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História As Aventuras de Supercorp - Aquele do casamento


Escrita por: TheOrdinaryGhost

Capítulo 19 - Aquele do casamento


– Gostaríamos de avisar que não haverá mais casamento – Kara diz séria.

– Depois de tudo o que aconteceu hoje, percebemos que pode ser um sinal de que não é para acontecer – Lena corrobora.

Os convidados encaram atônitos o casal que sai cabisbaixo após tal pronunciamento, não conseguem emitir qualquer som tamanho espanto.

 

***

 

Midvale

Uma hora antes

 

Kara andava de um lado para o outro na varanda da casa da mãe. Sua ansiedade e seu nervosismo eram visíveis a quilômetros. Ela usava uma roupa de cerimônia kryptoniana branca, presente de seus pais biológicos que vieram prestigiar aquele tão esperado momento. Ela não poderia estar mais honrada de receber Lena Luthor como a mais nova integrante da casa de El, assim como seu pai não podia esconder o próprio contentamento.

– Alguém deveria falar com ela – uma voz diz não tão baixo quanto deveria.

– Você é a irmã, há 87 por cento de chances de você ser bem sucedida nessa missão.

– É Alex, Brainy tem razão – uma terceira voz se manifesta.

– Covardes – Alex resmunga – Só porque ela disparou sua visão de calor sem querer, estão com medo.

– Ela explodiu um carro – Brainy pontua.

– E quebrou algumas costelas do próprio pai, que é tão forte quanto ela, assim que eles se abraçaram – Nia lembra do acontecido de mais cedo.

– E vocês acham que eu, a única humana aqui, tenho mais chances? – a ruiva escarnece.

– Eu posso escutar vocês – Kara diz sem parar seus movimentos.

– Ei, você prometeu não usar seus poderes hoje – Nia ralha com a amiga.

– Não é como se vocês estivessem falando baixo – a loira finalmente para e encara o trio – E eu só concordei porque a Lee não quer que eu a espie antes da hora. Por falar nessa pessoa maravilhosa, linda, incrível, gostosa... – os três reviram os olhos com os elogios – Ela já chegou?

– Ahn... – Alex não sabe o que responder.

– Oh meu Rao! – os olhos azuis se enchem de lágrimas – Ela desistiu, não foi? Eu sabia. Eu não sou boa o bastante para ela, ela percebeu que pode ter alguém melhor, mais forte, mais inteligente, mais loiro – Kara então volta a andar de um lado para o outro.

– Mais loiro? – Nia estranha – Toda sua – dá tapinhas nas costas da ruiva e arrasta Brainy consigo para o interior da casa.

– Traíras – Alex rosna antes de respirar fundo – Kara – chama uma vez se aproximando – Kara – a segura pelos ombros antes dela se afastar – Kara? Kara! – chacoalha a irmã – Se acalma mulher, aquela bruxa te ama – continua chacoalhando – Apesar dos pesares, ela nunca desistiria, mesmo que estivesse com uma arma apontada para a cabeça. Mesmo que o Spock aparecesse para ela e dissesse que não há lógica nisso, ainda assim, ela não desistiria. Aquela nerd – diz parando de balançar a outra.

– Você acha que ela está com uma arma apontada para a cabeça dela? – a loira pergunta com os olhos arregalados.

– Dai-me paciência – a Danvers mais velha suspirou passando a mão pelo rosto – A Lena ama você, isso é a única coisa que importa, ouviu bem?

– Mas...

– Mas nada – Alex a corta – Ela te ama. Repete comigo “a bruxa da Lena me ama”.

– Eu não vou chamar aquela deusa de bruxa – Kara faz bico.

– Ok, ok. Repete “a Lena me ama”.

– A Lena me ama – a loira se diz um tanto hesitante.

– Com vontade – a ruiva incentiva.

– A Lena me ama – repete mais firmemente.

– Isso! – vibra – Mais uma vez.

– A Lena me ama! – fala exultante.

– Agora com força e vontade.

–  Força e vontade só na lua de mel.

– Urgh! Kara! – Alex ralha com a irmã.

– Espera, espera. A Lena... ela me... ama? – Kara pergunta com os olhos brilhando – Meu Rao! Alex! Ela me ama – diz abrindo um imenso sorriso – E eu a amo também. É por isso que vamos nos casar. Qual seria o outro motivo, não é? Eu daria todos os mundos possíveis se ela quisesse. Se ela quiser, compro o café da manhã pelo mundo todos os dias. Eu quis alterar a realidade, pelo amor de Rao.

– Não se esqueça de que sempre a protegeu mesmo quando ela queria dominar o mundo – a ruiva sussurrou.

– E ela, ela comprou a CatCo por mim. Ela encheu minha sala com flores. Ela... ela... ela me ama – sorri meiga.

– Lésbica inútil – a ex-agente bufa – Crise evitada, agora...

Antes que pudesse completar sua fala, Alex foi interrompida por uma algazarra que vinha da sala. Imediatamente, as duas se encaminharam para o local encontrando um embate caloroso entre as matriarcas Lillian Luthor e Eliza Danvers.

– Eu sabia – Lillian diz exasperada – Eu sabia que deveria ter ficado de olho quando Lena insistiu em fazer um casamento íntimo e anônimo. Como se fosse possível algo dar certo ao se usar o Danvers para planejar as coisas.

– É do meu sobrenome que estamos falando – Eliza reage apontando o dedo indicador em direção a outra.

– O que apenas confirma o meu argumento – Lillian sorri sarcástica.

– Oras, sua...

– Sua, sua, o que? – a Luthor se aproxima de forma perigosa da Danvers.

– Sua narcisista, arrogante, prepotente, atrevida...

– Não foi isso o que você gemeu ontem no meu ouvido – Lillian interrompeu a fala dela.

– Mãe!!! – Alex e Kara gritam.

– Meus ouvidos – a ruiva continua – Não acredito no que escutei. Meus ouvidos sangram – choraminga cobrindo as orelhas.

– Quanto drama, Alexandra – Lillian fala – Como se você não soubesse o que sexo é.

– Argh – Alex faz uma expressão enojada – Isso é culpa da Lena – diz para a irmã.

– Da Lena? – a loira pergunta.

– Se não fosse aquela bruxa, a bruxa-mor não teria entrado nas nossas vidas.

– E na cama da sua mãe – a Luthor solta.

– Urgh! Eu não preciso escutar isso – a ruiva afirma nauseada – Isso é culpa da Lena – reafirma.

– Você estava defendendo-a agora a pouco – Kara diz.

– Um dos meus mais novos arrependimentos.

– Não seja tão dramática, Alex – Eliza se manifesta – Como se você nunca tivesse feito sexo casual na vida. Eu não estou morta. Eu sou linda, gostosa e ainda sou jovem.

– Ela está andando muito com a Lillian – Kara sussurra para a irmã.

– Aliciando senhoras indefesas, fazendo lavagem cerebral – a ruiva balança a cabeça de modo negativo – Isso conta como crime, não é?

– Não se esqueça do uso e abuso de poder quando eu prendo-a com minhas algemas – a mãe de Lena diz sem qualquer vergonha.

– Argh! – a ex-agente faz uma expressão de nojo.

– Alex! – a loira mais velha ralha com a filha – Lillian!

– O que? – a outra mais velha pergunta quase inocente – Só falo verdades – dá de ombros.

– Se quer saber, Alex – Eliza se vira para a filha – Eu quem levei a Luthor para o lado colorido da força – se gaba.

– E que lado colorido, hein – a Luthor fala piscando de maneira safada para a matriarca Danvers.

– Informação desnecessária – a heroína grunhi – Preciso do meu uísque – diz se encaminhando para o mini bar da sala.

– O que vocês estavam discutindo antes? Temos algum problema? – Kara perguntou temerosa.

– O buffet ainda não chegou – a Luthor avisa blasé.

– O que?! – a loira grita empalidecendo.

– Se tivessem usado o sobrenome Luthor, isso não teria acontecido. Temos prestígio. Diferentemente de outros nomes por aí – a cientista complementa com arrogância.

– Aceite que a Lena e a Kara quiseram um casamento simples e anônimo, na praia, com os amigos mais íntimos – Eliza suspira com a teimosia da outra – Ela não convidou nem os outros heróis.

– Isso porque todo casamento em que se reúnem acaba em desastre – Alex diz ao encher pela terceira vez seu copo – O do Barry e da Iris teve a invasão nazista. Quais as chances, não é? Ainda teve uma Kara do mal pegando o Oliver Queen. Um desastre – balança a cabeça inconformada – Eu até aceito minha irmã como uma psicopata do mal, mas hétero? Tudo tem limite.  

– Não se esqueça que foi lá que você ficou com a Sara – Kara não deixa passar.

– Eu falei, desastre. E por falar nela, o casamento dela com a Ava foi às pressas por causa de um iminente ataque alienígena coordenado por um cientista maluco que queria fazer múltiplos clones das duas, tudo isso em 1925.

– Hum, bem informada sobre a ex – Lillian debocha.

– Ela não é minha ex – Alex diz brava.

– Ui, na defensiva – a Luthor continua.

– De qualquer forma – a ruiva decide ignorar – Kara preferiu não arriscar. Errada não está, diante todo esse histórico.

– Faz sentido – Eliza se pronuncia.

Não se passaram cinco segundos com as mulheres se encarando antes que uma pessoa surgisse esbaforida.

– Temos uma situação! – Kelly diz ofegante.

– Outra? – as quatro perguntam juntas.

– Outra? – a terapeuta estranha – Ok – dá de ombros conformada – Então temos outra situação.

– Rao! – Kara passa a mão no rosto – O que é dessa vez? São as flores, não é? Elas murcharam. Eu sabia que não deveria ter convidado o James. Ele tirou a alegria do lugar – bateu com a mão na própria testa.

– Ei – Kelly reclama – Ele é meu irmão.

– No momento ele é o ex da minha noiva e está estragando meu casamento – a loira suspirou.

– Eu nem falei o que aconteceu – a Olsen cruza os braços.

– Tudo bem, o que aconteceu? – a heroína pergunta.

– É... Bem, como eu posso falar... – Kelly tenta disfarçar – Não é que sua suposição está errada, mas há várias explicações do porquê murcharam – termina sem graça.

– E a mais provável é a do James – Alex solta ainda no mini bar.

– Alex! – a psicóloga repreende a esposa.

– E eu estou mentindo? Pensa comigo, mesmo quando a Lena namorava com ele, ela sempre preferiu a minha irmã. Mesmo ele tentando colocar ela contra a Supergirl, a bruxa sempre se deixou ser salva por quem? Por quem? Isso mesmo, Kara Danvers, ao resgate! – grita levantando o copo para, logo em seguida, entornar sua quinta dose.  

– E todos sabemos que a minha filha só namorou o embuste para fazer ciúmes na Kara – Lillian diz confirmando a fala da ruiva.

– Ela namorou comigo por isso? – James diz por detrás da irmã.

– Finalmente! Demorou, mas entendeu. Já estava começando a duvidar das suas capacidades mentais.

– Alex! – Kelly e Kara dizem ao mesmo tempo.

– Só verdades, só verdades – a ruiva diz baixinho.

– Eu já falei que não! – a voz grossa de J’onn alcança o grupo na sala – Isso está fora de cogitação.

– Uma ova que... – Zor-El rebate, no entanto para ao avistar todas aquelas pessoas – Minha filha, aí está você.

– Deixa Kara fora disso – o marciano diz antes que o kryptoniano pudesse dar um passo.

– Ela é a noiva – responde o óbvio – E eu sou o pai da noiva e uma autoridade em Argo. É claro que eu tenho o direito de falar.

– O que está acontecendo agora? – Kara suspirou frustrada.

– Você acredita que esse... – Zor-El pensa em algum adjetivo – mentecapto não quer me deixar realizar uma parte da cerimônia?

– Não tem cabimento algo assim já que eu, J’onn J’onzz, será aquele que irá realizar tal tarefa – diz, ajeitando a postura como um membro da nobreza.

– Mas eu tenho o direito de incluir a parte kryptoniana na celebração – Zor-El estufa o peito.

– Isso será contemplado sim, mas por mim – J’onn imita a postura.

– Não, por mim – o kryptoniana não desiste e estufa mais o peito.

– Por mim – o marciano diz igualando a pose.

– Por mim.

– Por mim.

– Vocês já viram aquele vídeo da pomba que estufa o peito até explodir? Devo dizer que não falta muito para isso acontecer com esses dois.

– Alex! – Eliza, Kara e Kelly gritam.

– Eu hein – a ruiva diz terminando o oitavo copo – Mas é fofo ver o J’onn com ciúmes – solta.

– Ciúmes? – Kara pergunta.

– Ciúmes? – Kelly repete.

– Ciúmes? – Eliza imita.

– Alex! – J’onn choraminga.

– Ops, era um segredo? Ninguém podia saber que você tem ciúmes do pai da Kara? – a Danvers tem uma fisionomia ingênua – Sabe como é, o álcool entra e a verdade sai. Mas não precisa se preocupar, minha irmã também ama você e te vê como figura paterna.

– Eu não cultivo esses sentimentos nada nobres – o marciano resmunga.

– Claro, assim como a Lena era apaixonada pelo James.

– Alex! – todos gritam juntos.

– Ok, sem buffet, sem flores, quase sem mestre de cerimônias – a loira diz começando a andar de um lado para o outro – O que mais pode dar errado? – levanta os braços para cima em exasperação.

Kara escuta um coro prolongado de “não” ao proferir aquela pergunta.

– Você não aprendeu que não se deve nunca, sob hipótese nenhuma perguntar isso? – Lillian grunhi insatisfeita.

– Você nunca assistiu filme de terror? – Kelly pergunta – É quase como a vítima perguntar se tem alguém em casa..

– Mas o que ela deveria fazer? – a loira pergunta inocente.

– Correr! – o grupo fala junto.

– Para o mais longe possível – Kelly continua – Sentiu o arrepio que indica que o perigo está próximo? Você corre para o mais longe que conseguir. E quando achar que foi o bastante, você continua como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade, não há.

– Sou uma gota d'água, sou um grão de areia ah ah.

– Alex – a Olsen rosna.

– O que? Você quem começou – dá de ombros bebendo a décima dose.

– Isso é complicado – a alienígena fala ressentida – Mas isso aqui não é um filme de terror, é o meu casamento.

– Kara, Kara! – Nia entra gritando.

– Não – Kara geme.

– O Brainy falou que tem um furacão vindo para Midvale – a naltoriana anuncia.

– Um furacão no meu casamento?! – aquela voz surpreendeu a todos.

– Lena!?!?!? – gritam todos simultaneamente.

 

***

 

– Então? Quem vai me explicar o que está acontecendo aqui? – Lena perguntou cruzando os braços e levantando a sobrancelha.

Tal pose foi imitada por Andrea e Sam que a acompanhavam.

– Kara! – Alex grita – Não olha, você não pode ver a noiva antes da cerimônia. Dá azar.

Sem que ninguém estivesse esperando, a ruiva deposita delicadamente seu copo no aparador e se joga por cima do corpo da irmã – a derrubando no chão.

– Alex, sai de cima – a loira tenta se livrar das mãos que tentavam cobrir seus olhos – Você sabe que não acredito em superstição, maldição ou sei lá mais o que.

– Você vai se casar com uma bruxa e não acredita nessas coisas? – Alex parou o seu ataque e a encarou – Ela literalmente faz fogo com as mãos.

– Eu sei bem o fogo que ela tem nas mãos – a kryptoniana sorri safada.

– Nojenta – a ruiva diz se levantando – Preciso me desinfectar dessa informação. Álcool. Álcool serve para isso. Preciso de mais álcool – alcança novamente o copo.

– Então? Alguém? – Lena exige uma explicação.

– Meu amor, você está espetacular – Kara diz maravilhada – Não que você já não seja, quer dizer, você é magnifica todo dia. Mas hoje, esse vestido. Os seus olhos. Você está... está...

– Suculenta – Alex solta baixinho ao lado da irmã.

– Suculenta – a loira repete sem desviar o olhar de seu objeto de admiração – Eu consigo sentir o seu cheiro daqui. É viciante, hipnotizante. Eu não sou nada perto de você. Você está espetacular. Eu sou apenas... apenas...

– Uma cadela olhando o frango ser assado.

– Uma cadela olhando o frango... Espera, o que? – a kryptoniana acorda do feitiço – Alex!

– Em minha defesa, você estava quase babando – a Danvers mais velha tenta se justificar.  

– Fica quieta ou eu tiro o seu uísque – Kelly briga com a esposa.

Mais que depressa, a ruiva simula fechar um zíper em sua boca.

– Acho que devemos conversar – Kara diz séria – Sozinhas – destaca.

Lena somente acena para a noiva. E logo se vira para sair da casa. Kara a segue.

Dentro da sala, o silêncio sepulcral não durou muito. Uma iminente guerra se fez presente quando um começou a acusar o outro e toda a balbúrdia recomeçou quase não sendo possível distinguir quem falava o que:

– A culpa é sua por não usar um sobrenome poderoso como o meu.

– Eu quem deveria realizar todo o casamento, afinal eu sou o pai da noiva.

– A Lena nunca me amou?

– Danvers é tão bom quanto Luthor.

– Para um pseudojornalista, você é bem desinformado.

– Alex!

No canto daquele ambiente, duas pessoas olhavam divertidas para toda aquela discussão:

– Devemos contar que estamos aqui? – Alura pergunta para a sua companhia.

– Não, deixa eles se matando. É mais divertido – M’gann responde sorrindo maldosa.

 

***

 

Não tão longe daquela confusão...

 

– Foi isso o que aconteceu – Kara finaliza o seu relato.

– Uau, não me espanta o alvoroço que está – Lena alisa delicadamente os braços da noiva – Sabe o que isso significa, não é?

– Eu sei – a loira suspirou resignada – Não podemos...

– Sabe que isso não vai terminar – a morena aponta em direção a casa – Sabíamos que algo assim aconteceria. Precisamos encarar. J’onn, seu pai, minha mãe, sua mãe. Alex – diz o último nome em tom de obviedade.

– O buffet, o furacão, as flores – a alienígena confirma.

– De quem foi a ideia de convidar o James? – Lena nega com a cabeça – Vamos lá.

Respirando fundo, ambas deram as mãos demonstrando a parceria e força que precisavam uma da outra para aquele pronunciamento.

Assim que apareceram na sala, o barulho cessou.

– Nós gostaríamos de avisar que não haverá mais casamento – Kara diz séria e estoica.

– Depois de tudo o que aconteceu hoje, percebemos que pode ser um sinal de que não é para acontecer – Lena corrobora.

– Mas... – alguns dos convidados tentam falar.

– Sem mas – a Luthor mais nova corta qualquer tentativa de argumento.

Tão céleres e austeras quanto entraram, o casal saiu, deixando para trás rostos inconformados e tristes, algo que não durou muito tempo, já que...

– A culpa é sua, se tivesse deixado eu realizar o casamento como a Kara e a Lena queriam...

– A culpa é do James. Ele quem tirou a felicidade do local. Até secou as flores.

– Alex!

– Custava ter usado o Luthor?

Após saírem, Kara e Lena sorriram felizes e enigmáticas, sem reparar que estavam sendo seguidas.

 

***

 

L-Corp

Sala da CEO

 

– É de livre e espontânea vontade que vocês estão aqui hoje? – Ray Palmer pergunta solene.

– Sim – Lena e Kara responderam sorrindo.

– Não – uma voz atrás delas é ouvida.

– Lex! – a morena repreende o irmão.

– O que? Vocês me sequestraram da minha confortável cela para ser testemunha de uma monstruosidade como essa. Onde já se viu, uma Luthor casar com uma Super.

– Patrão, isso é amor – a voz grossa de Otis exala emoção – Elas estão se casando onde se conheceram, é um gesto romântico – limpa algumas lágrimas.

– Imbecil – Lex rosna.

– Pelo menos trouxeram o seu carrapato como companhia.

– Alex! – Kara briga com a irmã – Não ajuda.

– Eu só vim pelo uísque – diz simples bebendo.

– E porque não poderia perder esse momento depois de ser a maior apoiadora do nosso amor – Lena debocha com um fundo de verdade.

– Como se eu me importasse com uma bruxa como você – Alex devolve.

– Tem certeza que essas são as melhores testemunhas para o casamento de vocês? – Ray pergunta inocente.

– São as únicas que restaram – Kara dá de ombros – Só ignora. E pula aquela parte de “tem alguém aqui contra esse casamento” – sussurra para o amigo.

– Acelera, não queremos mais nenhuma surpresa – Lena reforça.

– Que seja feito o vosso querer – Ray acena com a cabeça, confirmando – Sendo assim, Kara, é de livre e espontânea vontade que recebe Lena Kieran Luthor como sua esposa?

– Sim – a loira diz firme e sorridente.

– Lena, é de livre e espontânea vontade que recebe Kara Danvers Zor-El como sua esposa?

– Sim – a morena sorri.  

– Pelo poder a mim concedido, eu vos declaro casadas. Podem se...

Antes que Ray pudesse concluir, a Luthor já estava nos braços da loira atacando seus lábios.

– ... beijar – sussurra.

– Isso é muito lindo – Otis funga se agarrando ao terno de Lex.

– Eu mereço – o vilão revira os olhos – Se ousar machucar minha irmã, saiba que eu tenho kryptonita e sei usar, Kara Zor-El – diz sério mesmo sendo ignorado.

– Ele falou para beijar, não se comerem. Atentado ao pudor é crime.

As duas se separam apenas para gritar:

– Alex!!!

 

***

 

Enquanto isso em Midvale...

 

– Eu queria tanto mostrar as imagens que fiz – Brainy choraminga – O primeiro encontro, a despedida de solteira. Eu até projetei pequenas caixinhas para cada momento, em homenagem a minha amizade com a Lena.

– Eu sei, eu sei – Nia consola o namorado – Mas não pense que eu vou esquecer da aposta. Eu ganhei, sabia que fugiriam para casar às escondidas. Elas não iriam aguentar.

– Isso não vale, você sonha com o futuro – o coluano bronqueia a namorada.

– Cada um usa as armas que tem. Ou os poderes – a naltoriana dá de ombros – Se você pensou que poderia ganhar, por que enviou seus drones? – sorri de lado com a sacada.

– Porque eu confio na minha namorada – diz bobo beijando a heroína.

Na televisão da sala passava o momento do sim e o ataque de Lena, ou melhor, o beijo selando aquele acontecimento. Os convidados ficaram quietos para assistir, bom, até...

– Viu, por sua culpa outro celebrou o casamento. Não teve nada do que eu preparei.

– Teria sido muito melhor se eu fizesse.

– Pelo menos um Luthor participou. Se alguém entendesse a importância do sobrenome...

– Uma Danvers também participou. É tão boa quanto.  

O que dizer dessa confusão? Apenas que um encontro entre as famílias Luthor, Danvers e Zor-El não pode ser um acontecimento mensal, quiçá semanal. A cidade, e talvez o mundo, não aguentaria tanto.

No fim, entre mortos e feridos, salvaram-se todos. 



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