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História As Velas Mágicas - O Crime


Escrita por: Delecom

Notas do Autor


Leroy Copeinski :U

Capítulo 20 - O Crime


Fanfic / Fanfiction As Velas Mágicas - O Crime

Ao cair da noite, naquele domingo, Harry e eu fomos até a casa do Marvin, como ele havia nos pedido. Quem nos atendeu foi o irmão caçula dele, que nos deixou entrar, afinal, já nos conhecia. Descemos até o porão enquanto o garoto estava assistindo desenho animado na TV. Nós pegamos as três velas e o livro, juntamente com uma caixa de fósforos e um frasco de álcool. Ateamos fogo em tudo. Agora, não passavam de papel queimado e cera derretida. Ninguém jamais voltaria a fazer pedidos para àquelas coisas de novo. Desejei mentalmente que eu mesmo nunca tivesse me metido com essas porcarias. Mas já era tarde demais.

 

No dia seguinte, mal consegui me concentrar na prova. Por sorte, o professor de geografia tinha pegado leve. Até o Spencer saiu da sala confiante quando terminou.

— Nunca fui tão bem em uma prova, antes — ele me disse. — Tudo graças a você, Tyler.

— Você já tinha potencial, só ajudei você a descobrir ele — respondi. Queria beijá-lo, mas... Eu deveria terminar com ele, certo?

Harry saiu da sala e nos encontrou.

— Oi — nos saudou. Parecia meio intimidado com a presença do meu namorado.

— E aí? — Spencer respondeu de volta, todo simpático, fazendo meu amigo ali relaxar.

— Tyler, temos que achar o Leroy e falarmos pra ele... Aquela coisa. Ele terminou a prova cedo demais.

— Beleza. Ele deve estar no armário dele ou então com a Angel. Vamos procurá-lo.

— E aí, baixinho? — Spencer bagunçou o meu cabelo. — Vai me contar o que tá acontecendo ou é um assunto dos nerds?

Harry me lançou um olhar preocupado. Sabia muito bem o que ele estava pensando.

— Spencer, eu tenho que resolver um problema pessoal do Leroy. Tudo bem se...

— Claro, amor. Eu te espero.

— Não precisa. Quer dizer... Beleza. Nos encontramos na saída.

Ele me beijou na testa afastando minha franja do jeito carinhoso de sempre e se foi. Harry e eu andamos pelos corredores para começar a nossa busca.

— Tyler, qual é? — meu amigo me chamou a atenção, assim que começamos a procurar por Leroy. — Não me parece que está pretendendo terminar com o Spencer desse jeito. Você sabe que...

— Eu sei, Harry. Porra! Vamos achar o balofo.

Fomos até o corredor do armário de Leroy, mas não o vimos por perto. Outra pessoa que eu conhecia, entretanto, por coincidência, estava ali.

— Jenny — a chamei.

Ela se voltou para nós com desprezo.

— Ora, ora. Se não são os dois garotos que gostam de fazer rituais para brincarem com o sentimento dos outros.

Harry a olhou, confuso e, depois, para mim.

— Como ela sabe do ritual? Contou a ela?

— Sim. Eu sei de tudo — Jenny mesmo respondeu. — Olha, meus parabéns, viu, Tyler? Mesmo depois do que houve com o seu amigo, você ainda continua com essa farsa.

— Eu só...

— Qual é, Tyler? O Spencer não gosta de você de verdade. Você precisa parar com isso e...

— Eu amo o Spencer, caramba! — eu explodi, então, o que não foi bom porque, sempre que eu perdia o controle, me tornava um vulcão de emoções. — Eu sei que ele não gosta de mim de verdade — comecei a falar, já com os olhos marejados. — Mas não é fácil deixar alguém que você ama tanto ir embora. Eu sei que eu tô errado e, é por isso que... — Minhas lágrimas caíram. Esperei os soluços pararem para que eu pudesse completar a frase. — Eu vou terminar com o Spencer. Só, por favor, parem de me pressionar. Por favor...

— Ah, amigo. — Harry me abraçou, e deixou que eu chorasse em seu ombro, apesar de quase não o alcançar devido à altura.

— Tyler, me desculpa — Jenny falou então, amenizando o tom de voz. — Eu exagerei. Eu não disse por mal.

Eu não culpava a Jenny. Nem o Harry. Eles só ficavam me avisando toda hora porque estavam preocupados com o preço que eu poderia vir a pagar, assim como eu estava preocupado com o Leroy...

Lembrar desse gordo fez eu me recompor.

— Jenny. — Enxuguei minhas lágrimas. — Você viu se o Leroy passou por aqui?

— É, eu vi, sim. Ele estava pegando suas coisas no armário quando o diretor veio até ele. Os dois caminharam juntos na direção do ginásio.

Assenti, e fomos os três até lá para ver o que estava acontecendo. Avistamos Leroy imediatamente. Ele parecia, pelos olhos inchados e vermelhos, que esteve chorando assim como eu.

— Amigos! — ele gritou desesperado quando nos viu. — Por favor, me ajudem.

— O que foi? — interroguei.

— O diretor... Meu armário... O Marvin... — Ele não sabia se falava ou se soluçava.

— Leroy, se acalma e conta o que houve — Harry tentou o controlar.

Nesse momento, o diretor, que anteriormente estava dialogando com alguém pelo celular no meio do pátio, veio até nós.

— Estou decepcionado, senhor Copeinski. Já acionei os policiais. Eles estarão aqui em breve.

Policiais? Mas que caralhos tá havendo aqui?!

— Espera, aí. Que história é essa, diretor? — Harry quis saber. Todos queríamos.

— O acidente com o palanque não foi bem um acidente — o diretor nos explicou. — Os parafusos que seguravam as barras que sustentavam o tablado foram soltos. E, então, hoje mais cedo eu recebi uma denúncia informando que o Leroy tinha algo a ver com isso. Pedi que ele me mostrasse seus armários e isto aqui estava em um deles. — O senhor Hawkins nos mostrou um saquinho transparente contendo vários parafusos grandes de alumínio.

— Não fui eu, diretor — Leroy gritou, quase em prantos outra vez. — Eu jamais machucaria o Marvin. Eu juro.

— Desculpe-me, senhor Copeinski, mas, as provas não mentem. O senhor está encrencado.

De uma coisa eu tinha certeza. Leroy definitivamente não havia feito aquilo. Ele era incapaz de machucar sequer uma mosca, quanto mais de armar uma arapuca dessas para o próprio amigo. Estava claro também que esse era o preço dele. Chegamos muito tarde? Talvez não.

Tentei pensar em como aqueles parafusos poderiam ter ido parar no armário do Leroy. Magia das velas? Não... Eu estava deixando algo passar.

Então a resposta surgiu em minha mente num átimo.

— Vince — eu disse, primeiro num murmúrio, depois, eu quase gritei. — Vince! Diretor. Vince fez isso. Ele estava aqui no vestiário masculino do ginásio no dia do jogo fazendo coisas suspeitas. Ele deve ter arrombado o armário do Leroy e plantado os parafusos lá.

Todos me olharam, surpresos, incluindo o diretor.

— Tem certeza disso, senhor Anderson? É uma acusação muito grave.

— Tenho. Ele carregava uma sacola preta. Lá devem conter todas as ferramentas que ele utilizou para o trabalho sujo. É o armário dele que deveria revistar.

Todos olhamos para o senhor Hawkins na expectativa de recebermos uma resposta positiva.

— Eu sinto muito, senhor Anderson, mas, isso não será possível. Os policiais estão vindo para resolver o caso. — Ele nos deu as costas, e voltou a pegar seu celular para fazer outra ligação. Permaneceu no meio do pátio, ficando de olho em Leroy.

— Eu vou ser preso! Eu vou ser preso! — meu amigo gordo começou a chorar com muito mais intensidade. — É o meu preço. Eu deveria ter te escutado, Harry.

O preço! Claro! O diretor não acreditou em nós porque o preço do Leroy ainda deveria ser pago. Nesse caso, só havia um jeito de resolver o problema, mas eu não queria pôr em palavras porque sairia hipócrita vindo de mim.

— Leroy, você tem que terminar com a Angel — Harry, por sorte, disse por mim. — É o único jeito de você se safar.

Achei que Leroy ainda iria se mostrar resistente, entretanto, sequer hesitou em pegar seu celular do bolso e mandar uma mensagem para sua namorada. Ficamos por bastante minutos esperando apreensivos até a resposta finalmente chegar.

— Está feito — Leroy informou.

Quase que instantaneamente, o senhor Hawkins veio até nós outra vez.

— Pensando bem, senhor Anderson, a voz da pessoa que fez a denúncia se parecia mesmo com a de Vince. Não teria porquê ele saber que Leroy estava com os parafusos a não ser que realmente esteja tentando o incriminar. Vou exigir uma revista em seus armários imediatamente.

Todos nós respiramos aliviados.

— Tyler, você me salvou. Eu te amo! — ele me abraçou, chorando de alegria desta vez. — Por favor, me perdoa por ter agido como um idiota com você. Eu sou um imbecil.

— Tudo bem, Leroy. Só desgruda — pedi quase sem ar. Leroy tinha o dobro, não, o triplo do meu peso. Ele quase me esmagou com aquele abraço.

Fiquei feliz, todavia, por Leroy estar seguro. Eu tinha plena certeza de que Vince era o verdadeiro culpado, então ia dar tudo certo.

Porém, eu não deveria estar tão aliviado já que, como meus três amigos já estavam livres do poder das velas, significava que eu era o próximo.


Notas Finais


Tá chegando... ;-;


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