História As Quatro Estações Para Te Reconquistar - Temporada 02 - Capítulo 02 - Entre as Estações de Nagoya

Naquele momento, eu estava sentado no chão da sala da Margareth enquanto a mesma se encontrava na cozinha provavelmente preparando alguma coisa para eu comer.

Eu não conseguia imaginar ninguém melhor do que ela para me ajudar nessa confusão que estava a minha cabeça, apesar de só nos conhecermos a um mês, Margareth conseguia me decifrar tão bem quanto a Vivi.

Aparentemente ela devia estar sozinha em casa, já que eu não ouvia a voz da sua mãe ou as risadas do seu pai.

Aquela casa era bem agitada e eu gostava de ficar ali, já que me lembrava a minha própria casa com os meus irmãos.

Margareth entrou na cozinha trazendo um sanduíche e um copo de suco e colocou na minha frente, logo depois se sentou no chão com as costas apoiada no sofá.

- E então, o que aconteceu pra você precisar da minha ajuda? - Ela perguntou se agarrando ao seu joelho.

Peguei o sanduíche e rapidamente o devorei e tomei o suco, aquilo nem surpreendia mais a Margareth, meu apetite era algo tão incrível.

- Eu estou confuso! O Ace falou para eu dar um tempo pra Nami, já o meu pai falou para eu ir atrás dela! - Eu falei tentando mostrar como aquilo me incomodava. - O que você acha que eu devo fazer?!

Margareth ficou apenas me olhando, como se quisesse entender o porquê daquela pergunta, ela apenas pegou uma mexa do cabelo e o enrolou no dedo.

- Margareth?

- O que você acha que deve fazer? - A voz dela era baixa.

- Eu não sei! É por isso que eu estou aqui! - Falei segurando a mão dela, que pareceu ficar meio estranha em seguida. - Você é a única que pode me ajudar!!

Margareth afastou a minha mão e cruzou os braços, notei que suas bochechas estavam meio vermelhas e sua respiração meio irregular, será que eu havia dito algo que a chateou? Mas eu não falei nada que não se referisse a Nami.

- Luffy, sinceramente eu não sei o que você deve fazer. Mas de uma coisa eu tenho certeza, se você não fizer nada, provavelmente vai perder a Nami pra sempre. - Ela falou tudo aquilo sem me olhar. - Por isso que quando você chegar frente a frente com essa garota e ela não perceber que você a ama ela é uma tonta!

- Isso quer dizer, que eu deveria ir atrás dela? - Perguntei não compreendendo muito as palavras da Margareth.

Ela apenas suspirou e me olhou e pela primeira vez eu notei que algo estava a incomodando e muito, pois parecia que ela queria chorar.

- Você está bem? - Eu perguntei, sem esperar a resposta dela.

Ela balançou a cabeça negativamente e antes que eu pudesse me aproximar dela para abraçá-la, Margareth se levantou e respirou fundo, como se tentasse controlar algo dentro dela.

- Não, eu não estou bem! Sinceramente eu não gosto dessa idéia de você ir atrás dessa garota! Eu não gosto da idéia de você se preocupar com essa garota, que deixou bem claro que não quer nada com você! - Ela parecia muito irritada ao dizer aquelas palavras e pela primeira vez a vi chorar, aquilo meio que me desconcertou. - Mas ainda assim, eu sei que você deve ir atrás dela, porque essa garota tem sorte em ter você apaixonado por ela! Então é melhor você sair da minha casa agora e ir atrás dela!

Eu só fiquei ali parado a olhando enquanto eu a via chorar sem saber ao certo o motivo daquilo, porque a Margareth estava chorando tanto?! Eu tinha feito alguma coisa que ela não gostou?!

- Margreth...

- Vá agora, Idiota! - Ela gritou e apontou para a porta. - Eu não quero te ver até que tenha resolvido toda essa merda!

Eu não contrariei ela, apenas sai de sua casa e fui para a minha, onde encontrei o Dragon bebendo sua cerveja de sentado no sofá, como se sua vida fosse apenas aquilo e não tivesse nada para seu preocupar.

- Eu preciso que você me leve para Tóquio agora! - Eu falei assim que abri a porta de casa.

Dragon me olhou enquanto um pequeno sorriso estava em seus lábios.

- Parece que você resolveu ir atrás da sua namorada. - Ele disse e olhou para a televisão. - Só que eu posso te levar amanhã, hoje eu vou trabalhar na usina.

Concordei e fui para o meu quarto, por mais que eu estivesse errado e de acordo com o Ace eu errei muito, eu não ia deixar a Nami terminar comigo assim como se não fosse nada.

No dia seguinte...

Já fazia cerca de 4 horas que nós estávamos dentro daquele carro e já havíamos entrado em Tóquio, agora Dragon dirigia até o colégio, já que provavelmente ela estaria ali.

Assim que meu pai estacionou a algumas quadras do colégio e eu fui andando até chegar no portão, porém antes que eu chegasse vi que a Nami estava chegando no colégio e aquele deveria ser o momento que eu iria até ela para conversar, porém eu vi os olhos dela inchado provavelmente por causa do choro e as marcas roxas embaixo dos olhos, ela não havia dormido...

Meu coração doeu e percebi que aquela Nami era consequência do que eu fiz, era o fruto das minhas atitudes e eu me odiei por ter feito aquilo, por ter feito ela ficar assim... Talvez não tenha sido ruim ela terminar comigo eu havia feito aquilo com ela, provavelmente ela devia estar me odiando e eu não podia culpá-la.

Notei que a Carina estava se aproximando dela e eu esperava que ela fizesse alguma maldade com a Nami, mas em vez disso ela a abraçou...

Não posso fazer isso, eu não vou consegue chegar até lá e conversar com a Nami. Agora eu entendia o que o Ace queria dizer com dar um tempo para ela, o que ele queria dizer com a culpa era minha...

Voltei para o carro e fechei a porta, Dragon me olhou e deve ter percebido que algo não havia dado certo e apenas ligou o carro e dirigiu de gosta a Nagoya.

Dessa vez, eu não vou poder reconfortar a Nami, não porque eu não queria, mas porque eu era a causa da dor dela e aquilo doía em mim.

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"Naquele dia, percebi que fiz quem eu amava sofrer."