História As decisões de Merelyin - Espectro: Quebra-Cabeça

O barulho da sirene incomodava meus ouvidos, na verdade tudo me incomoda. Quando você nasce assim, não sabe realmente o que fazer, só viver. Mas poucas pessoas fazem isso. 

 Já imaginou o'que poderia acontecer caso ela não se jogasse?! Na verdade, imaginar é bom, por isso evito a realidade, mesmo dizendo sempre a mais pura verdade, a sinceridade é simples e satisfatória. 

 Queria que a mamãe estivesse aqui para tapar meus olhos, evitando que eu veja a desgraça do mundo. Mas ela morreu, eu disse que estava tudo bem, não senti medo. Acho que já estava na hora. 

 Algo me chamou bastante atenção naquela hora, eu não estava com pressa para chegar em casa e também não me importo tanto em ver um cadáver de uma adolescente no meio da rua. Mas seus punhos cobertos de sangue me chamaram a atenção. Sou extremamente observador e tenho certeza de que já vi aquela tatuagem em algum lugar. Então eu fui para casa tentar me lembrar melhor, longe de toda aquela gritaria. Na verdade eu não tinha tanta paz assim, eu moro com a minha irmã que tem um trabalho um tanto diferente que exige muito da voz dela, e do corpo também. Mas nada que um Lo-fi com fones não resolva.

 Eu deveria ficar surpreso?! Alguns meses atrás eu vi essa mesma tatuagem na televisão, na verdade eu vi a reportagem por alguns segundos, acho que minha mãe achou que eu seria capaz de fazer uma coisa daquelas, não que eu não seja. 

Na hora do jantar, o cliente de Jully, minha irmã, já havia ido embora. Ela me chamou e nós dois sentamos na mesa, ela havia preparado o jantar um pouco antes de me chamar e a televisão estava ligada.

 - Você viu?! A menina daquele massacre que aconteceu na nossa antiga escola morreu. Não que você deveria lembrar dela, mas..

 Respondi com negação, eu estou no espectro, parece até que ela acha que tenho Alzheimer também. Bom, e foi aí que me lembrei onde vi a tatuagem. Foi um dos assuntos mais comentados naquele dia, principalmente o fato de que a tatuagem não estava somente nos pulsos dela... nos atiradores também.