História As herdeiras dos dragões - Brigas fora do normal

Astrid continuou vomitando o resto da noite, na maior parte das vezes o ruivo acordava depois dela e ia atrás da mesma.
— eu estou bem! É só um enjoo! — murmurava Astrid, ele sentado atrás dela e segurando seu cabelo, quase dormindo sentado, e sem ligar pelo que a loira dizia.

Na manhã seguinte ambos acabaram dormindo até tarde.
— vocês vão ficar aí o dia todo? — gritou Lynae da porta do quarto.
Soluço se levantou em um pulo enquanto a loira murmurava um "só mais um minutinho!", a loira continuou dormindo enquanto o marido se arrumava.
— milady! — ele se abaixo de frente pra ela na cama, ela abriu os olhos com certo esforço.— tenho que ir! Posso mandar uma das meninas pra academia no seu lugar?
— o que? Não! Eu vou! — disse a loira se sentando na cama.
— Astrid! Hey! — resmungou ele enquanto ela tirava a camisola branca, pra tocar de roupa.— Astrid! Não! 
— estou bem! — disse ela colocando uma cinta de couro, pra ajudar a batalhar.Ela colocou a blusa vermelha de costume.
— você passou a noite vomitando! — ele virou a loira pra si a encarando nos olhos.— descansa e se sentir melhor a tarde, vai pra academia! 
Ela suspirou, desviando o olhar pro chão. 
— ótimo! — ele beijou a testa dela.— não faça arte! — disse o ruivo saindo correndo. Astrid se deitou na cama mas não voltou a dormir depois de um tempo ela decidiu ir pro quarto das meninas.
— bom dia! — murmurou a loira entrando no quarto, ela teve que se abaixar pra não ser atingida pela adaga de Kristen.
— desculpa! — disse a ruiva, sendo fuzilada pelo olhar da mãe.
— como se sente mãe? — perguntou Lynae.
— estou melhor! Devo ter comido algo estragado! — murmurou Astrid se sentado ao lado de Kristen.
As três passaram alguns minutos em silêncio. Lynae estudando, Kristen brincando com uma faca e Astrid concentrada em fazer o enjoo parar.
— talvez eu e seu pai devêssemos ter falado com vocês sobre a carta ontem... — disse Astrid de repente.
Kristen levantou os olhos azuis pra mãe e Lynae parou de ler, mas sem se virar para loira sentada na cama de sua irmã.
— a verdade é.. — a loira suspirou — não sabemos o que dizer nem a nós mesmos! Quer dizer.. Outra filha?! Não é algo se se aceita do dia pra noite! 
—  eu não deveria entregar a carta? — perguntou Lynae.
— oh, não, querida! Fez a coisa certa nos contando! — Astrid sorriu com ternura pra Lynae, que retribuiu o sorriso com um suspiro.— mas é que... Nós não sabemos o que fazer! 
— que tal esquecer? Acredite em mim! Tudo que ela quer é nos matar agora! — murmurou Kristen.
— prefiro acreditar que há o melhor dentro dela filha.. Nós vamos tirá-la de la! Bem, por enquanto esse é o plano! — disse Astrid.
Kristen revirou os olhos e Lynae sorriu, mas antes de qualquer uma dizer alguma coisa, a loira se levantou.
— eu acho que.. — Astrid se levantou rápido demais.— vou pra acade... — a loira se sentiu leve e tonta, quando percebeu, tinha perdido a consciência.

— mãe? — chamou Lynae.
Astrid estava começando a voltar, sua visão embaçada e sua mente em branco.
— o que houve? — perguntou a loira, levando a mão a cabeça com a dor repentina.
— você desmaiou! — murmurou Lynae.
Astrid olhou em volta de lembrando que estava no quarto das filhas.
— cadê sua irmã? — perguntou a loira.
— chamar o papai? 
— o que?! Não! Por favor! Eu estou bem! — murmurou Astrid se sentado com dificuldade. 
Elas ouviram a porta bater, e em alguns segundos o ruivo estava na porta do quarto, ofegando.
— o que houve? — perguntou Soluço, olhando de uma loira a outra.
— mamãe tinha desmaiado! — disse Kristen atrás dele.
— estou bem! — disse Astrid, ficando irritada.
— Astrid, desde quando você não come? — perguntou o ruivo.
— eu não sei! Ontem de manhã? 
— você não comeu ontem de manhã! Só sentou na mesa e ficou olhando pra sua xícara de café! — disse Lynae.
— eu sei lá! Comi antes de irmos pra ilha dos caçadores! — murmurou ela.
— faz três dias! — gritou Soluço, surpreso e bravo.
— estou bem! — resmungou ela, com a cabeça entre as mãos.
— pelo amor dos deuses! O conselho tá me massacrando! Tem uma guerra a caminho e...
— pode cuidar dos seus problemas! — gritou ela, fazendo todos se assustarem no quarto.
Soluço socou a porta.
— meninas podem subistituir sua mãe na academia hoje? — perguntou ele. 
— não! — disse Astrid levantando a cabeça.
— Astrid! Preciso conversar com você! — ele olhou paras meninas.— vão pra academia!
— mas e o... — começou Lynae, mas foi puxada pela irmã.
— vamos pra academia, Lynae! — disse Kristen.
Soluço respirou fundo.
— o que esta havendo? 
— não está havendo nada! Só você sismando que não estou bem! — gritou ela.
— você acabou de desmaiar! — gritou o ruivo.— você está com enjoo e não está comendo!
Ela suspirou.
— tem algo a ver com a.. — a voz do ruivo falhou, eles não escolheriam Idum como um nome, mas eles não criaram a garota.
— eu não sei! Eu não sei o que está havendo comigo! Eu não sei se tive uma terceira filha, não sei o que está acontecendo com nosso casamento e eu não sei acima de tudo o que fazer! — gritou Astrid, as lágrimas brotando em seus olhos.
Soluço descruzou os braços e foi até ela,  a abraçando. Astrid nunca chorava, o que estava acontecendo com ela?!.
— está tudo bem! — sussurrou ele, fazendo-a enterrar a cabeça em seu ombro.
— eu sou a mãe delas! Eu deveria saber tudo sobre elas! — murmurou Astrid.— e não sei nem se a Lynae tem um namorado! Quer dizer ela beijou o Torresmo, e agora? — Soluço sorriu.
— isso não é algo que deve se preocupar! Elas são responsáveis! — disse ele.
— eu sou uma mãe horrível! — sussurrou ela.
— não é! — sussurrou ele.
Se passaram alguns minutos, ela parou de chorar.
— se sente melhor? — perguntou Soluço.
Ela assentiu, enquanto ele se afastava.
— vou preparar algo pra você comer! — sussurrou ele.
— não perca tempo comigo! Tem muita coisa pra fazer! E tem a... Idum, ainda vamos salvá-la? Tomamos essa decisão ontem! 
— primeiramente, Lynae e Kristen cuidaram de tudo sozinhas por mais de quatro semanas! Podem fazer isso de novo por um dia! E segundo, não vamos atrás da garota enquanto corrermos riscos de ser tudo uma armadilha! — disse o ruivo, indo pra porta do quarto. Ele sabia que os dois concordavam em discutir com mais cuidado o assunto.
— Soluço! — chamou a loira, ele se virou pra ela.— eu te amo! 
— eu te amo também,milady! — disse ele saindo do quarto.
Ela suspirou, seu peito subindo e descendo rapidamente, coração disparado e a vontade de chorar continua, ela odiava essa sensação. 
De repente o ruivo entrou no quarto de novo, ele foi até ela e a beijou, um beijo clamo, intenso e demorado.
— eu te amo! — sussurrou ele de novo, massageando as bochechas dela.
— eu te amo! — sussurrou ela com um pequeno sorriso e mordendo o lábio depois.
Eles ouviram alguém limpando a garganta na porta e se separaram rapidamente. Lynae estava corada.
— o que... Hãn.. O que você.. — começou Soluço, tirando um sorriso das duas loiras.
— eu vim te entregar isso.. — Lynae se aproximou de sua mesa e entregou a joia rosa, já montada pro pai, ele ficou surpreso, ela juntou todos os cacos em dois dias.
— descobriu algo sobre isso? — perguntou o ruivo.
— os dragões obedecem os comandos dela! — Lynae deu de ombros.
Os olhos de Astrid se arregalaram.
— espera! Está dizendo que isso pode ser usado pra escravizar os dragões? — perguntou Astrid.
— sim! E... — Lynae olhou pra Banguela.— quem controla o alfa controla a todos! 
— isso não é sobre quem tem mais dragões ou mais poder! É sobre se vão ser escravizados ou treinados! — concluiu Soluço.
— eu prefiro treinados! — murmurou Lynae.
— mas por que ainda não atacaram? — perguntou Astrid.
— querem que nós vamos até eles! — Soluço levantou o olhar de suas mãos.— querem que vamos atrás da Idum! 
— vamos? — perguntou Lynae, um pingo de esperança em sua voz.
— Viggo está nos enganando! — Soluço passou pela filha, indo até Banguela.— Idum não é nada além de uma atriz! 
Lynae franziu a testa, ela não podia acreditar que iriam mesmo abandonar aquela garota.
— mãe? — resmungou a loira.
— seu pai está certo! — disse Astrid, Lynae abriu a boca para protestar.— Lynae! Eu sei no que está pensando e sentindo! Mas já enfrentamos Viggo antes! Sabemos como ele joga! — a loira se levantou, se sentiu tonta mas ignorou o fato.— não tente nada! Está ouvindo?! 
Lynae revirou os olhos, suspirando.
***
— vamos salvar a Idum! — Torresmo erreu o alvo com a frase.
— o que? Nós dois? — perguntou o loiro.
— não! Eu e esse machado! — disse a loira, jogando o mesmo no alvo.
— Lynae, acabamos de voltar de lá! — disse Torresmo.— e votamos quase mortos! 
— mas...
— mas nada! Se seus pais não querem levar adiante o papo da "irmã perdida" não vamos levá-la a diante! — disse o loiro, pegando nos ombros dela e a virando pra ela.
— eu.. Ela.. — a loira simplesmente não podia formular um argumento, não queria abandonar Idum, mas todos concordavam que ela não precisava ser resgatada. Por fim ela desviou o olhar, suspirando.
Torresmo a beijou, mas eles se separaram ao ouvir passos. 
— eu sabia! — era a voz de Gosmento, aquele velho nojento e chato. Vô de Torresmo.
— não! — Torresmo se afastou da loira.— não!.
— vocês dois! — o velho se aproximou.— vão casar! 
— mas nós...— começou Lynae.
— cala a boca garota! Vão casar e ponto final! — gritou Gosmento.
A loira cerrou os pulsos, o fuzilando com o olhar.
— não é o que você pensa, Vô! — disse Torresmo, erguendo as palmas das mãos pra cima.
— Torresmo! Um dia você vai entender os Jordensons! Agora, vá se arrumar! — Gosmento levantou os braços animado.— o casamento vai ser nesta tarde.
Antes do casal protestar o velho já estava na porta da academia.
— o que vamos fazer? — perguntou Torresmo.
— pega-lo antes de chegar a sua família! — disse ela montando em Flecha.
Lynae mandou Flecha pegar o senhor e levá-lo pra cima. Gosmento gritou desesperadamente.
— desista do casamento! — gritou a loira.
— nunca! — gritou Gosmento.
— solta ele! — pediu a loira, dando dois tapinhas na cabeça dragão negro.
Antes do senhor gritar que se rendia ele foi pego no ar por um Pesadelo Monstruoso.
— AHÁ! — gritou o moreno.
Ela ficou chocada por um segundo antes de ir atrás dele. Antes da loira poder fazer mais alguma coisa, Gosmento foi pego pelo neto, que o colocou em terra firme.
— Torresmo! São as leis da família! Não pode lutar contra isso! — gritou Gosmento.
— Nós não queremos nos casar! Por favor Vô! — gritou o loiro, enquanto Lynae pousava ao lado dele.
O senhor encarou os dois, ambos com olhos esperançosos.
— olha, Gosmento, sabemos das leis da família Jordenson! Mas se todos concordarem que não, nós não podemos burlar a lei? — perguntou a loira, ela tinha um pequeno sorriso puxado nos lábios, a brisa do inverno chegando bagunçava os cabelos loiros dela, Gosmento pensou no quanto seu neto era sortudo.
— olha.. Eu não sei se os outros Jordensons vão aceitar! Vocês podem tentar! Mas têm minha bênção para não casar! — o homem fez uma careta quando terminou, ele pensou que nunca diria isso.
Torresmo sorriu e Lynae o abraçou, o loiro a suspendeu no ar. Gosmento sorriu.
— agora vou marcar a reunião de família! — o moreno deu um tapa nas costas do neto.— vai ser divertido! 
Gosmento montou em seu dragão e voou em direção da ilha.
— isso é ótimo! — comemorou Lynae.
— se conseguimos convencer meu avô o resto vai ser fichinha! — disse o loiro.
De repente eles ouviram um barulho de asa, se viraram para trás e se depararam com Alexandra, montada em um Grinkel,  não exatamente montada, a cela da morena estava virada e uma das pernas dela estava nas costas do dragão e a outra na barriga.
— o que você.. — começou Lynae, franzindo a testa.
— estou... Trei..— Alexandra caiu no chão e o Gronkel olhou pra ela com pena.— treinando..— murmurou ela do chão.
— pra guerra? — perguntou Torresmo.
— não vou desistir do meu dragão! — disse a morena se levantando e batendo na roupa para tirar a terra.
— não vai pra lá né?! — perguntou o loiro, preocupado.
— é o meu melhor amigo! — Alexandra franziu o senho.
— é perigoso e existe aquela joia! Não pode enfrenta-los sozinha! — disse Torresmo.
— então, venham comigo! — pediu a morena.
— sim! — gritou Lynae.
— não! — gritou Torresmo.— ninguém vai deixar essa ilha! Vocês não podem contra os caçadores!
— credo! Que falta de confiança em nós! — disse Lynae colocando as mãos na cintura.
— florzinha, não é "falta de confiança" é segurança! — disse Torresmo.
— não podemos deixar o Oculto! — disse Lynae.
— não podemos arriscar o Banguela, ou o Flecha!
Lynae olhou pro dragão e suspirou, o dragão somente virou a cabeça, confuso.
— também não podemos arriscar o Oculto! — disse ela.— se você não vir, vai ser só nós duas! 
Alexandra forçou um sorriso para amiga.
— não posso deixar você fazer isso! — disse Torresmo.
— não estou pedindo sua permissão! — disse Lynae, dando de ombros.
— com licença Alexandra! — disse Torresmo, se abaixando na altura da cintura de Lynae.
— o que..?— quando a loira percebeu estava por cima do ombro do namorado.— me solta Torresmo! — gritou ela socando as costas dele.
Alexandra forçou um sorriso e voltou a arrumar a cela do Gronkel. Ela é Lynae terminai aquilo mais tarde.
— não pode me dizer o que fazer! — gritava a loira.
— que eu saiba você ainda está de castigo! — disse ele.
— aí Meus deuses! Castigo! — ela olhou para posição do sol, ela tinha que substituir sua mãe.— me põe no chão! 
Torresmo sorriu e obedeceu ela correu pra Flecha, que saiu em disparada.
*
— eu peguei uma aula a mais! — disse Kristen, com as mãos na cintura, quando a irmã entrou na arena.
— o Vô do Torresmo apareceu.. O dragão pegou ele é quando eu vi Torresmo estava me carregando pra longe da Alexandra!
Kristen a encarou com uma sobrancelha levantada.
— espera! Espera! Você vai casar? — perguntou a ruiva.
— não! — Lynae franziu a testa.— mudamos a ideia dele!
— Haa que bom! Então vai poder dar as outras aulas! — disse ruiva jogando um bastão para irmã.
— Kristen, espera! — pediu a loira, fazendo a ruiva se virar para ela.— iria para ilha dos caçadores comigo e a Alexandra? 
— você ficou maluca?! — gritou a ruiva.
— mas o Oculto... — começou Lynae.
— não! Você não quer o Oculto! Quer a Idum! Quer falar com ela! Quer trazer ela! E você não vai fazer isso! — disse Kristen caminhando até a irmã com passos pesados.
— eu não... — começou a loira.
— você sim! E ninguém vai sair daqui! Tivemos mais de três sequestros em menos de dois meses! — Kristen a fuzilou com os olhos azuis raivosos.
— não vou ser sequestrada! — gritou a loira.
— vai ser presa e papai vai entregar o Banguela pra te salvar! Que droga de futura líder, Lynae! — gritou Kristen.
— não preciso que me lembre dos Meus outros problemas! — gritou Lynae pegando seu machado.
Kristen abriu a boca para protestar, mas chutou uma pedra e saiu da academia.
Lynae suspirou, irritada. Flecha a encarando com os olhos amarelos tristes.
*
 Kristen chegou em casa no final da tarde, ela teve que arrumar a cela de Violeta e acabou cruzando com o namorado, que arrancou um tempo dela.
Ela chegou em casa depois de todos, quando abriu a porta ouviu uma gritaria, sua mãe, ela revirou os olhos, ela é Lynae estavam brigando de novo?!.
A ruiva gritou quando se virou e deu de frente com a irmã sentada e encostada em Flecha, encolhida.
— o que.. — a ruiva olhou pro Andrade cima.— o que faz aí? 
— eles estão brigando desde a hora que cheguei.. — murmurou a loira, a cabeça apoiada nos joelhos.
— por que? — perguntou Kristen, levando um susto com o grito de "Você é um pai horrível!".
— Idum! — sussurrou a loira.— a culpa é minha! 
Kristen se virou para subir as escadas.
— não espere que eu te apoie! — disse a ruiva.— a culpa é sua! Estávamos bem antes dos seus problemas de pesadelo! E embocar que temos que salvar uma garota aleatória! 
— aleatória?! É nossa irmã! — gritou Lynae.
— como você tem certeza?! — gritou a ruiva.
— é algo que se sente! Sentiria se não fosse uma assassina! — gritou Lynae.
Lá em cima Soluço gritou "a fraca foi você, não eu!". Kristen encarou a irmã em choque.
— quem matou o Kol? — gritou a ruiva.
— pra te salvar! — gritou Lynae.
— não faz diferença! — gritou Kristen.
— então deveria ter deixado ele te matar! Poupei sua vida pra você não poupar a de outra pessoa?! — perguntou Lynae se levantando.
— eu estou poupando! A da mamãe e a do papai! Que você quer trocar por alguém que nem quer ajuda! — gritou a ruiva.
— tá ouvindo o que está dizendo?! Não quer ajuda?! Deveríamos ser a família dela! — gritou Lynae.
— cala a boca Lynae! — gritou Kristen, pegando uma faca, Lynae arregalou os olhos, parando de falar.
— abaixa isso! — gritou Soluço do andar de cima, Kristen obedeceu, jogou a faca na mesa, fuzilou a irmã com o olhar e subiu para seu quarto.
— que diabos..— começou Astrid, mas uma das gêmeas já tinha se trancado no quarto e a outra estava saindo.
Soluço saiu correndo atrás da gêmea loira.
— a senhora ainda está de castigo! — gritou ele indo atrás de Lynae.
Flecha ia atrás da garota, mas Banguela o impediu.
Ela se virou pra ele, com lágrimas nos olhos, Soluço se derreteu.
Ela parecia ter 5 anos de novo, duas trancinhas embutidas na cabeça e os olhos cheios de lágrimas, chorando pela morte de algum animal que vira na floresta.
Soluço a abraçou, a loira correspondeu.
— eu só queria ajudar... — sussurrou ela.
— eu sei querida! Você está ajudando! Não precisa se preocupar com as brigas! Nós só... — ele não continuou porque ela começou a chorar.—.. Filha! Filha! — ele se afastou para olhá-la nos olhos, olhos verdes idênticos aos dele, ele não tinha o que dizer, então disse o que dizia a ela quando era criança e chorava por algo.—.. Papai está aqui! — sussurrou ele.
Lynae voltou a chorar no ombro dele.
— me desculpa! 
— não precisa se desculpar! — ele sentiu ela parar de chorar aos poucos.— vamos! Pedir desculpas!
— mas...
Soluço somente a encarou com uma sobrancelha levantada, a loira suspirou, revirando os olhos.
— não vou me desculpar! — disse Lynae.
— tá legal! Mas resolvam essa citação! — disse Soluço.
Lynae passou pela mãe que estava escorada na porta e foi para o quarto.
Soluço parou de frente pra loira.
— você não é um pai horrível! — disse ela, de braços cruzados.
— você não é fraca! — ele forçou um sorriso, que Astrid se forçou a corresponder, mas logo o sorriso dos dois se desfez.
Banguela e Flecha bufaram no canto da sala.
Astrid se virou e começou a subir as escadas, Soluço suspirou. Ouvindo o barulho da lenha sendo queimada,no centro da sala, o único barulho na casa naquela noite, o resto era o silêncio obscuro da noite.