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História As Quatro Estações - Então, Nos Trombamos


Escrita por: TheLB

Notas do Autor


Oiiiii, genteeeeee!
Turu bom?
Ai, eu to muito animada pra essa fanfic e pra My Life Is Going On também então nisso, eu gostaria de saber se por algum acaso vocês gostariam de criar um grupo no whatsapp pra gente discutir sobre fanfics, não só sobre as minhas mas fanfics em geral, indicar mais fanfics boas de La Casa de Papel para que a gente possa ler e quem sabe eu solte alguns spoilers das minhas lá.
Ainda sem música, mas logo terá.
Então, vamos lá <3

Capítulo 3 - Então, Nos Trombamos


NARRAÇÃO ÁLVARO

Ao acordar com o despertador tocando alto, me sentei na cama e estiquei os braços, aquele dia seria o dia em que faríamos uma doação de livros novos para um colégio público de Madrid, mais precisamente 208 livros sobre fantasia, romance, drama, aventura, terror e muitos outros gêneros para que os alunos pudessem ler e se aventurar no mundo imaginário da leitura. Eu já tinha tudo em mente tudo o que eu ia falar então fiquei mais tranquilo.

Tomei um banho gelado para despertar e vesti um blazer cinza, coloquei meus óculos e me dirigi para a cozinha e ao constatar o silêncio do apartamento, percebi que Pedro, meu irmão, ainda estava dormindo. Revirei os olhos e fui preparar um café, esperando que a Bela Adormecida acordasse logo pois não queria me atrasar para pegar Giulia na casa de Bárbara.

Respirei fundo ao pensar nisso, não gostava de levar Giulia para meus compromissos de trabalho pois, convenhamos, nenhuma pré adolescente de 12 anos gosta de ficar seguindo o pai no trabalho ao invés de poder fazer o que tem vontade, no caso dela, assistir muitos filmes. Bárbara, minha ex mulher, não facilitava para mim e eu não entendia o porque afinal, ela trocou nossos 16 anos de casados por um rapaz 20 anos mais novo. Já tinham 3 anos desde o divórcio mas ela sentia raiva de não ter conseguido ficar com parte do meu dinheiro até hoje e descontava sua raiva me provocando.

- Bom dia. – Pedro disse entrando na cozinha. – Que cheiro de café maravilhoso.

- Está pronto. – eu respondi entregando uma xícara para ele. – Se quiser algo para comer, pegue no armário, já fiz o favor de fazer o café para a princesa que não consegue acordar cedo.

- Eu me arrumo rápido, não preciso ficar usando essas coisas chiques todo dia. – ele disse apontando para mim. – Estamos indo numa escola, vestir uma roupa menos formal talvez atraia mais a simpatia daqueles adolescentes revoltados.

- Obrigada pelo conselho, mas gosto do meu estilo. – eu me limitei a dizer, e terminei de tomar o meu café.

Não demorando mais, descemos para o estacionamento e entramos no carro de Pedro, eu não gostava de admitir mas ele era melhor motorista do que eu.

Após dirigirmos um pouco, parei em frente a casa majestosa de Bárbara, ela já havia tanto dinheiro, não entendia porque tinha tanta ganância por mais e mais. Giulia já estava lá fora, me esperando, os cabelos negros e cacheados estavam presos em um rabo de cavalo alto e o seu óculos vermelho parecia ainda mais vibrante a luz do sol, ela ajeitou a sua mochila nas costas onde suas coisas estavam e se apressou para entrar no carro.

- Bom dia, filha. – eu falei sorrindo para ela, que se esticou do banco de trás para o da frente para me dar um beijo na bochecha. – Como você está?

- Estou bem, pai. – ela respondeu, a voz era doce como mel. – Oi, tio Pedro!

- Oi, Gigi! – ele respondeu animado. – Quando suas aulas voltam mesmo?

- Provavelmente essa semana ainda, as reformas não eram muitas, mas adoraria que o teto da minha sala caísse ou tivessem que pintar todas as paredes e pudéssemos ter mais alguns dias de recesso. – Giulia suspirou.

- Gi, você sabe que estudar é importante. – eu a repreendi.

- Eu sei, mas não quer dizer que eu goste. – ela disse. – Por exemplo, é importante que todos nós cagamos, mas você não gosta de ficar lá horas e horas tendo coisas estranhas saindo de você.

- Pelo amor de Deus, Giulia! – falei segurando o riso. – Por favor, menos, e olhe o palavreado.

- Deixe a menina, Álvaro. – Pedro riu. – Antes ser assim, cheia de vida e várias coisas para falar do que ficar reclusa em um canto, sofrendo em silêncio.

Revirei os olhos, se dependesse de Pedro, Giulia já teria fugido com uma banda de rock aos 5 anos de idade.

Logo, estávamos chegando no colégio onde seria feita a entrega dos livros e alguns repórteres estavam lá e logo vi mais pessoas da editora chegando, saímos do carro e após dar uma pequena palavra aos repórteres sobre a iniciativa de dar mais acesso as crianças aos livros, entramos na escola e fomos recebidos pelo diretor, um homem meio atrapalhado mas intrigante.

- Álvaro Morte e Pedro Alonso. – Arturo, como se chamava, disse sorrindo grandemente. – Que prazer ter vocês em minha escola, tenho certeza que as crianças vão adorar a palestra e se inspirar no exemplo que vocês dão!

- Ficamos lisonjeados. – Pedro respondeu sorrindo de volta e enquanto a hora da palestra ainda não chegava, Arturo nos conduziu pelos corredores nos mostrando o colégio.

Era realmente um lugar muito bem aconchegante e ao passar pelo corredor das salas de aula, podíamos escutar as risadas e as conversas animadas.

NARRAÇÃO ITZIAR

- Não, Alex. – eu revirei os olhos para o rapaz de 15 anos no auge da puberdade que estava a minha frente. – Você não pode desenhar um pênis!

- Mas e quanto a arte ser livre? – ele tentou argumentar. – A minha arte fala sobre a liberdade sexual.

- Você tem 15 anos. – eu revirei os olhos mais uma vez. – Provavelmente não lava nem a cueca, quer falar sobre sexo? Agora vai se sentar.

Ele bufou e seguiu para a sua mesa onde seus outros colegas riam de sua tentativa frustrada de tentar me convencer de que desenhar um pênis para colarmos os cartazes nas paredes era uma boa ideia. Após ver que todos estavam concentrados em suas atividades, me levantei para andar pela sala e ver o trabalho que eles estavam fazendo. Aconselhei uma aluna de como desenhar melhor o vestido de uma menina e a um rapaz a escolher as cores de tinta certa para a sua paisagem.

- E se eu fizesse algo diferente? – ele falou. – E se eu invertesse tudo? A água é verde e o céu é vermelho?

- Pode ser uma boa ideia. – eu concordei e o ajudei a pintar.

Nessa brincadeira de pega e joga tinta, acabei sujando a minha blusa branca nova de várias e várias cores e suspirei, provavelmente quando Arturo me visse iria me matar, a essa altura do campeonato todos estavam se preparando para a palestra que não demoraria muito mais para acontecer. O sinal tocou indicando que os alunos poderiam se dirigir ao auditório para a palestra, e aproveitando que eu teria tempo até todos se ajeitarem em seus lugares, parei em um banheiro para olhar minha situação.

Tentando dar uma aliviada no visual, soltei os meus cabelos caíram um pouco bagunçados mas com algumas passadas de mão, logo havia se ajeitado. Pelo menos minha calça jeans era escura e se alguma tinta havia caído, não dava para perceber. Encarei para a minha linda blusa branca que eu havia comprado no mês anterior e pensei, sou uma professora de artes, o que eles esperavam? E também, poderia dizer que era moda em Paris. Me apressei a sair logo do banheiro mas ao sair, acabei trombando com um homem que saia do banheiro masculino ao lado.

- Ah, desculpe. – eu falei. – Espero que eu não tenha te manchado, acho que a tinta ainda não está totalmente seca!

- Não se preocupe. – ele disse ajeitando o óculos que com o impacto, havia saído do lugar. – Que bela mistura de cores.

Por alguns segundos, observei o homem a minha frente. Era alto e o cabelo preto estava penteado para trás, estava vestido elegantemente e tinha uma aura tranquila, seu rosto era belo e eu não me lembrava da última vez que eu tinha visto um homem com porte tão confiante e com tanto charme.

- Ah... – eu falei. – É moda em Paris!

- É mesmo? – ele riu baixinho, sua voz exalava tranquilidade e também era deliciosa de escutar. – Vou me lembrar disso quando for para lá.

Eu apenas sorri.

- Enfim, desculpe por ter trombado em você também. – ele disse sorrindo. – Com licença.

- Ok. – me limitei a dizer e ainda sorrindo, ele se virou e seguiu corredor afora.

Quando ele virou o corredor, parei para pensar no que tinha acontecido. Será que eu havia flertado? Fazia tanto tempo que eu não tinha tido um momento de paquera que eu nem lembrava como se fazia isso. A última vez que tinha flertado com alguém tinha sido no ano anterior quando eu sai a balada com uma amiga que havia insistido muito, e acabou sendo um total desastre. Desde então, minha relação com homens eram estritamente carnais, sem fala.

- O que está fazendo parada aí? Pensando na morte da bezerra? – Alba disse do nada ao meu lado, me assustando.

- Pelo amor de Deus, não surja do nada. – eu falei. – Acabei de trombar em um cara lindo, acho que é da editora que está aqui.

- E o que tem demais nisso? – ela riu.

- Olhe para mim. – eu apontei para a blusa. – Eu disse que era moda em Paris, sinceramente, pior maneira de se flertar com um homem.

- Ah, relaxe. – Alba disse e me puxou para que eu a acompanhasse até o auditório. – Deve ser alguém da organização, talvez tu nem verá ele.

- Pode ser. – dei de ombros.

Arturo estava na porta do auditório recebendo todos, alguns alunos ainda entravam no auditório e quando ele me viu, seu semblante ficou sério.

- Por favor, Itziar. – ele disse irritado. – Será que pelo menos por hoje você poderia ter evitado de se jogar na tinta? Por que não passou apenas uma atividade com lápis de cor ou outra coisa menos perigosa de se sujar?

- Eu gosto de dar liberdade aos meus alunos, nem todos gostam de lápis de cor. – eu rebati. – Mas relaxa, é moda em Paris.

Ele bufou e revirou os olhos, eu e Alba seguramos o riso.

- Pensei que tinha achado besta isso de falar que era moda em Paris. – ela riu ao ver que já estávamos longe dele.

- É o Arturo, falo qualquer coisa para deixar ele puto da vida. – eu ri de volta.

- Tu ainda vai perder teu emprego. – ela balançou a cabeça e nos sentamos em alguns lugares vagos na primeira fileira, pelo visto, os alunos não estavam muito a fim de ficar cara a cara com o palestrante, estavam todos sentados mais para o fundo.

- Aliás, como é mesmo o...como é o nome? Álvaro? – eu perguntei para Alba. – E Pedro, não é? Acho que já devo ter visto alguma foto deles na internet, mas eu não me lembro direito.

- Ah, você sabe. – Alba deu de ombros. – Estilo de empresários.

Olhei para trás e vi alguns alunos atrasados entrarem rindo da cara de Arturo, que brigava com eles pelo atraso. Nas primeiras fileiras reparei que estavam mais professores do que alunos e enquanto a palestra não começava conversei com Alba sobre o Festival de Artes que a escola faria em breve, antes das férias, alguns alunos ansiosos já me perguntavam quando as inscrições abririam e faltavam apenas duas semanas, logo eu estaria tão ocupada com as preparações que não teria tempo de pensar em mais nada.

Era bom aquilo pois, foi bem nessa época que meu casamento com Juan acabou e hoje, sofro um pouco ainda, mas não por conta de termos nos separado mas sim porque lembro de toda a trajetória que tivemos até que isso acontecesse. Todas as tentativas frustradas e falhas, quando após anos sem sucesso eu descobri que não poderia segurar uma gestação, todas as vezes que chorei no hospital após ter tido um aborto espontâneo, tudo aquilo me matava por dentro pois apesar de já ter desisto, ter um filho era um sonho que eu tinha desde sempre.

Eu o ensinaria sobre a vida e a arte, e seríamos unidos como unha e carne.

Sentindo que eu ficaria cabisbaixa com esses pensamentos, tentei afastá-los prestando atenção nos alunos que estavam algumas fileiras atrás de nós.

- Ei, vocês. – chamei atenção. – Façam silêncio para prestar atenção na palestra!

- Não começou ainda. – um deles respondeu.

Revirei os olhos.

- Adolescentes... – Alba revirou os olhos junto comigo.

Finalmente, foi iniciada a palestra e após uma pequena introdução de Arturo agradecendo a visita e a doação, ele convidou o palestrante do dia.

- Com vocês, Álvaro Morte! – ele anunciou animado e então, Álvaro subiu no palco.

Arregalei os olhos ao constatar que o homem que eu havia trombado no corredor era o próprio Álvaro Morte, ele pegou o microfone e após os aplausos cessarem, ele se preparou para falar.

- Bom dia a todos! – ele disse sorrindo, olhando para toda a platéia. – Eu sou Álvaro Morte e hoje vamos ter uma conversinha sobre livros, sei que vocês adolescentes podem não gostar muito disso mas acreditem, vocês vão gostar.

E então, seu olhar caiu em mim.


Notas Finais


E aí?????
O que será que vai rolar???


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