História As herdeiras dos dragões - Uma flor procurando por uma joia.

Banguela decolou enquanto Soluço o estabilizava para voar sozinho.
— Viggo... Onde você está? — sussurrou o ruivo.
Um tiro. O plasma azul explodiu na cauda de Banguela, o dragão se desestabilizou por alguns segundos, Soluço se virou para trás, para verificar a cauda, o ruivo sorriu, ela não pegava fogo. Material resistente. 
— Mostre-se! — gritou o ruivo olhando em volta. Estava de noite, era pra ser uma vantagem de Banguela, contudo agora Viggo também tinha um fúria da noite.
De repente o líder dos caçadores pulou em cima de Soluço, o enforcando, o ruivo deu três cotoveladas nas costeias do homem antes de poder se soltar. Assim que conseguiu, Viggo pulou, sendo pego por outro fúria da noite.
— Ótimo! — Soluço apertou a rédela olhando em volta.— São dois! 
— Pensei que gostava deles! — disse Viggo com uma falsa cara triste.
— Deles sim! — ele sacou três facas em cada mão.— Você? — ele lançou as facas, mirando especificamente em Viggo.— Nem tanto!
Viggo se jogou de novo, para desvirar das facas.
Soluço pulou atrás dele, o chão não estava tão longe e ele tinha o equipamento de voo. Banguela saiu voando mais pro alto, tentando enrolar os outros fúrias da noite.
O ruivo pousou na neve olhando pros lados, guarnecíeis lutavam por toda parte, porém o ruivo não achará nenhum sinal de seu antigo oponente, onde aquele maldito se meteu?! 
Um caçador tentou ataca-lo, mas antes de chegar nele Astrid entrou na sua frente, ela pegou o machado do homem o girou junto com o braço dele o deixando de joelhos no chão.
— Disponha! — disse a loira levantando o escudo e se protegendo do tiro de um Nadder.
Soluço foi até o dragão e o desmaiou com o ponto cego.
Logo em seguida Astrid usou o chifre do dragão para dar uma cambalhota pra trás e chutar as costas de um viking que logo perdeu a consciência.
— Ache a Leila! 
— O que você acha que estou fazendo?! — ela pisou no escudo e o levantou, pegando e se protegendo de uma flecha.— Brincando de pega pega? — perguntou a loira pegando uma faca na bota, ela mirou com cuidado no indivíduo que tentou a acertar com uma flecha e o acertou em cheio no peito. 
 Soluço sorriu, atravessando o campo de batalha e se abaixando, evitando que um homem cortasse sua cabeça fora, Perna de Peixe e Batatão impediram o mesmo de continuar ao pousarem em cima dele.
Soluço olhou em volta, eles com certeza não estavam em vantagem. Um exército de fúrias da noite?! Isso era praticamente impossível. Mais um fúria da noite parou na frente do ruivo, depois de atirar duas vezes o ruivo o encarou nos olhos.
— Desculpe por isso! — ele pulou em cima do dragão e apertou um osso abaixo de sua cabeça e o dragão desmaiou. 
Ele olhou pro lado, Mala e Heather estavam lutando juntas, uma complementando os golpes da outra. Do outro lado Eret e Cabeça Dura, tinham esgotado os tiros de um fúria da noite que agora estava desmaiado graças a um soco de Eret. Soluço não aprovou mas não estava na hora de discutir isso.
— Viggo foi pela floresta! — gritou Eret.
Soluço assentiu, entrando entre as árvores infinitas e negras como a noite. 

*
No começo Lynae gritou a beça, mas ela não parava de cair, as árvores e tudo abaixo dela ainda estavam longe e pareciam pequenos pontinhos, ela parou de gritar e começou a se perguntar o que estava fazendo ali. 
A loira virou de costas e enquanto o vento soltava seu cabelo da trança em que estava olhou em volta.
— Flecha?! — gritou ela.
Por Thor, por que ela estava caindo em queda livre no meio da noite sem seu dragão por perto??
Ela se virou de volta pra terra, ela estava caindo rápido, e logo iria atingir as árvores.
— Flecha! — gritou a loira mais uma vez.— Flecha?! 
Ela ouviu o barulho de um fúria da noite em alta velocidade quando estava há alguns metros das árvores. O dragão negro voou até ela, a pegando no ar e a protegendo com suas asas enquanto eles caiam entre as árvores, Flecha saiu de cima da loira, a encarando com um sorriso banguela.
— Você me pegou! — disse ela sorrindo, e acariciando o dragão enquanto recebia diversas lambidas.
Lynae se sentou o abraçando, enquanto o dragão ronronava. Ela se levantou, olhando em volta.
Neve, foi a primeira coisa que ela reparou, branca fofa e perigosa. Quando começou a nevar? As arvores eram altas demais. Berk não tinha árvores assim.
Um tiro, ela se abaixou, assustada.
— Onde estamos, amigo? — sussurrou a loira, com olhos atentos e mão na espada.
Flecha rosnou se virando para trás. 
Lynae pegou a espada na bainha, se preparando pra lutar. Mas ela não precisaria disso no momento. 
Os olhos verdes se encontraram.
Soluço soltou o escudo e a espada, vapor saindo de sua boca enquanto ele encarava a filha.
Antes de qualquer um dar mais um passo ela sentiu uma espada fria contra sua garganta e congelou.
— O que preciso fazer para matar vocês?! — perguntou Viggo atrás da garota.
— NÃO! — gritou Soluço.
 Porém o ruivo não precisou reagir, Lynae conseguiu sustentar o peso de Viggo e o virar por meio da sua armadura, o homem caiu no chão, confuso, Lynae sacou sua espada e tentou cortar a cabeça dele, mas o mesmo conseguiu desviar girando e  por fim se levantar, afastando-se da gêmea enquanto ela girava a espada e Flecha rosnava pra ele, o moreno assobiou, um Nadder o pegou com as garras e levou embora. 
 Lynae soltou a espada e se virou para Soluço, mais abismado agora.
— Pai? — perguntou ela olhando para o ruivo com a mesma confusão que ele a encarava.
 Soluço piscou. Só podia ser uma miragem, uma alucinação, uma..... 
 Ele deu um passo para trás com o abraço apertado, o qual ele retribuiu, quase esmagando a filha.
— Minha garotinha! — ele se afastou sorrindo e com lágrimas nos olhos. — O que você.. O que.. — ele sorriu uma lágrima escapando.— Meus deuses! Minha princesa! — Soluço somente a abraçou de novo, ainda com medo de que aquilo fosse somente uma peça de sua mente.
— Pai? O que houve? — perguntou a loira se afastando um pouco confusa.
— Você... — mais uma lágrima teimosa escapou do rosto de Soluço.— Aí Meus deuses você tinha morrido, filha! — ele puxou a filha para seus braços novamente, enterrando a cabeça no pescoço da mesma. 
— Espera, o que?! Eu não... 
Mais um tiro de fúria da noite. Uma árvore há poucos metros deles caiu. Soluço se afastou do abraço limpando as lágrimas insistentes e assumindo uma posição protetora. 
— Precisa se esconder! Voltar pra Berk! — começou o ruivo levando a filha até Flecha.— Pegue sua irmã, saia daqui! 
— Não! — disse Lynae se afastado.— Vou lutar com vocês! 
— Lynae... 
— NÃO! — a loira montou em Flecha.— Quer que eu pegue minha irmã?! Vou pegar minha irmã! 
O dragão saiu voando mais rápido do que Soluço pudesse argumentar. Ele olhou em volta desejando que Banguela estivesse por perto e também esperando que o dragão estivesse bem.
 *

Kristen encarou o soldado desmaiado aos seus pés, ela olhou em volta, tinha mais quatro iguais a ele, e um dragão inconsciente.
— Tá legal e agora? — perguntou a ruiva. 
— A gente... Vigia pra eles não acordarem! — disse Erick. 
Ela ouviu um tiro de plasma e se virou pra onde o som veio. 
— Temos que ir pra lá! — disse ela.
— Não! Temos que ficar aqui! Talvez os dragões possam... 
Ela se virou pro moreno irritada e ele ficou quieto.
— Ah por favor Erick! — ela montou em Violeta.— Vamos logo com isso! Não podemos ficar parados aqui! 
— Não! Escuta, tenho que te manter segura! Não posso te perder! Seu pai tá contando comigo para... — ele segurou o braço dela e abriu o jogo, não era a intenção é agora Erick sabia que estava completamente ferrado. 
Kristen olhou pra ele com raiva. 
— Eu não acredito que... — ela bufou revirou os olhos e forçou um sorriso irônico.— Conversamos sobre isso depois, Erick! — dito isso Violeta decolou, ignorando o antigo pedido de Soluço para que ela não levasse Kristen a guerra.
*

Flecha explodiu uma das janelas da maior casa da aldeia— a casa de Viggo, claro.
Assim que entraram, Lynae desceu do fúria da noite, preparando o machado que estava em suas costas.
Idum tossiu se afastando da janela explodida.
— Lynae?! — disse a ruiva, que tinha acabado de conseguir se soltar de dentro do armário. 
Lynae a empurrou contra a parede, com o machado em seu pescoço.
— Cadê a joia? 
— O QUE?! — Idum se afastou um pouco da lâmina.— Até onde eu sei você estava morta! Espera aí! — ela olhou em volta.— Eu morri?
— Eu não morri! Nem você! — devolveu a loira.
 Idum pareceu processar a informação rapidamente, mas ela acabou desistindo.
— Ok, discutimos isso depois, eu já estou confusa demais! Agora tira essa coisa da minha garganta! Temos que ajudar nossos pais! — disse a ruiva.
— Nossos pais?! — perguntou Lynae, com uma sobrancelha levantada.
— Ou a gente discute isso ou impede eles de exterminarem todos os dragões hoje! — disse Idum.
 A guerreira loira se afastou.
— Está do nosso lado? 
Idum pegou a parte de cima de uma armadura para se vestir.
— Estou do lado dos dragões, ok?! Se puder destruir aquelas joias, é isso que farei! 
Lynae a observou por alguns segundo, pensando sobre aquilo. Parecia certo, deixar os dragões livres sem nenhum controle sobre eles.
Quando ela saiu de seu devaneio, Idum já estava montada em Flecha.
— Você vem? — perguntou a ruiva.
Lynae assentiu, montando na frente da irmã.

Assim que passaram pela janela um fúria da noite atirou nelas, Flecha desviou e entrou em meio às árvores se esquivando rapidamente das mesmas e aumentando a velocidade. 
— Fúria da noite? — perguntou Lynae, sentindo Idum esmagar suas costelas, com os braços em volta dela.
Mais uma explosão, bem perto, uma árvore atrapalhou o caminho e Flecha subiu mais rápido, desviando da mesma.
— Fúria da noite! — confirmou Idum olhando para trás.
Lynae encarou o dragão negro que estava quase as alcançando, mordendo o lábio, ela pegou as mãos de Idum e colocou nas rédeas.
— Segura firme! — disse a loira.
— O que.. — começou Idum, mas Lynae já tinha pulado do dragão em movimento.

A loira rolou no chão e se levantou, encarando o dragão, ele a atacou mas ela se apoiou nele pra passar por cima do mesmo e acabou parando do outro lado. Ele se virou, pronto para atacar novamente.
Lynae fechou os olhos e levantou uma mão, acreditando poder treiná-lo. 
Ela ouviu o dragão parar e decidiu abrir os olhos, encarando os olhos verdes dele.
— Estou do seu lado! — sussurrou ela, tocando na testa do fúria da noite, cujo ronronou com o pequeno carinho. 
— Lynae! — Idum desceu de Flecha antes mesmo do dragão conseguir pousar.— Você... — ela encarou o fúria da noite sentando com as orelhas em pé.— Treinou ele? Mas estão sendo controlados pela joia! 
 A loira tirou a mão do novo amigo e piscou. Como ela fizera aquilo?! 
 Ok isso era uma discussão para mais tarde. 
— Tá legal! Temos que quebra-las! Cadê a primeira? 
Idum olhou entre as árvores, onde, mais à frente a batalha acontecia.
— Hora da caça ao tesouro! — murmurou a ruiva, os olhos de cores diferentes analisando cada centímetro da floresta como se estivessem a mapeando.
Lynae assentiu e montou em seu novo amigo, que decolou em segundos, assim como Flecha, depois de Idum subir nele.
*
*

 Rayker tentou fugir de Astrid, mas ela acertou uma adaga na perna dele.
— Agora...— a loira girou o machado e o prensou na garganta do homem.— vai me dizer onde a Leila está! 
Ele cuspiu nela, então a loira somente fez um corte na bochecha dele.
— Se você não abrir a boca outra pessoa vai! — disse a loira.
Ela tinha um corte na testa, e respirava com dificuldade, mas estava em condições bem melhores que o homem.
Ele grunhiu com a dor na perna, ela aumentou o corte na bochecha lentamente.
— Ok! Em uma ilha vizinha, cercada por pedras! 
Astrid sorriu, satisfeita, antes de socar o nariz dele e o deixar desacordado.
A líder Holligan se abaixou, desviando de uma adaga esperou o guerreiro ir até ela e deu uma cotovelada em seu pescoço, antes de chamar Tempestade e decolar.
 Finalmente um pouco de justiça estava a caminho.