História Assistente Pessoal - Família Uzumaki

Já nem sei há quanto tempo estou em pé ao lado do berço da minha filha, admirando o seu rosto tão perfeito. Lógico que a todo tempo sou o motivo de piada do meu irmão por parecer um pai tão babão, mas jamais pensei que um dia encontraria um ser tão perfeito como a minha filha.

– Nossa, Sakura, ela é linda!

– Você vive falando isso, Sasuke... – envolvi a minha esposa em um abraço bem caloroso. – Que tal irmos logo pra cama? A Sarada vai acordar em algumas horas...

– Claro.

E o meu primeiro mês como pai foi bem diferente do que pensei. Acordar cedo e dormir poucas horas passaram a ser o meu lema. Sakura e eu optamos por fazer tudo sozinhos, por isso, babás não eram uma opção em nossa vida. Além do que, minha mãe e a Yakumo viviam em prontidão para dar todo o suporte necessário.

(...)

– Sasuke, você está acabado! – o Naruto me olhava bem preocupado. Estávamos em meu escritório, nas empresas Uchiha, em um breve intervalo entre duas reuniões longas e complicadas. – O que você tem feito nesses últimos dias?

– Pra ser sincero, eu tento descansar... Mas, sem a Sakura pra me ajudar por aqui, tudo ficou tão complicado... Eu não me lembro de ser assim no passado... Os substitutos dela são ótimos, mas, tudo, pra mim, parece desorganizado!

– Você está dependente da Sakura!

– Não é isso! – fiquei seriamente preocupado com essas palavras do Naruto. – A Sarada também chora bastante e como pai, eu tenho que ficar ao lado dela... – coloquei um sorriso em meu rosto ao me lembrar da minha filha. – Toda vez que eu a pego nos braços, ela para de chorar...

– Então, entendi tudo! – fiquei olhando intrigado para o Naruto. – Você depende da Sakura e a Sarada depende de você! – ele começou a rir.

– Deixa de ser idiota! Preciso apenas da minha esposa por aqui, preciso de mais tempo no dia para a Sarada, e de uma longa semana de descanso!

– Então, que tal organizarmos uma viagem até uma de minhas propriedades no próximo final de semana?

– Você se refere a qual? A dos cavalos de corrida?

– Essa mesma! Lembra da última vez que fomos até lá?

– Ah, lembro sim! Foi terrível!

– Mas dessa vez será diferente! Não estamos na temporada de corridas e, você e a Sakura merecem um descanso! Podem levar a Sarada que eu tenho certeza que a minha mãe vai enlouquecer quando ver um bebê novamente... Ela vive me dizendo que quer um neto...

– E a tal da Hinata?

– Ela viaja muito com a família... Eu liguei, mas ela não estava muito certa se iria... Enfim, o importante é você, meu amigo...

– Então, por mim tudo bem.

(...)

Participei de mais uma longa reunião e tenho certeza que dei breves cochilos em alguns momentos. Saí da empresa e fui direto pra mansão ver a minha filha e a minha esposa. Assim que cheguei, as duas estavam em minha cama dormindo. Olhei para as duas com tanta inveja. Fui até o banheiro em um total silêncio para não acordá-las. Tomei um longo banho, coloquei uma roupa confortável e me deitei ao lado delas.

Acordei com o barulho do choro da Sarada. Me sentei na cama um pouco desnorteado, e vi a Sakura ninando a nossa filha em seus braços. 

– Ela ainda não parou de chorar.

– Hum... Posso pegá-la?

– Claro. – segurei a Sarada e imediatamente, seu choro cessou. Mesmo isso acontecendo constantemente, a Sakura continuava se impressionando e com ciúmes por sempre dar certo comigo. – Não sei como você faz isso...

– Sou o pai.

– E eu sou a mãe... Deveria funcionar comigo também...

– Você a carregou por nove meses e a Sarada já se aproveitou bastante de você. Acho que agora é a minha vez!

– Certo.

Minha filha já dormia tranquilamente em meus braços. Aproveitei a oportunidade para colocá-la em seu berço. A Sakura continuava lamentando baixinho o fato da Sarada dormir rapidamente comigo, aproveitei a oportunidade e lancei o convite:

– Sakura, amor, que tal irmos em um final de semana para a casa do Naruto?

– Ele te convidou?

– Precisamos de um descanso! Ultimamente, tem sido apenas trabalho e casa, trabalho e casa... Estou um pouco cansado...

– Posso pensar nisso... Mas, acho difícil viajarmos nesse momento.

– Tenho certeza que não. – a lancei um olhar bem intimidador. Estávamos com uma bebê dormindo no berço e uma cama de casal totalmente nossa.

– Sasuke Uchiha, nem pense nisso... Minha filha está nesse quarto!

– Você tem um minuto para me dar uma resposta sobre a viagem.

– Não.

– Não?

– Não e ponto final.

Uma Semana Depois...

– Como você me convenceu? – a Sakura estava ao meu lado em nosso carro juntamente com a nossa filha rumo à propriedade do Naruto.

– Amor, você pode ter mudado quase tudo em minha vida, menos o meu poder de persuasão. – começamos a rir.

– Sasuke, nossa filha é muito pequena pra estar viajando assim... Você acredita que a mãe do Naruto até me ligou pra dizer o quanto estava animada com a nossa visita! E que ela ama crianças! 

– Então se prepare, ela é como uma Mebuki e uma Mikoto juntas! – comecei a rir.

(...)

Ao avistar a propriedade familiar do Naruto, de longe percebi um sorriso imenso em seu rosto ao avistar o nosso carro se aproximando. Estacionei o carro e ajudei a Sakura a tirar as coisas do carro, pois logo tivemos a nossa filha roubada pela mãe do Naruto. A Sakura a cumprimentou e juntas entraram na mansão Uzumaki, deixando apenas o Naruto e eu para trás.

– Espero descansar o máximo que eu puder... Naruto, sem confusões dessa vez!

– É claro!... Você conseguiu o apoio do Itachi nesses dias?

– Sim, Itachi ficou em meu lugar... Serão dois dias apenas... Deixar a Misaki em minha casa é um perigo certo! Nem sei como os meus sobrinhos sobrevivem.

– Já disse... Sua família é estranha! Ainda estou traumatizado por aquela noite! Neji prometeu ficar longe de você por um longo tempo!

– Sasuke... – ouvi uma voz soar por trás de mim. Assim que me virei, dei de cara com a irmã do Naruto.

– Karin?

Karin Uzumaki era a irmã mais nova do idiota do Naruto. Não a via há muito tempo, mas seu perfil permanecia do jeito que recordava, ruiva e de expressão bem reservada.

– Conheci sua esposa e sua filha... Bela família...

– Obrigado.

– E Naruto, não consegui evitar a vinda da Rya... – ela se direcionou até o idiota do Naruto e ao ouvir o nome da Rya até senti um calafrio. – Quando ela soube que o Uchiha estava aqui...

– E como ela soube? – ele perguntou.

– Acabei comentando sem querer...

– Quem é Rya mesmo? É a loira ou a ruiva? Ou aquela morena? – estava realmente tentando me lembrar. – Lembro apenas que esse nome me dá calafrios.

– Rya é a nossa prima que ficou maluquinha por você... Totalmente obcecada! – a Karin começou a rir. – Ela é a loira...

– Hum... Droga. – nesse exato momento, lembrei dessa garota e os motivos de sentir tantos calafrios ao ouvir o seu nome. Ela era totalmente maluca, persistente e não aceitou nenhum 'não' que dei a ela. Eu podia ter uma reputação ruim no passado, mas evitava sempre as garotas obcecadas demais pra evitar possíveis dores de cabeça. – Karin, se você fosse uma garota ambiciosa, te ofereceria dinheiro pra matar essa garota.

– Sasuke! – ela acabou me repreendendo, acreditando em minhas palavras.

– Estou apenas brincando, mas pense nisso. – Não custava tentar.

(...)

Durante o almoço, notei o quanto a Sakura se entrosava com a família Uzumaki. A Kushina a elogiava a todo momento e mencionava a todo instante o fato de ter perdido uma nora tão incrível como a Sakura.

– Não ligue pra isso, Sasuke. – o Naruto falou bem ao meu lado, de uma forma que apenas eu ouvisse.

– O que?

– Minha mãe idealizava uma nora! Mas, o que está faltando mesmo é a Hinata aceitar de vez o nosso relacionamento.

– Ainda com problemas?

– Não muitos... Ela apenas foge dos compromissos...

– Combina com você!

– Isso combinava com você!

Assim que olhei para a Sakura que estava sentada bem ao lado da Kushina, de frente ao meu lugar, logo notei o seu olhar curioso em direção à porta de entrada de onde estávamos realizando o nosso almoço. Fiz a terrível escolha em olhar e acabei me deparando com uma loira vindo em nossa direção.

– Olá minha amada e feliz... Família Uzumaki! – a garota de cabelos presos, roupas curtas, extremamente provocante, olhava em minha direção. 

– Quem é essa maluca, Naruto? – sussurrei em seu ouvido enquanto todos não paravam de olhar para a garota estranha.

– Essa é a Rya... Lembra?

Seu rosto estava bem diferente do que recordara. Parecia até um pouco mais alta. Não estava semelhante ao que minhas memórias criaram, mas, como fazia muito tempo, era notório que todos havíamos mudado, isso me fez até achar que ela não se lembraria muito de mim.

– Hum... Será que ela lembra de mim? – me atrevi a perguntar ao Naruto.

– Com toda a certeza.

(...)