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História As Blue as the Ocean; Imagine Armin Arlert - Shy question.


Escrita por: leafie_

Notas do Autor


aaaaaaAa voltei
meu deus, mais de 200 favoritos, eu to asi 😳 obrigada por cada comentário, isso me motiva demais a continuar! sério, muito fofos, fico toda boiolinha

boa leitura <3

Capítulo 6 - Shy question.



❋❋❋


O quarto era clareado apenas pela luz da majestosa lua cheia, que oferecia um tom azulado ao pequeno cômodo. Sons noturnos ecoavam pelo quarto, junto com alguns roncos silenciosos de Sasha, que ocupava a parte de cima do beliche. Mikasa dormia pacificamente em sua cama, mechas de seu cabelo escuro caindo delicadamente sobre o rosto pálido da jovem. 

Cigarras cantavam lá fora e, de certa forma, o vento também. Estava tudo numa tremenda paz, o suficiente para que qualquer um caísse no sono. 

Mas, por algum motivo, você não conseguia dormir. 

Mudando de posição em sua cama, você aconchegou seu rosto no travesseiro de cor clara, na tentativa de obter um pouco mais de conforto. Seus dedos foram em direção à borda do macio cobertor, puxando-o até a altura de sua bochecha. Seus olhos (c/o) fecharam-se para que pudesse mergulhar naquele mundo tão estranho mas tão bonito, tão pequeno mas tão grande... sim, o mundo dos sonhos.

Sem sucesso. 

Sua mente só conseguia pensar e pensar, sem dar qualquer indício de que iria deixar aquelas preocupações de lado um pouco e te deixar descansar. Isso acontecia às vezes. 

Você insistiu na ideia de tentar dormir por mais alguns minutos, até inclinar-se para a frente, agora sentada na cama. Decidiu que o fresco ar da noite poderia ajudar, pelo menos um pouco. 

Seus pés logo se encontravam sobre o frio chão de madeira, fazendo um pequeno arrepio percorrer por sua espinha. Divagando em pensamentos, você caminhou até a janela do quarto e tentou abrí-la, porém não conseguiu. 

Por um momento esqueci que essa porcaria é meio quebrada, você pensou, soltando um suspiro. A verdade é que apenas Mikasa conseguia abrir e fechar aquela janela, de tão emperrada que era (e acordá-la estava fora de questão). 

Você decidiu tomar um ar em outro lugar. Fazendo o possível para não fazer barulho, suas mãos giraram a gélida maçaneta da porta, abrindo-a delicadamente, e saiu do quarto. 

Não estava tão escuro do lado de fora, algumas janelas conseguiam iluminar bem até. Felizmente, você havia superado seu medo de escuro já fazia um bom tempo. 

Seus passos tentavam não fazer ruídos, enquanto se dirigiam a um local do edifício que se assemelhava com uma pequena sacada. Você suspirou ao sentir uma leve brisa contra sua pele, quando apoiou seus braços sob o parapeito. Seus olhos fecharam-se, enquanto você inspirava e expirava, buscando certo conforto. 

Por um momento se perguntou se havia riscos de Levi flagrá-la ali, no meio da noite, fora de seu dormitório. Bom, é claro que havia; e ele te daria uma bela bronca. Acabou que você decidiu confiar na própria sorte, para variar, e continuar ali um tempinho. 

Quando julgou que era o suficiente, você deixou o lugar, já mais calma. Fez o caminho de volta para seu dormitório, em passos cuidadosos, e voltou para a cama. 

Pensou que aquela seria a primeira e última vez que iria para aquele local de madrugada, já que poderia ser pega por Levi ou Hange. 

Acabou que estava errada. Aquilo acabaria tomando uma frequência até considerável. Quando não conseguia dormir, quando doces sonhos se tornavam estraçalhadores pesadelos, você observava aquelas estrelas tão confortantes, piscando belo e suavemente. Era um lugar de paz. 

Você não imaginava que aquele lugar traria momentos importantes. Tanto felizes... como profundamente tristes. 


❋❋❋ 


— Não, não, está errado. — Reiner corrigiu os movimentos de Eren, com uma mão sobre o queixo. 

— O que está errado? — O cadete perguntou. 

— Seu corpo precisa se inclinar mais para o lado esquerdo nesse movimento. Desse jeito... 

Os raios de sol acaloravam o campo de treinamento, como sempre. Reiner demonstrou o jeito certo de executar aquele chute, e Eren, que soltou um "hmm", pareceu compreender. 

Sim, o forte rapaz agia quase como um irmão mais velho; sempre cuidando de seus colegas, dando conselhos, apartando brigas, além de participar dos momentos de diversão. Vocês não conversavam muito, mas ele tinha sua confiança. 

— Você também precisa melhorar sua flexibilidade, Eren. — Armin aconselhou. — Você tá meio... duro. 

Foi uma frase inocente. Não obstante, Connie começou a rir. 

— Hã? O que foi? O que eu disse? — Os olhos do loiro estavam abertos em confusão, enquanto suas mãos se encontravam à frente de seu corpo defensivamente.

Isso só fez Connie rir mais; Mina deu um leve soco no ombro de Connie, enquanto tentava permanecer séria. Mikasa balançou a cabeça negativamente. 

Pirralhos com hormônios borbulhando, isso era o que eram. E isso incluia você, que havia entendido a piadinha. Um sorrisinho surgia em seus lábios, porém era mais pelas risadas do rapaz de cabelo raspado. 

— Connie, o que eu disse? — Armin perguntou mais uma vez, recebendo um "nada, nada..." como resposta. Ele virou em sua direção. — S/N? 

Seus olhos piscaram duas vezes. Você não esperava que ele fosse pedir uma explicação sua

Entre alguns balbúcios e hesitações, você pensou que talvez devesse fingir que não entendeu e seguir a vida. Mas aí você teve uma ideia melhor. 

— Bom... é assim, Armin... quando duas pessoas se amam muito- 

Connie engasgou-se antes de começar a gargalhar, seguido de Sasha, cujos olhos já lacrimejavam. Após um segundo, a mente de Armin pareceu dar um click, fazendo suas sobrancelhas erguerem e sua boca abrir em surpresa. 

Não demorou muito para que suas bochechas ficassem vermelhas. 

— N-Não foi isso que eu quis dizer!! — O loiro exclamou nervosamente, desviando o olhar, mais uma vez balançando as mãos em defesa. 

A reação envergonhada de Armin provocou mais algumas pequenas risadas. Ao redor de vocês, vários cadetes juntavam-se em duplas para treinar golpes. 

Estava claro que às vezes o grupo perdia o foco com situações como a que acabara de ocorrer, mas não era como se isso atrapalhasse muito (talvez porque Levi sempre assegurava-se de que os cadetes não passassem muito tempo papeando; aquele olhar frio conseguia intimidar qualquer um). 

— Olha a Annie ali. — Eren disse, olhando a cadete passar pelo campo. A mesma olhava para os lados, como se escapasse de algo.

— Ah, fugindo do treinamento, como sempre. — Reiner cruzou os braços, com um sorriso meio desdenhoso. — Que preguiçosa. Vamos dar uma lição nela, qualquer dia. 

Você olhou para Armin de maneira involuntária, enquanto a expressão facial do loiro mostrava que não havia gostado daquele comentário. 


❋❋❋ 


Pela primeira vez, a semana parecia ter passado rápido. Você agora se encontrava no momento de descanso entre os treinamentos. Hanna Diament, uma garota de cabelos ruivos presos num pequeno rabo de cavalo, conversava com você pela primeira vez. Geralmente era difícil começar um papo com pessoas novas, mas ela era tão animada que você se sentiu confortável até bem rápido. Armin também estava na conversa, junto de vocês. 

— ...aí quando eu cheguei aqui, fiquei tão desorientada que me perdi. Para vocês verem como eu sou distraída... — Disse a garota de olhos verdes, rindo. — Então veio o Franz, e me ajudou a encontrar o lugar. A partir daí, ficamos cada vez mais próximos. 

— Vocês parecem mesmo ótimos amigos. — Armin comentou, com um sorriso no rosto. 

— Hmm... bom... — Hanna meneou a cabeça envergonhada. — Acho que posso dizer... que somos mais que isso. 

— Oh, vocês são um casal? — Você perguntou, o que fez Hanna soltar um sorriso radiante, enquanto seu rosto ficava cada vez mais vermelho. 

— Ai, eu não diria casal! — Suas mãos foram de encontro às bochechas, cobrindo as pequenas sardas, enquanto risinhos saíam de seus labios. — Mas talvez... 

Enquanto Hanna parecia perdida em que palavras usar para descrever o relacionamento dela com Franz, você e Armin trocaram um olhar, rindo um para o outro. Você ouviu passos e virou-se para ver quem era. 

— Oi, Franz. — Hanna cumprimentou o rapaz, alegre. 

— Olá, Hanna, pessoal. Estão conversando sobre o que? 

— Ah, nada muito importante... — Armin respondeu, sem querer entregar o jogo. 

O rapaz de pele escura e cabelos raspados deu de ombros. 

— Bom, é que eu estava vendo vocês de longe... pareciam estar numa conversa tão divertida que quis participar. 

— Estávamos falando sobre como eu me perdi quando vim pra cá. — Hanna respondeu. — Lembra? Foi quando nos conhecemos. 

— Ah, sim, claro que eu lembro! — Franz abanou uma mão, divertido. — Você não tem muito senso de localização,  tem?

—  Eu tenho, mas estava nervosa! 

— Percebi... parecia um gatinho assustado. — Em resposta, Hanna socou o braço do amigo, os lábios formando um leve biquinho. Ele levou uma mão ao braço, rindo. — Ei, é brincadeira! 

— Engraçadinho. 

Os dois logo começaram a conversar entre si, e de repente pareceram alheios a tudo, inclusive de vocês dois. Pombinhos apaixonados, pensou. 

Armin tapeou seu ombro duas vezes, chamando sua atenção, e apontou o queixo para outro lugar, como se quisesse deixar os dois a sós. Você assentiu. 

Ambos passaram pela área de refeições, até encontrarem um local com degraus espaçosos e baixos. Os dois sentaram-se num deles.

— O amor está no ar. — Você brincou, encarando seus escuros sapatos marrons. Ainda não estava acostumada a estar a sós com o loiro. 

Armin riu. Mais borboletas. 

— Está mesmo. — Ele pareceu pensar um pouco, e prosseguiu, ainda sorrindo: — É engraçado... 

— O que é engraçado? — Perguntou, erguendo os olhos na direção do rapaz, talvez meio envergonhado. 

— Bom, é que eu notei que quando uma pessoa sente algo por outra, esses sentimentos são extremamente óbvios para todo mundo, menos para elas. 

— Ah... é, isso acontece muito. 

Mikasa veio à sua mente. Assim como Ymir, Hanna e Jean. 

— É um sentimento bonito. — Você comentou, dando de ombros. 

— É, sim. — Armin respondeu, sem jeito, enquanto um mínimo rubor aparecia em suas bochechas e seu nariz.

 Você não sabia muito bem como seguir com o tópico. Era meio vergonhoso falar sobre si mesma quando esse era o assunto (ainda mais com Armin, que era a pessoa que você mais admirava). Mas, mesmo assim... uma pergunta parecia reprimir-se em seu interior. Você decidiu ignorá-la... pelo menos, por enquanto. 

— Você sabe se Eren sente algo pela Mikasa? — A pergunta saiu meio sem jeito. 

Armin meneou a cabeça. 

— Olha, posso assegurar que o Eren tem sentimentos fortes pela Mikasa, por mais que ele não queira demonstrar; mas se você diz romance... Bom, Eren é bem desligado quanto a isso, você sabe. 

— Sei. — Um riso escapou de seus lábios. — Ele consegue ser lerdo que nem uma pedra. 

Silêncio na conversa, mas não um silêncio de constrangimento. Era confortável, os dois ali, agora encarando o céu azul, enquanto suas mãos apoiavam-se no concreto frio. Mais uma vez, você quis perguntar. 

Mas não conseguiu. 

— Você tá dormindo melhor? — Ele perguntou, virando o rosto em sua direção. 

Você suspirou, enquanto os batimentos de seu coração, antes rápidos, voltavam lentamente ao normal. Havia perdido o momento. Saco. Isso acontecia muito. 

— Sim, eu acho... quando não estou muito bem, pego um ar na janela. — Você não quis dar muitos detalhes. Ajuda um pouco. 

Talvez aquelas palavras tivessem saído acidentalmente melancólicas, porque um certo tom de preocupação piscou nos olhos azuis de Armin. 

— Você sabe que, se quiser... pode conversar comigo, certo? — Ele perguntou, de modo confortante. — Estou aqui pra qualquer coisa.

Sorriu em agradecimento, sentindo mais borboletas dançarem em seu interior. Armin, que antes apoiava-se nos joelhos, descansou as mãos no concreto;  tão perto das suas. 

— Armin... 

— Sim, S/N?

— Olha... hmm... sei que não tem muito a ver com o assunto de agora, mas... 

Pergunte! 

— Armin, você- 

— Ah, achei vocês. — A voz de Mina te fez tomar um leve susto. 

Vocês logo se viraram para a garota de escuros cabelos volumosos, cujo sorriso pareceu se desfazer aos poucos. 

— Ai, d-desculpa, eu interrompi alguma coisa? — Piscou duas vezes, enquanto o rosto dela tomava um tom avermelhado. 

— Não, imagina, só estávamos conversando. — Você respondeu, mesmo que por dentro estivesse se perguntando por que diabos alguém sempre interrompia vocês quando a conversa chegava a um lugar novo. 

— Bom, é que o comandante Shadis mandou todos os cadetes formarem filas e só falta vocês... — Ela disse, não convencida de que realmente não havia acabado com algo. — Ele e Hange vão repassar algumas regras. Agora vou indo... desculpe.

E ela rapidamente foi embora. 

— Vamos. — Armin disse, se levantando. Após estar de pé, ele te estendeu uma mão, para te ajudar a levantar também. — Conversamos depois, pode ser? 

Encarando aqueles olhos azuis gentis, sua resposta foi um simples "claro". Armin foi na frente, enquanto você dava passos lentos, observando ele se afastar cada vez mais. Aquela pergunta ainda estava lá dentro, passeando com suas dúvidas e sentimentos. 

Armin, pensou, enquanto fitava desconcertadamente a figura do loiro. Você...

...gosta de alguém?





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