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História As Voltas que a Vida Dá - Capítulo 2:


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 2 - Capítulo 2:


Duas semanas depois da intempestiva visita de Helena em sua casa, Afrodite voltava ao seu veterinário de confiança com Duquesa. Voltara para Londres para manter Duquesa longe do vira-latas e também não queria ficar vendo aquela artista maluca e encrenqueira.

O velho doutor Steel a examinou e olhou para Afrodite.

—Há quanto tempo ela está sem apetite?

—Há alguns dias. -desde que proibira que Hank se aproximasse de sua casa. -Eu te contei o que houve, que um...vira-lata a cobriu e eu fui atrás da dona do animal exigindo que o mantivesse longe de Duquesa.

—Não me diga que falou que ela estava prenha? -o idoso segurou a vontade de rir.

—Eu disse.

—Mas eu lhe falei que era necessário esperarmos alguns dias para confirmamos se está prenha pelo ultra som. Foi precipitado.

—Eu conheço a minha campeã, doutor. Ela está com mudanças de humor e comportamento. Sei que está prenha.

—Ela pode estar, como também pode ser que não. Vou pedir para Janice preparar o ultra som.

—Ah, doutor. Quero que cobre a conta de Helena Frost, está bem? -acrescentou Afrodite com um sorriso maligno.

—Frost? A artista plástica? -o veterinário perguntou interessado. -Minha filha e minha esposa são fãs de suas esculturas. Como ela é?

—Irritante! Maluca! Irritante! -pensou um pouco, incrivelmente bonita e dona de belas pernas lhe passaram pela cabeça, mas achou melhor calar-se.

—Espere um pouco. Logo saberemos se Duquesa será a nova mamãe do ano. -falou colocando com a ajuda da sua assistente a cachorrinha sobre a mesa e ligando o aparelho de ultra som.

—E esta falta de apetite e desânimo doutor? -perguntou preocupado.

—Se eu não conhecesse bem esta cachorrinha, diria que isso é depressão. -respondeu com calma. -Saudades.

—Depressão? Saudades? -Afrodite ficou espantado. -Mas por que?

—Talvez saudades do pai de seus filhotes. -o veterinário riu.

—Não me diga que... -Afrodite olhou para a tela. -Eu só vejo borrões!

—E eu vejo dois bebezinhos, talvez três.

—Oooohhhh... -Afrodite lamentou-se. -Minha Duquesa, minha campeã de pedigree...grávida de um vira-lata qualquer que deve ter sido achado em uma lixeira!

—Veja pelo lado bom.

—Que lado bom?

—Eles serão meio campeões. -Afrodite não achou graça. - Bem, creio que você deva conversar com a dona do pai dos filhotes.

—Para que? Meus advogados falarão com ela!

—Duquesa está triste, Afrodite. -e depois acrescenta. -E no estado dela essa falta de apetite pode ser perigoso demais para ela e seus filhotes. Vamos testar minha teoria. Se a visita deste cachorrinho não melhorar o estado dela, teremos que pensar em outra coisa.

Afrodite olhou para Duquesa e suspirou. Ele a acariciou e recebeu de volta uma lambida em sua mão. Não tinha escolha, teria que voltar para Drasmoor. Por Duquesa.

 

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Helena estava deitada no tapete de sua casa, a cabeça apoiada em uma almofada, encarando seu cachorro que parecia entediado, deitado ao seu lado, apoiando a cabeça nas patas.

—Não é culpa minha. -ela conversava com o cachorro. -O tal modelo é um idiota!

O cãozinho suspirou, virando-lhe a cara.

—O que você quer que eu faça? Que a sequestre para você? -e suspirou. -Por que o dono da cachorrinha pelo qual você está gamado tem que ser tão...tão...metido, pernóstico, emproado,... -ficou pensativa. -E ser uma mistura de deus grego com deus romano de tão lindo! E ainda mais, eles foram embora! Voltaram para Londres e eu nem sei onde eles estão! Podem nem estar em Londres mais! Talvez estejam do outro lado do planeta e...

A campainha tocou e Hank só levantou as orelhas em resposta. Helena faz um carinho no seu desanimado cachorrinho e se levanta para atender. Foi com grande surpresa que viu Afrodite parado na sua porta, lindo usando uma calça esportiva justa nas coxas, camisa pólo azul marinho e em sua mão uma garrafa de vinho e na outra uma rosa vermelha.

—Vim em missão de paz. -ele disse, mostrando o vinho e lhe dando a rosa. -Precisamos conversar. Posso entrar por alguns minutos?

Helena não respondeu nada, ainda espantada pela aparição. Hank ao lado dela olhava Afrodite com curiosidade.

—Então? -ele insistiu.

—Ah...claro, entre. -ela lhe deu passagem.

Afrodite estava no limite de seu auto controle. Não esperava ver Helena usando um mini short desfiado, acompanhado de uma blusa frente única branca que evidenciava a cor bronzeada da pele. Os cabelos castanhos soltos, caiam como uma cascata pelos ombros e costas.

Que estava em sua casa, e tinha o direito de estar a vontade, ele sabia. Mas não esperava que ela estivesse tão à vontade assim!

Ele estendeu-lhe a garrafa e os dedos de ambos se roçaram, quando ela aceitou o presente. Depois apontou o sofá da sala, cheio de almofadas coloridas.

—Fique à vontade. -ela pediu antes de se dirigir ao bar. -Qual o motivo da visita mesmo?

—Direta. -ele suspirou.

—Costumo ser. O que quer beber? Prefere que eu abra o vinho que me trouxe?

—Na verdade...algo mais forte. -sentou-se no sofá e Hank subiu no móvel, ficando ao lado dele, abanando o rabo e cheirando sua mão. -Deve estar sentindo o cheiro de Duquesa.

—Hank, deixe-o em paz.

—Está tudo bem. -acariciou o animal e ela estranhou.

—Uísque. -ela serviu uma dose e caminhou até ele, sentando-se do seu lado.

—Eu vim para propor um acordo. -e tomou um generoso gole.

Helena arqueou uma sobrancelha.

—Estou ouvindo.

Afrodite um pouco nervoso começou a brincar com uma mecha de seus cabelos entre os dedos, respirou fundo e encarou-a.

—Não vou mentir. Estou com problemas. -Helena o fitou surpresa. -Preciso de sua ajuda.

—Desculpe...acho que temos um problema de comunicação. Pois todas as vezes que conversamos eu acho que não escutei direito o que disse. -e a garota riu. -Poderia repetir a última frase?

—Preciso que me ajude. -o cãozinho latiu.

—Me insulta, ameaça me processar, ameaça meu cachorro e agora quer pedir minha ajuda? -falou com calma. -E nem sequer pediu desculpas.

—Desculpas? Seu cachorro engravidou minha campeã e eu que tenho que pedir desculpas?

—Não tenho culpa se a natureza manda que os animais procurem uma fêmea para constituírem família. -deu os ombros.

—Ele invadiu minha casa. Minha cachorra estava em meu quintal! -alterando-se.

—Hank também estava em meu quintal. -defendeu-se Helena. -E ele não tem culpa de Duquesa ter se oferecido a ele.

—Está chamando minha cachorrinha de oferecida?

—Estou.

—Ora sua... Duquesa é uma lady! -de repente as palavras do veterinário vieram a mente de Afrodite e ele tentou se acalmar. -Está bem...des...me descu...desculpe.

—Eu não ouvi.

—ME desculpe! -enfatizou.

—Ainda vai me processar?

—Não. Estou disposto a não te processar, cobrar nada de veterinários se...

—Se?

—Se me emprestar Hank até que Duquesa tenha os filhotes. Ele ficaria em minha casa até esse dia.

O espanto foi tanto que Helena ficou sem reação. Antes que ela dissesse algo, Afrodite foi explicando:

—De acordo com o veterinário de Duquesa ela está com depressão. Triste por ficar longe do seu...cão. -Helena olha para Hank, sabia o que ele estava querendo dizer, mas isso não significaria que não tiraria proveito.

—Estou achando seu pedido difícil de engolir. Ainda mais depois de todo o alarde que provocou com a possibilidade dela estar prenha.

—Eu mereço sua desconfiança neste caso, mas é que...estou desesperado! Duquesa pode ficar doente! Perder os filhotes ou morrer!

Helena desta vez ficou comovida com o apelo dele.

—Certo. Eu não empresto meu cão. -ele ficou pasmo. -Mas eu levarei Hank para visitar Duquesa todos os dias. Não irá dormir lá. Afinal, ele é meu cachorro e não quero ficar longe dele.

—Concordo com as visitas diárias. –sorrindo, sentindo-se aliviado. –Melhor que nada.

—Todas as tardes. -ela acrescentou. -Sabe cozinhar?

—O que isto tem a ver com o nosso acordo? -estranhou a pergunta.

—Eu odeio cozinhar. E a ideia de que posso ter um jantar decente até os filhotes nascerem me agrada. -sorriu. –Uma pessoa pode enjoar de comida de micro-ondas, sabia?

—Está se convidando para jantar em minha casa todas as noites? -o sangue subiu ao rosto de Afrodite.

—Sim. São apenas negócios. –ela sorriu confiante. –É pegar ou largar.

—Está bem. Concordo.

—Ao nosso acordo. -Helena ergueu sua taça de vinho.

 

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Na tarde seguinte, quando Hank entrou na casa de Afrodite, no mesmo instante que Duquesa viu Hank, ela deixou sua almofada onde estivera deitada o dia todo e pulou em cima dele, agitando a cauda e latindo feliz.

Hank lambeu seu pequeno focinho e ambos começaram uma corrida em volta dos tornozelos de Helena e Afrodite. Até sumirem em outra direção.

—Não me diga que esse aroma gostoso é de lasanha! -perguntou Helena como se farejasse o ar, entrando na casa.

Afrodite seguiu Helena, de cara amarrada.

—Não achei que estivesse levando a sério este negócio de comer em minha casa todas as noites!

—Ah! Amo comida italiana!

Os olhares de ambos se encontraram por um breve instante, e Helena desviou o olhar imediatamente. Seu coração disparara. O que foi isso?

—Talvez eu deva jantar outro noite. -falou de repente. -Tenho compromisso esta noite.

—Fala da festa beneficente?

—Sim. Fui convidada.

—Eu também!

—É? -ficou espantada. -Lógico que foi. A cidade inteira já sabe que tem um top model morando aqui.

—Helena...eu...

A tentativa de Helena de mudar de assunto e ir embora não fora bem sucedida. Afrodite se aproximou dela, forçando-a a recuar até se ver espremida contra a mesa da cozinha. Com muita gentileza, ele tirou uma mecha de cabelos dos olhos dela. Surpresa, ela o encarou.

—Olha, eu acho melhor a gente...

—Não fique tão nervosa.

—Eu não estou nervosa! -protestou.

—Então por que está trêmula?

—Porque um homem muito bonito está me acuando na cozinha dele...querendo me beijar? –Ela aponta o dedo para o rapaz. –Posso te denunciar por assédio, sabia?

—Está ficando convencida. -sorriu. -Mas gostei de que me ache bonito. E mantenha os processos longe, está bem?

—Não acho que seria uma boa ideia qualquer aproximação. -ela o fitou.

—Tem razão. -ele deu um passo para trás, aumentando a distância entre eles.

—Oh...sabe o que eu acho? -ela disse passando uma mão pela nuca dele. -Que se dane o que eu acho.

Surpreso, Afrodite foi puxado por Helena que o beijou sem cerimônia. Um beijo tão doce e envolvente, que quando deu por si, a segurava pela cintura aumentando o contato entre seus corpos.

—Não quero ir mais nesta festa. -ele disse com os lábios próximos aos delas.

—Ah, é mesmo. A festa! -Helena se afastou, deixando Afrodite pasmo, ela ia embora!

—Helena?

—Ah, já ia me esquecendo. Hank gosta de dormir aos pés da cama. Não o tranque para fora que ele se sentirá solitário. -e na porta. -E ele gosta de passear cedinho.

—Vai me deixar sozinho com eles?

—Hum...sim!

E sorrindo, fechou a porta na cara emburrada de Afrodite. Quem ela pensava que era? Ah, mas aquilo ia ter troco! Ah se ia, Afrodite planejava sua vingança. Depois olhou para os cães que o fitavam.

—O que estão olhando? -e subiu para o andar superior. Tinha uma festa para ir.

 

Continua...



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