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História As Novas Vidas Secretas de Sweet Amoris - Água Quente


Escrita por: CandyBabe

Capítulo 42 - Água Quente


Diário de Gravidez da Lynn palhaça.

Terceiro mês:

Conferência no Skype

- Lynn! – herdeira de um cartel de diamante falando ao lado de um surfista australiano irritantemente bonito. – Eu estou grávida!

Lynn começa a chorar sem saber o porque estava chorando, mas tendo certeza de que aquele evento, o de sua amiga rica estar grávida, teria alguma repercussão cômica no futuro.

- Lynn, por que você está chorando? – isso foi o surfista.

- Eu não sei! – eu disse soluçando. – Agora eu estou chorando porque eu não sei porque estou chorando! – puxei o ar. – Parabéns para vocês dois...

- Ah, meu Deus, eu vou ficar assim? – a herdeira pergunta para o surfista.

- Vai, mas acho que no seu caso vai ser por causa da abstinência. – o surfista respondeu.

- CASTIEL! – Lynn grita para o resto da casa. – A Seraphine está grávida! – Castiel aparece no quarto quatro segundos depois.

- Por favor, me diga que não é um menino.

- É cedo demais para dizer. – a Seraphine responde.

- Qual o problema ruivo? – o sorriso do Dake era maligno como o mar. – Está com medo que vocês tenham uma menina e nossas crianças fujam?

- Meu Deus do céu Lynn, se a gente tiver uma filha o filho do casal sorriso vai ser o amigo de infância dela. – eu preferia “casal ternura”.

- Número um: eles moram da Austrália. – falei. - Número dois: agradeça que o amigo de infância do nosso filho não será um psicopata sequestrador. – o casal sorriso concordou via Skype. – Número três: mesmo que todos nós tenhamos meninos, ou meninas, você realmente acha que nosso filho conseguiria resistir a uma criatura que foi feita por esses dois? Digo, olha pra eles. – eles eram um casal tão bonito que irritava.

- Lynn, você deveria ter nos dito isso quando estava solteira.

- Como é que é? – isso foi Cassy.

- Além do mais, essa paixão enrustida que você e o Viktor têm pelo Dake com certeza vai influenciar nosso filho. – expliquei. – Então é melhor aceitar logo os fatos de que nossas famílias estarão predestinadas.

- O QUE?!

- É meio difícil te defender dessa ruivo. – o Dake falou. – Até hoje nenhum de nós esqueceu daquele festival em Brisbane.

- FOI UMA VEZ E EU ESTAVA BÊBADO!

- O que aconteceu no festival de Brisbane? – perguntei.

- NADA!

- Você não precisa me contar. – falei para o Castiel. – Só me diga se o Viktor estava no meio e o resto eu descubro sozinha.

- Huh! Talvez nós possamos fazer um contrato e obrigar nossos filhos a se casar! – a Seraphine disse.

- Isso é a ideia mais idiota que eu já vi na minha vida.

- Castiel, é melhor nós juntarmos logo nosso filho com o herdeiro da Seraphine. – falei. – E se, pela misericórdia dos deuses, o Viktor tiver um filho?

Silêncio sepulcral e agourento.

- Será que se você ligar para o representante ele faz o contrato de graça?

X

Quarto mês:

- Ficar grávida é fácil. – falei com a Rosalya. – Difícil é acordar todo dia com a barriga cada vez maior e não poder fazer nada.

- Mas sua barriga não parece muito maior.

- Rosalya, você acha que eu estou de moletom no meio da rua por que eu quero? – na verdade eu estava usando moletom toda hora porque, aparentemente, dizer que eu estava grávida me livrava de muitas obrigações da moda. - Tem horas que eu visto uma calça e dez minutos depois eu sinto ela apertada.

- Isso é exagero, nem dá para ver que você está grávida. – ela disse. – Mesmo com o tamanho dos seus peitos.

- É o Castiel está adorando isso.

- Você não?

- Digamos apenas que eu estou aproveitando o máximo disso. – se é que vocês me entendem.

- Vocês já sabem se vai ser Annette ou Nathaniel? – depois de três meses as pessoas começaram a se referir ao meu possível garotinho como “Nathaniel” de forma séria. Cassy não me perdoou por isso nem depois de ver que eu aumentei três números de sutiã.

- Não. – sorri. – Nós decidimos que queremos uma surpresa.

- Mas por quê? Como é que vocês vão saber a cor do enxoval, o modelo das roupinhas, dos acessórios, os sapatinhos e tudo o mais sem saber o sexo do bebê?

- Rosalya, depois de descobrir que eu estou grávida de uma criança não planejada, qualquer outra surpresa vai ser fichinha.

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Quinto mês:

- PARE de me fazer comer sorvete! – isso foi a maluca aqui gritando com a própria barriga.

- Pare de gritar com ele ou ela. – o Castiel falou. – Você vai ter bastante tempo pra isso depois do nascimento.

- Então diga para o seu filho parar de se mexer durante a noite. – eu acordava assustada achando que estava sendo possuída. Isso não tinha relação nenhuma com o fato de eu estar devorando sorvete, mas enfim, não importa, eu estou carregando outro ser dentro de mim.

- É, não tem como eu te defender dessa. – isso ele falou olhando para a minha barriga. O Castiel pegou a mania de dormir com a mão sobre a minha barriga, e toda vez que nossa criatura se mexia ele também acordava assustado dizendo “MEU DEUS, O QUE EU FIZ?!”.

- Com licença. – ah sim, por um acaso nós dois estávamos no supermercado, e isso foi uma mulher chamando nossa atenção enquanto estávamos na fila. – Mas por que vocês dois estão na fila preferencial?

- Ela está grávida. – o Castiel apontou pra mim.

- Ela não parece grávida.

- Minha barriga tem dezoito centímetros de circunferência. – eu falei entregando o pote de sorvete que eu estava atacando para o Castiel. – Sabe quando eu tive dezoito centímetros de barriga?! Nunca!

- Ainda assim, você não parece grávida.

- Você está me chamando de gorda?!

- Lynn, você comeu dois potes de sorvete numa espera de cinco minutos. – Cassy cochichou no meu ouvido. – E eu acho que a gente nem podia ter aberto...

E foi assim que eu quase matei uma mulher aleatória e o pai do meu filho no mesmo dia e na frente de todo o supermercado. Foi assim também que eu consegui fazer com que banissem, pela primeira vez em quinze anos de negócios, uma grávida do supermercado.

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Sexto mês:

- AH finalmente! – cenário atual: Lynn palhaça chegando a casa depois de uma eternidade de aulas.

- Olá professora. – Cassy aparece da cozinha sem camisa e com o cabelo molhado. – Não tinha pudim no mercado, mas eu achei chocolate e fiz...

 Cassy não terminou de falar por que Lynn palhaça o agarrou pelos ombros e se pendurou no colo dele. Lynn palhaça fez isso porque a libido dela aumentou em escalas astronômicas no sexto mês. Yep, só isso mesmo.

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Sexto mês e uma semana:

Madrugada – quarto da Lynn palhaça e de Cassy.

- Castiel... – isso fui eu cutucando o pai do meu filho, dormindo ao meu lado. – Castiel, acorda...

- Só mais cinco minutos... – ele respondeu com a voz rouca de sono. – E eu prometo que a gente faz de novo.

- Não... – parei um pouco para pensar no que eu queria mais. – Não é isso.

- O que foi então? – ele falou se virando para ficar de frente pra mim.

- Nós queremos milk-shake. – falei com um sorriso inocente.

- Por que você não faz com o sorvete da cozinha?

- Porque eu já tomei o sorvete inteiro. – respondi simplesmente. – E nós também queremos batata frita.

- Como é que é?

- E um sanduíche de três andares e bacon.

- Lynn, são três horas da manhã. – ele disse olhando o relógio de cabeceira.

- Por favor, por favor, por favor, por favor... – falei abraçando ele pelo peito. – Por favor, a lanchonete do centro fica aberta vinte e quatro horas...

- Seria melhor se você parasse de comer tanta porcaria, você mesmo vivia me criticando por causa disso. – isso antes de eu começar a carregar uma criança sua no meu útero.

- Cassy... – me levantei, coloquei uma mão no rosto dele e olhei profundamente em seus olhos. – Eu quero um milk-shake de chocolate, um sanduíche de três andares e batata frita, e eu quero agora...

- Lynn...

- E se você não for buscar agora, eu juro por todos os Deuses que pego uma faca na cozinha espero você dormir e faço com que a criança no meu útero seja o primeiro e único bebê que nós vamos ter...

 Ele demorou um tempo para entender.

- Você está dizendo que vai me castrar enquanto eu durmo?

- Que nem um cachorro. – sorri e dei batidinhas leves na cabeça dele. – Quero cheddar com as batatas e pedaços de cookies no milk-shake.

- Bem que meu pai avisou... – ele falou pulando da cama. – A diferença é que minha mãe não saberia como castrar meu pai enquanto ele dorme.

 Mal sabe Cassy que, mesmo que eu não soubesse, eu descobriria um jeito.

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Sétimo mês:

Interior – sala de jantar em reforma.

Lynn palhaça se mantém a frente de uma parede, horrendamente pintada de vermelho, com uma expressão assassina direcionada ao namorado e aos homens que estavam pintando a casa.

- Eu não sei que espécie de seita vocês querem fundar aqui, mas eu tenho  certeza de que essa tinta hedionda deve ter sido feita com sangue de cachorrinhos.

- Você tinha concordado em pintar uma parede da sala de jantar de vermelho. – Cassy retruca.

- Não interessa, odiei essa merda.

- Lynn já é a terceira vez que você odeia a cor. – Cassy se impõe. – A gente não pode ficar mudando de cor toda hora...

- Você quer criar seu filho num porão sadomasoquista?

- O que?

- Se for isso o que você quer, senhor Castiel, então continue pintando esse vermelho satânico na sala de jantar onde nossa família vai fazer as refeições.

- Mas...

- Rapaz... – um dos pintores intercede colocando a mão no ombro de Cassy. – Eu tenho três filhos, só escute o que o que sua mulher fala, elas são capazes de matar nessa fase... Sete meses não é moça?

- Nossa, que olho bom... Escute o homem, Castiel. – o bebê na barriga chuta. – MEU DEUS, ele chutou!

- Sério? – Cassy se aproxima para sentir.

- Ah, isso é tão fofo!

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Sétimo mês, uma semana depois:

- PARA DE ME CHUTAR! – isso foi a maluca gritando com a própria barriga em plena sala de aula. – O que você quer de mim?! Eu não posso comer sorvete em plena sala de aula!

- Professora! – a Amber levantou a mão. – Eu tenho chocolate aqui se você...

- Quero. – Lynn palhaça pega o chocolate da mão da aluna antes de a mesma terminar a frase. – Na verdade, façamos o seguinte: dessa fileira para cá – do meio para a esquerda. – e dessa para cá. – do meio para a direita. – Escolham alguém para ir até o supermercado e me trazer uns biscoitos, um sanduíche e uma bomba de chocolate, quem chegar primeiro ganha meio ponto para o seu lado da sala.

- Professora, nós estamos em horário extracurricular, você pode ir lá você mesma se quiser. – a Amber falou enquanto os colegas decidiam quem iria.

- Eu prefiro não ir para o supermercado da vizinhança.

- Mas...

- Eu prefiro não ir visitar o supermercado da vizinhança. – voz de maníaca. – Alguma coisa contra?

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Oitavo mês:

Cenário atual: mudança para a nova casa na capital, quarto da criatura por nascer.

- Lynn... – Cassy estava com duas caixas nos braços. – Onde ficam essas aqui?

- Se está escrito “pratos” então deve ser na cozinha, a não ser que você saiba de alguma cultura exótica que guarda seus pratos no banheiro. – eu estava ocupada dobrando roupinhas e colocando nas gavetas da cômoda.

- Nossa alguém está de mal humor. – ele falou colocando as caixas no chão.

- Se você tivesse uma criatura que não para de se mexer dentro de você fazendo giros no seu útero... – me sentei no divã que os pais do Castiel nos deram de presente. – E que não te deixa dormir, você também ficaria de mal humor.

- Eu sei princesa, eu durmo na mesma cama que você. – ele se sentou ao meu lado, passou o braço pelo meu ombro e colocou a mão na barriga colossal que havia a minha frente. Por um momento nós ficamos assim, em silêncio observando o quarto desarrumado da nossa criatura.

- Quem diria... – falei me aninhando ao peito do Castiel. – Que desde aquele dia em que eu falei da sua blusa, nós chegaríamos até aqui...

- Nem me fale... – ele passou a mão no meu cabelo. – Aposto que você nunca imaginou que trocaria mais de duas palavras comigo depois daquele nosso encontro no pátio.

- Eu odiei você assim que bati meus olhos na sua jaqueta de couro e no seu cabelo tingido. – falei. – “Ah céus, então ele é o bad boy”.

- Engraçado, não tinha um “bad boy” na sua antiga escola não? – engraçado é ele falar bad boy com ironia, como se ele próprio não fosse um.

- Tinha. – refleti um pouco. – Engraçado, ele até disse que gostava de mim uma vez, como amiga. – estalei a língua. – Não sei por que ele me falou isso, eu não era amiga dele e o odiava. – Enfim, depois das férias do primeiro ano ele se mudou.

- Ou talvez o Viktor tenha mandado matar o cara. – acho essa mais provável.

- Talvez. – nota mental: lembrar de perguntar para o Viktor o que foi que ele fez com o pobre garoto.

- É... – pausa. – Sabe o que eu pensei na primeira vez que te vi?

- “Caralho, que garota gostosa”?

- Além disso, foi “caralho, ela vai explodir alguma coisa aqui”. – dei um risinho. 

 Nós suspiramos ao mesmo tempo, lembrando daquela época em que éramos jovens e imbecis... Tecnicamente nós ainda somos jovens e imbecis, mas diferença é que toda juventude que nos restava seria sugada assim que a criatura dentro de mim nascesse.

 Por fim, Cassy se levantou.

- Vou terminar de pegar o resto das caixas. – ele disse. – Você termina aqui?

- Não. – falei me deitando no divã.

- Por que não?

- Eu não faço mais merda nenhuma dentro dessa casa.

- Você quer que eu arrume tudo sozinho?

- Ah, perdão, você está terminando de formar os pulmões do nosso filho? – retruquei. – Não né? Então você termina a mudança.

- Mas...

- E me traga um cobertor, nós estamos com frio.

- Mas...

 Eu já estava dormindo antes de ele poder protestar. Gravidez faz isso com as pessoas.

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Oitavo mês, uma semana depois:

Cenário atual – consultório ginecológico.

- Isso é algo que nós geralmente instruímos o contrário. – Cassy e eu estávamos sentados do outro lado da mesa da médica. – Mas vocês precisam parar de praticar relações a partir de agora.

- O QUE?! – primeira vez na minha vida que o Castiel processou uma informação antes de mim.

- Até descobrirmos se essas contrações vão se tornar frequentes. – a médica continuou. Só por informação, eu tive dores que fomos descobrir serem contrações e acordei socando a cara do Castiel achando que estava parindo. Literalmente socando, ele estava com a marca no olho até agora. – Por precaução é melhor suspender as atividades sexuais, ou então pode ser que vocês sofram com um parto prematuro.

- Com “atividades” você quer dizer...

- Ela quer dizer tudo, Castiel. – falei.

- Tudo?!

- Ele tem a libido de um adolescente, doutora. – não que eu não fosse culpada também, os hormônios da gravidez... Como eu vou dizer isso sem parecer que eu sou uma tarada? Triplicavam as... Sensações, durante minhas atividades carnais. – Tem horas que me assusta.

- Tudo?!

- Não se preocupem depois da trigésima nona semana vocês vão poder fazer todo sexo que quiserem. – ela sorriu como se estivesse falando com dois jovens idiotas... Na verdade ela realmente estava falando com dois jovens idiotas. – Mas agora temos que fazer o que é melhor para o bebê.

- Não fique assim, Cassy, você sempre vai ter o chuveiro. – falei dando tapinhas na coxa dele. Cassy ainda parecia em choque. – A nossa conta de luz é obscenamente cara. – expliquei para a doutora.

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Oitavo mês de gestação, duas semanas depois.

- Lynn, querida. – papai Jean-Louis apareceu na cozinha no exato momento em que eu ia roubar o sorvete dele. – Pode ficar com eles querida, você precisa mais do que eu.

- Ah que ótimo. – eu disse abrindo o pote. – Porque eu não ia deixar de comer mesmo que o senhor me encarasse o dia todo.

- Eu sei, querida. – ele me mostrou dois envelopes abertos cheios de números e tristeza, algo que os adultos chamam de conta. – Você pode me explicar porque nossa conta de luz e água duplicou esse mês?

- Hm... – passei um breve olhar para analisar os números. – Essa explicação é meio constrangedora...

- Uma conta de quase quatro dígitos também é.

- A médica meio que nos proibiu de... – eu só demorei para achar a palavra por que enfiei uma colher de sorvete na boca. Eu não estava nem aí se era constrangedor, você meio que liga o modo “foda-se” quando tem uma barriga de trinta centímetros de diâmetro com um ser vivo se mexendo dentro. – Ficarmos íntimos nessas últimas semanas, para eu não ter um parto prematuro.

 Papai Jean-Louis estreitou os olhos e balançou a cabeça.

- É por isso que ele está dormindo no sofá? – por isso e pelo fato de o seu filho ser um maníaco sem nenhum autocontrole... Tudo bem, também era pelo fato de minha barriga imensa estar quase ocupando a cama toda e eu adorar espaço.

- Sim senhor.

- Isso é muito melhor do que a nossa hipótese. – ele explicou. – Pensamos que vocês tinham brigado e você o chutou para a sala.

- Me admira isso não ter acontecido até agora.

- São onze horas da manhã! – mamãe Valerie entrou na cozinha com um roupão e o cabelo molhado. – Como é que a água quente já acabou?! – se já eram onze horas, então isso quer dizer que o Castiel estava no banho há exatamente quarenta minutos.

 Papai me lançou um olhar cheio de sabedoria.

- Eu espero que você tenha uma filha, Lynn. – o pai do pai do meu filho falou. – Assim você nunca vai precisar explicar para o síndico porque toda a água quente do prédio acabou enquanto seu filho tomava banho.

 Dois segundos depois a campainha foi tocada e nós três sabíamos que era o síndico vindo nos dar uma bronca por, pela terceira vez na semana (ainda era terça) o Castiel ter conseguido acabar com a água quente do prédio.

X

Nono mês.

 Nono e último mês, trigésima sexta semana, graças aos deuses, duplamente inclusive, o bebê nasceria em algumas semanas e Sweet Amoris já estava encerrando o ano letivo. A nova casa já estava pronta, decorada e permeabilizada para a segurança de bebês, Cassy e eu iriamos nos mudar efetivamente no final da semana. Hoje era o último dia para a entrega de provas e relatórios e por isso, somente por isso, eu tinha levantado da minha cama e dirigido com uma barriga monumental entre mim e o volante. Esse e os biscoitos do senhor Faraize, por algum motivo ele sabia fazê-los como se usasse um pedacinho do céu em cada um.

- Olhe só para você, senhorita Lynn! – titio Boris disse quando nos encontramos na sala dos professores na última confraternização. – Radiante como o sol!

- E esférica como ele também. – eu falei terminando de mastigar minhas bolachas.

- Ah, você tendo um bebê, Dake se casando e tendo um bebê... – a Seraphine estava no quinto mês agora, o mês em que a gente fica excitada toda hora e chora com tudo o que acontece... Ah, é mesmo, isso é durante toda a gravidez. A desgraçada quase não tinha engordado. -  Céus como eu estou velho!

- Você sempre será o espírito mais jovem que eu conheço professor. – respondi.

- Muito gentil da sua parte querida. – ele beliscou minhas bochechas como se eu tivesse cinco anos. – Espero que a senhorita não se esqueça de nos visitar de vez em quando.

- Os pais do Castiel moram aqui, então pode ter certeza que as visitas serão frequentes. – senão eles matariam nós dois e criariam o neto, ou a neta, como se fossem sua segunda tentativa de criar um ser humano que não era um idiota.

- Esplêndido! – ele sorriu. – Bem senhorita Lynn, então em nome de toda Sweet Amoris... – os outros professores levantaram seus copos. – Até logo!

Até logo, Sweet Amoris.

Quando a confraternização terminou eu fui uma das últimas a sair porque... Bem é difícil levantar de uma privada estando grávida de nove meses. Ao chegar ao pátio eu dei uma parada, primeiro para respirar, depois para dar uma olhada em volta e pensar, com uma nostalgia até agradável, que foi ali que tudo começou entre o pai da criança e eu. Imagine só, como são as coisas.

- Professora! – claro, como no meu primeiro dia em Sweet Amoris, um bad boy surgiu do nada para perturbar minha paz. – Ah, que bom que nós te encontramos!

 Comichão e Coçadinha se colocaram na minha frente, com isso eu quero dizer Amber e Erik.

- Nossa professora, sua barriga está enorme! – o Erik falou. O buraco que eu vou abrir na sua garganta também será.

- Erik! – a Amber meteu um tapa tão forte na nuca dele que o pobre garoto deu dois passos para frente. – Professora, você está linda.

- Amber, tem uma criatura de três quilos dentro de mim. – falei. – Tem como vocês dois serem rápidos?

Eles se olharam meio que ansiosos.

- Nós só queríamos falar para você que...

- Nós vamos para a universidade! – o Erik a interrompeu e como recompensa levou outro tapa.

- O que?

- Nós fizemos a prova de admissão para a universidade na capital! – a Amber falou. – Nós dois passamos! – ah... Meu... Deus.

- Isso quer dizer...

- Nós vamos estudar na sua universidade professora! – ah mer... Maravilha... – E adivinha só! O Erik disse que vai querer fazer biologia.

Não reaja de forma exagerada Lynn.

- O QUE?! – bom trabalho, palhaça.

- É a única matéria que eu gosto professora. – o idiotinha masculino deu de ombros. – Você faz parecer muito legal ser biologista...

- O que...? Por que...?! Eu sou veterinária, seu idiota.

- Não se preocupe, professora, eu vou cuidar dele. – a Amber disse.

- Depois de seis anos e nove meses venha me contar como é que isso terminou.

- O que?

- Nada. – suspirei e olhei para aquelas duas criaturas, aqueles dois pedaços de desperdício de gás carbônico a minha frente, com seus olhinhos brilhantes, suas almas cheias e esperança e tão ansiosos por orientação e sabedoria adulta. – Então isso quer dizer que eu ainda corro o risco de dar aula para um de vocês?

- Sim! – os dois responderam alegremente.

- Ah, céus. – eu iria acabar matando o Erik, tenho certeza. – Pelo visto eu vou ter três filhos. – a diferença era que eu poderia torturar mentalmente dois deles. Abri os braços. – Venham aqui seus merdinhas...

 Os dois sorriram e me abraçaram, um de cada lado. Provavelmente jurando que foi uma boa ideia ter a Lynn palhaça como professora. Não me entenda mal, eu pegava leve com esses dois porque eles eram crianças e professores de adolescentes não podem xingar alunos. Ah, mas na faculdade seria diferente, muito diferente. Essas criaturas não tinham ideia do inferno que iriam enfrentar comigo sendo...

 - Professora, acho que você derramou chá na sua bolsa... – o Erik disse se afastando.

 Ah, que merda... Meu chá...

Espera aí, eu não estava carregando chá. Olhei para baixo e...

- AH MEU DEUS! – calmamente falei. – AH MEU DEUS! QUE INFERNO!

- O QUE?! O QUE?!

- Não é possível! – agarrei no braço do Erik. – Amber vá chamar o professor Boris!

- O que está acontecendo?!

- Minha bolsa estourou!

- Sua bolsa parece normal. – isso foi o Erik dando uma amostra de inteligência enquanto a Amber ia atrás do titio Boris.

- Minha bolsa... Ah, meu Deus, como é que você quer ser biólogo assim, seu garoto idiota?! – comecei a respirar. – Eu não acredito! Eu não acredito! Você tinha que querer nascer justamente aqui?! – isso foi a maluca gritando com a própria barriga.

- O bebê está nascendo?!

- Ah, isso é tão injusto... Faltam duas semanas ainda... – peguei o celular, o número do Castiel estava na discagem rápida. – Castiel... Não, não fui eu! – o Erik me conduziu até o banco no pátio. – Tá bom! Fui eu... Caralho eu não dou a mínima se você estava guardando o último pedaço... FODA-SE Castiel! Porque eu estou carregando seu filho!

- Professora, você está apertando muito... – isso foi o Erik tentando se livrar da minha mão apertando o braço dele.

- Castiel! FODA-SE... ME ESCUTA! Seu idiota! Castiel eu estou em trabalho de parto! – pausa. – Não! Dessa vez é verdade! – pausa. – Eu sei! Mas eu juro que dessa vez é verdade... Tem como você vir me buscar logo antes que nosso filho nasça nessa desgraça de escola?!

Enquanto eu convencia o Castiel de que não, não era a terceira vez que eu fingia estar em trabalho de parto para assustá-lo, o Erik, ainda comigo agarrada no braço dele, se abaixou a frente da minha barriga, como se quisesse manter o bebê calmo, e disse para a criatura lá dentro ansiosa por nascer.

- Bem vindo, ou bem vinda a Sweet Amoris.

 


Notas Finais


Alô, alô :3
Meu tempo aqui é curto ._. mil perdões pela demora, as provas estão quase me matando, mas acho que no final vai dar tudo certo '-' cá está o capítulo descrevendo a gravidez da Lynn, e por aí vai :3 muito obriga pelo apoio, pelos comentário e pelo carinho. Não posso responder nada agora, mas o farei em um futuro próximo.
Espero que vocês tenham gostado.

Obrigada por ler :3


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