando. 

— Te conheço na medida certa — Dei dois tapinhas em sua bunda, um de cada lado. — Agora levanta. Vamos tomar banho. 

Ele revirou os olhos, mas levantou. E eu aproveitei que havia se virado de costas para mim para deixar um último tapa naquela bunda que eu tanto amava, agora um pouco mais forte. 

— Para de bater na minha bunda!

— É mais forte que eu. — Ri da sua cara emburrada. — Vai logo, bandido mau.


[...]


Delegacia 

11h54

Lembra que eu disse que eu me agarraria na ideia de que Jungkook iria me contar o que estava se passando na cabeça dele? Então… Ele não me contou. 

Mas eu fiquei sabendo o que era semanas depois.

Eu fui levar o almoço do meu pai no trabalho dele, como todos os outros dias. A questão é que eu não contava receber a seguinte notícia:

— O inferno com o infeliz do JK acabou. — Meu pai me contou isso com tanta felicidade e alívio que era impossível não notar.

Como assim? 

Eu franzi o cenho e me apoiei na mesa dele.

— Como assim? — Ele sorriu mais. — Pegaram ele? 

Negou. 

Ele veio até nós. — Eu senti minha respiração ficar agitada quando escutei aquilo. — Hoje de manhã. Nós o reconhecemos assim que pisou aqui, pelas imagens das câmeras de segurança. Ele mostrou a tatuagem, disse que era quem nós estávamos procurando e já foi até colocando a mão na cabeça. 

Jungkook… Por que não me contou nada? 

— Mas é ele mesmo? Já o prenderam? — Meu pai ficou de pé. 

— Ao que tudo indica, sim. As provas batem. Os elementos que não pegamos anteriormente confirmaram. Ele nos deu o endereço do lugar que ele atuava e já tem agentes vasculhando o lugar. Vem comigo. 

E eu fui. Eu ainda não estou acreditando. 

— Eu só não entendi o porquê dele ter se entregado. Tão fácil. — Aproximou o cartão do leitor, abrindo a porta pesada depois de ser liberado. — Ele não quer dizer porque, depois de todos esses anos, resolveu bancar o bonzinho.

E foi aí que, pelo vidro enorme, eu o vi. Sentado no meio da sala de interrogação com os braços algemados e apoiados sobre a mesa metálica, olhando para o teto da sala.

— É quase impossível acreditar que esse moleque me tirou horas de sono nos últimos anos — meu velho murmurou.

Eu até tentei dizer alguma coisa… Mas não saía. Ele estava ali. 

— Chefe Kim. — Virei a cabeça para trás junto com meu pai, vendo uma mulher fardada na porta pesada. — Precisamos do senhor. O pessoal que foi vasculhar voltou. Drogas de todos os tipos. Armas de grosso calibre. Esse moleque tá fodido.

— Ele vai ter o que merece, apenas. — Meu velho estava muito feliz.

Os dois saíram empolgados e me deixaram ali sozinho. Eu suspirei e voltei a olhar para o Jeon pelo vidro. Agora ele tinha a cabeça baixa e as mãos cruzadas sobre a mesa.

Tirei a mão do bolso e dei dois passos para o lado, parando em frente a porta estreita que dá acesso ao lado de dentro da sala de interrogação. Achei que não estivesse aberta, mas bastou girar a maçaneta.

Ele não ergueu a cabeça nem mesmo quando fechei novamente depois de entrar, mas eu sabia que ele tinha me escutado.

— Tem mais alguma pergunta? Ou ficou com saudade? — seu tom era de escárnio e ele só ergueu o olhar depois que disse isso. — O que você está fazendo aqui?

Arqueei uma das sobrancelhas. 

— O que você está fazendo aqui? — devolvi a pergunta e ele desviou o olhar para baixo. 

— Achei que aqui fosse lugares de pessoas como eu.

Passei a mão no rosto, suspirando. 

— Sai daqui. Vai arranjar problema para você — pediu, voltando a me olhar. 

— Por que você fez isso? — Ele sorriu. 

— Por que eu não deveria ter feito isso? — me respondeu com outra pergunta. — Sai daqui. 

— Do nada? Você nem falou comigo, Jungkook. — Fechou os olhos. — Por quê? O que te fez mudar de ideia tão de repente, uhm? Conta pra mim, Kookie. 

Vi seu pomo-de-adão subir e descer, e aí ele abriu os olhos de novo.

Por você. — Seus olhos agora estavam marejados, mas seu tom se mantinha firme. — E não foi de repente. Eu me apaixonei por você, Taehyung. — Abanou a cabeça de um lado para o outro. — Eu quero orgulhar alguém, Tae.  Eu quero… eu quero ser uma boa pessoa, que faz coisas certas e… Eu só queria poder ficar com você. Desculpa, a gente prometeu não se envolver demais, mas eu acho que curto você desde o começo.

— Você pode ficar comigo, Jungkook. — Negou. — Pode sim. Eu também gosto de você.

Continuou negando com a cabeça.

— Você não pode gostar de mim, Taehyung. — Agora sou eu quem estava segurando o choro. — Eu nem sei se a gente vai se ver de novo.

— É claro que vai, seu idota.

— Não. Tae… Eu vou pegar mais de vinte anos…

— Sua pena pode ser reduzida porque você confessou. Eu vou te esperar. 

— Não faz isso. Para de tentar me defender e achar um lado bom nisso… — Suspirou profundamente. — Conheça alguém legal, que seu pai vai ter orgulho de chamar de genro, saia, se diverte bastante. Eu não sei quando vou sair daqui e não quero que fique preso a alguém que só fez merda a vida toda. Por favor, faça isso por mim. Me esquece. Eu só estou pagando pelo que fiz. — Sorriu de lado, quase imperceptível. — Não me espere, por favor

Eu fiquei o encarando nos olhos pelos próximos segundos sem saber o que fazer, ou dizer. Meus olhos jabuticaba… Eu apenas tinha que me acostumar a não vê-lo mais, pelos menos, pelos próximos 20 anos.

Menos que isso ele não pega.

— Você não me conhece, está escutando? Eu nunca te vi e você nunca me viu.

E aquilo foi a última coisa que ele disse antes que a porta fosse aberta.

— Você ainda não tem autorização pra vir aqui. — Era a voz do meu pai, mas ele não parecia estar brigando comigo.

— Sentiu saudade, chefe? — Jungkook falou em tom debochado.

— Vai brincando, moleque. Você tá fodido. Eu vou mandar infernizarem sua vida aqui dentro  — O Jeon sorriu largo, mantendo os olhos fixos no meu pai.

— Não vejo a hora. — E então ele olhou para mim. — Quando eu vou poder ir? Seu filho me intimida.

Eu cruzei os braços e arqueei uma das sobrancelhas.

— E como você sabe que ele é meu filho? — Jungkook não pareceu nervoso com a pergunta alheia.

— Ele tem seus olhos, patrão. — Soprou um riso depois de lançar uma piscadela para mim. E aí ele voltou a atenção para o meu velho, erguendo as mãos algemadas. — Me leva daqui, vai? Por que demora tanto pra prender alguém?

Meu velho gargalhou, tocando meu ombro.

— Relaxa, garoto, você vai ter muito tempo para refletir sobre as coisas que você fez. — Me puxou em direção a saída junto com ele. — Fica aí mais um pouquinho admirando a pintura da parede. Daqui a pouco alguém vem te buscar. E se prepara que você vai para a segurança máxima.

— Que honra. Hotel cinco estrelas. — Por que sempre debochado?

— Ah, pode crer. Vou cuidar para que você tenha uma ótima recepção lá.

E foi pelo vidro enorme que só permitia que visse através dele quem estava de fora, depois que meu velho fechou a porta, que eu vi Jungkook desabar. Eu nunca o vi chorando daquele jeito.

Só que agora eu não poderia fazer nada. 

— Vem — meu pai me chamou, abrindo a porta de aço. — Vamos comemorar. A bebida é por minha conta.

Eu suspirei, engolindo a vontade de chorar junto, e me virei para o mais velho, colocando um sorriso ladino na boca.

— Vamos.


Notas Finais


Betagem do 1° Capítulo por @Angel_Lover
Capa e Banner por @wintersoul
Trailer por @Macaah_7

Espero que tenham gostado, anjos

Minha conta no twitter: @DanKyunsoo

Se amem. Se cuidem. Se hidratem. Se protejam 💜


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