História Até a página 20. - SUPERCORP - Cap. 22

Uma semana havia se passado, Diana havia aceitado a oferta para se tornar a nova chefe do departamento de arte e restauro, e Lena ficaria até o final do mês no museu para passar todas as informações que a outra mulher precisava saber, jamais abandonaria o departamento que tanto amava nas mãos de qualquer pessoa, mas sabia que a nova chefe era extremamente competente. Kara continua a sofrer calada, não conseguindo encontrar uma forma de se aproximar da morena de olhos verdes.

Kara e Diana aos poucos estavam se aproximando, a loira sempre que podia desabafava com a velha/ nova amiga, a morena ouvia tudo atentamente e sempre que podia aconselhava da melhor forma que julgava. 

Mon-el havia saído do hospital sem maiores problemas, ele tinha sido indiciado por vários crimes, mas por ser réu primário aguardava o julgamento em liberdade, assim como Lex, Jack conseguiu que um juiz estipulasse uma fiança para que pudesse deixar a delegacia. 

Os pais de Lena e Lex, queriam abafar o caso e tirar os holofotes do filho, por isso ele estava proibido de pôr os pés nas empresas ou no restaurante, tudo a partir do próximo mẽs ficaria sob a responsabilidade de Lena. Ela odiava ter que largar seus sonhos por causa dos erros do seu irmão, mas entendia que nesse momento era o melhor a fazer, J’onn no dia que pediu demissão tentou persuadi-la a ficar, mas no fim entendeu seus motivos de sair, porém frisou que a Luthor sempre teria um lugar no MANC.

Os pais de Lena sabiam dos sacrifícios que a filha estava fazendo, foi sempre Lex que se interessou pelos negócios, era sempre ele que ficava pra cima e pra baixo com o avô para saber como funcionava a Luthorcorp, Lena ao contrário desde muito pequena preferia correr para o ateliê do pai, ficava horas admirando-o revelar fotos e explicar sobre as exposições que pretendia fazer, o dia que seu tio J’onn chegava era sempre uma festa, se sentava no tapete da sala e observava os dois homens conversarem sobre pinturas, filmes, e culturas diferentes. Mas agora toda essa realidade estava se esvaindo de seus dedos, todos os dias ao chegar em casa se despia da máscara que havia criado e se permitia desmoronar na companhia de seu whisky. Estava magoada com Lex por não ter sido mais forte e ter caído nas artimanhas de Mon-el, com seus pais, por permitirem que todo esse peso agora fosse dela, com Kara, por não ter contado toda a verdade antes para que ela pudesse fazer algo, com ela mesma, por sempre confiar em pessoas que de alguma forma a trairiam.

Da sacada observava a cidade que tanto amava mas que logo teria que deixar, a noite estava fria, Lena se enrolava em um cobertor cinza, a campainha toca tirando Lena de seus devaneios, ela caminha lentamente até a porta, estranho o fato do porteiro não ter interfonado. ela abre a porta e se depara com a mulher jovem de cabelos preto e olhos escuros que lhe sorri.

Lena: Sam, o que faz aqui? 

Sam: Me desculpe vir sem avisar, mas queria falar com você...

Lena: Olha, se Kara ou Alex te mandaram aqui já vou logo avisando que…

Sam: Não! Elas não sabem que eu estou aqui, nem imaginam e se imaginassem provavelmente já teriam me matado e escondido o corpo muito bem. - A mulher fala a última frase com um sorriso, fazendo Lena sorrir fraco. - Bem… Eu… posso entrar? -  A morena observa a mulher a sua frente e respira fundo lhe dando passagem, ao entrar Nala vem correndo feliz. - Oi Nala, que saudade princesa. - Se agacha acarinhando a cachorrinha.

Lena: Em que posso ajudar Sam?

Sam: Bom, sinceramente eu não sei como começar, não esperava que fosse abrir a porta, não me preparei pra isso. - Diz sorrindo amarela. Lena afitava confusa.

Lena: Você veio até aqui, bateu na porta, pediu para entrar e não sabe o que dizer? - A morena de olhos verdes a encarava com curiosidade, enquanto a outra sorria envergonhada. - Você está convivendo muito com aquelas duas. - Ao ouvir isso as duas caem na risada.

Sam: O que posso fazer, o jeito daquelas duas deve ser contagioso só pode, antes de conhecê-las eu era um pessoa muito menos abóbada, juro. - As duas riem, mas Lena logo sente um desconforto aos se lembrar do jeito moleca da loira que a havia conquistado. - Desculpe se vou ser inconveniente, mas Alex me contou o que aconteceu.

Lena: E você veio aqui para pedir que eu perdoe as duas?

Sam: Na verdade eu vim porque queria saber como você estava, eu só soube de tudo no mesmo dia que você quando Alex me ligou chorando e me contou a história, que devo dizer é digna de uma novela.

Lena: Elas me enganaram Sam, mentiram pra mim. - Ao dizer isso sente os olhos marejados, Sam segura em suas mãos, com um olhar de compaixão.

Sam: Eu sei, e acredite que eu teria feito a Alex te contar a verdade se soubesse, mas também sei que o que elas fizeram foi para te proteger.

Lena: Eu não consigo entender que tipo de proteção é essa que permite que o outro possa mentir e esconder coisas que são importantes pra você. Eu conheço meu irmão Sam, se Kara ou até mesmo Alex tivessem me dito qualquer coisa sobre o Lex estar envolvido, talvez eu teria conseguido que ele voltasse atrás talvez eu… - Suas lágrimas caem copiosamente, a mulher a sua frente a envolve em um abraço. - Eu… A culpa é toda minha, eu apresentei os dois, Lex e Mon-el, eu permiti que aquele psicopata entrasse na minha família, eu que demorei para perceber o canalha que ele era, a culpa é minha do que está acontecendo, é isso que ninguém entende, eu devia ter feito algo para parar Lex. - A mulher desaba.

Sam: Hey! Você não tem culpa Lena, você é uma pessoa maravilhosa que sempre tenta ver o melhor em todos, e acho que foi por isso que Kara não te contou a verdade, por que ela sabia que você não iria desistir de salvar seu irmão, mesmo que isso fosse extremamente perigoso para você. Entenda Lena, seu irmão fez o que fez por escolha dele, sim você colocou Mon-el na vida da sua família, mas foi o Lex que aceitou seguir pelo caminho que está. Sam limpa as lágrimas da morena a sua frente com carinho. 

Lena: Obrigada! Mesmo… Agora me diga uma coisa, como você conseguiu entrar aqui sem que o porteiro te anunciasse? - Sam sorri travessa.

Sam: Você acha que apenas os Luthor tem contato com as pessoas certas? Tenho meus meios - Termina a frase com uma gargalhada que contagia Lena. - Agora mudando de assunto, você e Kara?

Lena: Não há o que dizer! Mesmo que eu quisesse e não estou dizendo que quero. - Sam levanta a sobrancelha. - Estou de mudança para Metrópolis, com Lex sendo acusado de tantos crimes, é um milagre os acionistas da Luthorcorp ainda confiarem em alguém da minha família para a presidência das empresas.

Sam: Eu entendo, mas você não respondeu a minha pergunta. - Lena respira fundo.

Lena: Não vou mentir Sam, o que Kara fez me quebrou de uma forma que não achei que fosse possível, eu ainda estou muito magoada, ainda me dói olhar para ela e perceber que ela não confiou em mim. - Sam faz sinal de que iria interromper, mas Lena a impede. - Eu sei, eu sei que tudo o que ela fez foi pra me proteger, eu sei, mas isso não tira esse sentimento aqui de dentro. Mas… - Sam arregala os olhos quase sorrindo. - Não vou negar que eu ainda sou completamente apaixonada por aquela idiota. - Sam ergue os braços de felicidade batendo palmas fazendo Lena sorrir.

Sam: Eu sabia, não era possível um amor como o de vocês acabar desse jeito. 

Lena: Mas de que isso importa?

Sam: Lena, isso é a única coisa que importa.

A noite se encerra, Lena se sente mais leve depois de desabafar com a mais nova amiga, ela entra no banheiro e prepara a hidro. Sam sai do prédio animado, entra no carro e pega o celular.

Alex: Oi amor, tudo bem? 

Sam: Alex, está em casa?

Alex: Sim.

Sam: E Kara?

Alex: Também. Aconteceu alguma coisa?

Sam: Aconteceu, quero as duas na sala quando eu chegar, precisamos conversar.

Alex: Você está me deixando com medo Samantha!

Apartamento Alex e Kara

Kara: Ela falou isso? - Os olhos da loira estavam cheios d’água, ela sorria como se tivesse ganho na loteria. Sam confirma com a cabeça, e Kara se levanta dando pulinhos pela sala. - Ela disse ainda está apaixonada por mim. - Alex e Sam se entreolharam sorrindo. - Ai meu Rao, eu estou tão feliz.

Sam: Calma! O fato dela ter confessado isso pra mim não significa que ela quer voltar com você, afinal o que você fez, ou melhor o que vocês fizeram foi muito grave. - As duas se olham culpadas. - Lena está profundamente magoada, ela tem feridas que nós nem imaginamos e pude perceber isso com a nossa conversa. Ela ama você sim, mas a carga que ela precisa carregar agora talvez seja mais forte que isso. Ela se culpa por tudo o que aconteceu com o irmão, além disso terá que pelo menos agora assumir a presidência de uma corporação que ela nunca quis. Tudo isso é muito pesado, ela está desistindo da vida que ela sonhou, a vida que ela sempre planejou, por causa dos atos de outras pessoas. - Kara se senta colocando as mãos sobre o rosto, respira fundo algumas vezes e volta a encarar a mulher a sua frente.

Kara: O que eu faço então?

Sam: Sinceramente eu não sei, a única coisa que posso dizer é o que eu faria. - Kara a olha fixamente.- Eu tornaria jamais desistiria, ainda mais sabendo que ainda existe amor.