1. Spirit Fanfics >
  2. As botas do capitão >
  3. Missão

História As botas do capitão - Missão


Escrita por: CombatLover

Notas do Autor


Fic movida a chantagem com a @Sra_Smith.
Cada capítulo dela é um capítulo dessa; cada putaria Rivamika dela é uma putaria Rivamika aqui.
Belo e moral.

Leiam Tentação, bebam água, never say no to panda.

Capítulo 4 - Missão


Voltou para o dormitório e passou o resto da madrugada insone, tanto pela expectativa quanto ao dia seguinte, quanto pelas lembranças.

Mal podia acreditar no que tinha feito: ameaçado o capitão, num local público ainda por cima.

Contudo, só de lembrar o resultado da ameaça ficava quente de novo; tinha estabelecido uma espécie de vício nele, e a ideia a desesperou.

Tentou imaginar aqueles toques vindos de outra pessoa, como Jean, mas tudo o que sentiu foi um calafrio incômodo, completamente diferente do que sentia com Levi.

Precisava ser ele; apenas o moreno a incendiava, roubava seu fôlego e sua sanidade.

Parecia impossível parar de pensar no seu toque, sua voz, sua pegada. Mais impossível ainda, esquecer seu olhar, suas carícias, seu beijo e principalmente, seu sorriso.

Um sorriso que tinha certeza, era destinado apenas a ela; uma face oculta e cativante do capitão que era apenas dela.

Se recriminou pelo pensamento. Tudo o que tinham era apenas desejo carnal. Ele mesmo deixou claro: não era um relacionamento.

A percepção mexeu com ela mais do que ousou admitir a princípio. Contudo, sob qualquer ótica que analisasse, o resultado era o mesmo: se afastar do capitão parecia doloroso demais.

E o motivo era claro.

Estava gostando dele.

Porque era burra, burra, mil vezes burra.

O pânico tomou conta quando compreendeu as consequências de seu pedido e o que ocorreria a noite. Tinha certeza que se ultrapasse esse limite, se machucaria.

Para o capitão, era apenas uma aventura. Ela tinha praticamente implorado por aquilo, e ele a atenderia, mas depois de consumado, não tinha razão alguma para continuar vendo-a.

Demorou para dormir, sua razão conflitando com sua vontade. Quando finalmente dormiu, sonhou com ele.

 

---

 

Levi estava sério e calado. Claro que esse era seu normal, mas a distração definitivamente não era.

Estava preocupado.

Prometeu a Mikasa que seria melhor, mas isso era insuficiente. Queria que fosse inesquecível, e não por ser sua primeira vez, e sim por ser com ele.

Tão inesquecível, que qualquer outro toque parecesse errado.

E esse desejo era assustador.

Era um voto velado de exclusividade, em um relacionamento que sequer deveria existir.

Deveria ter percebido desde o começo a loucura daquilo tudo; principalmente, deveria ter tido a clareza de perceber que para ele, nunca foi uma aventura.

E agora, faltava muito pouco para dar a Mikasa o que ela queria. Depois disso, nada mais a prenderia a ele; toda a sua curiosidade estaria sanada.

Simplesmente desesperador.

Do outro lado da mesa de reunião, Hanji o observava. Não era nenhuma idiota e já havia percebido que o amigo estava distante.

- Quem é você e o que fez com meu amigo?

- Tsc.

Resmungou aborrecido pela interrupção em suas questões. Com esse monte de enxerido na base, seria muito difícil proporcionar a noite que gostaria para Mikasa.

Porque mesmo que doesse quando ela se afastasse, jamais quebraria sua promessa. Não tinha juízo, ética ou determinação suficientes para resistir.

Ergueu os olhos para encontrar Hanji olhando-o como se fosse alguma espécie rara de titã.

Isso lhe deu uma ideia.

- Erwin, preciso voltar à base do castelo.

- Por quê?

- Não sei como estão meus movimentos após o acidente, preciso treinar. Não quero que os soldados me vejam errando.

O loiro pareceu ponderar. Fazia sentido. O capitão era o soldado mais forte da humanidade. Se a Tropa já enfraquecida visse seu herói com problemas, poderia ser um grande fator de pânico.

- Tem razão. Acha que precisará de quanto tempo?

Tentou não ser ambicioso. Contudo, era uma oportunidade de ouro.

- Uma semana basta.

Ficou apreensivo ao ver a forma como o Comandante o encarou; Smith era um homem esperto e sabia ler as pessoas com facilidade. Porém, uma das melhores habilidades do capitão era a mais absoluta e indecifrável cara de alface, e sustentou o olhar do mais alto com a tranquilidade de quem espera o chá ficar pronto.

Por fim, Smith se deu por satisfeito.

- Se você precisa desse tempo, é seu. Vai treinar sozinho?

Levi evitou esboçar reação quando o homem caiu como um pato em sua artimanha.

- Se achar melhor, alguém pode ir comigo.

Aparentou desinteresse: o ideal seria que Erwin a indicasse. Seria o óbvio, já que era a única ali que poderia realmente treinar de igual para igual com ele.

Só que o amigo tinha outra opinião.

- Muito bem. A Hanji pode te acompanhar. Ou o Mike.

Já estava preparado para algum revés desse tipo, e iniciaria seu plano de contingência quando observou com o canto do olho a cientista dar um quase imperceptível sorriso.

- Erwin, não posso interromper minhas pesquisas. O Mike também tem muitas atribuições como tenente. Porém, tenho uma sugestão.

O Comandante fez sinal para que ela prosseguisse.

- A cadete Ackerman. Será bom inclusive para a Tropa que ela melhore suas habilidades.

- Uma solução ótima, Hanji. Aceita que a cadete Ackerman te acompanhe?

O capitão deu de ombros, apesar de profundamente agradecido. Ele e Hanji tinham uma espécie de ligação forte, quase uma telepatia desenvolvida em anos de batalhas. Um sempre jogava pelo outro, mesmo sem compreender direito a situação. Prova disso era a indicação da cientista.

- Se não tem outro jeito.

- Ótimo, assunto resolvido. Vamos prosseguir.

Durante o resto da reunião, foi difícil conter o sorriso que teimava em tentar aparecer.

Estranho.

Desde a primeira vez que Mikasa o ajudou com a bota, andava mesmo com uma estranha vontade de sorrir.

---

- Então você fala com ela, Levi? Melhor que partam o mais breve possível. Hoje ainda, se conseguirem.

- Entendido.

Erwin os cumprimentou com a cabeça e saiu porta afora, deixando-o na sala num esforço genuíno para conter a vontade de sair pulando.

Mikasa estava transformando-o em uma pessoa ardilosa e sem escrúpulos. E pagaria por isso durante essa semana, ah se pagaria.

Se dirigiu à saída quando Hanji lhe agarrou o braço. Virou sem entender, para encontrar um sorriso tresloucado.

- Me deve uma, Levi.

Sentiu um arrepio percorrer a espinha, uma sensação muito eminente de perigo. Ela sabia, afinal. Confiava nela quase como em si mesmo; ainda sim, era a perturbada e inconsequente da Hanji.

Qualquer coisa que ela exigisse pelo, agora sabia, favor prestado, provavelmente o deixaria muito, muito fodido.

O assustador, era que simplesmente não conseguia se importar. Se fosse o preço para ter Mikasa uma semana inteira, pagaria com gosto.

- Pode cobrar.

Ela fez cara de espanto. Jamais imaginou uma resposta tão cordata. Entretanto, o mais esquisito era o fato de que o militar estava feliz.

- Você está sorrindo?!!

Antes que ela pudesse confirmar, ele deu as costas e saiu apressado pelo corredor.

Tinha algumas providências a tomar.

---

Mikasa leu e releu diversas vezes o memorando.

Foi destacada para uma missão secreta e deveria partir logo ao amanhecer; isso atrapalharia seus planos, mas talvez fosse até melhor.

Apesar de ainda queimar de vontade, sentia cada vez mais medo de se aproximar dele, principalmente agora que sabia com clareza a natureza dos seus sentimentos.

Mesmo assim, foi impossível controlar o desapontamento quando a noite caiu e ele não a procurou.

Foi até a biblioteca; talvez ele tivesse a mesma ideia do dia anterior. Esperou o máximo que pôde, mas ele simplesmente não apareceu. Dormiu encostada na parede de um dos corredores, acreditando até o último minuto que ele viria.

---

Quando acordou, o dia quase raiava. Mais um pouco, e perderia hora.

Saiu apressada e em pouco tempo estava pronta para partir. A viagem era relativamente curta; demoraria algumas horas a cavalo, e deveria chegar pouco depois da hora do almoço no local especificado.

A natureza de sua missão não foi revelada, mas foi solicitada pelo próprio Erwin, que lhe pediu sigilo absoluto do assunto a ser tratado quando retornasse.

Uma viagem que veio em boa hora, já que ficar longe do capitão era justamente o que precisava no momento.

Boa parte do caminho tinha sido vencido, e já era possível avistar ao longe a forma do castelo que tinha como destino. Mais algumas horas e finalmente chegaria.

Agradecia por isso; viagens a cavalo não eram necessariamente confortáveis, e o dia quente e claro só tornava a experiência menos cativante.

Contudo, até com todos esses problemas a paisagem realmente era algo a se apreciar, e tanto, que até esqueceu do senhor dos seus pensamentos, focada na vegetação exuberante, na sensação do vento batendo no rosto e na sensação de liberdade.

Pouco tempo depois, chegou. Apeou do cavalo e se dirigiu ao estábulo para tratar o animal e permitir que ele repousasse. Então, se dirigiria ao interior do castelo e falaria com o oficial responsável por detalhar suas tarefas.

Mal tinha terminado de deixar o cavalo, ouviu alguém se aproximando. Virou-se para encontrar Levi parado a poucos passos dela, as mãos no bolso e a expressão enigmática de costume.

- Parecia que você nunca ia chegar.

Como sempre, tranquilo e sucinto.

- Você... é o meu parceiro na missão?!

- Sou.

A ideia parecia não fazer sentido. Se era assim, porque ele havia partido antes, e não com ela? Poderia simplesmente ter dito.

Mesmo assim, Erwin lhe confiara uma tarefa e a cumpriria com a costumeira excelência, sem deixar que os recém descobertos sentimentos pelo capitão atrapalhassem seu foco.

- E qual é a missão?

Ele se aproximou dela, até ficar próximo o suficiente para que sentisse sua respiração. Arrumou os fios de cabelo que o vento insistia em bagunçar, acariciando sua face, e a morena ficou estática, sem saber como reagir, ainda mais quando ele explicou.

- Sua missão, Mikasa, é passar essa semana comigo.


Notas Finais


Putaria amanhã, putaria sempre, mas não teve putaria hoje.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...