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História Ascensio - Capítulo 2


Escrita por: LivLawless

Notas do Autor


Voltei, meus profanos.
Quero adiantar que essa não vai ser uma história longa. Mais alguns capítulos apenas.
Eu estou utilizando vários plots da parte 3, mas vocês vão perceber que alguns acontecimentos eu modifiquei, alterei a ordem e outros apenas ignorei kkkk
Estou postando pelo celular, então ignorem qualquer formatação ruim. Vou voltar depois para corrigir.
Boa leitura.

Capítulo 2 - Capítulo 2


Zelda havia comunicado os Spellman que Lilith estaria na casa durante algum tempo, sendo assim, ninguém ficou surpreso pela presença dela na cozinha pela manhã. O que os teria surpreendido, no entanto, seria saberem que a mulher demônio estivera no quarto de Zelda por toda a madrugada e que acordara recentemente, tendo partes específicas de seu corpo ainda sensíveis, pelos gracejos feitos pela bruxa.

—Quais são seus planos, Sabrina? – Lilith questionou a adolescente, olhando rapidamente para Zelda, que não movera um músculo desde sua entrada no aposento.

—Planos? – A menina a olhou, confusa.

—Sim, planos – Mesmo Zelda não pode continuar imóvel quando Lilith bateu a mão sobre a mesa com força o suficiente para que as xícaras estremecessem – Você sabe, graças ao seu bom desempenho libertando Lúcifer e a mania claramente herdada de seu pai, de mentir para mim, o Inferno está atualmente sem governantes e todos nós estamos em risco diante dos cascos do Lorde das Trevas – Ela sorriu, com ironia – Então sim, Sabrina, quais são seus planos?

—Eu.... – Sabrina gaguejou, sem saber o que dizer e temerosa, já que sua família nada sabia sobre suas aventuras mais recentes.

—O que quer dizer com mentiu para você? – Hilda questionou, um tanto receosa.

—Libertou Lúcifer? – Zelda acrescentou – Você nos disse que ele havia escapado.

—Tia, eu não....

—Deixe Lilith falar, Sabrina – Zelda interviu, sem paciência para mais mentiras da sobrinha.

—Vamos apenas dizer que Sabrina e eu tínhamos um acordo e esse acordo envolvia que ela me desse sua coroa diante do Tribunal Infernal – Lilith sorriu, diante das expressões petrificadas da família da jovem – Oh sim, ela chegou a fazer mais de uma visita em meu Reino, para tentar libertar o namorado. Mas sua sobrinha não cumpriu o acordo, decidiu que ficaria com a coroa no último momento e que eu seria uma mera regente enquanto ela seguia vivendo essa vidinha dupla que leva com os humanos.

—Sabrina! – Zelda praticamente gritou, enquanto Hilda pousou a mão sobre o peito e permaneceu calada – Tudo o que fizemos foi para evitar que isso acontecesse. Prendemos Lúcifer e graças a isso, os poderes do Coven estão em desgraça e agora você decide, por vontade própria e sem consultar sua família, que será Rainha do Inferno?

—Isso é cruel, Sabrina – Hilda finalmente falou, com os olhos marejados – Realmente cruel.

—Eu não pretendia assumir o trono de verdade – Sabrina rebateu, cruzando os braços – Vocês não entendem? Eu apenas precisava manter as coisas dessa maneira até que encontrasse um jeito de enviar Lúcifer para outro corpo. Ele prometeu que se eu aceitasse a coroa, não torturaria Nick e....

—Chega – Zelda se levantou, arremessando na parede o jornal que tinha em mãos – Não importa o que façamos por você, quem está lá fora é sempre prioridade, as promessas de quem não faz parte da família, sempre valem mais. Se tivesse deixado as coisas como estavam e cumprido sua promessa para Lilith, teríamos para quem nos virar agora que os pagãos nos ameaçam. Mas você nunca pensa nas consequências dos seus atos, pensa?

—Eu não tinha como saber – Sabrina gritou, também se levantando – Não podia suportar que Nick continuasse sofrendo, precisava fazer alguma coisa. Não sei porque vocês se importam tanto que eu assuma o trono no Inferno, eram cegas pelo Lorde das Trevas e agora perdem tempo rezando para essa.... Essa megera que matou minha professora.

—Ora por favor – Lilith desdenhou – Eu fiz um favor para Mary Wardwell quando tomei seu corpo. O auge de sua semana era nas sextas a noite, quando tomava um longo banho na banheira e se tocava – Ela sorriu pelo espanto da menina – Ela era virgem, pelo Inferno. Imagine minha surpresa, quando finalmente convenci Adam a me levar para a cama e depois de quatro bilhões de anos, perdi a virgindade outra vez.

Hilda engasgou com o chá que acabara de tomar e por um instante, as outras mulheres a encararam. Zelda sentiu suas bochechas esquentarem e Sabrina manteve a boca aberta por vários minutos, antes de voltar a falar.

—Você é um monstro, Lilith – A jovem decidiu ignorar a presença da Mãe dos Demônios e virou-se para a tia – Parece que estamos sempre no mesmo ciclo, tendo que rezar e entregar nossas almas para seres que nos tratam como nada. E não importa em que situação acabemos caindo, eu nunca posso me virar para o lado que quero.

—Em todas as situações, você foi exceção – A ruiva falava baixo. Sua raiva começava a amedrontar a sobrinha e a irmã, ao passo que causava um estremecimento nas entranhas da Mãe dos Demônios – Continua livre das consequências de suas escolhas, não leva ninguém em consideração.... Talvez, Sabrina, você esteja querendo as coisas erradas, não é? Vá para o seu quarto. De hoje, até que essa situação esteja resolvida, você não sairá dessa casa.

—Mas os meus amigos...

—Seus amigos são humanos e como tal, não devem estar inseridos na vida das bruxas – Zelda apontou para fora da cozinha e impelida por um feitiço silencioso, Sabrina seguiu para seu quarto, guardando para si toda a revolta que sentia.

—Zelda.... – Hilda começou a falar, sendo silenciada por um gesto da irmã.

—Eu juro pelo Inferno, Hilda, que por pouco não bati nela. Então não julgue o que eu disse.

—Eu sabia que havia uma chama queimando, Zelda Spellman – Lilith comentou, encarando as próprias unhas – Parece que a cada dia, eu descubro um pouco mais sobre o que a faz perder a compostura.

—E qual foi exatamente sua parte no acordo com Sabrina? – A ruiva perguntou e Lilith suspirou, percebendo que sua frase de duplo sentido fora ignorada.

—Eu libertaria Nick, caso ela me coroasse diante do Tribunal Infernal – As irmãs Spellman arregalaram os olhos – Mas entendam, eu disse que libertaria Nick, não Lúcifer e como o Lorde das Trevas está no corpo do namoradinho de sua sobrinha, ele tampouco poderia sair do Inferno.

—E como exatamente ele saiu do Inferno? – Hilda mexeu o próprio chá, esperando pela resposta.

—Quando Sabrina não cumpriu com sua parte no acordo e decidiu aceitar o trono diante do Tribunal, declarou que traria Nick com ela para a terra – Lilith deu de ombros, sentando-se – Eu não podia colocar-me contra a Rainha com todas as hordas nos assistindo. Tentei instruí-la a deixa-lo preso até que encontrássemos um novo recipiente, mas....

—Inconsequente – Zelda acendeu outro cigarro, tragando-o profundamente antes de sentir-se um pouco mais relaxada – Eu continuo me perguntando o que fizemos de errado, Hilda. A criamos para servir o Lorde das Trevas e ela se recusou. Agora, que descobrimos a verdade sobre ele, ela se recusa a nos ouvir outra vez.

—Eu vou falar com ela, Zelda – A mais nova das irmãs comentou, sabendo que suas palavras não teriam muito efeito na sobrinha – Vou levar um café e alguns livros, vai ser bom que ela tenha algo para distrair a mente.

Zelda não respondeu, apenas recostou-se melhor na cadeira e fechou os olhos. Precisava lidar com um coven enfraquecido ainda naquele dia e era provável que acabassem enfrentando os pagãos. Se ao menos a sobrinha fosse um pouco mais disposta a colaborar, as coisas podiam ser mais fáceis.

A bruxa sentiu quando Lilith sentou-se em seu colo, com uma perna em cada lado do corpo e quanto tentou protestar, foi calada por dedos colocados sobre seus lábios.

—Pare de se cobrar tanto, Zelda Spellman – A Mãe dos Demônios pegou o cigarro, que pendia esquecido entre os dedos da ruiva e o levou aos próprios lábios, tragando – Eu não sou capaz de devolver os poderes ao Coven, mas ainda tenho hordas fiéis no Inferno e eles poderiam ajudar contra os pagãos. Basta que eu os chame – Ela sorriu rapidamente – Então acalme-se, minha Suma Sacerdotisa, antes que eu seja obrigada a encontrar maneiras de acalmá-la aqui mesma, nessa cozinha tão encantadora.

—Fala sério, sobre trazer reforços para a terra? – Zelda perguntou, arrastando as mãos pelas pernas e quadril da morena.

—Sim. Quanto antes resolvermos esse pequeno contratempo com os pagãos, melhor poderemos nos concentrar em uma maneira de enviar Lúcifer de volta para seu lugar.

Quando Lilith tragou o cigarro pela segunda vez, Zelda sentiu-se arder com a visão. Afundou o rosto no vão entre os seios da outra, aspirando o perfume e depositando pequenos beijos na região, recebendo suspiros abafados como recompensa.

Passos ecoaram na escada e Lilith sentiu-se praticamente jogada do colo da Bruxa, que se levantara rapidamente, a fim de desfazer o contato. A Mãe dos Demônios sorriu para si mesma, antes de munir-se de uma xícara de café. Estar no mundo dos humanos requeria que se alimentasse como um.

—Sabrina não quis falar comigo – Hilda comentou, entrando no aposento e seus olhos imediatamente vagaram pela face corada da irmã e o cigarro entre os dedos de Lilith – Não sabia que fumava, Lilith.

—Em alguns momentos – Ela colocou no cinzeiro o que sobrara do cigarro e se virou para Zelda – Voltarei dentro de algumas horas e terei notícias sobre meus soldados.

—Não é perigoso? – Zelda questionou, recebendo um levantar de sobrancelhas por parte da irmã – Lúcifer pode estar lá, não?

—Eu saberia – A Mãe dos Demônios deu de ombros, terminando seu café e desaparecendo no ar logo em seguida.

Zelda passou o dia a Academia, tentando ensinar alguma coisa aos alunos, mesmo que seguissem sob o perigo de um ataque por parte dos pagãos. Era fato que a promessa de Lilith de ajuda-la, acabara tranquilizando-a o suficiente para conseguir reunir-se outra vez com as bruxas, sem parecer desesperada.

—Sua sobrinha nos propôs um plano – Gryla falou, quando os alunos estavam comendo e elas finalmente podiam conversar sem um adolescente por perto – E nós o achamos muito interessante.

—Sabrina? Claro que ela teria um plano e tentaria usá-lo pelas nossas costas – A ruiva revirou os olhos – E qual seria esse.... Plano.

—Unidas, podemos ter poderes o suficiente para enfiar os pagãos de volta para o buraco de onde vieram – Pesta declarou, com um sorriso que causou náuseas em Zelda.

—Não podemos todas sair da Academia e deixar o território ou os alunos sem proteção – Explicou Gryla – Dentre todos, Sabrina ainda é a que mantém um estoque razoável de poder, por sua ligação.... Especial com o Lorde das Trevas. Mas você sabe de tudo isso.

—Continue – Zelda acendeu outro cigarro e recostou-se na cadeira, ouvindo com interesse.

—Se nós fizéssemos feitiços de ligação e nos uníssemos todas a Sabrina, poderíamos enviar a ela nossos poderes, conforme fosse necessário.

—Mandar minha sobrinha sozinha para aquele maldito parque? Vocês perderam a cabeça – Zelda se levantou, andando de um lado ao outro – Não faz sentido nenhum que concordem com isso.

—Faz todo o sentido, Zelda, já que é nossa última esperança de manter esses pagãos longe. Seremos todos aniquilados se não fizermos algo muito em breve.

—E você sabe que a rendição não é uma opção – Mambo Marie tamborilou as unhas sobre a mesa – Eles irão nos matar de qualquer maneira. Além do mais, precisaríamos de um intermediário para que o plano funcionasse.

—Alguém que visse pelos olhos de Sabrina e nos avisasse qual de nós é necessária – Gryla acrescentou.

—Você poderia ser essa pessoa, Zelda – Mambo sorriu – Fazer parte do plano e cuidar de sua sobrinha. Ao menor sinal de perigo, você pode nos avisar e iremos por ela.

Antes que Zelda pudesse responder, Lilith surgiu em um dos cantos, andando até ela logo em seguida. O balanço de seus quadris enviando para longe qualquer assunto que estivesse em pauta até sua chegada.

—Tenho minhas tropas – Disse apenas, com um sorriso que eletrizou cada uma das mulheres presentes.

—Zelda.... – Mambo chamou-a, tomando sua atenção – Precisamos agir rápido. O prazo que os pagãos deram a vocês termina amanhã, mas eu tenho a impressão de que eles não pretendem esperar tanto tempo.

—Não colocarei Sabrina em risco – A ruiva declarou – Ela não irá sozinha para aquele maldito parque, pelo Inferno.

—Quem são suas tropas? – Gryla dirigiu-se para Lilith – E quem é você?

—Uma Bruxa com contatos – A Mãe dos Demônios sorriu com leveza – E um modesto exército de demônios a meu dispor – Ignorando a mulher, ela virou-se para Zelda – Eles estão prontos para atacar os pagãos ao meu sinal.

—Você precisa me deixar ir, tia Z – Uma Sabrina alterada entrou na sala, sendo seguida por Hilda – Pode me deixar de castigo pelo resto da vida depois disso, mas eu preciso fazer alguma coisa para consertar isso.

—Não é culpa sua que os pagãos estejam aqui, Sabrina – A ruiva comentou, olhando com severidade para a irmã – E você nem devia estar aqui.

—Mas é minha culpa que vocês não possam dar atenção exclusiva para esse assunto – A menina rebateu, com lágrimas nos olhos – Você mesma disse que eu não assumo as consequências dos meus atos. É o que pretendo fazer agora.

—Nossos poderes e um exército de demônios devem bastar, Zelda – Gryla comentou – Nada de mal irá acontecer com Sabrina.

Encurralada, Zelda deu as costas para todos e respirou fundo.

Não era sensato enviar uma adolescente para algo como aquilo. Mas ela sabia que de todos os presentes, Sabrina era a única com capacidade para receber tanto poder e não explodir. Provara isso ao tornar-se a Espada do Senhor das Trevas, no ano anterior.

—Que seja – Ela voltou a olhá-las – Voltemos a nos encontrar aqui, na hora da Bruxa. Descansem, façam o que precisa ser feito. Essa noite, caçaremos os pagãos.

Todas assentiram e se levantaram, deixando a sala. Ela mesma devia se preparar e neutralizar a própria magia o suficiente para que não interferisse na ligação que precisaria fazer mais tarde.

—Eu posso estar lá, Zelda – Lilith falou em um tom suave – É claro que pretendia enviar apenas os demônios, mas posso tranquilizar seu coração e liderar meu exército, para ficar de olho em Sabrina. Bem sinto falta de assistir as hordas em ação.

—Você faria isso? – A bruxa perguntou e a outra apenas assentiu – Cuide dela, Lilith. Não deixe que nada de mal aconteça com minha sobrinha.

—Eu estarei lá – Lilith passou gentilmente os dedos sobre a pele macia do rosto de Zelda e ela deixou a cabeça, aumentando o contato com a mão da Mãe dos Demônios.

A mulher demônio precisou de todo o seu autocontrole para não tomar os lábios da bruxa ali mesmo. Zelda estava consumindo mais de seus pensamentos do que ela ousaria admitir e parecia insuportável a angústia que a mulher sentia pela sobrinha.

Mas sabendo não ser o momento apropriado, Lilith apenas se afastou e ambas deixaram a sala, encontrando Mambo Marie no corredor, esperando.

—Zelda.... – A mulher sorriu – Entendo que esteja preocupada com Sabrina. Mas ela é uma bruxa poderosa, já lidou com magias gigantescas, pelo que fiquei sabendo. Verá como tudo terminará bem.

—Eu espero que sim – A ruiva comentou, pensando em todos os desafios que teriam que enfrentar, mesmo após os pagãos serem derrotados.

—Estive pensando.... – Ignorando Lilith, Marie se aproximou de Zelda, com um sorriso – Talvez devesse me acompanhar para uma bebida. Estou certa de que podemos encontrar uma maneira de acalmá-la, até a hora da bruxa.

Antes que Zelda pudesse abrir a boca para responder, Lilith se interpôs entre elas e sorriu para Mambo de uma maneira que a fez gelar até os ossos.

—Por mais que seu convite seja tão bem-intencionado – Conforme falava, a Mãe dos Demônios deslizava a mão pela cintura da ruiva – Não existe ninguém que possa acalmá-la, quando sua sobrinha pretende se colocar em risco. Agora se nos dá licença....

Sem mais nada para dizer, Mambo assentiu e se retirou, caminhando com pressa pelo corredor. E Lilith, por sua vez, encontrou-se em um intenso conflito consigo mesma, lutando contra a confusão de pensamentos rápidos que passavam por sua cabeça e a sensação estranha que se reunira na boca de seu estômago, ao ver o convite que Zelda recebera.

Ela não esperou que a bruxa lhe dissesse qualquer coisa e tomou a direção oposta do corredor.

O que diabos estava acontecendo com ela?



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