P.o.v. Natsu.
Acordei com a impressão de ter sido atropelado por um tractor, abri os olhos lentamente sentindo a claridade forte, até conseguir me acostumar. Não demorei muito tempo para associar que estava deitado na minha cama. A minha cabeça com certeza era a parte que mais doía.
- Ah, você acordou! Como você está, meu amor? - perguntou Lisanna entrando no cômodo.
Franzi o celho.
- Como... - senti uma pontada forte na cabeça. - Droga. Como eu cheguei aqui? - perguntei levantando.
- Você não pode fazer esforço, amor. Fica deitado. - pediu Lisanna se aproximando.
- Me solta, Lisanna! Como eu cheguei aqui? Me responde! - acabei perdendo a paciência e me arrependendo logo em seguida ao ver a expressão assustada da albina. - Desculpa, Lis. Só estou cansado. - expliquei massageando a têmpora.
Mil coisas rodavam na minha cabeça, eu não lembrava de ter chegado em casa. Mas o que mais me irritava era algo difícil de admitir até para mim mesmo, dessa vez eu não havia acordado com alguma gracinha ou tentativa de fuga de Lucy. E isso era uma droga.
- Ontem quando cheguei do trabalho encontrei você deitado aqui, mas estava sujo e todo machucado então te dei um banho como pude e limpei os machucados. - explicou pacientemente.
Franzi o celho. O pessoal da delegacia não me deixaria ali sem dizer nada, só havia uma pessoa que conseguiria abrir a casa e me deixar ali sem fazer barulho algum. Mas ela devia estar presa.
- Preciso ir na delegacia. - falei levantando meio tonto.
- Mas você não se recuperou ainda! - seu tom era preocupado. Me senti horrível por não contar a verdade.
- Quero saber a decisão final no julgamento do Jellal. Mais tarde estou de volta.
Me vesti, peguei meu celular e fui para o carro. Assim que cheguei na delegacia parecia estar tudo normal, nada fora do comum. Entrei e fui direto para a sala do delegado, bati na porta e a resposta foi automática.
- Pode entrar. - falou o senhor baixinho.
Entrei mancando por conta do machucado na minha perna. Ele sorriu surpreso.
- Oras! Não esperava vê-lo aqui, Dragneel! - exclamou sorridente.
Me esforcei para sorrir de volta.
- Você está acabado. Mas não deve ter sido fácil pegar o Jellal mas graças a você ele será julgado hoje. - falou orgulhoso.
Franzi o celho.
- Graças a mim?
- Sim. Logo de manhã encontramos ele amarrado na sua viatura aqui no estacionamento. Você foi meio descuidado em deixa-lo aqui a madrugada toda, mas as amarras estavam bem fortes. Só é uma pena não ter pego a garota abacadabra. - concluiu dando de ombros.
Meu cérebro logo ligou as peças. Provavelmente quando eu apaguei naquele deserto ela amarrou o Jellal, me deixou em casa e depois o deixou aqui junto com o carro. Foi esperta. Eu devia estar do lado da lei mas não pude evitar de sorrir ao pensar que ela já devia estar bem longe com uma identidade falsa e uma peruca de cabelo preto, mas o mesmo pensamento fez meu coração apertar... ela foi embora.
- É sim, uma pena. - falei me levantando. - Preciso ir, acho que não me recuperei completamente.
Ele sorriu fazendo as bochechas gordas ficarem coradas.
- Certo. Descanse e não se esqueça de fazer um relatório completo do caso.
Assenti e saí mancando de sua sala, atravessei a delegacia e saí pela porta da frente. Quando estava prestes a atravessar a rua para entrar no carro meu celular tocou, era um número privado, suspirei e atendi.
- Alô? - minha voz não demonstrava muita animação.
- Só estamos a um dia separados e você já está tão deprimido, detetive? Assim vou acreditar que você está realmente apaixonado. - me castiguei mentalmente por sorrir ao ouvir aquela voz tão sexy.
- Você só esperou eu desmaiar para fugir, não é? - ela riu.
- Talvez. Aliás, obrigada pelo beijo.
Ela fazia eu me sentir a porra de um adolescente cheio de hôrmonios e paixões de novo.
- Aposto que está bem longe agora, então por que está gastando moedas para fazer uma ligação interestadual? - perguntei encostando num carro qualquer. Mesmo sem ver podia jurar que ela estava sorrindo.
- Era nosso acordo. Eu tinha direito a liberdade depois de pegar o Jellal e uma ligação. Estou usando ela. - sua voz estava inabalável como sempre.
Fechei os olhos e respirei fundo, não podia mais negar. Eu estava completamente apaixonado por Lucy.
- Isso é uma despedida? - perguntei temendo a resposta mesmo já sabendo qual era.
Pelo menos achava que sabia... mas havia esquecido o quão imprevisível ela era. Só me lembrei quando um conversivel vermelho parou na minha frente e abriu o vidro. Era ela, Lucy estava de óculos escuros, cabelos curtos e com o celular ainda no ouvido.
- Não sei. Acho que não roubei tudo que preciso para ir embora, ainda. - falou ainda com o celular no ouvido. Seus lábios estavam com batom vermelho.
Sorri.
- Ah é? Você é bem gananciosa. O que falta? - perguntei com o celular ainda no ouvido.
Ela mordeu os lábios e destravou a porta.
- Você.
Tirei o celular do ouvido e desliguei. Fitei a delegacia atrás de mim por longos segundos até tomar uma decisão.
- Você me ganhou. - falei entrando no carro.
Ela fechou os vidros e acelerou saindo, fazendo o carro cantar pneu.
- Como num passe de mágica, detetive.
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