POV JUSTIN BIEBER
-Vamos falar de coisa boa –Olívia disse –Já escolheram o nome do little baby?
-Ainda não –eu respondi – A V não gosta dos nomes que sugiro
-Eu nem sei quais você sugeriu mas concordo com ela –Olívia disse simples –Você não tem senso algum
-Ele realmente não tem senso –Valerie disse concordando –Ele não leva em consideração os sobrenomes
-Não brinca? –Oliver se pronunciou –Qualquer nome combina com Bieber
-Mas vai ter o Bullock –ela disse rápido –É muito B
Normalmente a criança só herdava o nome do pai e tinha um nome no meio. Como o meu, Justin Drew Bieber, mas já tínhamos conversado sobre isso e decidimos que teria os nossos dois sobrenomes sem nenhum nome do meio como o da Valerie
-Você não está sendo justa, V –eu disse me defendendo –Eu não sabia que ia colocar o nome da sua mãe
Os nomes que eu escolhia era propositalmente feios por fazer parte do meu plano, porém, eu realmente não sabia que ela iria colocar o sobrenome da mãe
Ela nem se quer usava o sobrenome no próprio nome
Eu andei pesquisando e vi alguns trabalhos cinematográficos da Valerie na adolescência e naquela época ela usava o sobrenome da mãe. Usou seu sobrenome até mesmo nos trabalhos como modelo, porém, quando ela começou a ir para trás das câmeras passou a usar o sobrenome do pai
Assim que Valerie abriu a boca para se pronunciar a Olívia colocou o copo na mesa um pouco mais forte do que o normal e então encarou o Oliver
Oliver no mesmo minuto arregalou os olhos e então os dois olharam para a Valerie
-Eu sabia, eu sabia! –Olívia disse olhando para a Valerie e depois para Oliver –Eu não disse para você? Não disse, Ollie?
-Você disse! –ele disse na mesma empolgação –Sabíamos que já tínhamos a visto
-Você não fez aquele filme da adolescente que namorava aquele garoto que hoje em dia já tá casado? –Olívia dizia rápido enquanto estralava os dedos tentando lembrar o nome –Eu amava aquele filme
Valerie colocou a mão na testa e então riu de nervoso. Ela olhou para mim e negou com a cabeça, logo se entregando a situação e gargalhando
A gargalhada que me fazia sorrir feito idiota
-A mãe dela é a Sandra, Olívia –Oliver disse e ela abriu a boca chocada –Daquele filme que ela vai ser deportada e se casa com o assistente
-Demais! Simplesmente demais –Olívia disse olhando para a Valerie –Você é demais
-Mamãe é demais –Valerie disse –Eu segui a maré
Mamãe. Ela falando mamãe era uma das coisas mais fofas que ela fazia
Eu ri e apertei seu rosto enquanto dava em selinho em seus lábios e murmurava um “mamãe”
Ah, qual é? Eu realmente era muito idiota por ela
Um bobo apaixonado
Os garçons encheram nossas taças de vinho e colocou um novo prato em nossa frente. Era algo de macarrão com molho e plantas enfeitando
Eu já deveria ter aprendido o nome dos pratos, pois, fui criado nesses eventos comendo sempre as mesmas comidas chiques. Porém, eu não fazia a menor questão de saber do que se tratava
Valerie recusou o vinho e então pediu uma água que veio na melhor taça d’água que eu já havia visto
POV VALERIE VANCE
-Você era boa –Oliver disse enquanto comia –Por que desistiu?
-Não era muito minha praia –eu disse bebendo a água –Decidi me afastar
Atuar não era o meu forte. Na época eu estava tentando seguir o caminho da minha mãe, porém, nunca foi o que quis
Estar atrás das câmeras nunca foi uma opção, pois, eu ainda era vista e lembrada. Ainda tinha muitos comentários sobre isso no instagram e matérias sobre mim
Eu estava longe de ser uma pessoa famosa que sempre era perseguida por paparazzis, porém, sempre acabava passando em programas baratos de fofoca
Alguém que cresceu nesse mundo jamais sairá desse mundo. E, não era como se eu tivesse feito muito esforço para me esconder
Eu ainda estava nesse mundo. Antes de engravidar eu ainda tirava fotos para revistas e ainda era convidada para ser garota propaganda
Eu ainda modelava, fazia public-post no Instagram e tirava fotos de modelo. Eu tinha dado uma pausa por causa de tudo o que vinha acontecendo, porém, pretendia voltar assim que pudesse
E agora eu não passaria aperto, pois, eu não gastaria toda a minha grana festas e bebidas. Já tinha passado da hora de criar responsabilidade e uma poupança no banco
-Que isso? Não se afasta não –Olívia disse e eu ri –Vamos tirar foto, planejar viagens
-Visitar sua mãe –Oliver completou –Escolher o nome do bebê. Vamos todos sermos amigos
-Da sua mãe –Olívia disse rápido e eu gargalhei –Não que não queremos ser seus amigos, lógico que queremos, mas.... você entende né?
Durante todo o jantar ficamos ali naquele clima. Conversando, rindo e nos divertindo
Nem parecia que todos tínhamos problemas uns com os outros e que no começo da noite quase que assistimos uma mesa voar
No fim tudo saiu melhor do que eu esperava. Ali vendo-a empenhada em interagir comigo me fez perceber que toda aquela ideia que eu tinha ao seu respeito era totalmente precipitada
Olívia era uma garota simples, alegre e receptiva. Ela estava me tratando como se fôssemos da família e isso me deixa bem mais tranquila em relação a tudo
Eu via o jeito que o Justin se sentia bem ao lado dela. Eles implicavam um com o outro, brigavam e então se entendiam gargalhando da situação
Eles eram como eu e o Chaz. E, eu não gostaria de estar sendo afastada do meu melhor amigo sem perceber
Eu teria que parar de fazer isso. Teria que parar de prendê-lo ao meu lado
Após o jantar ficamos conversando até que a música fosse moderadamente aumentada e então Justin se levantasse e me convidasse para dançar
-Você sabe que não vou durar muito tempo, né? –perguntei enquanto andávamos até a pista de dança
-Eu te carrego no colo até a cama –ele disse baixo –E te faço massagem até que durma
Ele colocou a mão na minha cintura e a outra levou uma de minhas mãos até seu ombro
-Vou te cobrar a massagem –eu disse rindo
-Não vai precisar –ele disse sorrindo –Você sabe que sou um cavalheiro
Eu gargalhei e então ele nos separou para me girar, logo trazendo meu corpo de costas para o seu
-Cavalheiro? –perguntei rindo enquanto ele me movia no ritmo da música
-Não vai negar que sou aqueles príncipes do conto de fadas, né? –ele sussurrou no meu ouvido –Se precisar eu ando de cavalo branco por aí
-Você está muito confiante –eu disse –O que colocaram na sua bebida?
Ele me girou novamente e então me trouxe de volta na posição normal. Ele me olhou com os olhos brilhando e então sorriu me fazendo sorrir também
-Put your head on my shoulder (Coloque sua cabeça no meu ombro) –ele cantarolou –Hold me in your arms, baby (Me segure em seus braços, baby)
Eu ri e senti todo o meu corpo se arrepiar enquanto ele cantarolava a letra da música sorrindo e me olhando no fundo dos olhos
Squeeze me oh so tight,show me,
(Aperte-me bem forte, mostre-me)
That you love me, too.
(Que você me ama também)
Put your lips next to mine, dear,
(Coloque seus lábios próximo aos meus, querida)
Won't you kiss me once, baby,
(Você não me beijaria um vez, amor)
Eu jamais havia reparado que ele cantava feito um anjo. Sua voz suave me deixava em total êxtase e seu olhar ao mesmo tempo que me trazia de volta à Terra me levava de uma só vez a imensidão de seu interior
Sua mão entrelaçada a minha me guiava em passos lentos pela pista de dança enquanto eu só conseguia prestar atenção em seu olhar seguido de sua voz
Just a kiss goodnight, maybe,
(Só um beijo de boa noite, talvez)
You and I will fall in love.
(Talvez você e eu nos apaixonaremos)
Ele me girou outra vez e me trouxe de volta de costas. Ele sussurrou a música em meu ouvido e então novamente me virou de frente para si
Put your head on my shoulder,
(Coloque sua cabeça em meu ombro)
Whisper in my ear, baby,
(Sussure em meu ouvido, amor
Words I want to hear, tell me,
(Palavras que eu quero ouvir, conte-me)
Tell me that you love me, too.
(Conte-me me que me ama também)
Ele me tinha complemente em suas mãos e talvez ele nem se quer percebesse isso
Ou, talvez ele já tivesse percebido. Talvez ele já estivesse usando isso ao seu favor
Talvez ele já soubesse que toda a minha resistência em me apegar tinha ido por água abaixo após a primeira semana
Talvez ele já soubesse que eu me encontrava perdida em seus olhos e guiada por sua doce voz
-Você canta tão bem –eu disse baixo
Ele sorriu abertamente então me deu um selinho. Nós dançamos mais duas músicas animadas até que meu corpo começasse a reclamar e então fôssemos obrigados a nos sentar
-Aqui, aqui, aqui –Justin me repreendeu enquanto me puxava para seu colo
-Justin, eles vão falar –eu disse tentando recusar
-Deixem que falem –ele disse dando de ombros –Ninguém tem nada haver com nossas vidas
Eu revirei os olhos e ri pelo nariz enquanto me dava por vencida
Eu e Justin ficamos ali naquela posição rindo de tudo e de todos por um longo tempo
Estávamos rindo dos vestidos, dos chapeis, das danças, das crianças emburradas e de todo o resto. Justin estava levemente embriagado e eu, bem... eu estava de bom humor apesar da dor
-Bebê, eu espero que você nasça tacando o terror –Justin disse mais perto da minha barriga –Que puxe a toalha de mesa e corra esbarrando em todos nesse salão
-Não fale isso –eu o repreendi rindo –Vão achar que não o educamos
-Mas vamos educa-lo –ele disse sendo óbvio –Educa-lo para perturbar todo mundo
Eu o olhei e ele concordou com a cabeça mostrando que era exatamente isso que ele estava querendo
-E como ele é filho do chefe todos vão sorrir e fingir que estão gostando –Justin disse animado –Oh, eu vou me divertir tanto assistindo isso
Eu gargalhei de sua empolgação e ele riu também. Segundos depois o Jeremy se aproximou, perguntou se poderia conversar com o Justin e ele o acompanhou mesmo contra sua vontade
POV JUSTIN BIEBER
-O que é tão urgente? –perguntei impaciente –Não podia me deixar ter o resto da noite tranquila?
Eu o acompanhei até uma sala mais reservada. Ainda era ali, dava para vermos tudo e sermos vistos, porém, não dávamos para sermos ouvidos
A sala era inteiramente de vidro e tinha uma grande mesa de reunião que também estava enfeitada no tema do evento
-Não vim aborrecê-lo, filho –ele disse calmo –Eu vim te parabenizar pelo sucesso do projeto
Eu o olhei totalmente assustado levantando minha sobrancelha e esperando a bomba que ele jogaria encima de mim
Eu nem me lembrava qual havia sido a última vez que ele tinha me chamado de filho
Também não me recordava qual tinha sido a última vez que me parabenizou
Eu tinha sido o responsável pela conclusão daquele projeto, porém, ele nem se quer tocou no meu nome durante seu discurso. Discurso do qual eu deveria ter feito, porém, ele tomou o meu lugar e recebeu toda a glória
As únicas vezes que me elogiou foi de sarcasmos para tirar onda com a minha cara e me envergonhar diante os outros
-Eu sei que eu pego no seu pé mas você aprendeu com excelência –ele disse enquanto nos sentávamos –Você é bom nisso
-Onde você quer chegar? –perguntei sério –Você nunca me elogia atoa
-Que você é bom nisso –ele disse gesticulando –Você não é bom naquilo
Ele apontou para Valerie que ria de algo que Oliver dizia
Eu nem estava acreditando que ele havia me chamado até aqui apenas para me criticar. E também não estava acreditando que Olivier tinha esperado eu sair para ir pra cima da Valerie
-É pra isso que me chamou? –perguntei me levantando –Você não tem direito de se meter na minha vida
-Tenho quando acho que é o melhor a se fazer –ele disse autoritário –Você não vai conseguir criar um bebê, Justin
-E como você sabe disso? –perguntei irritado –Você nem se quer me conhece
-Você é só um garoto imaturo sem a menor capacidade para se responsabilizar pela vida de alguém –ele disse sério –Olha o que aconteceu quando você resolveu se responsabilizar pela Jazmyn
-Era seu trabalho cuidar da Jazzy. Era o seu trabalho cuidar de nós dois –eu disse irritado –Eu era uma criança e fiz muito mais do que você!
-Você deveria ter nos alertado! –ele gritou
-Te alertado? –eu ri sarcástico –Pra você mandá-la para um internato por achar que é falta de disciplina? Pra você culpar a mamãe?
Eu tinha errado com ela. Eu tinha ajudado a destruir a minha própria e única irmã, porém, eu fiz isso tentando ajudar
Eu achava que era o certo a se fazer. Eu, diferente dele estava fazendo algo mesmo que não fosse a melhor coisa a se fazer
Eu estava tentando salvá-la sem que ele descobrisse e ajudasse a destruir nossa família
No fim isso também destruiu, porém, pelo menos a Jazzy sabe que eu jamais a abandonei
Diferente dele que desde o primeiro momento nos abandonou da forma mais cruel possível
Da forma que ele queria que eu fizesse com meu filho
-Eu não fui um bom pai e é por isso que sei do que estou falando –ele disse se controlando –Estou tentando te alertar
-Mas ele é o meu filho –eu disse alto apontando para Valerie –É o meu bebê que ela carrega
-Você está fadado a isso. A ser como eu!–ele disse alto –Não traumatize essa criança
-Eu não sou você –eu disse apontando o dedo para ele –Eu não vou me tornar você
Eu caminhei até a porta e no caminho derrubei duas cadeiras enquanto tentava extravasar toda a minha raiva antes de encontrar a Valerie
Eu não era ele. Eu não era parecido com ele
Eu jamais faria o que ele fez
Eu jamais criaria meu filho como ele criou os deles
Eu sabia disso, mas, no fundo eu estava apavorado de acabar me tornando ele. No fundo estava com medo de que sua influência sobre mim fosse maior do que eu pensava
Estava com medo de acabar traumatizando o meu filho e tornando sua vida um espelho da minha
Eu tinha medo de que o bebê e a Valerie tivesse uma vida melhor sem mim
-Largue-a, Justin –Jeremy disse assim que coloquei a mão na maçaneta –Eu posso dar um bom dinheiro pra que ela crie seu filho em outro lugar
Ele falava com calma e convicção. Ele já tinha planejado isso e tinha todos os detalhes necessários para por isso em prática
Por isso ele disse que ela era bem vinda em sua casa
Para que quando eu a abandonasse soubesse que teria para onde ir e então ele a ofereceria a melhor condição financeira para que ela se mudasse para o outro lado do mundo
Esse era o plano dele
-Você foi criado por um péssimo pai –ele disse –Não cometa o mesmo erro que eu cometi. Deixe-os ter uma vida melhor longe de você
Eu nem se quer virei para olhá-lo, eu apenas abri a porta e sai apressadamente dali. Antes que eu tivesse longe o suficiente ele disse um “pense nisso” como se não pensar fosse uma opção possível
Agora, tudo o que eu pensaria era nisso
Refletiria sobre a probabilidade de me tornar um péssimo pai e fizesse da vida do meu filho um fardo a ser carregado
Pensaria sobre o quão irresponsável e imaturo eu era. O quanto eu estava despreparado para criar uma criança
Nas aulas que o pré-natal oferecia eu era uma total aberração. Eu não sabia trocar fraldas e nem fazer mamadeira. Eu não tinha contato com bebês e não fazia a menor ideia do que fazer com eles
Eu nem se quer me lembro a última vez que peguei um recém nascido do colo. Para ser bem sincero, eu nem sei se um dia já peguei
O próximo recém nascido que eu visse seria o meu. O que eu teria que dar banho, trocar fraldas e fazer mamadeiras
A próxima criança que eu visse seria a minha. A que eu teria que ensinar o que era certo ou errado
Eu teria a responsabilidade de sua vida para sempre
E, eu já não sabia se o melhor a se fazer era participar da sua vida
-Valerie, levante –eu disse me aproximando –Vamos pra casa
Ela estranhou o meu tom de voz e a minha pressa, porém, se levantou e se despediu do Oliver
-Anda mais devagar –ela disse me repreendendo –O que seu pai falou?
Eu respirei fundo e diminui os passos, coloquei delicadamente minha mão em suas costas e então acompanhei seu ritmo
-O mesmo de sempre –omiti suspirando
-Não quer conversar? –perguntou calma
-Ele não disse nada que valha a pena conversar –eu disse –Fique tranquila
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