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História Até esse verão - Senti sua falta


Escrita por: EduardaSd

Notas do Autor


Voltei! Boa leitura!

Capítulo 20 - Senti sua falta


 Amiga, desculpa sair assim, tá? Vou resolver uns problemas e volto. Não quis te acordar, mas se você quiser ir embora, pode ir, assim como também pode ficar. A casa é sua.

 Beijinhos, Denize.

 Foi o bilhete que colei na testa de Natália. Ela é bem lerda às vezes, então eu quis ter mais confiança no fato que ela viria aquilo quando se olhasse no espelho, ou até mesmo se visse na tela do celular enquanto esse estivesse bloqueado.

 Ontem as meninas ficaram na minha casa até tarde. Queria que elas dormissem lá, mas Amanda e Érica foram as primeiras a negar, desculpando que teriam algumas coisas para fazer nos outros dias. O pai de Yasmin já havia ligado várias vezes, e ela acabou pegando uma carona com Amanda.

 Nati e eu ficamos assistindo ao último episódio de uma série, e quando eu vi, ela já estava dormindo, o que me fez ligar para a tia Valéria e dizer que ela não precisaria ir buscar a filha.

 Lembro que quando Yasmin já estava saindo da minha casa, ela virou para mim, me entregou um bilhete, e entrou no carro. Abri de imediato e vi que era um endereço, para o qual eu estava indo agora.

 Eu sabia que era o endereço em que ela e Cristian estavam. E depois de passar a noite sem conseguir dormir, eu cheguei à conclusão que iria resolver aquela situação de uma vez por todas.

 Ficava longe da minha casa, mas eu não quis pegar taxi nem nada, até porque, mesmo se eu quisesse, eu nem tinha dinheiro. A caminhada a pé me fez lembrar no que Yasmin me disse na noite passada, quando fui pegar a quinta remessa de pipoca.

-Denize, eu queria falar a sós com você, e esse é o único momento que posso...

-Pode falar!

-Olha, Cristian tá bem arrependido. Você pode achar que não, mas é verdade. Desde o dia que você foi embora ele não para de se culpar e dizer que pra te perder falta pouco. Se você se perguntou porque ele só apareceu hoje, eu tenho que te dizer que ele queria vir falar com você bem antes, mas não deu. Ele chegou a pesquisar hotéis e tudo mais, só pra falar com você, mas nosso pai não autorizou, dizendo que viria no final de semana e que não havia precisão daquilo. Até aí ele ficou se xingando de burro, de cego... eu até tentei animá-lo, mas nem adiantou muito.

 Fiquei calada, digerindo tudo aquilo.

-Bem, eu espero que o melhor seja feito, tá? Não vim te pressionar nem nada, mas eu só queria deixar claro alguns pontos que eu achei importante serem ressaltados, amadinha. –Disse ela, logo depois saindo

 Uma buzina forte de carro me fez voltar a realidade, me fazendo enxergar que o sinal estava aberto, e que eu não podia passar.

 

 POR CRISTIAN

 

 Eu ainda tinha esperanças que eu e Denize pudéssemos nos resolver, mas eu também sabia que ela não aceitaria tudo, fácil assim. Não sei e ela vai me procurar; como eu disse, vou embora amanhã, e tudo pode acontecer. Ela disse que precisava de um tempo, mas eu esperava que esse tempo não demorasse tanto.

 

 POR DENIZE

 

 Segui mais uma quadra, até chegar na rua da casa em que eles estavam, a qual eu não sabia se pertencia a eles ou a algum familiar. Eu estava decidida, iria acabar com tudo aquilo, de uma vez por todas.

 Era um bairro residencial. Andei pela rua, olhando o número das casas, até achar a 261. Era bem grande, tinha um jardim bonito, no qual havia uma trilha de pedra, que levava até a porta. Toquei a campainha, com um frio na barriga que mais parecia congelar meus órgãos.

 Vi a maçaneta da porta virar, então numa tentativa desesperada, tentei consertar meu cabelo e minha roupa.

 Cristian abriu, segundos depois dando um sorriso, provavelmente por me ver ali. E foi aí que percebi o quanto eu tinha sentido falta daquele sorriso, que antes, fazia meus dias ficarem ainda melhores. Continuei reparando nele, o cabelo continuava arrumado e ao mesmo tempo bagunçado, como sempre. E eu repararia mais, se outra coisa não me chamasse atenção.

 -Também entrou pro grupo das empreguete agora? –Perguntei me referindo ao pano de prato que estava no ombro dele, e eu também não queria que o clima fosse pesado logo de cara

 Ele riu, fazendo que sim e explicando que havia acabado que lavar a louça.

-Entra! –Ele abriu espaço. –Mas não repara na bagunça tá? Ainda tenho que arrumar –Disse coçando a cabeça

 Estava mesmo bagunçado. Havia uns móveis cobertos com lençóis brancos, e algumas coisas empilhadas também, mas nada demais.

-Você...quer beber alguma coisa?

-Não, Cristian; obrigada. Eu só vim conversar com você mesmo.

-Tudo bem

 

 POR CRISTIAN

 

 Ela estava um pouco séria, o que me preocupava e me fazia acreditar na pior resposta até.

-Eu... pensei bastante a noite toda. Eu sei de toda a história assim como você. Sei que foi complicado acreditar, sei que não foi muito aceitável toda a situação, tanto para você quanto para mim. Mas eu não posso mais ficar adiando nada, até porque eu não quero que esse clima chato dure por mais tempo. Eu quero acabar logo com essa história ruim.

 Engoli seco enquanto ela falava aquelas palavras, que faziam meu coração doer.

 Eu sabia que ela podia dizer não e acabar com tudo, principalmente comigo. Mas eu não estava preparado para aquilo, se palavras negativas saíssem pela boca dela, eu realmente não sabia como iria lidar com aquilo.

-Você foi bem importante nas minhas férias. Elas foram melhores com você, tirando a briga, claro. Mas eu também não digo que é fácil apagar esses momentos, nem os bons, nem os ruins. Eu cansei e acho que não vou mais prolongar nada disso, eu vou seguir em frente e tentar esquecer os momentos ruins.

 Prolongar nada disso... Seguir em frente... eu sabia que não tinha mais jeito.

-É por isso e todas as outras coisas que eu não quero mais... –Disse ela olhando para baixo e logo para mim, quando parou de falar

 Eu só fazia entristecer por dentro a cada palavra que saia da sua boca e a cada frase que essas palavras formavam.

-Eu não quero mais perpetuar nada disso. Eu quero o gosto das coisas boas de novo, Cristian. E esse gosto só você pode me dar de volta. Eu não quero mais ficar lembrando de tudo de bom que passou, porque eu quero viver isso de novo. Com você.

 

POR DENIZE

 

 Ele arregalou os olhos, provavelmente surpreso e confuso. Continuou me olhando, parecendo associar tudo aquilo. Dei um sorrisinho travado, balançando a cabeça afirmativamente. Eu estava sem graça, e não queria que ele ficasse também.

-Denize, eu...

 Eu o interrompi, mas deixando palavras de lado. Eu queria ação e sentimentos em forma de atitudes, então eu mesma o beijei, me jogando num abraço onde passei meus braços pelo seu pescoço. E como era bom poder fazer aquilo novamente!

 Ele foi passando a mão no meu cabelo, até parar na nuca, enquanto nos aproximava ainda mais com a outra mão, na minha cintura. Era a sensação boa de dias, era aquela energia que me fazia arrepiar dos pés à cabeça, que fazia com que eu flutuasse nas nuvens, que fazia meu coração esquentar, e que fazia com que eu me sentisse totalmente amada. E eu não queria parar de sentir aquilo tão cedo!

 

 POR CRISTIAN

 

 Quando paramos eu já estava praticamente louco, nada daquilo parecia real. Mas era.

-Denize, obrigado por essa chance. Juro que não vou desperdiçar! Eu gosto tanto de você... –Eu estava tão feliz que a abracei, fazendo questão de tirar seus pés do chão

 Ela riu, parecendo estar feliz. Então eu fiquei ainda mais realizado por ouvir novamente aquela rizada, que só ela tinha.

-Como eu senti sua falta! –Dissemos em coral, por coincidência  

-Ei, agora tá tudo bem. Você vai embora amanhã e eu queria aproveitar mais. –Disse ela quando a coloquei no chão novamente

 Nos beijamos por um tempo e eu disse que iríamos sim aproveitar, mas que tinha que fazer algo antes.

 Pedi para que ela esperasse um pouco e fui até o meu quarto, pegar meu celular.

 Yasmin, por favor, termine de arrumar as coisas quando acordar. Sei que eu deveria fazer isso, mas vou sair agora COM A DENIZE! Não se preocupe, eu lavo a louça por uma semana quando a gente vier em breve, eu faço qualquer coisa que você quiser!

 Beijão, Cris.

 

 POR DENIZE

 

  Engraçado como ficar bem com as pessoas que você gosta faz bem, não é? Eu queria aproveitar muita coisa com Cristian. E foi por isso que eu fui numa sorveteria com ele.

 Era domingo, os lugares não estavam tão movimentados, por conta de muita gente ainda estar viajando, creio eu.

-Denize, você sabe que a culpada disso tudo é aquela prima sua, não sabe?

-Sei...

-E porque você ainda anda com essa menina? Eu particularmente não gosto dela.

-Não é tão fácil assim, Cris. A gente brigou e ela me disse um monte de coisa. Na verdade, ela havia feito algumas coisas pra eu me encrencar também, mas a gente acabou se resolvendo, porque eu levei uma parcela de culpa também.

-Que culpa, Denize? Aposto que não! Você se culpa por tudo!

 Expliquei de forma resumida a ele, que ouvia atentamente.

-Ah não! Nada a ver! Você era uma criança, você era bebê! Isso é inveja.

-Tá, já entendi que você não gosta dela! Mas agora deixa isso pra lá! Quando chegarmos na minha casa, eu vou te mostrar uma novidade.

-Que novidade? Conta!

-Não, só quando a gente chegar!

-Nossa, quando chegar lá, eu vou ter que voltar. Viu como é longe?

-Almoça com a gente, Cris!

-Que? Tá louca? Eu não vou chegar assim, na casa dos outros, do nada e almoçar! É muita cara de pau! –Reclamou ele

-Não é dos outros, é minha casa. E isso não tem nada a ver, porque eu estou convidando! Por favor, vai!

-Não Denize, obrigado pelo convite, mas eu não vou. –Ele disse, firme

-Ah Cristian! Por favor! Minha mãe iria adorar te ver!

-Não posso dizer a mesma coisa do seu pai. –Ele riu meio que internamente

-Mas meu pai vai com sua cara!

-Olha, Yasmin está em casa, e ela não leva o menor jeito com cozinha, eu tenho que voltar.

-Eu ligo e chamo ela! –Eu realmente queria que eles fossem

-Você desiste mesmo, garota?! Não adianta!

-Como você é chato! –Retruquei

-Você gosta da minha chatice... –Disse ele depois de tomar uma colherada de sorvete

-Como se você não gostasse da minha insistência.

 Ele me olhou divertido, logo depois me aproximando para mais um beijo, gelado.

 

 POR YASMIN

 

 Eu só faltei quebrar a cama de tanto pular quando li o bilhete que Cris havia deixado. Finalmente meu Deus, finalmente!

 Num ato de descontrole, liguei para as meninas, contando a novidade. Porque nosso plano, mesmo que atrasado, deu certo; e eu não poderia ficar mais feliz.

 Fui a cozinha preparar algo para comer. Dali em diante seria daquele jeito, eu e Cristian teríamos que nos virar. Ah, essa é a novidade que Denize ainda não sabia.

 

 POR NATÁLIA

 

 Eu não iria ficar na casa de Denize. Eu sabia que o tal problema que ela iria resolver era com Cristian, então eu não parava de torcer para dar certo internamente enquanto arrumava minhas coisas.

 Deixei um bilhetinho avisando que voltaria para casa e agradecendo. Pedi para minha mãe ir me buscar, e quando ela chegou fomos direto para o shopping, e foi lá que eu só faltei dar um infarto quando Yasmin me ligou, contando do bilhete que Cristian havia deixado e que, pelo que tudo indicava, o casal 21 havia feito as pazes!

 

 POR CRISTIAN

 

(...)

-Não acredito que agora você é skatista! –Exclamei assim que vi Denize com o skate na mão.

-Não é beeeem skatista, mas agora eu dou uma praticada. Senti falta do surf e queria fazer algo parecido. –Explicou ela mexendo nas rodinhas do skate

 Eu também sentiria falta do surf, mas não iria sofrer por antecipação.

-Vai, quero ver se você é tudo isso mesmo. –A intimidei

 Ela então colocou o skate no chão e deu impulso, indo cada vez mais longe. Depois voltou.

-Sua vez. –Me entregou sua nova diversão

 Eu até podia mandar bem no surf, mas não me garantia tanto no skate. Já havia tentado outras vezes, mas nada tão duradouro para que eu pudesse aprender.

-Não é difícil, vai por mim. Se eu aprendi pra você é moleza. –Ela tentou me encorajar

 Coloquei um pé em cima, mas na hora de dar impulso, eu me desequilibrei. No surf a força se concentra mais nos braços, na hora de remar, então as pernas servem mais como apoio mesmo, aqui não.

-Você precisava ver quantas quedas eu levei. Meu joelho tá ralado até. Mas vai, tenta impulsionar um pouquinho mais devagar no começo, e flexiona menos o joelho, Cris.

 A obedeci. Até que deu mais certo dessa vez, mas eu não quis continuar naquele momento.

-Tudo bem. Mas quem diria né? Eu, te ensinando a andar de skate... sendo que você me ensinou a surfar.  –Disse ela gesticulando com as mãos, como ela sempre fez

-Eu ainda não tinha pensado por esse lado... –Disse eu, agora, pensando naquilo

 Já havíamos almoçado (cada um na sua casa, porque eu realmente não aceitei o convite) e ela marcou de nos encontrarmos na praça, onde me mostraria a surpresa. Agora eu já sabia.

 

 POR DENIZE

 

Imaginei que o meu celular já estivesse travado de tantas ligações e mensagens. Cristian me contou da empolgação da irmã quando soube que estávamos bem, e provavelmente, agora todas as minhas amigas sabiam.

 Eu estava levando Cris à um parque. Não de diversões, mas um lugar calmo, com árvores e grama, onde as pessoas geralmente iam ler livros, passear com cachorro, correr, jogar... Era meu lugar preferido na cidade, e sempre que eu podia, eu ia.

 Sentamos em baixo da copa de uma árvore, onde fazia sombra, e nos recostamos no seu tronco. Tinha-se a visão do lago, com uns patos, e das outras pessoas. Ele passou os braços pelos meus ombros e eu me aproximei mais.

-Esse lugar pra mim é tipo o cais pra você.

-Já sei, gosta daqui e só traz pessoas especiais, como eu. –Disse ele, se virando para mim

-Você nem é convencido –Disse eu sorrindo, logo depois dando um beijo nele

-Sabe, Denize, -Disse ele um pouco mais sério –Eu senti a sua falta. Mesmo estando com raiva, eu ainda lembrava de tudo; era tipo vinte e quatro horas por dia, bastava eu acordar, você já vinha a mente. E mesmo que eu não quisesse admitir, era muito ruim ficar sem você por perto.

 O olhei com um sorriso fechado, eu estava muito feliz por minha paz ter voltado.

-Eu também, Cris. O pior é que eu não podia ir me explicar todo dia, porque eu queria esquecer você, e queria pôr na minha cabeça que tudo aquilo havia acabado. Você disse que eu não nem fiz questão de te considerar, que eu te enganei, e isso me deixou bem chateada; por outro lado você disse que eu a garota dos seus sonhos, que tinha gostado de mim desde o primeiro dia, e isso me deixou bem mal, porque eu ainda queria que aquilo se perpetuasse.

-Você lembra do que eu falei? –Ele perguntou parecendo estar surpreso e triste ao mesmo tempo

-Lembro, quando eu ficava sozinha, eram exatamente suas palavras que vinham à minha mente...

-Nossa Denize, me desculpa. Eu estava com tanta raiva que...

-Eu sei, tá tudo bem –O interrompi.

 Ele respirou fundo

-Quando você foi tentar me fazer abrir os olhos pela última vez, e me disse aquelas coisas, eu fiquei bem confuso. Aí você mandou eu olhar nos seus olhos e dizer que se eu não te queria mais... eu queria, mas eu estava tão confuso que não consegui falar mais nada, aí você saiu pela porta

-Nem me lembre desse dia...ali foi o fim pra mim, eu fiquei destruída.

-Desculpa, tá?

-Porque estamos falando disso? –Me situei –Olha, isso não importa mais, já passou. Vamos esquecer, porque agora eu quero aproveitar o tempo com você, só com você. –Eu disse, logo dando um beijo nele

-Tudo bem

-Continuo sendo a garota dos seus sonhos? –Perguntei divertida

-E das minhas férias também. –Disse ele, sorrindo e logo depois me dando um longo beijo, o qual eu já estava sentindo falta

  E ali ficamos, pelo resto da tarde, apenas tentando recuperar o tempo “perdido”

 E eu tinha cada vez mais certeza que Cristian era o menino dos MEUS sonhos...


Notas Finais


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GENTE, A FIC JÁ TÁ ACABANDO! MDSSSSS


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