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História As coisas mudam - Caminhos Cruzados


Escrita por: Nick_Casth

Capítulo 11 - Caminhos Cruzados


Fanfic / Fanfiction As coisas mudam - Caminhos Cruzados

--- "Marina! Desça aqui filha!"

--- "Sim senhora."

--- "Bem, essa é minha filha."

--- "Oh, que linda jovem graciosa! Quantos anos tem minha querida?" - disse o homem pegando a mão de Marina

--- "Eu... tenho 15."

--- "Mas não é uma graça? Garanto que ela vai se empenhar bastante."

--- "Me empenhar no que?"

--- "Oh, que descuido o meu querida! Eu lhe inscrevi em aulas de etiqueta, vai ser bom para você. O que me diz?"

--- "Não!" - respondeu a menina, puxando a mão e se afastando

--- "Marina! Com licença, eu preciso falar com a minha filha."

Alice sobe as escadas e bate na porta do quarto da filha. Sem resposta, ele abre a porta.

--- "Marina? O que foi aquilo filha?"

--- "Pare de me arranjar hobbies sem me perguntar antes!"

--- "Não é um hobbi Marina! São aulas de etiqueta! Toda garota deveria fazer!"

--- "Não sou 'toda garota' mamãe!"

--- "O que táh acontecendo filha?"

--- "Eu não tenho tempo pra minha vida! Eu não vejo minhas amigas, não saio pra me divertir, estou há dias sem ver o Franja, não tenho tempo pra terminar o quadro que comecei há duas semanas! Estou cansada!"

--- "Mas você vê seus amigos na escola, se diverte nas aulas de música e no ballet Marina!"

--- "Eu odeio ballet mãe! Eu odeio tocar violino! Eu detesto essas coisas! Essa não sou eu mamãe, é você!"

--- "Mas filha, eu só estou fazendo por você oque eu não tive a oportunidade de ter!"

--- "Eu não quero ser você! Eu quero ser como você foi! Eu quero ser simples! Quero estudar e sair com minhas amigas depois da escola. Ir ao shopping e jogar vôlei. Quero desenhar e ver o Franja todo dia! Eu quero a minha vida!"

--- "Eu sabia! Isso só pode ser influencia desses seus amigos Marina! Estou fazendo o melhor pra você! Estou fazendo o certo!"

--- "Se quer fazer o certo, me deixa viver a minha vida! É minha vida, não sua!"

--- "Você é minha filha! Vou ti dar uma vida melhor que a minha!"

--- "Eu não tô nem aí se sua vida foi uma droga! A minha vai ser pior se eu ti ouvir!"

--- "Olha como fala garota, eu ainda sou sua mãe e posso ti proibir de sair desta casa!"

--- "EU TI ODEIO!"

--- "Marina, oque vc quer de mim?"

--- "Eu quero ser livre!!!"

--- "Eu não te conheço mais você filha. Se arrume, a aula de violino é em meia hora."

Alice sai e fecha a porta. "Será que estou fazendo a coisa certa?", pensa ela enquanto desce as escadas. Marina abre a janela, joga um tipo de corda pela janela e desce até o jardim. Abre o portão, pega a bicicleta e some no fim da rua.

..............................................................

--- "Quem era aquele garoto Carmem?"

--- "Era só um amigo mãe!"

--- "Amigos não se beijam! Não minta pra mim Carmem, eu vi vocês juntos e vi as mensagens no seu celular. Você gosta daquele rapaz?"

--- "Eu não vou ti dizer nada sobre um assunto que eu não sei!"

--- "Filha, sente-se aqui. - diz ela se sentando no sofá de couro - Quando eu tinha sua idade eu me apaixonei por um rapaz de raça diferente. Meus pais eram contra e eu estava determinada à fugir com o meu amor. E eu fugi. Coisas ruins aconteceram. Ele me abandonou, sozinha, sem dinheiro ou comida na beira de um estrada. Disse que ia achar um lugar pra dormirmos mas... ele nunca mais voltou daquela loja. Meus pais me acharam e me trouxeram de volta."

--- "E depois?"

--- "Depois eu recebi uma carta..."

--- "Carta mãe? Nossa, você é velha!"

--- "Não me interrompa garota! E velha é sua tia! Voltando: a carta era dele e nela ele dizia que me encontraria para contar tudo. Eu esperei, esperei e esperei, mas ele nunca veio. Por fim, eu me casei com seu pai e as coisas melhoraram. Eu tive uma boa vida e, graças à ele, eu tive você. Ás vezes os pais sabem o que fazem e, ás vezes, entendem também."

--- "Nossa... mas o Jerê é diferente!"

--- "Ahá! Jerê? Bom, pensei que nem conhecece ele!"

--- "Mas mãe..."

--- "Você gosta mesmo deste rapaz? Tem certeza disso?"

--- "Eu o amo mamãe!"

--- "Então eu não tenho outra escolha."

--- "Obrig..."

--- "Você não irá mais vê-lo!"

--- "O QUE???"

--- "Você vai ora escola e volta pra casa. Vou colocar pessoas para ti vigiar. Sem celular, sem internet! Considere-se de castigo por tempo indeterminado!"

--- "Mas... isso não é justo! Não pode me culpar por me apaixonar!"

--- "Não me interessa o quanto acha que sou um monstro Carmem! Ás vezes os pais precisam fazer certas coisas extremas para o bem de seus filhos! Não vai se envolver com esse garoto!"

--- "Mas eu o amo! Assim como você amava o... espera! Você mentiu pra mim? Inventou tudo aquilo para que eu lhe contasse sobre o Jerê? Mãe, você me usou?"

--- "Essa é uma das coisas que temos que fazer por nossos filhos!"

--- "VOCÊ É UM MONSTRO!"

--- "Não fale assim Carmem!"

--- "Eu falo como quero! Você não manda mais em mim! É a minha vida!"

--- "Eu só faço isso pro seu bem!"

--- "Eu ti odeio!!!"

A mãe de Carmem se irritou, dando um fote tapa no rosto da filha. A menina a olhou por um momente e virou as costas, correndo para dentro da enorme mansão. Carmem conhecia um caminho para fora da mansão, passando pela biblioteca. Era um lugar onde a mãe não a veria passando. Ela passou pelos corredores, pulou a janela saiu pelo jardim. Pegou sua bicicleta e correu pelas ruas.

--- "Não acredito que ela fez isso! E ela está com meu celular. Preciso encontrar o Jeremias. Preciso falar com ele."

Carmem subiu pelas ruas e chegou ao pé de uma escada. Prendeu sua bicicleta em um poste e começou a subir o morro. Estava escurecendo e ele nunca havia sequer passado por ali. A menina passou por vários becos e escadas, procurando a casa que Jeremias lhe mostrara nas fotos. Estava escuro e ela estava começando a ficar com medo. Olhava em volta, algumas meninas a olhavam de rabo de olho e alguns caras mal encarados a olhavam de cima em baixo. A realidade é que ela era uma garota estranha na região e, por mais que odiasse adimitir, era uma patricinha na favela. E seus longos cabelos loiros, olhos azuis e suas roupas caras a deixavam ainda mais com cara de esnobe. Quando notou as pessoas a rodeando e seguindo ela começou a correr e entrar em vários becos diferentes. De repente ela estava sozinha em um beco quase no meio do mato, afastado do resto da favela e se deparou com uma cena horrível: havia um rapaz ajoelhado, com sangue no rosto e olhos inchados, três homens estavam em volta dele e um quarto rapaz estava encostado na parede segurando um revólver apontado para o garoto ajoelhado. Assustada ela gritou. Todos voltaram sua atenção para ela e os homens apontaram seus revólveres para ela.

--- "Por favor, não atirem!" - gritou ela

--- "Carmem??!!" - disse o rapaz que estava encostado na parede

--- "Jeremias?"

--- "O-oque táh fazendo aqui menina?"

--- "Eu..."

--- "aí cara, é pra meter bala na mina ou não?"

--- "Ficou maluco mermão?! Essa guria é minha namorada! Não encosta na mina!"

--- "Ei, o cara vai fugir!"

--- "Vai atrás do muleque, eu resolvo com ela! Vai, vai rápido!" - gritou Jeremias com os outros, que correram atrás do rapaz que havia saído correndo

--- "Oque faz aqui Carmem?"

--- "Oque você faz aqui? Aliás, quem é você?"

--- "Eu... posso explicar Carmem!"

--- "Pode! Mas eu não quero ouvir. Adeus!"

Carmem virou as costas ignorando as inúmeras vezes que o rapaz a gritou. Ela saiu, passando por várias ruas sem nem mesmo se importar com nada. Seu mundo estava muito abalado naquele momento. Ela ia passando quando alguém a puxou pelos cabelos e a jogou contra o muro.

--- "E aí mina, o que alguém como você faz aqui na quebrada hein?" - disse um cara com cheiro de cigarro, a segurando pela camisa

--- "E-e-eu só estava indo pra casa, não quero encrenca!"

--- "Aí mano, a putiane é patricinha!" - falou uma menina com longos cabelos negros, short jeans e camiseta

--- "Eu não sou patricinha!"

--- "Cala a boca vadia!" - disse um outra menina de cabelos vermelhos

--- "E isso aí, táh achando o que vaca? Tu vem bolerar aqui e acha que táh de boas?"

--- "É o seguinte cachorra, tu até que é gostosa, mas minha irmã quer uma palavra contigo, então vou deixar vcs resolverem, depois decido o que fazer contigo!" - falou o cara

--- "P-p-por favor, me deixa ir!"

--- "Aí gaguinha, eu tô ti flagando aqui a um tempão. Tu passou aqui rebolando, jogando seu cabelo na cara da gente e abafando se achando gostosa. Vou abaixar sua bola mina porque gostosa aqui sou só eu! Eu vou cortar esse teu cabelo amarelo e fazer um MegaHair pra mim!"

--- "HEY! TIRA SUA PATA NOJENTA DA MINHA NAMO SUA VADIA!" - gritou Jeremias com uma arma na mão

As meninas e o cara correram, largando Carmem e Jeremias sozinhos.

--- "Táh tudo bem? Ti machucaram?"

--- "Isso não muda nada! Você é um bandido!"

--- "Eu posso explicar! Olha, estamos junto há meses, você acha mesmo que sou um bandido?"

--- "No momento eu não acho nada, eu só quero um tempo sozinha, pra pensar."

--- "Eu entendo. Eu ti dou um mês e então ti procuro. Mas sempre vou estar aqui quando chamar. Mas, por favor, não suba aqui sozinha de novo. Nunca me perdoaria se algo de ruim acontecesse com você princesa."

Jeremias levou Carmem até a bicicleta. Ambos em silêncio. Ele a levou e a viu sumir no fim da rua, deixando um lágrima escorrer pelo rosto.

--- "Adeus dama."

--- "Adeus vagabundo." - disse Carmem já longe da favela

..............................................................

--- "Onde vou agora? Oque eu faço? O Franja não está em casa nem no museu. Não tenho ninguém, estou sozinha. Como eu queria voltar a ser criança. Era tão fácil!"

Marina havia passado o dia andando de bicicleta e resolveu ir até o parque. Estava escuro e começava a chover forte.

--- "Ótimo! E agora?"

Sem prestar atenção por onde andava, Marina bateu de frente com alguma coisa e caiu da bicicleta, ralando os joelhos.

--- "Droga! Olha por onde anda!"

--- "Você que não presta atenção garota!"

--- "Carmem?"

--- "Marina?"

--- "O que faz aqui? - disse as duas ao mesmo tempo

--- "Eu tive um dia péssimo! - responderam também ao mesmo tempo

Hahahahahahahahaha

Ambas riram da coincidência e se sentaram em baixo de uma árvore. Contaram sobre seus dias e até que se entenderam.

--- ... ás vezes parece que todos sumiram." - disse Marina

--- E que estamos sozinhas nessa coisa louca que se chama vida!" - respondeu Carmem

--- "E, ás vezes é tão difícil que parece que..." - disse Marina

--- A vida não vale a pena!" - disseram as duas ao mesmo tempo

--- "Sabe Carmem, nunca pensei que conversaria assim com você."

--- "É, nem eu."

--- "Eu posso ti mostrar algo?"

--- "Sim."

--- "Olha!"

--- "Ual! Oque foi isso garota? Oque..."

--- "Esquece! Eu sei o que você acha."

--- "Acho que és um anjo! Mas vc vai entender sozinha. Eu sei como é."

A chuva aumentou e ambas se deitaram na grama, sentindo a chuva cair sobre elas como se estivessem lavando as próprias almas. De repente, alguém se junta à elas.

--- "Eu gosto de chuva, mas não nesse nível."

--- "Dc?"

--- "Eu sei como é bom lavar a mente na chuva, mas pegar um resfriado é ruim. Venham, vamos lá em casa para vocês se secarem."

--- "Acha que vamos com você pra sua casa, seu safado?"

--- "Háhá! Nada haver, como amigos! Meus pais não estão, mas o Nimbus, a Ramona e a Isa estão lá. Podem vir se quiserem."

--- "Okay, mas só pra ver que não sou uma patty."

--- "Tudo bem!"

Elas se levantaram, pegaram as bicicletas e seguiram Do Contra até sua casa que não estava muito longe.

Apesar de se conhecerem à muitos anos, ambas sentiam que aquele era o início de uma grande amizade.


Notas Finais


Gente, muito obrigada a quem está acompanhando, curtindo e comentando. Valeu mesmo!
Desculpem pelo tempão que fiquei sem postar, mas foram por motivos pessoais e por falta de tempo também.
Mas vou voltar a postar e terminar a fic.

Obs: Não sei o que houve, mas quando entrei na fic ela estava marcando que estava terminada, mas não está! Ainda faltam MUITOS capítulos! Continuem lendo e valeu! Beijos!


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