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História As cores do nosso amor - Naruhina - Eu estou aqui


Escrita por: _millesousaa

Capítulo 3 - Eu estou aqui


O almoço finalmente foi servido e todos praticamente avançaram na lasanha, até mesmo Naruto, que sentia o coração quentinho no peito, por ter abraçado Hinata duas vezes no mesmo dia. Portanto, o que ele mais tinha no momento, era fome. Pois ultimamente suas refeições eram mínimas. Entretanto, ninguém ousou questioná-lo, quando o garoto repetiu duas vezes o prato. Como Jiraiya temia que Naruto retornasse ao estado catatônico, onde ninguém conseguia alcançá-lo. Ele limitou-se a paparicá-lo muito, reforçando que, para a sobremesa, eles tinham preparado bombom na travessa. Claro que aquilo fora uma tática para seu protegido voltar a se alimentar com regularidade. Porque ele simplesmente amava aquela sobremesa e principalmente lasanha.

Shikamaru também adorava tudo aquilo e sentia muita falta de frequentar a casa do amigo e de ter Tsunade enchendo sua barriga a todo momento, com todo tipo de comida. Hinata, por sua vez, não ficou para trás, comeu que se fartou. Por fim, muito bem alimentados e razoavelmente moles por terem comido demais, agradeceram à Tsunade que tivera o maior trabalho para preparar tudo, já que Jiraiya mais atrapalhou do que ajudou.

Quando estavam se levantando para retornar à sala, Hinata se prontificou a lavar a louça. Tsunade protestou veementemente, dizendo que Shikamaru deveria lavar e Naruto enxugar, ou vice-versa. Contudo, Hinata estava irredutível; portanto, Shikamaru se mobilizou em enxugar a louça e Naruto a guardar, já que sabia onde os objetos ficavam no armário.

Assim, espiando da porta os três conversando e rindo, com Hinata espirrando água em Naruto e em Shikamaru, Jiraiya suspirou.

— Faz mais de mês que não o vejo assim, tão alegre. — ele afirmou à mulher que tanto amava.

— Eu sei, foi uma barra, nem acredito que Naruto está sorrindo e interagindo com a gente dessa forma. — Tsunade também sorria.

— Ele gosta dessa garota, amor. Mas e se Hinata não corresponder?

— Acha mesmo que ela não corresponde, meu bem? — Tsunade indicou os dois bem no momento em que Hinata passava o dedo lambuzado de espuma no nariz de Naruto. — Você é tão cego para o amor.

Jiraiya observou com mais atenção a cena se desdobrar diante de seus olhos e sorriu abertamente, talvez Hinata correspondesse aos sentimentos de Naruto, afinal. Pensando nisso, ficou mais tranquilo, seria mera questão de tempo até ter seu garoto alegre e hiperativo de volta.

Então Tsunade o envolveu pela cintura e deu um cheiro em seu cangote:

— Vamos subir, deixe os jovens se divertirem, com a gente aqui, podem ficar acanhados.

— Com Shikamaru segurando vela? — Jiraiya devolveu.

Porém, nesse momento, o amigo de Naruto saia de mansinho, pois já havia terminado sua parte, deixando Naruto e Hinata a sós na cozinha. Ainda brincando e perturbando um ao outro. Shikamaru passou pelos mais velhos e levantou as mãos em sinal de rendição, como quem queria dizer: Já me toquei, não vou ficar empatando o lance. E ele rumou para o computador novamente.

Tsunade deu uma piscadinha para o garoto e puxou o namorado pela mão. Jiraiya e Tsunade namoravam há bastante tempo, mas como tinham temperamentos complicados, preferiam morar em casas separadas. Assim ficavam com saudades um do outro e isso também evitava que Jiraiya terminasse com um olho roxo. Desse modo, durante a semana, por diversas vezes ela dormia na casa em que ele morava com Naruto, mas sempre voltava para sua própria casa, quando começavam a brigar muito por qualquer que fosse o motivo. Da posse do controle remoto, a quem lavaria a louça depois do almoço. E assim eles seguiam, se amando e cuidando de Naruto. A relação dos dois funcionava muito bem nesse molde. Porquanto, aproveitando que Naruto estava em ótima companhia, ela decidiu dar privacidade aos adolescentes.

Enquanto isso, Shikamaru estava concentrado na corrida, quase em primeiro lugar, quando sentiu um safanão no cocuruto e se desconcentrou, perdendo posição.

— Eu estava quase em primeiro! — resmungou para um Naruto que apenas sorria de seu desespero.

— Hinata quer jogar. — ouviu em resposta.

— Liga os outros controles aí. — Shikamaru, que já não tinha chances de recuperar a posição, só apertou restart e deu espaço aos outros.

Os dois se posicionaram, Hinata escolheu seu preferido no jogo, Toad. Shikamaru escolheu Mario e Naruto, a princesa.

— Eu gosto de correr com ela. — explicou, vendo que Hinata segurava o riso.

— Ah, então bota pra quebrar. — ela brincou.

— Não se descuida Hinata. Naruto é um apelão com a princesa peach, vive jogando bomba na pista. — Shikamaru alertou.

— Bom saber, Naruto. — Hinata deu o play, pois estava com o primeiro controle do jogo.

— Vou pegar leve contigo, Hinata. — Naruto deu uma piscadinha para ela, que sorriu.

— Pode vir com tudo. — Hinata respondeu e começaram a jogar.

Vinte minutos depois, Naruto e Shikamaru estavam estarrecidos. Hinata chegava em primeiro lugar em todas as corridas e se gabava pelos dois não conseguirem ultrapassá-la.

— Mano, quem te ensinou a ser assim? — Naruto sorria, apesar de ter perdido todas.

Ele conseguia chegar no máximo em quarto lugar, pois Hinata atrapalhava demais sua corrida propositalmente. Já Shikamaru não ficava nem entre os dez primeiros colocados, sempre caia da pista e tinha que recomeçar do zero.

— Você me subestimou! — ela sorria, vitoriosa. — Cansei de ganhar de perdedores, por que não vemos um filme?

Shikamaru sentiu que era sua deixa para ir embora, já tinha visto Naruto, se certificado que ele estava razoavelmente bem; pelo menos agora, e uma voz em seu interior gritava: É hora de dar tchau, é hora de dar tchau.

Ouvindo-a, ele se espreguiçou e disse:

— Preciso ir, algumas tias minhas virão para minha casa e minha mãe me esfola vivo se eu não estiver lá. — Shikamaru explicou, não era totalmente uma verdade, mas também não era mentira. — Você pode ficar, Hinata. Amanhã a gente se vê?

Hinata ponderou por um momento, queria muito ficar com Naruto, estava tão gostoso na companhia dele. Só que ela morava um pouco distante e não podia ir embora sozinha. No entanto, como se Naruto percebesse a dúvida pairando sobre sua cabeça, ele se adiantou:

— Se quiser ficar, meu padrinho e eu podemos levá-la em casa mais tarde. — Naruto engoliu seco, torcendo para Hinata aceitar.

Temia ficar sozinho e ser assolado pelos pensamentos tristes que o acompanhavam a todo momento. As últimas horas haviam sido tão prazerosas, ele só não queria que acabasse, não tão rápido. Não agora que ele e Hinata estavam se dando tão bem.

— Hã, não quero atrapalhar, Naruto. — ela disse, por fim, mas no fundo queria mais do que tudo continuar ali e ver um filme com o garoto que a olhava com um misto de admiração e timidez.

— Não atrapalharia. — ele reforçou, em um tom quase suplicante.

— Então eu fico!

Naruto quase deu um pulo de felicidade, mas se conteve e apenas esboçou um sorriso gigante, de estreitar os olhos.

— Bom, então vou indo. — Shikamaru disse, feliz por fazer uma boa ação. — Vê se olha as mensagens do celular, já te mandei dezenas! – ele retribuiu o safanão que levou na cabeça.

— Vou olhar cabeça de abacaxi. — Naruto sorriu, alisando o cocuruto, na sequência o abraçou. – Obrigado por não ter desistido de mim, meu amigo.

— Eu jamais faria isso, você sabe. — Shikamaru afirmou baixinho, apenas para Naruto escutar.

Portanto, após se despedirem de Shikamaru, os dois sentaram-se no sofá, ligando a tela plana da sala.

— O que quer assistir? — Naruto questionou, aproximando-se sorrateiramente de Hinata.

Iria aproveitar a oportunidade, não era um cinema, mas era como se fosse, não é mesmo? E melhor, estavam sozinhos, já que seus padrinhos não desceram mais desde o almoço. Contudo, o tempo estava começando a esfriar e Hinata vestia uma blusa de alcinha, demonstrando o quanto estava com frio, graças a pele arrepiada. Naruto, logo após perceber, ligou o aquecedor da casa e pediu um segundo. Voltando minutos depois, com um moletom azul claro da GAP, que não servia mais nele.

— Não precisava se incomodar. — ela disse, mas sorriu pela percepção de Naruto.

— Se não aceitar eu vou ficar chateado.

— Tudo bem então.

Hinata vestiu o moletom que tinha o cheiro dele, por sinal, sentindo-se bem mais aquecida e depois de muito debaterem, escolheram Como treinar seu dragão 3. Meia hora depois, no entanto, os dois estavam ainda mais próximos, ambos com os pés encolhidos em cima do sofá, embaixo da manta quentinha que Naruto buscara uns quinze minutos antes.

Naruto e Hinata conversavam e riam e por muitas vezes se tocavam singelamente. Porém, em dado momento, quando o final do filme se aproximava, ela começou a notar um desconforto aparente em Naruto, que parecia fazer um esforço tremendo para conter as próprias emoções.

Até que sua caiu ficha, ele não estava deprimido daquela forma, só pelo iminente desfecho do filme e sim porque tal filme era um gatilho. Ela quase se amaldiçoou mentalmente por não ter se tocado antes e escolhido outro. Hinata suspirou longamente e disse de um jeito amoroso:

— Pode pôr para fora, Naruto.

Isso foi o estopim, o garoto começou a chorar copiosamente, de soluçar, um choro doido, tanto que Hinata entrou em desespero, não sabia o que fazer ou como consolá-lo. Pois, tinha certeza, aquele choro vinha da alma e não era pelo filme em si, era somente pela perda dos pais. Consequentemente, ela aproximou-se ainda mais e ouviu sua voz entrecortada pelo choro:

— Eles terão que se afastar dos dragões? Isso é tão injusto!

Hinata, por sinal, teve a iniciativa de tocar o rosto de Naruto molhado pelas lágrimas.

— Deita aqui. — ela pediu, envolvendo-o pelos ombros.

Ele prontamente obedeceu, retirando o boné e expondo os cabelos loiros, antes escondidos.

Aconchegando-se no colo quentinho de Hinata, que passou a acariciar seus cabelos, enquanto falava baixinho: Vai passar, Naruto. Eu estou aqui.

— Por que eles tiveram que partir tão cedo, Hinata? Eu não aguento mais essa dor...  Só faça parar, por favor... — sua voz quase não saia e Hinata sentiu-se miserável por ver um garoto antes tão alegre, chorando daquela forma. Sem que ela pudesse fazer nada para retirar ou ao menos amenizar sua dor.

E, por longos minutos, ele permaneceu chorando baixinho, encolhido no colo de Hinata.


Notas Finais


Muito obrigada a quem está acompanhando novamente ou pela primeira vez <3


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