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História Asylum - Nem pra me matar eu sirvo


Escrita por: wftmoose , Eva_Z e mishacolls

Notas do Autor


HELLLOOO PEOPLESSS
Eu sou a nat (mishacolls), como eu disse na explicação eu fiquei responsavel pelo Sam (porém, isso não significa que não tenha meu dedinho nos POV dessas piranhona), sempre que chegar nas partes góticas, emos sabe que sou eu oxsijdhuf
Esse capitulo, como sempre só ta dor e sofrimento
espero que gostem!!!
boa leitura!!!

Capítulo 2 - Nem pra me matar eu sirvo


POV. Sam Campbell

Outubro, 1962

Dizem que todos choramos quando saímos do ventre de nossa mãe, e irei confessar, que nunca entendi bem o motivo disso. Quer dizer, você finalmente irá viver de verdade. Mas agora, no auge da minha vida, eu percebo que chorar quando nasce é apenas a vida lhe dizendo que não será nada fácil.

E não é.

Felicidade absoluta não existe, mas a tristeza sem fim sim. E quando você vive no meio de pessoas tão egoístas, você aprende que o ser humano é apenas uma máquina de egocentrismo, preocupados só com seus próprios interesses.

Todas as vezes em que eu entro naquelas saletas onde acontecem os julgamentos, eu me deparo com o melhor exemplo do que é a vida. Pense bem; a vida é o juiz, você é o réu, suas escolhas boas são o seu advogado de defesa, suas escolhas ruins são o seu advogado de acusação e as testemunhas são os acontecimentos do seu passado.

Então o julgamento começa, e todos ficam na expectativa do que pode acontecer: sua condenação ou sua redenção. Um desfecho triste ou um recomeço. Mas algumas vezes, os julgamentos são arquivados, e você apenas vive na sombra dos seus pecados, carregando a sua cruz sem ajuda. E ao seu redor outras pessoas vivem, cada uma do seu jeito, mas vivem. Mas quando você não vive e apenas existe, isso se torna um problema.

E lá estava eu, saindo do tribunal, carregando a minha maleta de couro e colocando meu chapéu na cabeça. Cruzei com alguns conhecidos enquanto saia, lhes lançando breves sorriso e acenos de cabeça, que foram retribuídos da mesma forma. Após poucos minutos já estava fora daquele lugar de decadência, e senti os poucos raios solares me dizerem olá pela primeira vez no dia. Sorri para o tempo quase ensolarado, e continuei a andar, parando apenas perto de um garotinho que não aparentava ter mais de 10 anos. Ele anunciava sobre os acontecimentos mais importantes, dentre eles um que me chamou a atenção.

- Fratricídio! Fratricídio! Homem assassina seu irmão mais novo! – ele gritava balançando alguns jornais no ar.

- Com licença. – o chamei.

- 50 cents. – o menino falou estendo o jornal.  Coloquei a mão no bolso da minha calça social tirando de lá uma moeda prateada, depositando-a na mão pequena do menino, que me entregou as folhas.

As coloquei dentro da maleta de couro e voltei a andar, ouvindo o menininho voltar a gritar sobre as notícias. Atravessei as ruas apressadamente, indo em direção à praça onde costumava ler. Abri as páginas do jornal e li uma por uma, de forma lenta para que pudesse absorver todas as informações.

“Homem caucasiano com idade aproximada dos 25 anos matou seu irmão mais novo na noite de ontem. O corpo do rapaz foi encontrado pelos policiais posto dentro de uma banheira, e com diversos símbolos gravados. Alguns psiquiatras dizem que o ato é digno de um verdadeiro psicopata, e que o homem deveria ser seriamente estudado. Já os religiosos afirmam que tudo não se passa de um ritual satânico, levando em conta as marcas no corpo. Seja como for, a polícia conseguiu prender o assassino que será levado a julgamento na próxima semana no dia 15 de outubro de 1962. ”

Quando já havia lido tudo, voltei a fazer o trajeto de volta para casa dos meus pais. Era sexta-feira e todas as sextas os Campbell se juntavam em um almoço de “união”, mas eu só queria ser atropelado por algum carro, ou que alguém apontasse uma arma para minha cabeça e me tirasse a vida. Certamente seria melhor do que ter que passar toda a tarde com aquelas pessoas.

Infelizmente, nenhuma das duas coisas aconteceu e tudo o que pude fazer foi dar leves batidas na porta de madeira da grande mansão, e rezar para que minha mãe abrisse e dissesse algo como: “Oh, Samuel, não precisamos de você aqui seu inútil. Pode voltar a viver sua vida patética longe de todos nós”.

Porém, aquilo também não aconteceu.

Quando ela abriu a porta com grande sorriso no rosto, esse se desmanchou aos poucos se tornando algo mínimo, e seu olhar brilhante se tornou duro como pedra. O maxilar pouco delineado ficou tensionado, mas ela tentou disfarçar, em vão.

- Samuel, entre. – disse em um tom falso, dando espaço para que eu passasse, e eu o fiz a contragosto.

No interior da casa, meu pai fumava seu habitual cigarro e ria com meus outros dois irmãos, enquanto falavam sobre “os negócios da família.” Assim que cheguei, toda a alegria pareceu se dissipar do lugar e todos os olhares foram direcionados para mim, olhares como a de minha mãe, de desprezo.

- Samuel. – meu pai me cumprimentou rispidamente.

- John. – disse e andei até a janela mais afastada da casa, como sempre fazia.

Ouvi alguns murmúrios dos outros, sabia que falavam de mim e do fato de eu ser a decepção da família, coisas que eu fingia apenas não ligar, mas que no fundo me matava como uma cólera brutal.

- Então, Samuel. – meu irmão mais velho começou. – Achamos uma pretendente perfeita para você.

- Dispenso. – falei rudemente, ganhando palavras de repreensão da minha mãe.

- Você está prestes a fazer 23 anos, está na hora de se casar. – a dura voz do meu pai se fez presente.

- Não irei me casar.

- Como não? – o homem mantinha o mesmo tom, cada vez mais alto.

- Simplesmente não irei. – respondi agora me virando para os outros.

- Madison é uma garota bonita, inteligente e de boa família. – minha mãe tentou me persuadir

- Bom para ela, tenho certeza que deve haver muitos pretendentes.

- Além do que, isso seria bom para os negócios. – John completou levando novamente o cachimbo até os lábios, soltando a fumaça logo em seguida.

- Pense bem irmão, isso ajudaria a todos nós. – agora foi a vez do meu irmão mais novo falar, vindo em minha direção e pousando a mão sobre meu ombro.

O olhei friamente, meu único pensamento era como eles podiam ser tão egoístas? Fui rotulado como o imprestável da família pois não quis me tornar um empresário engomadinho, e sim um advogado. Obviamente isto não foi nada aceito por eles, e agora, eu apenas não queria me casar, eu gostava de estar sozinho. Eu não queria ninguém.

Dei alguns passos para trás, mantendo a distância entre mim e meu irmão.

- Isso seria bom para vocês. Eu não estou incluso nisso. – comecei rispidamente. – E não o farei, não irei me casar com ninguém para agradar nenhum de vocês.

- Você irá! – John bradou.

- John, se acalme. – minha mãe pediu, indo em direção ao marido e o olhando calmamente.

- Eu estou calmo. – falou agora com a voz mais suave, mas quando olhou novamente para mim sua ira voltou.

- Samuel, entenda irmão, esse casamento iria trazer nosso auge. –meu irmão mais velho disse com brilho nos olhos, provavelmente pensando na montanha de dinheiro que ganhariam.

- O que eu preciso fazer para vocês compreenderem que eu não quero me casar? – minha paciência estava no fim.

- Você não tem outra escolha. – meu pai disse, agora se aproximando de mim.

- Pelo o que me lembro, a América continua sendo uma democracia. – o desafiei.

- Não me importo com a democracia. – ele disse. – Se você não aceitar esse casamento por bem, será por mal.

- Está me ameaçando? – minha indignação era explicita.

- Não, eu estou avisando.

- Ah, claro. – ironizei.

- Você pode se casar com Madison por bem e aprender a amá-la, ou eu posso te obrigar a se casar com ela.

- Você não pode!

Naquele momento o meu sangue fervia de raiva, e a face de meu pai se contorcia em puro desprezo.

- Eu posso sim! – gritou.

- Papai, tente se acalmar. – meu irmão mais novo pediu.

- Não irei me acalmar, estou cansado de aguentar a vergonha que seu irmão se tornou! – o descontrole o tomou. – Por muito tempo todos nós aqui viemos aguentando esses desaforos que você causou ao nosso nome! Se tornou um advogado que mora em um lugarzinho deplorável, e se recusou a ser um de nós. Tudo o que nós pedimos agora e um casamento, mas nem isso você é capaz de fazer pela sua família.

As palavras saíram de sua boca como uma metralhadora, deixando um silêncio assustador na sala onde estávamos. Eu não tinha reação e nem esboçava qualquer tipo de emoção, apenas peguei meu chapéu e minha maleta, saindo da sala a passos largos.

- Volte aqui Samuel, não ouse virar as costas para nós. – meu pai continuou a gritar, andando em minha direção e me alcançando rapidamente, antes que eu cruzasse a porta.

- John! – mamãe exclamou.

- É a última vez que eu falo, ou se casa por bem ou por mal. – seu tom era ameaçador, mas eu me mantive neutro em minhas feições.

- Ou eu não me caso.

- Se não se casar irei te deserdar, Samuel. – apontou o dedo para mim.

- Pensei que já o tivesse feito. – retruquei, sarcástico.

- Não me provoque. – John estava com o rosto tão vermelho de raiva, que cheguei a pensar que ele iria explodir a qualquer momento. – Se sair por essa porta, com um único telefonema eu faço com que perca seu emprego, sua casa, tudo. E então sua única opção será esse casamento. –disse. – Você escolhe, Samuel.

Saiu da minha frente me dando passagem, como se esperasse minha escolha. Todos acharam que minha decisão seria óbvia, mas eu os surpreendi, mais uma vez. Abri a porta e saí daquela casa a passos extremamente rápidos, deixando todos perplexos.

As palavras duras e mesquinhas dos meus familiares me assombravam, e a cada passo que eu dava, aquela conversa se apoderava de mim e me retirava a sanidade com dúvidas e perguntas. Tudo o que eu pensava naquele momento era se o meu pai realmente seria capaz de fazer aquilo que disse, se o fizesse não seria de fato nenhuma surpresa. Eu queria ao máximo evitar aqueles pensamentos, mas parecia algo tão impossível.

Quando cheguei no meu apartamento, o dono do mesmo estava na porta com um olhar aflito como se já me aguardasse.

- Samuel. – ele me chamou.

- Sim?

- Desculpe, mas você precisa desocupar esse lugar. – falou com a voz trêmula.

- Como?

- Você tem 24 horas para sair daqui. – foi tudo o que ele disse antes de sair e me deixar atordoado.

Assim que entrei no meu pequeno apartamento, me joguei no sofá desconfortável, deixando algumas lágrimas rolarem e minha fraqueza dizer olá.

“Você é um imprestável”

“Uma vergonha para sua família”

Era apenas no fracasso que eu conseguia pensar, se o meu pai foi capaz de retirar o meu teto poderia retirar também meu sustento. Mas eu não iria dar o braço a torcer, se era para viver uma vida de angústia e tristeza eu preferia não viver.

Fui até a pequena cozinha onde guardava alguns frascos de remédio, peguei todos eles e joguei em cima da bancada. Retirei os comprimidos, ingerindo um por um, depois voltei a me deitar no sofá.

Minhas vistas se escureceram aos poucos, já estava feito, os remédios já estavam reagindo. Ouvi meus irmãos batendo na porta mas não pude atender, uma vez que estava caído no chão em processo convulsivo. Minha boca espumava e meu corpo tremia, eu não tinha controle de mim mesmo, mas como eu disse, já estava feito.

- Oh, meu Deus. – eles disseram juntos, correndo até mim.

- Vamos levá-lo para o hospital! – o mais novo disse me pegando com a ajuda do outro e me levando para fora.

Tudo aconteceu em questões de minutos, a última coisa vi foram meus irmãos entrando no carro, e agora quando meus olhos finalmente se abriram, senti o incômodo de luzes brancas demais. Tentei me levantar, mas senti uma dor por todo o corpo, meus braços e pernas estavam amarrados por duas grandes tiras de couro presas em uma cama de molas. Me debati tentando me soltar, mas foi inútil, me acalmei e olhei em volta. Eu estava em um quarto com paredes claras, luzes demasiadamente incômodas, e não estava sozinho. Não, ali comigo havia uma senhora ruiva, trajando roupas de freira.

- Vejo que finalmente acordou, Samuel. – ela disse com um pequeno sorriso no rosto.

- Quem é você? Como sabe meu nome? Onde eu estou? – minha mente estava uma completa confusão.

- Eu sou Rowena, e você está no hospital psiquiátrico Lakewood. – ela disse sem tirar o seu sorriso insolente do rosto.

- Hospital psiquiátrico? – eu só estava ficando cada vez mais confuso.

- Não se lembra do que aconteceu, Samuel?

- Não.

Ela soltou um longo suspiro.

- Você tentou tirar sua própria vida, querido. – ela disse suavemente. - Sua família achou que deveria te internar aqui para que possa se recuperar.

- Eu não preciso me recuperar! Eu estou bem. – bradei, tentando me soltar novamente

- Você não está são, Samuel. – ela falou abrindo a porta. – Más nós iremos deixá-lo.

Antes que eu pudesse protestar, ou dizer qualquer coisa a mulher já tinha saído do lugar, deixando-me só com meus pensamentos. Eu não queria estar ali, eu não precisava estar ali. Então gritei, gritei o mais alto que podia. Tentando retirar de dentro de mim toda aquela amargura.

Depois de alguns minutos, outra freira entrou no lugar, também era ruiva assim como a anterior, porém era mais jovem. Ela carregava uma bandeja contendo pequenos potinhos, pegou um deles e o levou até minha boca.  

- O que é isso? – perguntei mantendo o olhar fixo na jovem.

- Algo para ajudar você, Samuel. - disse docemente. -  Bom, pelo menos é isso que eu deveria dizer. Mas a verdade é que não é muito cômodo te ouvir gritar. - sorriu de forma indecifrável, um sorriso belo, mas carregado de maldade.

Fui forçado a tomar (o que constatei serem remédios) contra minha vontade. Pode parecer estranho, mas ela jogou os remédios na minha garganta e me forçou a engoli-los com a facilidade de quem faz isso há séculos. Ela deixou o quarto, e em menos de dois minutos eu adormeci.

Quando acordei novamente, já não estava com os braços nem as pernas amarradas, e a porta do quarto estava aberta. Não hesitei em correr dali, mas assim que pisei para fora do quarto, esbarrei em alguém. Era uma menina ruiva, a princípio achei que fosse outra freira, mas não era. Aquela usava roupas brancas, como as minhas.

- Desculpe-me. –disse segurando nos braços da menina, evitando que ela caísse.

- Relaxa. – ela disse abrindo um largo sorriso. – Oh, você é o grandão novato. – ela falou dando um soco fraco no meu ombro. Limitei-me a arquear as sobrancelhas. - Eu sou Charlie.

- Sou Sam.

- Então, Sam o que o traz aqui? – ela perguntou, começando a andar e eu a segui.

- O que traz VOCÊ aqui? – retruquei. Se aquilo era um hospital psiquiátrico eu não queria estar seguindo uma garota louca.  

- Me colocaram aqui porque sou diferente. - sua voz soava um pouco embargada.

Quando dei por mim estávamos em uma espécie de sala, mesas e poltronas estavam espalhadas ali de maneira aleatória. Várias outras pessoas ocupavam aquele lugar, mas eu não fiz questão de reparar em nenhuma delas, minha atenção só se prendeu brevemente em um homem moreno que estava sentado no chão, assistindo uma pequena televisão em preto e branco. Desviei meu olhar dele e voltei para a ruiva.

Andamos até uma das janelas, e do lado de fora um grande carro preto chegou. De dentro dele saiu o que pareciam ser três policiais, seguravam um loiro que estava em uma camisa de força e se debatia para sair. Eu reconheci o homem que estava sendo arrastado pelos guardas, suas feições eram de puro ódio, ele se forçou contra um dos policiais fazendo-o cambalear para o lado, mas o homem logo voltou dando-lhe um tapa na cabeça com toda força, o que fez com que o loiro se acalmasse por hora.

- Quem é aquele? – a ruiva perguntou, não conseguindo manter a curiosidade.

- Dean Winchester. -  respondi sem tirar os olhos dele. Parecia um animal, se debatendo para poder fugir, rangendo os dentes e rosnando para os homens. - Ele matou o próprio irmão. 

 


Notas Finais


bommm pessoas, sei que muitos tem grandes expectativas pra essa fic e espero que elas aumentem cada vez mais, porque todos os capitulos escritos até agora estão maravilhosos!!!
deixem suas opiniões, ideias, sugestões, criticas
digam o que gostaram e o que não osduhf
e bom pra quem acompanha minhas outras fics, até daqui a pouco
beijoxxxx


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