História Assistente Pessoal - Feliz Aniversário? Minha família e a Sakura

Me deitei no sofá como se precisasse de terapia psiquiátrica intensiva. Uma semana é o suficiente para bagunçarem minha vida. Pelo menos, tenho uma arma secreta agora: Sakura Haruno. Será que ela vai aguentar esse trabalho nesses dias? Esse será o grande teste!

- Tio! Tio! – o pequeno Nagato veio correndo em minha direção, se jogando em meus braços. Ele é o filho mais velho do Itachi e tem apenas seis anos.

- Nossa! Você já é um homem grande! E está todo molhado!

- Nagato! Não corra pela casa molhado! Seu tio vai ficar bravo com você! – Itachi o repreendeu.

- É verdade, tio? – Ele perguntou com os seus olhinhos meigos. Apenas sorri para ele e baguncei seus cabelos castanhos. A única semelhança dele com o Itachi são os olhos, pois o resto é tudo igual à mãe.

- Cadê a sua irmã? – Perguntei.

- Ela está com a mamãe!

- Hum...

Com alguns minutos, a Misaki entrou com a Itami em seus braços. Minha cunhada tem cabelos castanhos e olhos azuis. Já a Itami é a caçula de apenas quatro anos, a garotinha tem cabelos escuros e os olhos iguais aos da mãe. Pelo visto, o gene da Misaki ganha em quase tudo o Itachi.

- Sasuke, você não mudou em nada! – Minha cunhada disse com um sorriso no rosto.

- Você também não! Ainda acorrenta o Itachi.

- Casamento não é prisão! Você devia arrumar uma esposa!

- É o que a mamãe sempre diz... – Itachi completou.

- E por onde anda a dona Mikoto?

- Ela está estudando a futura esposa do Sasuke! – Meu pai disse.

- A Sakura não é nada disso. Ela apenas é minha assistente pessoal!

- Sakura? – Misaki perguntou. E nesse mesmo instante, minha mãe aparece com a Sakura. Ambas estão sorrindo e parecem se dar muito bem.

- Meu filho, me sinto até aliviada agora...

- Como assim? – Perguntei. Olhei pra Sakura e ela apenas deu de ombros.

- Esquece Sasuke... – Itachi disse. – Vamos crianças! Ainda temos muitas ideias de como enlouquecer o titio!

(...)

Estava no jardim tentando respirar um ar puro, longe do barulho da minha família.

- Sasuke? – Vi a minha assistente em pé me olhando preocupada.

- Hum?

- Sua mãe está me convocando para organizar a sua festa de aniversário!

- Já disse: cancele qualquer plano da minha mãe!

- Mas...Isso é meio difícil de ser executado! 

Realmente, senti dó da Sakura. Lancei um olhar de desistência a ela.

- Sério? – Ela pareceu incrédula.

- Sim! Organize essa maldita festa!

- Certo... – ela me olhava intrigada.

- Entretanto, não vou participar!

Rapidamente, seu momento de alegria se acabou.

- Você sabe que a festa é pra você, não é?

- Você ainda não conhece muito bem os Uchihas. Então, deixe eu te contar alguns detalhes bem importantes. – Respirei fundo e puxei a Sakura para mais próximo de mim. – Minha mãe se separou do meu pai há um bom tempo, mas nunca amadureceram um com o outro, isso reflete em todos os momentos de reuniões de famílias, pois as indiretas e arrogâncias se sobressaem nos dois. Apenas o Itachi é um pouco normal em meio a tudo isso, mas só um pouco.

Conversei bastante com a Sakura e por fim, combinamos que enquanto a minha família estivesse aqui, o trabalho dela seria impedir tornarem a minha vida um inferno.

Uma Semana Depois...

Finalmente, hoje é meu aniversário e depois que esse dia acabar, a paz voltará para essa casa e poderei dormir com outras mulheres sem enlouquecer com a minha mãe se intrometendo na vida de cada mulher que ela vê ao meu lado.

(...)

Olhei no relógio e já eram mais de oito horas da noite. Passei o dia todo em meu escritório e até recebi uma visita de uma garota, mas tive a infeliz sorte de receber a visita do Itachi e da minha cunhada nesse exato momento. Enfim, a garota foi embora e ganhei a companhia do meu irmão e sua esposa até a mansão.

Assim que entrei, todos estavam em pé me aguardando com uma taça de champanhe para brindar. Comemorei um pouco com todos, mas não via a hora de tudo isso acabar para ter a minha vida de volta.

(...)

Finalmente, tudo acabou. Pude aproveitar o silêncio da casa sentado à beira da piscina. Todos já haviam ido dormir porque viajariam de manhã bem cedo.

 Estava apenas com uma taça quase vazia em minha mão, molhando os meus pés nas águas claras da piscina que estava sendo banhada pelo brilho da lua. Nem percebi sua aproximação, até que ouvi sua voz:

- Um brinde a você, Sasuke... - levantei a minha taça em resposta.

- Sakura? Foi difícil pra você esses dias?

Ela ficou pensativa, mas por fim, deu um leve sorriso:

- Se você soubesse o que passei nesses dias, me promoveria a presidente da sua empresa!

Ela se sentou em meu lado, também molhando os pés. Pude aproveitar o momento para olhar bem em seu rosto. Seus traços realmente eram bem delicados, nem saberia definir o quanto sua companhia representava uma paz para mim. Tais pensamentos sem perversão alguma insistia em ficar, para mudar isso, propus algo bem melhor:

- O que me diz de um mergulho?

- Não acho uma boa ideia.

- Sakura, como seu chefe isso não será... - fui interrompido por um grande estrondo e toda a mansão ficou no escuro.

- Um apagão?

- É o que parece.

- Por que o sistema de emergência não foi ativado?

- Irei verificar. – Deixei a Sakura um pouco apreensiva.

- Esqueça isso! Hum... O que me diz de um mergulho?

- Outra vez com isso?

- Vamos Sakura, considere isso um presente de aniversário!

Dei apenas um salto e já estava totalmente imerso. Logo em seguida, ela saltou e ficamos apenas nós dois, em meio a um apagão, e em plena meia-noite nadando em uma água banhada apenas pelo luar.

(...)

- Admita que foi divertido.

- Eh... Posso dizer que sim... - Ela respondeu.

- Se quiser me contar como foi essa semana, sou todo ouvidos.

- Tem certeza que deseja saber?

- Claro. – Sentamos novamente à beira da piscina.

- Por onde eu começo? Bem... - Sakura ficou um pouco pensativa, mas logo desabafou. - Fui fazer compras com a sua mãe, fomos assaltadas, nos perdemos, chegamos em casa em uma viatura, o policial reconheceu o seu pai de um momento particular e queria o prender por motivos que não foram bem esclarecidos, lógico que sua mãe deu todo apoio, mas aí eu conversei com o policial e resolvi tudo.

- Não desejo nem imaginar o motivo. – Na verdade, desejo sim.

- Então... Seu irmão levou as crianças para sair e enquanto isso, a Mizaki tentou preparar um bolo para todos, mas acabou esquecendo de desligar o forno, consequentemente, sua cozinha pegou fogo!

-  Isso não me surpreende.

- Tive que correr com o extintor e apagar o fogo antes que tudo virasse cinza, ganhei uma ajuda do seu detector de fumaça que ativou seu sistema e inundou tudo.

- Sobrevivemos.

- Ainda teve o dia em que tive a má sorte de acordar e ver o seu pai correndo nu pela casa, ele estava embriagado e dizia que haviam garotas más querendo pegá-lo, e não é que ele tinha razão? Haviam duas garotas correndo atrás dele, tive o trabalhão de mandá-las embora sem que ninguém visse, principalmente, as crianças. O pior foi que o seu presente não chegou como encomendei, tive que ir de trem até o local para buscá-lo e o mais engraçado é que encontrei o Joe nesse local...

- Joe?

- Nosso conhecido daquele bar que você entrou por engano.

- Odeio essa lembrança!

- Enfim, o Joe ficou tão animado que me convidou para conhecer o seu novo apartamento em Konoha e até te mandou lembranças, mas quando cheguei em seu apartamento, reconheci o ladrão assaltou sua mãe e eu, o rapaz era vizinho do Joe! Por sorte ele não me reconheceu! Mas, acionei a polícia assim que saí e consegui recuperar algumas coisas... Resumindo, esses foram os principais fatos.

- Você é uma boa contadora de histórias... – falei em tom de deboche e ganhei uma carranca da Sakura.

- Acreditando ou não, consegui trazer seu presente.

- E o que seria?

Entramos na mansão com algumas toalhas em volta dos nossos corpos. A Sakura me levou até o meu quarto e apontou para a minha cama, juro que ideias maliciosas passaram em minha mente e até me animei com isso. Conseguimos algumas velas, mas a iluminação ainda não era ideal. Aproveitei o momento para lançar uma indireta.

- Senhorita Haruno, tentando agarrar o seu chefe?

Ela não se aproveitou da minha indireta e apenas apontou para um pequeno embrulho que estava em cima da minha cama.

- Sasuke Uchiha, deixe esses seus pensamentos devassos para outro momento e vá abrir o seu presente!

Me aproximei da cama um pouco curioso e assim que o abri, me deparei com um relógio um pouco diferente ao meu estilo, de uma marca desconhecida.

- Um relógio... Legal... Gostei...

- Não é um simples relógio... Meu irmão o ganhou de um nobre em um país bem distante daqui e me disse que todas as pessoas que o possuem ganham uma sorte incrível na vida! Ele tem uma longa trajetória e nada mais justo do que ir para o pulso de mais uma pessoa nobre, o ilustre Sr. Uchiha.

- Obrigado. Já mencionei que adoro o jeito que você conta histórias?

Sakura deu um sorriso e saiu do meu quarto. Me deitei e olhei para o meu pulso. Ainda não entendi o que tem de mais nesse relógio, mas se minha assistente pessoal afirma que ele não é um relógio comum, eu acredito. Afinal, para ela sou um nobre.