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História Assuntos pendentes - Uma decisão


Escrita por: lawlyanne

Notas do Autor


perdão pela demora.

Capítulo 3 - Uma decisão


Ichiru ficou internado no hospital e sempre que zero podia visitar o irmão no hospital ele ficava mais animado, em uma dessas visitas o garoto percebeu que a enfermeira que sempre era gentil e simpática com ele estava estranha e o olhava com pena, ele presumi-o que tinha alguma coisa errada e a primeira coisa que passou pela cabeça do garoto foi que seu irmão tinha piorado, ele correu para o quarto de ichiru, mas o irmão estava normal, sentado e assistindo TV. Zero entrou e abraçou o irmão.

- zero? – ichiru estranhou a atitude do irmão, ele sempre tomava cuidado ao tocar nele, mas dessa vez zero o abraçou tão forte que chegou a ser doloroso. – aconteceu alguma coisa irmão?

- Não. Eu só queria confirmar que você está bem.

- Zero... – ichiru afagou os cabelos do irmão – eu estou bem.

- Eu sei.

Depois disso os dois fizeram tudo o que sempre faziam quando zero o visitava, conversaram e não se desgrudaram, até a hora de zero ir embora.

Quando zero passou pela porta onde a enfermaria ficava ouviu seu nome, ele imediatamente parou e se escondeu para escutar sobre o que as enfermeiras conversavam, ele ficou estático quando ouviu e assimilou sobre o que elas falavam, ele não podia acreditar, não, isso não podia ser, zero precisava fazer alguma coisa, mas o quê? Zero tinha treze anos o que ele poderia fazer?

Algo passou pela cabeça dele, mas zero não sabia como fazer isso, o garoto saiu correndo para a rua, para onde ele iria? Lembrou sobre uma coisa que kaito a única pessoa que ele considerava seu amigo naquele orfanato disse.

“aquele lugar é perfeito para ganhar dinheiro, principalmente porque quem o frequenta e cheio de dinheiro e gosta de caras mais novos.”

Onde? Onde era esse lugar mesmo? Zero tentou muito lembrar enquanto tomava folego na rua, “ha sim lá” zero lembrou mais não sabia como chegar, o jeito era pedir informação mais para quem? Ele não gostava de falar com estranhos e depois do que passou no orfanato não gostava de pedir ajuda para pessoas adultas. Sem alternativa ele ficou vagando pela cidade tentando encontrar o lugar, mas não conseguiu o encontrar e antes que se desse conta, já estava muito tarde, ele precisava correr se demorasse mais sua punição seria pior.

Diferente de ichiru ele foi para em um orfanato, para ele aquele lugar era um inferno, bullyng, abusos, brigas e opressão por meio dos funcionários e dos outros que estavam ali, ele odiava aquele lugar, mas zero se era muito bonito seus cabelos cinza os olhos violetas e sua forma de agir só faziam com que ele se destacasse muito lá, por isso era o alvo de muitos ali, o garoto sempre esteve cercado de amor e afeto em casa, na escola tinha muitos amigos e nunca maltratou ninguém, por isso ele nunca precisou se defender e violência era algo fora de sua vida.

Mas no orfanato ele aprendeu rápido como as coisas funcionavam e apesar de nunca ter machucado alguém seu pai ensinou a ele defesa pessoal, a primeira vez que ele bateu em alguém zero se sentiu mal e muito culpado.

Ele voltou para o orfanato, levou uma bronca da diretora, aquela mulher dava nojo nele, ela sempre tentava o tocar e era pegajosa demais, ele se lembrou de quando ela o beijou e sentiu vontade de vomitar, se ele não soubesse se defender ele fazia ideia do que teria acontecido, mas por ter fugido dela tinha o pior tratamento possível naquele lugar, ao menos por parte dela.

Depois que ela o dispensou dizendo que ele ficaria sem comer zero foi até o cara que tinha falado sobre aquele lugar. Kaito era um dos veteranos daquele lugar, um garoto lindo ele estava ali desde os dez anos e recebia tratamento especial por fazer tudo o que a diretora queria, ninguém tocava nele e ele podia fazer o que quisesse com os outros, zero não exatamente gostava de como as coisas aconteciam naquele lugar, mas o amigo era diferente kaito era um cara legal e nunca abusava dos outros mesmo que tivesse esse privilegio, ele cuidava das crianças e as ajudava com o que pudesse, os dois de alguma forma se tornaram amigos o que ajudava zero a se manter fora do jogo que acontecia dentro do orfanato entre os mais velhos, ele tinha uma proteção enquanto Kaito estivesse por perto, mas Kaito iria sair do orfanato em alguns meses quando completasse dezoito anos.

Para ser mais preciso kaito mantinha a ordem naquele lugar, ele controlava tudo e evitava que o pior acontecesse com quem era novato e que os abusos saíssem de controle, ele não só era o queridinho da diretora como também sabia lutar e era forte, ele era o único que fazia alguma coisa pelas crianças que moravam no orfanato, até porque os adultos que trabalhavam lá não ligavam para como as crianças eram tratadas e alguns até tentavam abusar delas – kaito era especialmente cruel com esses funcionários.

- Kaito. – zero chamou enquanto entrava no quarto do mais velho, ele estava deitado lendo um livro, e olhou para ele.

- Não sabe mais bater na porta zero? – o outro respondeu de forma azeda.

- foi mal, preciso falar om você agora se possível. – apesar de serem amigos zero sabia que tinha um limite, Kaito odiava ser interrompido quando estava lendo, se não fosse pela pressa com a qual estava ele teria esperado o mais velho ir para o refeitório antes de falar com ele.

- Fala eu tenho tempo agora, a diretora disse que quer que eu passe no escritório dela depois, então vou estar ocupado pelo resto da noite.

Zero odiava aquela situação, o amigo era uma pessoa incrível e apesar de ninguém reconhecer foi graças a ele que aquele lugar se tornou tolerável para a maioria dos que estavam ali, sem ele as coisas se seriam bem piores do que já eram, zero ouviu histórias de como o lugar era antes de kaito virar o preferido da diretora, ele não queria pensar nisso, mas quando kaito saísse para as coisas continuarem como estavam ou ao menos não voltassem a ser como eram alguém teria que se tornar igual ao amigo, ou seja, o brinquedo daquela mulher e pelo jeito que as coisas estavam indo zero é que iria ocupar esse lugar ambos sabiam disso e por isso evitavam falar sobre a saída do mais velho.

“Mas depois do que eu pretendo fazer não acho que me importaria tanto com isso” e quando esse pensamento passou por sua cabeça zero ficou chocado.

- Então, sobre o que quer conversar zero? – kaito perguntou vendo que zero ficou parado na porta do quarto olhando para ele como se estivesse chocado, kaito sabia que não foi pelo que ele disse zero já estava acostumado a essas situações, então sua reação o deixou preocupado.

- Você lembra sobre uma conversa que estava tendo com alguns veteranos que saíram a um tempo atrás? – zero perguntou meio incerto sobre como proceder com o assunto.

- qual delas? eu tive muitas conversas com eles. – kaito ainda não entendia aonde o amigo queria chegar, mas sentia que não iria ser coisa boa, principalmente porque zero corou e estava encarando o chão.

A primeira coisa que todos aprendiam naquele lugar era nunca mostrar submissão ou serem hesitante, eles precisavam ser firmes e se defender de todas as formas possíveis, zero era o que mais tinha noção disso, a não ser por kaito todos os mais velho ali queriam fazer dele um brinquedo, afinal o garoto já era lindo, quando crescesse só iria ficar ainda mais belo e todos queriam ele para si, o que deixava kaito apreensivo quanto a sua saída do orfanato, zero podia se defender mais não iria conseguir para sempre ao menos não ali, ele sentia um tipo de inocência no garoto que o tornava diferente da maioria dos outros, por isso ele o protegia tanto, aquele garoto era único.

- Bem, vocês estavam falando sobre como eles iriam conseguir se manter fora desse lugar, até porque o orfanato não iria dar nenhuma ajuda para eles. – zero disse.

Kaito lembrou, há uns meses atrás alguns caras que iriam fazer dezoito anos e seriam chutados para fora do orfanato não sabiam como poderiam viver fora de lá, eles iriam sair só com a roupa do corpo e nada mais, para tentar ajudar eles kaito os falou sobre um lugar onde eles poderiam “trabalhar” por um tempo e ganhar dinheiro.

A diretora uma vez levou kaito para um lugar fora do orfanato, ele se lembrava como se fosse hoje, ele estava no orfanato há quatro anos e já era o brinquedo da diretora, ela de repente disse que estava precisando de dinheiro e que ele iria ajudar, sem fazer ideia do que ela queria dizer com isso kaito seguiu todas as ordens dela, tomou banho e se arrumou, eles iriam sair. Ela o levou para uma boate a noite e lá o vendeu para um homem kaito odiava lembrar-se de tudo o que aconteceu com ele aquela noite, sempre que ele se lembrava daquela noite, lembrava-se da dor que sentiu.

Como ele aprendeu depois aquele lugar era onde vários caras se vendiam, mas a maioria ali não tinha nem vinte anos ainda, e todos os clientes que o frequentavam pagavam bem e só gostavam de caras novos, ele fez sucesso entre os homens que iam aquele lugar e a diretora o levava lá as vezes quando queria dinheiro, kaito acabou se acostumando a se deitar com caras e passou a ir lá sozinho, o dinheiro era bom e quando ele saísse do orfanato queria ir para a faculdade e esquecer de tudo o que passou com aquela mulher e para isso ter dinheiro seria essencial.

Por isso recomendou que eles fossem lá se quisessem ganhar dinheiro de forma rápida, quando aqueles veteranos saíram kaito encontrou dois deles lá, mas o que zero queria com aquela conversa? Kaito não conseguia entender.

“Não pode ser? Zero não pode estar querendo isso? Ou pode?” quando esse pensamento passou por sua cabeça kaito se sentou na cama e olhou para o garoto a sua frente zero não aparentava ter treze anos, ele parecia ser mais velho, seu corpo já era um mais desenvolvido do que o dos outros porque ele treinava com kaito e isso junto a sua aparência o tornavam um garoto desejável, se ele realmente quisesse fazer isso ele seria um sucesso, mas kaito não queria ser aquele a levar o garoto para esse caminho.

- Zero o que você realmente quer com essa conversa?

- Kaito eu preciso ganhar dinheiro o mais rápido possível e você disse que isso era possível nesse lugar. - zero ainda olhava para o chão e isso irritou kaito.

Porra se o garoto queria mesmo isso deveria olhar diretamente para ele! Kaito levantou da cama e foi em direção a zero puxou o garoto para dentro e trancou a porta, zero ficou um pouco assustado, kaito parecia irritado e apesar dele saber que o amigo não iria o machucar ficou receoso e se ele tivesse passado dos limites? Por isso quando kaito se aproximou ele se encolheu um pouco, o único que podia fazer com que ele agisse assim era kaito.

- senta aqui idiota. – kaito falou para ele e apontou para a cama, ele não queria que zero ficasse assustado. – vamos conversar direito. – Zero sentou na cama e ficou calado olhando para o lado, kaito sentiu uma veia saltando na sua cabeça. – ao menos olhe para mim enquanto pede algo, isso é o mínimo que eu espero de você zero.

- sinto muito. – zero se deu conta do que estava irritando kaito, ele odiava que não olhassem para ele enquanto eles conversavam.

- tudo bem, esquece isso, agora quanto ao que estávamos conversando, me explique por que você quer fazer isso agora, e fale a verdade, não venha com nenhuma desculpa esfarrapada.

Zero suspirou e encarou o amigo.

- hoje quando eu fui visitar meu irmão escutei a conversa de algumas enfermeiras que me conhecem lá no hospital, - ele encolheu um pouco os ombros e kaito soube que era grave zero parecia tão desolado, ele tinha o mesmo olhar de quando chegou ao orfanato, um olhar triste e solitário, kaito às vezes esquecia que ele tinha um irmão internado no hospital. – elas estavam dizendo que ele teria que ser retirado do hospital se o pagamento pelo quarto que ele usava não fosse feito, e o tratamento seria interrompido, ele poderia ir para um hospital publico, mas as chances dele piorar eram altíssimas e o plano que ele usava já estava acabando, ou seja, meu irmão não pode mais ficar no hospital se alguém não pagar pelo quarto e pelo tratamento dele.

Isso surpreendeu o mais velho, e ele se deu conta de que zero apesar da idade já tinha uma grande responsabilidade, cuidar do irmão doente, e ele nunca reclamou de fazer isso, o que só provava para kaito que ele era um menino muito bom.

- Zero... – ele não sabia o que falar.

- Tá tudo bem eu posso fazer isso! – zero falou olhando para ele sua voz mostrava que ele estava convicto disso. – se for pelo ichiru eu posso fazer qualquer coisa!

Kaito soube de tudo pelo que eles tinham passado através da diretora a mulher gostava de conversar depois de ter usado ele e uma dessas conversas foi sobre zero e como ele tinha salvado a vida do irmão depois que o carro da família caiu de um desfiladeiro e capotou, zero conseguiu salvar o irmão, mas o pai e a mãe morreram quando o carro explodiu, essa era o historia oficial, mas quando kaito perguntou para zero, o garoto só apertou os punhos e disse que não foi assim. Ele parecia tão furioso que kaito resolveu não tocar no assunto de novo.

- Você sabe o que vai acontecer lá, tem certeza que quer fazer isso? – kaito perguntou de novo só para ter certeza, no momento que zero olhou nos olhos dele kaito teve sua resposta.

- Sim, eu tenho. – e ele não iria se arrepender disso zero prometeu para si mesmo.

- Tudo bem, hoje eu não posso, mas amanhã a noite eu te levo lá. – eles precisariam sair escondidos e voltar antes do alarme que anunciava o começo das atividades no orfanato tocasse ninguém podia sentir a falta dos dois. Enquanto o mais velho pensava em como eles dois iriam sair escutou zero o chamando.

- kaito, bem... – zero parecia um pouco hesitante e kaito se perguntava o que seria.

- Mais alguma coisa zero?

- Como... – ele limpou a garganta e tentou de novo. – como eu não sei como devo agir, digo com os clientes, eu... Bem... Queria saber se... Só... por acaso... Você sabe... Humm... – zero respirou fundo olhou para o amigo e disse. – você podia me ensinar como fazer? 


Notas Finais


como está?


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