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História As Máscaras de Sakura - Primeira Fase: Escapulida


Escrita por: SiryenBlue

Notas do Autor


Oiiii! Gente, antes de mais nada, queria avisar que esse capítulo foi muito difícil de escrever. E vocês provavelmente vão querer a minha morte depois de lerem. Mas foi necessário. Bom... Pelo menos eu consegui escrever beirando 4mil palavras, que era meu objetivo.

Ah! Leiam as notas finais! Vou colocar o link de algo que eu acho que vai interessar vcs!

Quero dedicar o cap à Sorumbatica! Uma leitora incrível que fez aniversário na quinta!!!

PARABÉNS ATRASADO, LINDAAAA!

Enjoy!

Capítulo 23 - Primeira Fase: Escapulida


"Você já sabe o que vai cantar?" Sai me perguntou.

"Algo original." Respondi. "Mas não faço ideia do quê, exatamente. E você?"

"Já sei qual. Compus há algum tempo. Vou pedir pro Peter me ajudar com os arranjos." Sai dedilhou algumas teclas do meu teclado. "Acho bom você se apressar. Já se passaram três dias e eu só te vejo descansando! Por que não usa uma das suas já prontas?"

"Hum..." Pensei. "Não sei... Não tem nenhuma que eu ache que deva cantar..."

Minhas músicas, em sua maioria, falavam sobre Sasuke-kun e minha família. Não sabia se era certo cantar algo assim em frente ao mundo inteiro.

Ri quando percebi Sai se atrapalhando com as notas. "Você não sabe tocar teclado muito bem." Falei.

Ele deu de ombros. "Isso é verdade. Sei só o básico. Meu negócio são as cordas."

Já eu gostava tanto de cordas quanto de teclas.

Sai estava sentado no chão de meu quarto, tentando — só tentando mesmo — tocar.

Desci da cama, aproximando-me dele e sentando em sua frente.

O Uchiha me olhou curioso.

"Hoje à noite eu vou fazer uma loucura." Contei-lhe.

"Ai... Lá vem."

Sorri, sapeca. "Eu falei com a Temari e a Karin. Elas estão há dois dias bolando um plano para eu escapar do hotel. E hoje, no fim da tarde, elas disseram que eu vou poder dar uma escapulida."

Sai arregalou os olhos "Pirou, garota? E se te pegarem? Você está tentando ser expulsa?"

"Claro que não!" Neguei. "Mas eu preciso ver meus amigos. Eles estão desconfiados de que algo está errado." 

Mentira. Eu apenas sentia a necessidade de ir. Estava com saudades. E também precisava averiguar melhor a situação com Neji. Tinha que saber se ele estava desconfiado de algo.

Sai balançou a cabeça. "Não faz isso, Sakura! Vai dar merda!"

"Vai nada!" Rebati. "A Temari e a Karin vão me dar cobertura."

"Sakura." Falou, sério. "Você vai mesmo arriscar ser expulsa do concurso, só para ver seus amigos?"

"Eu tenho que ir. Eles estão desconfiados." Menti de novo. Sim. Eu estava disposta a arriscar. Havia uma força invisível me puxando. Talvez fosse a saudade, que já estava me consumindo.

"Isso é loucura!" Sai esbravejou, colocando o teclado de lado. "Você trabalhou tanto por isso aqui! E já chegou tão longe! Não joga isso fora! E daí se eles descobrirem que você é Lümina? Uma hora a verdade vai vir à tona!"

Sai havia tocado em um ponto delicado.

Talvez meus amigos nunca ficassem sabendo que Lümina era eu o tempo todo.

Essa história de concurso pode não funcionar.

Talvez eu tenha que sair daqui de mãos abanando.

Então... Pra quê pensar em tirar a máscara?

Isso pode nem vir a acontecer!

"Sai... Você não entende." Eu disse.

"Como não entendo?" Sai parecia bravo. "Eu, entre todas as pessoas, sou quem mais te entende. Também já tive medo de mostrar ao mundo meu talento... Sasuke sempre foi o cara talentoso da família. Na minha cabeça eu pensava: como eu posso sequer competir com ele?" Suspirou, contendo sua raiva. Quando voltou a falar, estava mais calmo. "Sempre vivi à sombra do talento de Sasuke, escutando de meu pai que eu nunca seria tão bom quanto ele. No entanto... Percebi o quão idiota estava sendo por acreditar nisso. Eu não preciso me comparar ao meu primo. Ele tem o talento dele e eu tenho o meu. Ao me esconder, o único que saía ferido na história era eu mesmo. Não vou mentir... Tive muito medo de vir para o concurso. E mesmo já estando aqui, ainda fico assustado, às vezes. Mas de uma coisa tenho certeza... Eu nunca arriscaria meu sonho depois de já ter chegado tão longe."

As palavras de Sai me atingiram. Nos últimos dias nós havíamos estado juntos quase que por 24 horas. Dávamo-nos super bem. Por isso fiquei surpresa com suas palavras duras.

"Sai..."

"Não faz essa besteira, Sakura!" Falou, exaltado.

"Mas, Sai..." Comecei. "Eu preciso realmente ir!"

O Uchiha se levantou, com fúria palpável.

"Quer se foder? Então se fode!" Marchou até a porta e me deu um olhar duro, segurando a maçaneta. "Esperava bem mais de você. Achei que isso aqui fosse tão importante para você quanto é para mim."

E então, saiu batendo a porta.

Estremeci com a briga.

Fiquei, instantaneamente, mal.

Porém... Havia uma parte grande de mim — grande demais para ser ignorada, que me dizia que eu precisava ver meus amigos.

Era como um pressentimento. Uma força invisível que estava me puxando.

E Karin e Temari me dariam cobertura.

Acabaria tudo bem.
 

*

*

*
 

"O que é isso?" Perguntei segurando a roupa que Temari e Karin haviam me dado.

Passava das seis da noite e estávamos trancadas no banheiro da piscina, prontas para colocar o plano de fuga em ação.

"É a roupa dos cozinheiros." Karin respondeu. "A empresa terceirizada sai sempre às 6:30 para buscar um carregamento de comida."

"Nós subornamos a equipe de gastronomia para deixarem você entrar na van deles, mas precisa ir disfarçada." Temari completou.

"Eles passam pela equipe de segurança sem nenhum problema. Deixarão você no endereço de seus amigos." Karin disse.

"Ok... Mas e a volta?" Perguntei.

"Eles passarão para te pegar no mesmo endereço em que te deixarem às 10:30. Você terá poucas horas com seus amigos, mas foi tudo que eu pude conseguir." Temari falou.

"Entendido."

"E Sakura..." A loira chamou. "Se o Gaara souber disso ele me mata!"

Sorri de lado. "Eu não conto, se você não contar." Pisquei para ela.

"Eu vou passar meu tempo rezando para tudo dar certo. Se não..." Karin balançou a cabeça.

"Vira essa boca pra lá! Vai dar tudo certo!" Temari afirmou.

Sem mais delongas, vesti a roupa de cozinheiro por cima da minha calça jeans e suéter branco.

Tirei a máscara de Lümina, as lentes negras e o aplique.

Coloquei uma máscara facial simples e branca, tipicamente usada pelos cozinheiros.

Temari deu-me ainda uma peruca loira.

"Perfeito. Irreconhecível!" Karin bateu palmas.

"Se apresse!" Temari disse. "Vá para a van!"

Sorri animada, guardando minha máscara de Lümina, o aplique e as lentes em minha mochila.

"Estou pronta." Falei.

"Vai logo!" Karin disse! "A van deles está estacionada na parte de trás do restaurante. É aqui perto! Corre!"

E foi o que eu fiz.

Saí apressada do banheiro, dando graças ao tempo estar frio demais para qualquer pessoa em sã consciência querer usar a piscina.

Não demorei a encontrar a van.

Haviam três homens encostados nela.

"Estávamos te esperando." Um deles disse. "Vamos logo."

Meu corpo pulsava com adrenalina.

Subi na van o mais rápido que pude e passei aos homens o endereço de onde queria ficar.

Não disse exatamente a rua de meus amigos.

Por segurança, preferi que me deixassem na esquina.

Saímos do hotel sem nenhum problema. A segurança nem ao menos parou a van.

Respirei aliviada.

Meus coração estava ansioso, e eu não sabia bem o motivo.

Sabia apenas da grande força que me puxava em direção aos meus amigos.

Estava com uma pontada de angústia.

Eu tinha um pressentimento. E não sabia se era bom ou ruim.
 

*

*

*
 

POV: Yamanaka Ino

Aquele sentimento estava me corroendo.

Era errado. Eu sabia que era errado.

Em minha mente, repeti mil vezes que eu não devia querer o que queria.

Mas meu coração não parecia aceitar.

Cada dia que passava, meu sentimento aumentava.

A pior parte... Era que eu sabia que Sasuke sentia o mesmo.

Eu sabia que ele estava tão apaixonado por mim, quanto eu por ele.

Mas havia Sakura.

Minha amiga. Minha irmã.

O quão vadia eu seria se ficasse com o cara que ela tanto amava?

Tudo bem que esse 'amor' que ela jurava aos quatro cantos que tinha por Sasuke era extremamente infantil e bem questionável. Estava mais para uma simples paixão infantil.

Era como se ela quisesse atenção ao invés de qualquer outra coisa.

Sakura não era o tipo de garota com maturidade emocional.

Tudo bem que ela tem apenas quinze anos, mas às vezes agia como se tivesse cinco.

Se eu e Sasuke tivéssemos algo, ela piraria.

Suspirei, olhando para ele, sentado ao meu lado no metrô.

Desviei o olhar imediatamente, ao perceber que ele também me olhava.

Todos os dias eram assim.

Sasuke e eu sempre voltávamos juntos para casa.

Nossos empregos eram próximos, assim como o de Neji e Sakura.

Tínhamos conseguido trabalhos de vendedores em lojas que ficavam na mesma rua. Ele vendia tênis e eu, maquiagem.

Íamos e voltávamos juntos... Almoçávamos juntos... Enfim... Em outras palavras, estávamos mais acostumados com a presença um do outro.

Bom... Pelo menos os clima não estava tão esquisito quanto antes.

Tudo começou quando o maldito do Sasori havia tentado... Bem... Fazer algo muito ruim a mim. Sasuke me salvou e cuidou de mim naquela noite.

Foi só ali que começamos a olhar diferente um para o outro. Antes, não nos dávamos bem. Do pessoal do grupo, ele era de quem eu menos gostava. E a recíproca era verdadeira. Foi só naquela noite que as coisas mudaram.

E então, o sentimento foi crescendo. Junto, lógico, com a culpa por gostar do mesmo cara que minha amiga.

Houve uma noite que Sasuke e eu nos declaramos um para o outro.

Foi na praça de Konoha.

Estávamos reunidos, com exceção de Sakura. Ela tinha sido atropelada por Kabuto e estava muito machucada. Resolvemos não chamá-la, porque ela precisava descansar. E, bem, conhecendo-a como conhecemos, Sakura teria dado um jeito de ir de qualquer maneira, negligenciando seu próprio estado.

Enfim... Naquela noite, todos foram embora, restando somente eu e Sasuke.

Conversamos sobre o que já estava claro para nós dois: nossa paixão crescente.

Sasuke queria que nos déssemos uma chance, mas tudo que me vinha à cabeça era Sakura.

Então, eu fugi.

Corri o caminho todo até em casa com dor no meu coração e lágrimas nos olhos.

Sakura ficaria arrasada se soubesse disso. Sentiria-se traída, enganada. E eu não podia fazer tal coisa com minha amiga.

No dia seguinte, conversamos novamente. Eu disse a Sasuke que era melhor que nós dois esquecêssemos nossa paixão. Que a deixássemos passar. Não apenas por Sakura, mas também por que se algo desse errado, poderia causar uma rachadura irreparável em nosso grupo.

E então nós resolvemos abafar o caso. Nossos amigos, no entanto, perceberam de cara o que sentíamos. Com exceção de Sakura. Ela nem fazia ideia.

E assim se seguiu. Eu, Sasuke e nossos amigos fingimos que nada havia acontecido. Tratamos o assunto com um fato a ser esquecido.

E não contamos nada à Sakura.

Para quê contar, se tudo que queríamos era apagar a paixão súbita entre Sasuke e eu? 

Afinal... Era coisa de momento, certo? Iria passar, certo? Sakura não precisaria sair machucada da história por que nada iria acontecer, certo?

Bom... Eu havia começado a duvidar.

O sentimento não desaparecia. Apenas crescia e crescia.

Ainda mais agora que eu e Sasuke estávamos tão próximos.

O clima esquisito entre nós tinha parcialmente se dissipado. Às vezes, ainda ficávamos desconfortáveis, mas na maior parte do tempo não era assim. Na maior parte do tempo éramos amigos e até brincávamos um com o outro.

"Chegamos." Sasuke se levantou, arrancando-me de meus pensamentos. "Estava nas nuvens?"

Sorri, seguindo-o para fora do trem.

"Apenas cansada do trabalho." Respondi.

Saímos da estação de metrô e seguimos pelas ruas frias de Nova York, em direção à nossa hospedagem.

"Hoje você está calada demais." Sasuke falou.

"É realmente só cansaço." Despistei. Ele não precisava saber que eu estava pensado nele. Como sempre.

Sasuke suspirou, dando o assunto por encerrado.

De repente, um homem apressado esbarrou em mim, passando como um raio. Desequilibrei-me com o salto alto que eu usava e quase fui ao chão.

Mas ele me segurou.

Sasuke.

Antes que eu caísse, ele me amparou em seus braços.

Nossos rostos ficaram muito próximos e meu coração se acelerou, enquanto me perdia em seu olhar.

Era como uma cena de filme.

Eu sentia sua respiração em meu rosto e via desejo em seus olhos.

Lentamente, ele se aproximou de mim. Quando eu percebi que ele iria me beijar, afastei-me.

Endireitei-me o mais rápido que pude, caminhando para longe dele. Felizmente, não havia torcido o pé.

"Ino." Ouvi-o chamar. Apenas continuei andando. "Ino!" Ele segurou meu braço, virando-me para ele.

"Solte-me, Sasuke." Pedi. Ele não obedeceu.

"Para com isso!" Falou, alterado. "Para! Já chega disso! Você e eu sabemos que essa situação não pode continuar assim."

"O que você quer que eu faça?!" Arranquei meu braço da mão dele.

"Quero que fique comigo!" Disse, olhando em meus olhos.

Por um momento, apenas fiquei parada, sem reação. No segundo seguinte, dei-lhe as costas, andando o mais rápido que pude para longe dele.

"Ino!" Voltou a me seguir. "Ino!"

Parei, bruscamente, virando-me pra ele. "Você não pensa nas consequências disso? Você não pensa em como irá quebrar o coração da Sakura? Ou em como nós podemos estragar o nosso grupo?"

Sasuke suspirou, passando a mão nos cabelos. "É claro que penso. Eu já pensei muito sobre isso. De fato, eu só penso sobre isso."

"Então você sabe que o melhor é nós esquecermos essa história."

"Eu já tentei esquecer. Já tentei deixar para lá. Mas não está funcionando." Falou, olhando em meus olhos. "A Sakura não me ama, Ino. Não do jeito que ela pensa amar. Eu sempre estive do lado dela e, em algum ponto, ela começou a confundir nossa amizade com algo a mais. Ela é como uma irmã para mim e eu a amo demais. Mais do que ela pensa. Às vezes eu queria poder demonstrar mais o quão importante Sakura é para mim, só que eu tenho que me conter, pra não correr o risco de ela confundir minhas intenções. O que Sakura sente por mim é uma paixonite infantil. Um capricho da mente boba dela."

"Eu também acho." Admiti. "Mas Sakura ficaria louca se ela sequer desconfiasse de algo entre eu e você. Ela se sentiria traída! Poderia nunca nos perdoar! Você está pronto para perdê-la? Eu não estou!"

"Você acha que nosso laço com ela é tão fraco assim?" Sasuke se aproximou ou pouco mais. "Eu sei da paixonite que a Sakura tem por mim. Mas eu não posso viver a minha vida em função do que ela sente. Eu não tenho culpa por não vê-la de outra maneira. Não tenho. Sinto-me mal pela simples ideia de machucá-la, mas eu devo realmente parar de viver e sentir o que eu quero por causa do que ela sente?"

Nisso Sasuke podia estar certo.

Ele não tinha culpa de não corresponder Sakura.

E também não era justo que ele deixasse de viver o que queria por causa do que ela sentia.

Uma das razões de eu não ir muito com a cara de Sasuke antes, era por eu achar que ele ignorava os sentimentos de Sakura, pelo fato de ter ficado com algumas — poucas — garotas e até mesmo namorado Kara, a líder de torcida dos Snakers.

Ali, naquele momento, eu comecei a questionar aquilo.

Ele estava mesmo errado?

Que obrigação ele tinha de parar de se envolver com garotas por causa de Sakura?

Se ele não a correspondia, não era normal que ele ficasse com as garotas que gostava?

Por quê eu julguei tanto suas atitudes?

Ele não tinha obrigação nenhuma de corresponder Sakura.

Talvez eu só pensasse assim porque agora eu gostava dele.

Sakura era infantil, mas ficaria chateada. Ela sempre ficava.

Quantas vezes a Haruno não havia atrapalhado os encontros de Sasuke com alguma garota? Quantas vezes eu fiquei ouvindo ela xingar Kara e armar planos mirabolantes para separá-los? Não que algum tenha realmente funcionado. Sasuke só terminou com Kara quando percebeu que o clichê 'jogador de futebol + líder de torcida loira' — como Sakura gostava de chamar — não estava mais funcionando para ele.

Mas não era como se a Haruno ficasse verdadeiramente machucada ou triste. Apenas fazia birra, como uma criança. Mas ela não sofria. Pelo contrário... Sakura nunca parava de sorrir. Estava sempre muito feliz e de bem com a vida.

Os únicos momentos em que a vi triste, foram quando seu pai e seu avô morreram. Ela havia ficado devastada.

Quando o senhor Kizashi morreu, eu pensei que Sakura nunca se recuperaria. Porém, pouco mais de um ano depois ela voltou a sorrir como antes.

Apesar de tudo, minha amiga tinha uma curiosa força interior.

Mas... Se formos levar em conta que ela nunca ficava triste com as rejeições de Sasuke ou com as garotas que ele se envolvia, então só podia significar que o Uchiha nada mais era do que um capricho para Sakura.

Mas como eu, sendo amiga dela, poderia traí-la desse jeito?

"Parte para outra, Sasuke." Falei. "Eu e você não vamos funcionar."

"Isso por que você não quer tentar." Aproximou-se mais ainda. "Fique comigo, Ino. Na primeira oportunidade nós dois sentamos para conversar com a Sakura. Explicamos a situação. Contamos tudo pra ela. Desde o começo. É você. Eventualmente, a Sakura vai aceitar. A Sakura é nossa amiga. Nós vamos passar por isso juntos. E vai ficar tudo bem."

"Mas Sasuke..." Balancei a cabeça. "Não é só por causa da Sakura. Nós podemos destruir a amizade do grupo se tudo der errado."

"Se isso acontecer, significa que o nosso laço não é forte o bastante." Ele disse. "Você realmente acha que nosso laço não consegue sobreviver a isso?"

Pisquei, incerta. "Eu não sei..."

"Nós somos amigos pra vida inteira, Ino. Todos nós! Somos família! Nosso laço é mais forte do que qualquer coisa." Seu olhar queimou no meu. "Mas eu estou gostando de você. E quero viver esse sentimento."

Ah, Deus!

Eu também queria viver o sentimento! E como queria!

Mas eu não podia!

Eu seria a maior vadia do mundo se—

Choque.

Arregalei meus olhos ao sentir os lábios de Sasuke nos meus.

Meu coração se acelerou e senti meu corpo inteiro vibrar.

Um beijo!

Ele havia me roubado um beijo.

Meu coração acelerou, enquanto ele apenas continuou com os lábios colados aos meus.

Eu deveria afastá-lo.

Deveria. Mas não consegui.

Foda-se!

Foda-se tudo!

Eu o queria.

E se isso me fizesse ser uma vadia, então que seja.

Abracei-o pelo pescoço e fechei os olhos, entregando-me ao beijo que eu tanto desejei.

Sasuke rodeou minha cintura, trazendo-me para mais perto e, finalmente, aprofundando o beijo.

Um beijo. Foi tudo que bastou para eu ceder a ele.

Eu estava tão convicta de que não ficaria com Sasuke, mas foi só ele me beijar que eu derreti.

Parte de mim sentia culpa. Mas a outra explodia de felicidade.

E foi apenas essa parte que eu deixei me dominar.

Escolhi a minha felicidade ao invés da felicidade de minha amiga.

Vadia. Traíra. Cobra.

Minha mente gritava.

Foda-se.

Eu teria que enfrentar muita coisa, entre elas, a provável fúria de Sakura.

Mas naquele momento, decidi que valeria a pena. Se fosse por Sasuke e a felicidade que ele estava me trazendo, valeria pena.

Nós superaríamos os obstáculos juntos.

E Sakura... Eventualmente, ela entenderia que o que Sasuke e eu temos é mais forte que a paixonite infantil dela.

Sim. No final, daria tudo certo.
 

*

*

*
 

POV: Haruno Sakura

Os caras da van me encaravam descaradamente.

Eram três. Um dirigia. Os outros dois estavam sentados ao meu lado, vestidos com roupas de cozinheiros iguais às minhas.

Tentei ignorá-los, olhando para as ruas movimentadas de Nova York pela janela do veículo.

Além de toda essa atenção, eu estava muito nervosa por estar indo ver meus amigos.

"Seus olhos são mesmo verdes, ou é lente?" Um dos cozinheiros perguntou.

Arrependi-me naquele minuto de ter tirado a lente de contato. Mesmo com a máscara branca em meu rosto, senti-me exposta.

"É lente." Menti. "Para disfarçar."

Como eu estava de peruca loira, esperei que eles acreditassem que tudo não passava de disfarce.

E, realmente, ninguém pareceu duvidar.

"Imaginei." O homem disse. "Nunca vi uma rosada de olhos verdes. É uma combinação bem exótica."

Não era tão exótica. Eu já tinha visto essa combinação algumas vezes. Poucas, verdade, mas já havia visto. Tinha até uma famosa atriz chinesa com cabelos rosas e olhos verdes. Bem bonita.

Resolvi manter meus pensamentos para mim e apenas assenti, dando o assunto por encerrado.

"Você sabe..." O motorista falou. "Está todo mundo obcecado com o Soul Talent. É uma loucura! Só se fala disso no mundo inteiro. Como vocês, participantes, ficam confinados, não conseguem saber a dimensão do que está acontecendo. Mas, cara... Que loucura!"

"Você não pode dizer essas coisas pra ela!" Um dos cozinheiros disse. "É contra as regras."

O motorista gargalhou. "É contra as regras fugir com um participante! E aqui estamos nós! Não dá pra ficar pior que isso."

O cozinheiro fechou a cara. "Você sabe que eu sou contra isso."

"Temari não pede. Temari manda." O motorista afirmou.

"O dinheiro dela manda, você quis dizer." Rebateu.

O motorista o ignorou, mudando de assunto. "Então, Lümina... Como eu estava dizendo... Está uma loucura. Vários participantes estão em destaque. Você é um deles! As pessoas estão desesperadas pra saber quem está detrás da máscara. Aliás... Sua máscara virou febre! Todo mundo quer uma igual!"

"Sim. Tudo envolvendo Lümina virou febre! A minha própria filha de onze anos pediu uma máscara igual à dela de presente de aniversário." O cozinheiro que não estava de cara fechada falou. "No YouTube os vídeos de Lümina estão—"

"Parem, por favor." Pedi, interrompendo. "Já é injusto o suficiente eu ter escapado do hotel. Não me digam mais nada, por favor."

As informações que eles tinham me dado já eram difíceis o suficiente para lidar.

Eu não tinha pensado realmente em como estavam as coisas fora do concurso.

E era assustador pensar.

"Como queira, Lümina." O motorista disse. "Mas só pra você saber... Acho que você vai continuar arrebentando no concurso!"

"Muito obrigada!" Falei, sincera.

Ficamos, então, em silêncio.

Voltei minha atenção para as ruas.

Já estávamos chegando na esquina em que eu pedi para me deixarem.

A van parou em um semáforo e eu reparei em como todas as pessoas em Nova York pareciam estar sempre apressadas. Correndo de um lado para o outro.

E, então, encontrei uma distorção.

Um casal beijava-se apaixonadamente, alheios à pressa dos outros. Como se estivessem em seu próprio mundo.

Ainda era estranho para mim ver beijo em público, mas aquele eu achei fofo.

Apertei meus olhos para espiar melhor o casal.

E então, eu congelei.

Não.

Não.

Eu estava vendo coisas.

Não eram eles.

Minha respiração se alterou. Fiquei desesperada.

Não! Não podia ser!

O casal se separou, olhando nos olhos um do outro e sorrindo após o beijo.

Foi quando eu confirmei que eram mesmo eles.

Sasuke-kun e Ino.

Se. Beijando.

Em público. No meio de todos.

Destroçada.

Senti cada pedaço do meu coração sangrar.

Agonizante.

Era uma sensação agonizante. Como se eu estivesse sufocando.

De repente, foi como seu algo tivesse me desligado da vida.

Mas havia dor. Muita dor.

E choque.

Mesmo assim, não derramei lágrimas.

Apenas encarei enquanto eles davam as mãos e se misturavam ao fluxo de pessoas, seguindo pelas ruas. Juntos. Apaixonados. Felizes.

Naquele momento, eu quis morrer.


Notas Finais


Ai, Meu Deus! Não me matem! Por favor! Foi necessário.

Definitivamente o capítulo mais difícil de escrever até agora, pq escrever sobre esses dois (ainda mais um beijo deles), é como se eu estivesse me esfaqueando.

Esse deve ter sido o cap que eu mais demorei a escrever. Escrevia e parava, escrevia e parava... Nossa... Horrível escrever sobre algo que vc não gosta. Desculpem se não ficou lá essas coisas! Tentei o melhor que eu pude.

Maaaaaaas... Para tirar o gosto amargo, que tal uma cena alternativa de AMDS??? Haha! Minha leitora liiiinda escreveu uma cena sobre AMDS! Tipo uma fic da fic, sabe? No caso, one da fic.

Vou deixar o link pra quem quiser ler. Juro que vai acalmar o ódio no coração de vcs! Quem escreveu foi a Hell-chan (ou Ayane Yano). Ela é uma FOFA e a cena AMDS ficou AMAZING! Hellzinha... Eu AMEI!!! Muito obrigada! Te amoooo ❤️

Leiam! Vcs vão gostar!

https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-naruto-palpitacoes-4812657

Preparem-se pro próximo cap que ele está a cara da TRISTEZA!


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