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História As Primeiras Vezes de Olivia - "Não te odeio...Só não gosto de você"


Escrita por: delblackroses

Capítulo 4 - "Não te odeio...Só não gosto de você"


Fanfic / Fanfiction As Primeiras Vezes de Olivia - "Não te odeio...Só não gosto de você"

No dia seguinte, acordei com o primeiro toque do alarme do meu celular. Eu estava mais do que disposta a pôr o meu mais novo plano em ação. Tinha até mesmo inventado um nome para ele e era: O professor vai simplesmente gostar de mim, porque eu sou uma pessoa muito legal!

Rindo do nome do meu plano, que era mais do que magnífico, eu fui tomar um banho e me arrumar.

Quando estava descendo para ir para o colégio, me lembrei do guarda-chuva e subi correndo para pegá-lo.

Acho que depois do dia de ontem, eu nunca mais me esqueceria dele.

Seis e meia e eu já estava mais do que pronta para ir para escola, já na porta de casa, Oliver estava me esperando impaciente.

— Você fabrica suas coisas antes de sair? Essa seria a única desculpa para você demorar tanto desse jeito — ele resmungou e eu revirei os olhos.

— Não vou brigar com você hoje, estou de bom humor — respondi, abrindo um sorriso, demonstrando toda a minha animação.

— Credo, quem é você e o que você fez com a minha irmã que nunca acorda de bom humor de manhã cedo? — ele perguntou, se fingindo de assustado.

Dei um tapa no braço dele e fui na frente sem esperá-lo, mas logo depois de ter fechado a porta de casa, Oliver havia chego ao meu lado na calçada sem esforço algum. Eu acho que o problema é comigo mesmo, que sou lerda e sedentária.

— Ufa, depois daquele tapa, eu fico mais aliviado de ver que você está de volta.

— Do que você está falando, idiota? — realmente não estava entendendo, eu não posso demonstrar um pouco de animação que automaticamente eu fui substituída?

— Eu estou brincando com você — ele falou enquanto me empurrava com o ombro. — Um dos problemas com você, é que você leva tudo muito a sério, Livi.

Eu olhei para ele pensativa.

Será que é isso que eu estava fazendo? Levando as coisas a sério demais?

— O que você acha sobre mim, Oliver?

Oliver estava me olhando como se eu tivesse acabado de dizer que vi um extraterrestre.

— Como assim o que eu acho de você? Você bateu com a cabeça hoje, Olivia?

— Não é difícil de responder, é só me dizer o que você acha de mim, olha, por exemplo: eu acho que você é um cara muito legal — e fiz um gesto com as mãos, o incentivando a seguir o meu exemplo.

— E eu acho que você é chata e insuportável — olhei para ele com sangue nos olhos, eu acabei de elogiar esse imbecil! — Ah, e não podemos esquecer que você é bem estranha também.

Eu pulei em cima dele tentando esmurrar aquela carinha que as meninas julgavam bonita, tentando deixá-lo desfigurado, mas não deu muito certo por que ele me segurou com apenas uma mão, me mantendo afastada e dando risada, o que me deixou ainda mais nervosa.

Oliver era um magricelo, como ele podia ser mais forte do que eu?

Acabei desistindo de tentar matá-lo no meio da rua, quando percebi que realmente não iria conseguir.

— Eu nunca mais tento ser legal com você, Oliver.

— Que dia isso aconteceu? — ele caçoou, dando risada da minha cara.

Nós chegamos à escola e quando eu entrei no pátio, diferente de ontem que estava vazio por conta do meu atraso, hoje estava cheio de gente esperando tocar o sinal para as aulas e, logo mais a frente, eu avistei Rafaela abraçada com Jason.

É, pelo menos ela está viva.

— Viu só? Eu disse para você que ela estava com ele.

Tomei um susto enorme com Marcos, que simplesmente surgiu do nada ao meu lado.

— Quem estava com quem? — perguntou Oliver, perdido no assunto.

— Rafaela sumiu ontem o dia todo porque estava transando com Jason e deixou sua irmã preocupada — Marcos explicou enquanto fazia carinho no meu cabelo, como se para me consolar.

— Jason e Rafaela voltaram? — Oliver estava visivelmente indignado com aquela mais nova informação. — Ele vive terminando com ela, será que ela não se dá conta de que tem muito homem melhor por aí? Aqueles que não fumam e nem saem arranjando briga?

— Oliverzinho, esqueça a Rafa. Ela só gosta desse tipo de homem e você não é esse tipo de cara — Marcos disse enquanto olhava para Oliver com um biquinho, também tentando o consolar. — Olha só, você tem muitas opções. Tem as meninas da sua idade e do nosso trio, tirando a Rafaela que só gosta de quem não presta e sua querida irmãzinha, existe eu, que estou muito solteiro, obrigado — completou Marcos, com um sorrisinho sugestivo no rosto.

Oliver fez cara de nojo e fingiu um enjôo.

E eu tive que dar risada com tudo aquilo.

— Eu pensei que você só gostasse dos mais velhos, Marcos — o acusei.

— Não, nada disso. Eu só prefiro homem mesmo — e finalizou mandando um beijinho para Oliver. — Só precisa disso.

— Eu já vou indo... Deus é mais continuar por aqui com o Marcos pronto para me atacar — e, dito isso, Oliver foi na direção dos seus amigos que também estavam no pátio.

E eu continuei dando risada, se tinha uma coisa que eu adorava ver, era Marcos provocando Oliver, com certeza era uma das coisas mais engraçadas nos meus dias.

— Você é incrível, Marcos! — elogiei enquanto secava o canto dos meus olhos.

— Eu sei disso — sorriu, convencido.

O sinal que indicava o início para as aulas tocou e todos começaram a subir, mas eu fiquei ali esperando Jason se despedir de Rafaela para que eu pudesse subir com minha amiga para a sala. Quando isso finalmente aconteceu e ela percebeu que eu estava indo na direção dela, a mesma abriu os braços e veio correndo na minha direção. Rafaela se jogou em cima de mim e me abraçou apertado, apertado demais!

— Amiga, eu voltei com o Jason! — ela contou enquanto me enforcava com o seu abraço apertado.

— Eu percebi, vocês dois estavam agarrados ainda agora.

— Desculpe não ter aparecido ontem para nós duas irmos embora juntas, é que o Jason me levou ao parque para nós dois conversarmos e quando eu vi, já havia passado da hora de voltar.

— Tudo bem, eu já imaginei que coisa parecida fosse acontecer e, além do mais, já sou crescidinha, sei me virar sozinha.

— Mas odeia andar sozinha na rua.

— Eu estou trabalhando nisso.

Rafaela deu risada e então como se tivesse levado um choque de realidade, virou para mim e falou:

— Ontem eu peguei os horários das aulas e acabei esquecendo de entregar um para você — disse enquanto me entregava um papel que ela havia pego de dentro da mochila.

Quando eu olhei o papel, percebi que a segunda aula de hoje era de ninguém mais, ninguém menos, do que do professor Irritadinho!

— Está sorrindo desse jeito por quê? — Rafa perguntou enquanto tentava ver o que eu admirava no papel em minhas mãos.

Eu guardei o papel rápido e sai na frente, indo em direção à sala de aula.

— Não é nada, é só que acordei animada hoje — respondi enquanto abria a porta da sala, dando de ombros, muito decidida em colocar meu plano em ação.

[A aula da senhorita Fernandez parecia não acabar nunca e eu não aguentava mais ela e aquele sotaque, só queria que acabasse logo e que o professor Collins entrasse de vez nessa sala!]

A aula da senhorita Fernandez parecia não acabar nunca e eu não aguentava mais ela e aquele sotaque, só queria que acabasse logo e que o professor Collins entrasse de vez nessa sala!

Uma eternidade mais tarde, quando eu já estava quase terminando de rabiscar uma folha inteira do meu caderno, o sinal tocou avisando que já estava na hora da senhorita Fernandez dar no pé e era a vez do professor Irritadinho entrar. Eu me ajeitei na cadeira, arrumei minha mesa e estava pronta para ser uma aluna brilhante e fazer o professor Irritadinho esquecer que ele simplesmente não gosta de mim.

— Bom dia, turma — ele finalmente entrou na sala e começou a arrumar suas coisas em cima de sua mesa.

Alguns alunos responderam ao seu "Bom dia", e eu estava nesse meio.

Ele começou a passar umas coisas indecifráveis na lousa e depois que terminou de escrever, foi aí que começou a explicar o conteúdo, e por incrível que pareça, foi mais fácil do que pensei não dormir e prestar a atenção no que ele dizia, ele explicava de uma maneira única, ele explicava tudo como se aquilo que estivesse na lousa fosse tão fácil de resolver quanto era para nós, seres humanos, respirar. Dava para ver que ele realmente gostava do que fazia, e aquilo era muito bonito de se admirar.

Eu prestei atenção em tudo e então, quando ele começou a passar os exercícios, vi o quanto aquilo era mesmo fácil de resolver. Rafaela foi a primeira a ir à mesa dele entregar os exercícios já finalizados e depois de alguns minutos, resolvendo as atividades, quando eu olhei e me certifiquei de que estava tudo certo, me levantei e fui mostrar o meu caderno ao professor Irritadinho também.

Ele estava de cabeça baixa, corrigindo alguns dos exercícios.

— Aqui está — falei, erguendo o meu braço com o caderno para que ele o pegasse.

Ele levantou a cabeça e me olhou, pegou meu caderno e fez um gesto para que eu fosse me sentar.

E foi o que eu fiz, bastante orgulhosa de mim mesma por ter feito todos os exercícios perfeitamente.

— Espere, volte aqui — ele disse de repente, me interrompeu no meio da minha caminhada.

Me virei, surpresa por ele estar me chamando, fiquei tão surpresa que apontei para mim mesma só para ter certeza se era realmente comigo mesmo que ele estava falando.

— Sim, é com você. Venha até aqui — professor Irritadinho disse, sem um pingo de paciência em seu tom de voz.

Cheguei à mesa dele novamente e fiquei esperando o mesmo me dizer o por que ele me chamou. Ele olhou para o meu caderno, depois olhou para mim e então olhou para o meu caderno de novo. Será que ele estava surpreso por eu ter entendido tudo e feito um excelente trabalho? E agora estava se arrependendo profundamente por ter dito ontem que minhas notas eram ruins?

— Foi você quem fez isso?

— Sim, senhor — Rá, engula essa.

— É claro que foi, você tem certeza que entendeu o que eu expliquei ali na frente?

— Sim...? — Rá?

— Não, você não entendeu. Porque todos os exercícios estão errados — ele disse enquanto batia com sua caneta vermelha impacientemente no meu caderno.

— Errados? Bom, eu realmente me esforcei para tentar fazê-los.

Eu nunca mais cantaria vitória antes da hora.

— Sim, e eu admiro que você tenha tentado, afinal, eu já conheço a sua dificuldade em matemática. Agora, senhorita, preste mais atenção quando eu estiver explicando, por favor — disse enquanto me devolvia o meu caderno.

— Prestei atenção! Juro que prestei, mas por algum motivo desconhecido, eu errei todas as questões

Eu estava indignada, pensei que estava abalando e tinha acertado tudo! Acho que nunca deveria ter saído do meu cantinho de humanas para me aventurar no mundo das exatas, para início de conversa.

— Escute, senhorita Jhonson — ele disse, enquanto arrumava os óculos em seu nariz. — Você sabe que todos os anos os professores escolhem alunos para os ajudarem nas aulas, não sabe?

— Sim, eu sei — respondi confusa.

Por que ele estava me perguntando isso? Onde foi parar o assunto sobre os meus exercícios?

— Bom, a senhorita será a minha ajudante deste ano — informou ele, me olhando nos olhos.

O QUE??????

Eu nem preciso dizer que a minha feição para ele naquele momento era de puro choque, não é?

— Sua ajudante, eu?

Eu jurava que ele estava brincando comigo.

— É, você.

— Eu? Mas por que eu? Pensei que o senhor me odiasse — era notório que eu estava muito feliz, só pelo fato do meu sorriso de rasgar o rosto.

— Não te odeio...

Não sei como foi possível, mas o meu sorriso aumentou mais ainda no meu rosto.

— ... eu só não gosto de você, é diferente — ele falou com naturalidade, dando de ombros, como se estivesse falando sobre o clima.

E tão rápido quanto o meu sorriso veio, ele se foi.

— Então por que você está me dando a vaga de sua ajudante? Não faz sentido nenhum! — eu queria poder subir em cima daquela mesa e matar ele asfixiado com aquela gravata!

Queria arrancar aquele sorriso presunçoso do rosto dele!

— Por que nas minhas aulas, você irá se sentar bem aqui — ele apontou para o seu lado. — Ao meu lado, eu irei lhe ensinar matemática.

— Então o senhor está querendo me dizer que você é um cara muito legal e que vai tornar a pessoa que você simplesmente não gosta sua ajudante, só para poder ajudá-la? — aquilo era muito suspeito, eu duvido que ele seja um benfeitor.

Ainda mais quando ele sorri desse jeito, era assustador.

Aquilo me cheirava a mau-caratismo.

— Isso mesmo — ele afirmou, e em seguida mudou a feição do seu rosto para algo delicado e bonito... quer dizer, grotesco! Sorrisinho grotesco!

— E eu deveria agradecer?

— Se sua mãe lhe ensinou bons modos, sim, você deveria — não suba na mesa e mate ele, Olivia! Não suba na mesa e mate ele!

— Obrigada?

— De nada.

E então, eu me virei e estava pronta para ir para minha mesa e começar a pensar no que eu havia feito de errado para merecer isso, já que fazer exercícios de matemática não é a minha praia pelo visto.

É o que eu iria fazer se ele não tivesse me chamado no meio do caminho, mais uma vez.

— Senhorita Jhonson?

Parei no meio do caminho e voltei a olhar para ele.

— Sim? — perguntei desconfiada.

— Eu gosto do meu café puro.

— Sério? E eu gosto do meu com leite — eu não estava entendendo onde ele queria chegar com esse papo de café, mas eu não ficaria calada!

— A partir de amanhã, traga o meu café puro e acorde mais cedo para chegar aqui antes da minha pessoa e ajeitar as minhas papeladas, eu gosto delas bem organizadas — e então, para finalizar, ele deu um sorriso de lado.

Grotesco! Aquele sorriso grotesco!

Eu estava boquiaberta com aquilo que estava acontecendo, por alguns milissegundos ele realmente conseguiu me fazer acreditar que era um cara legal, mas muito pelo contrário, ele é um completo babaca! Além de me fazer passar vergonha na frente dos meus colegas que estavam dando risada da minha cara espantada, ele estava ali junto a eles, com aquele sorrisinho de lado, saboreando o meu constrangimento.

Demônio! É claro que ele não iria me ensinar de graça, na trajetória ele iria me fazer sofrer e muito.

 



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