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História Até Os Zumbis Nos Alcançarem (Amo Você) - Audiência de Admissão (NSFW)


Escrita por: bananabullet

Notas do Autor


Olá! Alguns avisos importantes, por favor leiam:

Primeiro, este capítulo contém sexo explícito. Se não quiserem ler é "só" pular o penúltimo trecho, mas eu escrevi porque realmente visionei isso acontecendo nessa etapa da história então, bem, fica a critério de vocês.

Segundo, a premissa de que ninguém vai morrer ou virar zumbi nessa história continua valendo. Por favor não abandonem no meio (nesse caso, nos trechos finais), por medo disso acontecer porque não vai, eu prometo.

Terceiro. Esse capítulo vai dar uma embaralhada na história. Sim, já estava previsto, e sim, eu dei várias dicas mas ninguém pegou, não sei se fico triste ou feliz, haha. Ao terminarem, não deixem de ler as notas finais.

Boa Leitura!

Capítulo 5 - Audiência de Admissão (NSFW)


Baekhyun não se lembrava de ter cochilado – honestamente, não se lembrava de quase nada do que aconteceu naquele dia. Todas as conversas e interações passaram como um blur em sua cabeça, e foi provavelmente por isso que foi dormir, para encontrar resquícios de realidade em meio ao mundo dos sonhos. Mas despertou cedo demais, com fortes na porta. 

– Acorda. – Alguém o chamava. Mais batidas.  – Seu garoto completou o teste.

Pelo jeito, o mundo dos sonhos teria que esperar. 

Byun se levantou da cama como se ela estivesse em chamas e foi até a entrada. Encontrou Jongin parado na frente da sua cabana, com a respiração acelerada e a expressão de quem havia corrido até ali para entregar as notícias. 

– Vem logo – pediu o mais novo. – A audiência já vai começar.

A audiência a que Jongin se referia era exatamente isso: uma comissão armada para avaliar o desempenho de Chanyeol. Era um processo burocrático para uns e extravagante para outros, mas era parte do protocolo, e os protocolos da Exodus eram seguidos à risca. Em outras palavras: se quisesse permanecer na colônia, Chanyeol teria que passar por isso.  

O comitê de avaliação era composto por Junmyeon, Minseok, os vigias Sehun e Yixing que acompanharam o teste de perto, e agora, Baekhyun. O jovem líder não tinha certeza se a sua presença seria solicitada (afinal estava pessoalmente envolvido com o caso), mas ele correu até a área pública assim que recebeu as instruções de Jongin. Porém, chegou um pouco atrasado. 

Todos os sobreviventes já estavam reunidos na praça da colônia, incluindo os curiosos que estavam ali unicamente para ver de perto o arremate da situação. Não havia nenhuma proibição quanto a assistir à audiência; era um evento público, e as pessoas na Exodus raramente tinham oportunidades como aquela para serem entretidas. Mesmo assim, Baekhyun ficou preocupado que aquele circo intimidasse o garoto.

E, falando no rapaz, onde diabos estava Park Chanyeol? 

Baekhyun deduziu que havia sido o último a chegar, mas então notou o assento vago no meio da comoção. A pessoa mais importante, o principal motivo de estarem ali, ainda estava faltando. O pequeno moveu os olhos pela multidão e pelas ruelas da colônia, mas nenhum sinal do garoto. Até que, das sombras, surgiu uma silhueta familiar.

Chanyeol parecia menor do que realmente era, mas conforme se aproximou do centro, Baekhyun entendeu o porquê. O mais novo estava com o braço esquerdo imobilizado, enfaixado em uma atadura presa atrás do pescoço. Também caminhava de um jeito retraído, como se quisesse desaparecer, ou aparatar como o Harry Potter fazia nos livros.

Baekhyun entendia o sentimento, mas eles estavam tão perto… 

Na esperança de transmitir força e confiança à Chanyeol, manteve suas feições sérias, obstinadas. Ele não tinha autorização para falar com o garoto até o fim do processo, mas aproveitou o instante em que seus olhares se cruzaram para dar um breve aceno com a cabeça. Confio em você, tentou dizer. Aparentemente funcionou, pois o maior endireitou a postura quase que instantaneamente após o contato. 

 Agora, com Chanyeol mais relaxado, Byun pôde enfim prestar atenção ao garoto. Fora o braço enfaixado, ele estava intacto, talvez até melhor do que quando Baekhyun o encontrou. Ele não usava o moletom enorme de coração partido, mas uma camiseta de banda desbotada e um jeans escuro rasgado na  altura do joelho. Também estava limpo e tinha os cabelos ondulados molhados, recém lavados. 

Ele estava absurdamente lindo e Baekhyun nunca desejou tanto que ele fosse aceito. 

Antes que os pensamentos do menor tomassem um rumo perigoso, Junmyeon foi até Chanyeol e indicou ao novato onde ele deveria se sentar. Depois, o líder se dirigiu à audiência. 

 – Muito bem – ele começou, juntando as palmas das mãos. – Podemos começar?





 

A sistemática da audiência era simples: primeiro, Chanyeol teria que falar. Teria que contar a todos como sobreviveu ao exílio, sem poupar nenhum detalhe sobre a experiência. Foi lhe dado sinal verde para se expressar, usar gestos ou objetos, e se alongar por quanto tempo julgasse necessário. A noite era apenas uma criança, afinal: uma criança apreensiva e ansiosa para conhecer o testemunho de Park.   

Enquanto ouvia o relato, Junmyeon trocaria olhares com os vigias para checar se a versão de Chanyeol era verdadeira ou não. Caso detectassem alguma inverdade, os vigias poderiam interromper e expor o que realmente aconteceu. O líder também poderia interrompê-lo qualquer momento, mas suas intromissões seriam mais como lançar perguntas, para ajudar o garoto a se expressar.

–  Não pense que será um interrogatório, Chanyeol –  explicou Junmyeon. –  Não pense em certo ou errado. Pense apenas na sua estratégia, e a defenda para nós. Você não é apenas um réu. É um réu e um advogado. 

Assim, quando foi autorizado, Chanyeol começou a contar. Contou sobre como estava desorientado no começo mas buscou refúgio em uma caverna, e passou a noite em claro desenvolvendo um plano. Contou que saiu do abrigo assim que o Sol nasceu, e que encontrou um novo abrigo em uma árvore alta e frondosa. Contou como caçou, como preparou seu alimento e como fortaleceu seu esconderijo. E contou que fez questão de ocupar a mente até as horas finais do teste.

A madrugada avançou sobre a colônia enquanto Chanyeol se estendia em seu relato, mas ninguém realmente se importou. As definições de dia e noite já não eram tão regulares desde que o fim do mundo começou e, mesmo que sentissem sono, todos estavam assombrados demais para dormir agora. Estavam completamente entregues à fantástica jornada de sobrevivência do maior, em especial Baekhyun.

Byun tremia com cada palavra que saía da boca de Chanyeol. Odiava pensar que o garoto passou por tudo aquilo sozinho mas, na verdade, seus tremores eram de orgulho. O garoto sobreviveu a um dos testes mais difíceis e cruéis da humanidade pós-apocalíptica, e voltou invicto, insuperável. 

Era um sobrevivente nato.

Por fim, quando a narrativa de Chanyeol começou a ficar reticente, Junmyeon interveio e fez a pergunta mais aguardada por todos – como o garoto machucou o braço?

 – Ah, sobre isso – começou Chanyeol – Fiquei empolgado quando vi o sinalizador disparado da muralha e me joguei sobre o cipó preso na árvore, mas ele não aguentou meu peso. Caí por cima do meu braço, e acho devo ter o distendido ou algo assim. O sobrevivente que ajudou a me lavar e me vestir, um tal de Kyungsoo? Ele insistiu em enfaixá-lo, mas não é nada demais. De qualquer forma, só aconteceu após o fim do teste, né? E eu consegui escalar de volta para cá, mesmo com o braço machucado...

Baekhyun olhou para o próprio colo, tentando disfarçar o sorriso que abriu caminho entre os seus lábios. Máquina de sobrevivência à parte, Chanyeol ainda era apenas um garoto de 22 anos com um coração enorme e um desejo imensurável de retornar ao convívio social. Byun achou fofo, mas teria que ficar de olho no rapaz. Não poderia tê-lo perdendo um membro toda vez que ficasse animado demais com alguma coisa.

 Após um último round de perguntas e resposta, Junmyeon dispensou os vigias e se dirigiu à Chanyeol. Falou em voz alta para que os telespectadores também pudessem ouvir:

– Muito bem, meu jovem, é bom ter você de volta. Fique tranquilo que não irá dormir ao relento esta noite. 

– Eu fui aprovado? – o maior perguntou entusiasmado, se levantando do assento.

– Calma, rapaz. – respondeu Junmyeon. – O veredito só sai amanhã. 

Chanyeol ficou confuso e automaticamente buscou o olhar de Baekhyun, mas foi Junmyeon quem, novamente, explicou a dinâmica. 

– São quase quatro horas da manhã, Chanyeol. Precisamos dormir, e você mais do que qualquer um aqui. Então descanse, não se preocupe com a hora de acordar, e amanhã conversamos. Vá, tenho certeza que Baekhyun vai ceder a cama dele para você – disse o líder, piscando para Park. 

Chanyeol não parecia satisfeito, mas não ficou tão desolado quando viu Baekhyun caminhando até ele. Junmyeon já estava se recolhendo, assim como todos os outros sobreviventes, deixando apenas os dois na praça cada vez mais escura. Chanyeol foi ao encontro de Baekhyun com os braços semi abertos por causa da atadura, mas ao invés de um abraço recebeu apenas um tapinha nas costas. 

– Não posso fazer nada com você enquanto não for aceito – Byun esclareceu. – Sinto muito garoto, mas são as regras.

– Ah… tudo bem.

Chanyeol tinha no olhar um brilho de que não, não estava tudo bem, mas seu corpo e sua mente estavam exaustos demais para questionar. Além disso, era maduro o suficiente para entender que aquelas regras existiam como um mecanismo de proteção, para evitar o envolvimento de um membro fixo da colônia com alguém que poderia ser chutado no dia seguinte. Então, ele seguiu Baekhyun até a cabana do mais velho em silêncio, e só voltou a falar quando chegaram.

– Você não vai dormir comigo? – tentou uma última vez, lembrando do que Junmyeon havia dito algo sobre Baekhyun lhe ceder a cama.

Baekhyun negou balançando a cabeça.

– Desculpe, garoto, vou dormir com uma amiga. Mas você pode ficar à vontade, ninguém vai te perturbar. E eu não preparei nada de especial, mas posso conseguir uns lençóis novos, quer dizer, não usados, se você quiser. 

– Tudo bem, vai ser bom dormir em algo com o seu cheirinho – Chanyeol sorriu.  

Baekhyun corou involuntariamente. Aquele menino bobo, todo abatido, e com o olhar tristinho implorando atenção era a sua maior fraqueza, e Byun não resistiu. Foda-se as regras, foda-se os protocolos, foda-se tudo!

Deu um breve porém apertado abraço no maior, tomando cuidado com o braço machucado dele, e sussurrou contra o ouvido do garoto: 

– Você foi muito bem, Chanyeol.

E, antes que Park pudesse reagir, Byun desapareceu.





 

Na manhã seguinte, enquanto Chanyeol dormia pacificamente, os líderes se reuniram no topo da muralha para decidir o futuro do rapaz. Mesmo se estivesse acordado, Park não participaria daquela conversa, e nem Byun. Como o menor estava emocionalmente inserido no contexto, Junmyeon e Minseok acharam que seria melhor manter Baekhyun afastado da decisão. Mas o menor não gostou nada disso.

– Me manter afastado? É o caralho! – Byun invadiu a reunião dos líderes furioso, bufando de raiva por não ter sido consultado.

– Você está envolvido demais com o garoto, era nítido pela forma como olhou para ele durante a audiência – Junmyeon acusou.  

– Pensamos que seria o ideal, Baekhyunnie – apaziguou Minseok. 

– Mas eu quero participar! – Insistiu Byun. – Não foram vocês que falaram que eu preciso participar mais? Que eu precisava ser um líder?

Minseok se rendeu. 

– Ele não está errado – reconheceu o mais velho, esperando a resposta de Junmyeon.

– Tudo bem, pode ficar – concluiu o líder. – Mas não estamos falando apenas do futuro do seu namorado aqui, mas do futuro da nossa colônia. Vamos ser racionais, entendeu?

– Positivo.

Baekhyun entendeu o que Junmyeon quis dizer, mas não entendeu porque aquelas palavras foram direcionadas a ele. Nunca fora uma pessoa passional; nem quando a situação exigia uma dose de sentimentalismo. Geralmente era criticado por ser racional demais, lógico demais, e não seria um garoto recém chegado que iria mudar isso. Seria?

Bem, de qualquer maneira, a interferência de Byun não era a principal pauta do dia. 

Os líderes se acomodaram e começaram a repassar o relato que ouviram de Chanyeol na noite anterior. Não tinham exatamente um roteiro, mas seguiram a ordem cronológica dos acontecimentos, atentando inicialmente ao período noturno do teste. Os três líderes concordaram que a noite do maior foi atípica, sem ataques de animais e sem graves acidentes, mas mesmo assim o garoto teve a chance de mostrar seu valor.

– Ele poderia ter feito um buraco qualquer no chão e passado a noite lá, mas fico feliz que tenha se empenhado um pouco mais – apontou Minseok. 

– E ele acendeu uma fogueira em uma caverna, e conseguiu lenha debaixo de chuva – lembrou Baekhyun. – Isso com certeza foi muito trabalhoso.    

Junmyeon não se manifestou. 

Depois, repassaram as atividades de Chanyeol no período da manhã e da tarde. A estratégia de buscar abrigo em uma árvore não era nada inovadora – na verdade, era bem previsível –, mas pelo menos o garoto ganhou alguns pontos entre os líderes e os vigias por causa de suas habilidades na caça. 

– Se é verdade que ele consegue caçar apenas usando a pontaria –

– É claro que é verdade – Junmyeon interrompeu o mais velho. – os nossos sentinelas jamais mentiriam. 

– Então Chanyeol será muito útil na colônia – completou Baekhyun. – Ele pode ajudar a equipe de Minseok nas expedições de caça, ou pode ficar no time da segurança, comigo.  

– Calma, Byun – pediu Jun. – Nada está resolvido. Nós ainda estamos discutindo.

– Eu sei, foi só uma hipótese. 

O semblante de Junmyeon estava neutro, sóbrio, desde que começaram a deliberar sobre o caso de Chanyeol, e isso era assustador. O mais velho tinha a fama de ser uma pessoa controlada, porém, costumava vestir suas emoções como uma segunda pele. Mas, agora, as expressões do líder eram indecifráveis, e Baekhyun não fazia ideia do que esperar dele.

Junmyeon continuou inabalável como uma rocha e misterioso como um enigma até a hora de tomarem uma decisão. Baekhyun, embora fosse o mais introspectivo entre os três, foi o primeiro a se posicionar.

– Eu acho que ele deve ficar.

– É claro que você acha isso, Baekhyun – bocejou Junmyeon. – Elabore, por favor.

– Chanyeol passou no teste, e com maestria – esclareceu o mais novo. – Ele mereceu o lugar dele aqui, e deixou claro que também será uma boa adição à Exodus. Eu sei que vocês pensam que a minha imparcialidade está comprometida, mas estou sendo justo. Ele foi muito bem.

– Vou aceitar seu argumento. E você, Minseok?

O mais velho encolheu os ombros antes de responder:

– Por mim, ele fica – Isso! Baekhyun comemorou baixinho. – Ele se saiu melhor do que o esperado, e sinceramente, eu não esperava muita coisa. Mas Baekhyun tem razão, ele pode ser útil para a colônia.

Tecnicamente, o voto de Junmyeon não faria a menor diferença. A liderança era tripla, afinal, e duas partes de três constituíam a maioria. Mas, mesmo assim, o líder expôs seu voto.

– Bom, é mais difícil para mim do que para qualquer um de vocês – começou Junmyeon. – Sabem que um novo integrante recai sobre a minha jurisdição, é minha responsabilidade, mas… vocês tem razão, o garoto deve ficar.  

Baekhyun imediatamente saltou de seu assento, levando um dos punhos ao ar. Parecia Judd Nelson na cena final do Clube dos Cinco, porém mais animado e sem o corte de cabelo cafona. 

– Isso, porra! – Celebrou, mais alto dessa vez, chamando a atenção dos novos vigias da muralha.  

Minseok riu dele. 

– O que está esperando? Vá contar ao rapaz! 

– É, vá logo – motivou Junmyeon. – Vá antes que eu mude de ideia.    

Baekhyun não precisou de outro incentivo. 

Desceu as escadas correndo, ansioso para encontrar Chanyeol.






 

Baekhyun teve um déjà vu ao avistar o garoto. O encontrou novamente na área pública, cercado pelas crianças colônia. Dessa vez não jogavam futebol. Pela forma como os pequenos miravam Chanyeol, o garoto estava contando sobre a noite que passou além dos limites da Exodus. Baekhyun se lembrou que, da última vez que encontrou Park assim, não trazia notícias muito boas, mas agora, ah, agora... a história seria bem diferente.

Byun nem sabia ao certo como começar a contar, então fez a primeira coisa que lhe veio à cabeça e correu para abraçar Chanyeol. O garoto retribuiu o carinho mesmo sem entender se aquele era um abraço de boas vindas ou de despedida, até que Baekhyun se afastou e lhe disse:

– Chanyeol, você foi aceito! Você pode ficar na colônia!

Park ficou perplexo, e por alguns longos segundos não disse nada. 

Em contrapartida, as crianças ao seu lado digeriram facilmente as novidades. Elas começaram a pular e a gritar de alegria, se intrometendo no enlace dos adultos para também abraçar Chanyeol. Aquela comoção mirim trouxe o maior de volta à realidade, e ele perguntou:  

– É verdade? – Baekhyun acenou com a cabeça. – Você jura? – Outro aceno.

As crianças se estabilizaram quando seus pais, Junmyeon e Minseok, entraram em cena, mas os líderes não estavam ali por causa delas. Eles marcharam diretamente até Chanyeol, e Junmyeon estendeu o braço ao maior para um aperto de mãos. 

– Parabéns, Chanyeol – disse o mais velho.  – Nós ficamos muito impressionados com seu desempenho no teste, e ficamos felizes em tê-lo como um membro da nossa família na Exodus. 

Chanyeol aceitou o aperto de mãos ainda incrédulo, e retornou sua atenção à Baekhyun. Por algum motivo, desde que se conheceram, Byun era quem sempre o fazia se sentir ancorado à realidade, independente de quão surreal ela parecia. 

– Jura que não estão me recebendo por pena?

Baekhyun riu da pergunta do maior antes de responder.

 – Não, eles realmente acham que você tem o que é preciso para ficar. Não sei de onde tiraram isso – brincou – mas, se é a decisão deles – Park!

 Chanyeol finalmente caiu em si e abraçou Baekhyun novamente, usando seu braço bom para erguer o menor no ar. Girou Byun em seus braços, gostando de como o rosto dele se iluminou com a brincadeira. Quando o menor foi recolocado no chão, Junmyeon continuou.  

– Bom, você não tem uma cabana, Chanyeol, mas algo me diz que Baekhyun não se importa em dividir a dele com você. Aproveite para comemorar agora, porque amanhã temos um encontro para falar das suas atividades na colônia. Seja bem-vindo, Park. 

O líder encerrou sua fala e Chanyeol ouviu palmas. Sim, palmas; enquanto estava distraído com Baekhyun, todos os colonos se ajuntaram ao redor dos dois e começaram a aplaudir Chanyeol. O garoto ficou envergonhado e tentou se esconder atrás de Baekhyun, mas era tarde demais – os sobreviventes já estavam fazendo fila, literalmente, para conhecer o recruta.   

Agora que sabiam que Chanyeol era um membro legítimo e não apenas um forasteiro de passagem, todos queriam saber sua história, saber como ele foi parar ali e o que esperava daquela modesta comunidade. Queriam ser amigos dele. Como Junmyeon havia dito, a Exodus era uma família, e Chanyeol era, basicamente, o priminho caçula.

Byun segurou na mão direita do maior e o levou até o centro. Chanyeol poderia estar tímido demais no momento mas, no futuro, o agradeceria. O menor o apresentou primeiro a Jongin (“Esse aqui você já conhece, lembra?”) e depois a Sehun e Yixing (“Também deve se lembrar deles, eles acompanharam a sua prova”). Eram os jovens com a idade mais próxima de Chanyeol, e Baekhyun mal via a hora de vê-los conversando como garotos sobre coisas de garotos, como se o fim do mundo fosse apenas um detalhe. 

Depois das primeiras apresentações, Chanyeol passou a se misturar com mais naturalidade. Ele perdeu aquela timidez repentina e voltou a ser o jovem alegre e extrovertido que cativava cada vez mais a Baekhyun. Ele dialogava com cada um que lhe abordava, sem distinção de idade, gênero ou etnia, e era só sorrisos para com os colonos. E ver Chanyeol feliz deixou Baekhyun feliz. 

 Era difícil se colocar no lugar do maior e saber o que ele estava sentindo, mas Byun conseguia imaginar. Anos sozinho, acreditando ser a última pessoa não infectada no mundo, e de repente todas as suas convicções caem por terra e você encontra uma colônia de sobreviventes, um símbolo de resistência. É claro que Chanyeol estaria radiante e, vê-lo assim, aqueceu o coração do menor.

Baekhyun enxugou as lágrimas que escorreram dos seus olhos. 

Ele não se lembrava de qual fora a última vez que havia sido tomado por um sentimento tão puro e genuíno. Céus, estava chorando de alegria, e nem era porque ele proporcionou isso ao rapaz, ou porque Chanyeol estava assim por causa dele. Era simplesmente porque aquela cena – Chanyeol se entrosando com outros humanos saudáveis – era significativa demais, bonita demais. 

Mais bonito do que aquilo, bem, talvez apenas Chanyeol.  

O garotol havia consertado e desconsertado Baekhyun de tantas formas, que foi impossível para o menor não desejar fazer o mesmo, mas de um jeito bem menos ortodoxo.  Queria desmontar Chanyeol e vê-lo se desfazendo centímetro por centímetro, como uma vingança pessoal por ele ter colocado aqueles sentimentos em seu peito. Mas faria isso em segredo, quando estivessem a sós. 

De preferência, assim que a sessão de terapia coletiva acabasse...






 

Chanyeol passou a tarde conhecendo a colônia e sendo conhecido por ela. Teve de lidar com a atenção dos seus novos amigos durante um dia inteiro, mas não achou a experiência sufocante. Na verdade, estava feliz em criar seus próprios vínculos, mesmo que Baekhyun tenha se afastado para isso.

O menor foi uma presença constante no processo interativo de Park, mas depois que o garoto começou a soltar, Baekhyun deu um passo para trás e ficou observando de longe, à distância. Quis dar a Chanyeol espaço para que ele fosse autêntico, e não apenas seguisse os seus passos como um cãozinho perdido (embora, em muitos momentos, Chanyeol fosse exatamente assim).  

No entanto, conforme a noite ia avançando, a saudade de ambos só aumentava. 

Baekhyun foi o primeiro a agir. Aproveitou um momento de distração do grupo de Chanyeol e foi até o maior. Segurou o garoto pelo pulso direito e então começou a puxá-lo na direção da sua cabana. Chanyeol logo entendeu o que estava acontecendo e se permitiu ser arrastado para fora da área pública, com um pequeno sorriso nos lábios.  

Quando chegaram ao lar de Baekhyun, o menor empurrou Chanyeol para dentro da cabana, e se apressou em trancar a porta e fechar as janelas. O mais novo não conseguiu segurar o riso.

– Ansioso para me ter entre quatro paredes, Byun? 

– Nos seus sonhos, garoto – retrucou Baekhyun. – Só te trouxe aqui para dizer que fiquei muito orgulhoso de você, de verdade. 

– Eu sei, percebi pelo jeito como me olhou durante o... julgamento? Aliás, como vocês chamam aquilo?

– Audiência de admissão.

– Ah, claro. E muito obrigado, você me passou muita confiança.

– Está mesmo agradecendo a mim? – perguntou Baekhyun. – Você foi incrível! Os méritos são seus. E eu achava difícil acreditar que você sobreviveu por tanto tempo sozinho, mas agora entendo como isso foi possível. 

Ugh – Chanyeol revirou os olhos. – Nem me lembre... Felizmente não vou precisar mais disso, né? Quero dizer, ficar sozinho... 

– É claro que não. 

Inconscientemente, os dois já haviam cruzado a sala e adentrado o quarto do menor. Chanyeol estava sentado na cama e Baekhyun, de pé, brincando com o fecho da janela. Passaram alguns segundos apenas trocando sorrisos inocentes, enquanto se acostumavam com a ideia de que estavam ali juntos, e iriam ficar juntos.  

Pelos Céus, iriam dividir a cama juntos. 

Quando se lembrou daquele detalhe, Baekhyun engoliu em seco. Foda-se, pensou. 

Ele andou até o maior com passos firmes e sedutores, e parou bem no meio de suas pernas. Levou as mãos até a nuca de Chanyeol e acariciou os cabelos naquela região. Estavam úmidos e gelados por causa do sereno, e Baekhyun se arrepiou enquanto se preparava para falar.  

– Eu sei que você deve estar cansado por causa do teste, mas pensei muito em você enquanto estive sozinho.

– É sério? – Chanyeol perguntou. Olhava para Baekhyun de baixo para cima como se estivesse em transe. – E o que você pensou, exatamente? 

Baekhyun deu de ombros.

– Sobre o que conversamos antes de você partir. Sobre termos outras coisas para fazer além de nos beijarm–– Ei!

Em um movimento rápido, Chanyeol usou o braço bom para jogar Baekhyun na cama e se posicionar acima dele. Apoiou o peso do seu corpo com o braço direito, o que não foi confortável, mas valeu a pena. Baekhyun estava absolutamente vulnerável naquela posição, e lindo, com a respiração mais lenta e os cabelos bagunçados. 

– E o que você tem em mente quando fala de outras coisas? – Chanyeol sussurrou.

– Não sei muito bem – Baekhyun levantou o rosto para encostar a pontinha do seu nariz no nariz do maior, de um jeito provocante. – Mas acho que continuar nos beijando é um bom ponto de partida.

Chanyeol não precisou ouvir uma segunda vez. Beijou Baekhyun como sempre quis, aproveitando-se da vulnerabilidade do menor. Forçou a sua língua para dentro daquela boquinha tão rosada e delicada, explorando cada centímetro com seu músculo molhado. Usou sua posição e tamanho a seu favor e começou a ondular seu corpo contra Byun, fazendo com a pélvis de ambos se encontrassem. 

Baekhyun saiu da sintonia do beijo para vocalizar um gemido, e Chanyeol descobriu um novo alvo para seus lábios. Desceu a boca pela pele de Byun até chegar ao pescoço. Abusou de toda a área disponível ali, sentindo o menor fechar o punho sobre seu couro cabeludo. E então parou, repentinamente – a camiseta de Baekhyun estava no caminho. 

Chanyeol se afastou para para tirar a camiseta do menor, mas antes de voltar às administrações, Baekhyun o impediu.

– E a sua? – Baek perguntou, se referindo à roupa de Chanyeol. Porra, ele estava quase sem voz e não tinha o direito de soar tão sexy assim. 

– Vai ser difícil tirar com isso – gesticulou com a faixa que prendia seu braço machucado. – Na verdade, não consigo fazer muita coisa com isso.

Baekhyun entendeu o que o outro estava pedindo e inverteu as posições, ficando acima de Chanyeol. Não planejou sentar diretamente sobre membro do rapaz mas acabou parando ali, como se estivesse testando a fricção antes de colar seu torso ao peito de Chanyeol. Voltaram a se beijar, de um jeito não tão frenético quanto antes, mas igualmente safado

Park usou o braço livre e subiu a mão do joelho até a coxa de Baekhyun, massageando repetidas vezes a área ali antes de pedir, com os lábios grudados aos do menor: 

– Rebola pra mim. 

Byun sentiu um golpe no íntimo com aquele pedido, mas reagiu prontamente. Levantou as costas e começou a rebolar o quadril em cima do pênis ainda coberto de Chanyeol. Observou o modo como Chanyeol o acompanhava com o olhar faminto, e isso lhe deixou mais excitado. Aplicou mais força no vai-e-vem, fazendo questão de sentar em Park regularmente, seguindo um ritmo ditado unicamente pelo tesão. Sabia como provocar.

Porra, você é muito gostoso – Chanyeol gemeu.

– Não sou nada – o menor riu, se permitindo sair da persona sensual e erótica que havia criado para a ocasião. – Sou só a porra do último humano vivo na Terra para você, e é só por isso que você me acha gostoso.

– Você tá falando sério? – Baekhyun arqueou a sobrancelha como se dissesse sim, e aí? mas não parou de se mover. – Você é inacreditável se acha isso. O meu pau durasso aí embaixo não significa nada para você?  

Baekhyun achou a pergunta bem oportuna. 

– Significa que talvez eu deva dar um pouco de atenção a ele, você não acha?

Após dizer isso, Byun se afastou e puxou a calça de Chanyeol, feliz em ver que o pau dele saltou para fora assim que ficou livre. Massageou o membro robusto e bonito algumas vezes, inicialmente apenas para sentir a firmeza da pele. Depois, começou a masturbá-lo com vontade, apreciando como o membro crescia ainda mais em suas mãos. 

Chanyeol arranhou os lençóis quando, finalmente, Baekhyun o colocou na entrada dos lábios. O menor pausou por um segundo, apenas para ouvir Chanyeol soltar um “porra Baekhyun” antes de começar a chupar. Chupou com fervor; com uma mão na base, deixou a cabeça ir até onde aguentava para comportar o pênis do maior em sua boca.

Não cabia inteiro pois, assim como tudo referente a Chanyeol, era um pau enorme, grosso também. Mas Baekhyun se esforçou, prendeu a respiração e conseguiu levá-lo até o início de sua garganta, tomando todos os cuidados para não se engasgar. Vendo – ou melhor, sentindo – a aptidão do menor, Chanyeol tentou empurrar o quadril contra sua boca, mas Baekhyun se afastou e o segurou pelas coxas.     

– Se comporte – ele repreendeu.

O mais velho voltou a atenção ao membro de Park, lambendo-o da base até a ponta e deixando um beijo molhado na extremidade. Estava brincando com o autocontrole de Chanyeol, que estava prestes a se esgotar. 

– Caralho, vou gozar – o maior avisou. Esperava que Baekhyun continuasse o que estava fazendo, mas Byun se afastou. – Ei, tá indo aonde?

Baekhyun não respondeu, e por alguns agonizantes minutos tudo o que Chanyeol ouviu foi o barulho do menor revirando suas mochilas e baús, em busca de alguma coisa. Então Baekhyun retornou com camisinhas e um sachê de lubrificante sachê em mãos.  Exibiu os itens para Park, antes de debochar dele:

– Não achou que eu ia abandonar você duro, achou?

– Foi o que pareceu por uns cinco minutos.

– Dramático – Byun acusou em tom de brincadeira. Ele jogou os itens na cama, ao lado de Chanyeol, e começou a desabotoar as calças, a única peça de roupa que ainda vestia. – E então, como quer fazer isso? 

Deixou que Chanyeol escolhesse a posição mais confortável para ele, afinal, a atadura no braço seria um dificultador do processo. Porém, Chanyeol não pareceu muito preocupado com isso quando respondeu.

– Fica de quatro pra mim.

– Que cavalheiro – Baekhyun brincou, mas terminou de se despir e rapidamente se colocou como o garoto havia pedido.

Chanyeol só tinha uma mão para prepará-lo, o que o obrigou a ser direto, não ficar de enrolação. Ele rasgou o sachê de lubrificante com os dentes e derramou o líquido viscoso sobre a entrada de Baekhyun. Logo em seguida usou os dedos para espalhar a substância.

– Meus dedos são maiores do que a média – disse Chanyeol, antes de penetrá-lo. – Pode me avisar se doer.

Baekhyun gemeu uma afirmação, mas a intromissão não doeu. Pelo contrário, foi melhor do que esperava. Já queria aqueles dedos em si há alguns dias, e enfim tê-los foi muito prazeroso. Eles o abriam em um ritmo gostoso, testando a sua elasticidade e sensibilidade. 

Chanyeol o preparava com tanta preocupação que Baekhyun se sentiu mal por tê-lo deixado na mão há alguns minutos mas, por outro lado, a preparação também o deixava inquieto, ansioso para a próxima etapa.

– Mete logo – exigiu Baekhyun. Chanyeol não teve como negar aquele pedido tão desesperado.

O maior espalhou lubrificante em seu membro, ja protegido, e o posicionou na entrada de Baekhyun. A princípio deu estocadas leves e lentas, apenas para sentir o corpo que estava adentrando. Só depois, quando notou que Baekhyun o recebera bem, foi mais rápido, pegando embalo e ritmo, e segurando o quadril do outro com a mão livre.

Conforme aumentou a velocidade,  Chanyeol alcançou a próstata de Baekhyun, fazendo o menor gemer em alto e bom som. Gostou dos sons que ele fazia por sua causa, e eles alimentaram seu ego naquela hora tão íntima. Chanyeol reduziu e intensificou as estocadas, focando unicamente em acertar Baekhyun no lugarzinho que o fazia gritar.

Chanyeol levou a mão livre às costas do menor, passeando pela cintura e os ombros largos, até chegar aos cabelos e puxar os fios com força. O ato fez com que Baekhyun arqueasse e empinasse ainda mais a bunda na direção de Chanyeol. 

– Grita pra mim, Baek – ordenou o maior. Baekhyun soltou um grunhido. – Tá com vergonha? Aposto que todo mundo já sabe que você tá dando pra mim.

Baekhyun gritou, mas abafou o som se debruçando sobre a cama, deixando apenas a sua traseira empinada para Chanyeol abusar. Park não gostou de ver o menor abafando os gemidos no travesseiro, então sugeriu que mudassem de posição.

Assim, Baekhyun se viu mais uma vez no topo de Chanyeol, rebolando em cima dele com vigor. Gostou de ficar no controle, de saber Chanyeol também estava fora de si por causa da química entre os dois. Ele colocou as mãos sobre o peito de Park, odiando a camiseta que ainda estava no seu caminho,  e o usou como plataforma de apoio.

Pegou impulso e subiu e desceu com o quadril. Estava repetindo os mesmos movimentos que havia feito anteriormente, mas agora com o membro de Chanyeol dentro de si. Provocava, torturava o maior, ao mesmo tempo que Chanyeol castigava sua bunda, com estocadas cada vez mais frenéticas.

– Queria te ver assim desde que nos conhecemos – o garoto confessou. – Você atirou em mim, mas não pude evitar te achar tão gostoso.

– Fala mais. – Baekhyun incentivou. Apreciava dirty talk na cama, ainda mais com alguém como Chanyeol, com a voz grossa e amedrontadora.

– Você gosta disso, Baekhyun? Quando terminarmos vou colocar você pra sentar na minha cara.

Foi demais para Baekhyun. Mal teve que se tocar para atingir o ápice, disparando jatos de porra por toda a camiseta que Chanyeol ainda vestia. O garoto o observou como se estivesse enfeitiçado. Esperou Baekhyun terminar, e só então continuou as estocadas, perseguindo seu próprio orgasmo. 

Baekhyun caiu sobre Park, se escondendo no pescoço do rapaz e deixando vários beijinhos ali. Chanyeol gozou com Baekhyun em seus braços, mordendo a sua orelha. Quando se acalmou, acariciou com cuidado os cabelos do menor. Um gesto doce, em meio a tanta devassidão. 

– Você é tão lindo – foi a primeira coisa que Park disse assim que deixou o corpo do pequeno. A respiração de ambos voltava ao normal. – E a sua bunda é fenomenal, Baekkie. 

– Você me deixa sem jeito, garoto. 

– E você me deixa desnorteado – Ao ouvir isso, Baekhyun se afastou e fitou o mais novo com uma cara de “é sério que você tá dizendo uma breguice dessas?”. Chanyeol riu. – Mas é verdade! E é verdade o que falei antes também. Acho que todo mundo já sabe que estamos fodendo. 

–  Não fomos tão altos assim – o menor se defendeu. 

– Eu sei mas, antes, todo mundo olhou para mim como se fossemos um casal, sei lá.

Baekhyun sentiu que o maior queria conversar sobre aquilo, mas preferiu adiar o assunto. Agora que Chanyeol era um membro vitalício da Exodus, teriam muito tempo para este e outros tópicos importantes. Por hora, desejava apenas descansar.

– Não vamos nos preocupar com isso agora, pode ser? Quero dormir de conchinha.  

– Claro – Chanyeol cedeu. – Mas preciso tirar essa camiseta cheia de porra antes. 

Baekhyun ajudou o maior a se livrar da única peça de roupa que vestia e recolocar a atadura. Como estava escuro, nem ao menos conseguiu admirar o físico de Chanyeol mas, tudo bem, teriam outras oportunidades. Quando terminaram, Park descartou a camisinha e voltou para a cama. Dormiram nus e agarradinhos.







 

Baekhyun foi o primeiro a acordar no dia seguinte. Sentiu um contentamento indescritível ao ver Chanyeol nu ao seu lado, despido não só de roupas mas também de toda a insegurança que insistia em o cercar nos últimos dias. Estavam juntos, entrelaçados pelos seus corpos e destinos, e dificilmente perderiam aquele nó.  

Aproveitando a serenidade que pairava sobre eles, Baekhyun começou a contornar os traços do garoto com os dedos. Primeiro, suas sobrancelhas, nariz, lábios e queixo. Tomou cuidado para que seu toque fosse o mais leve possível, para não despertar o rapaz que ressonava pacificamente.

Depois, Baekhyun explorou áreas maiores. Contornou o maxilar de Park e imediatamente desceu para o seu pescoço. Gastou alguns segundos dedilhando a clavícula dele como se fosse um piano, e então deslizou seus dedos pela linha que dividia seu peito ao meio. Continuaria o trajeto até o umbigo, mas notou algo, sobre a costela do rapaz, que o fez parar.

Sobre a pele, ali, havia uma marca circular parecida com uma mordida humana. 

Estranho, pensou. Eu não o mordi aqui ontem.

E, o mais estranho ainda, era que não era uma marca recente, parecia antiga. Aquele rastro não fazia sentido porque a única mordida humana capaz de gerar uma cicatriz como aquela na pele só poderia ser... 

Não pode ser.

Baekhyun se desprendeu do maior abruptamente, acordando Chanyeol no processo. Enquanto o maior tentava entender o motivo de tanta agitação, Byun foi atrás de sua arma. A engatilhou e apontou para Chanyeol, que agora estava sentado na cama. 

– Baekhyun? O que está acontecendo?

– Você tem uma mordida de zumbi – Baekhyun acusou. 

– Baek, calma – Chanyeol se levantou, enfrentando a mira da pistola. – Essa cicatriz é antiga, vamos conversar. 

– Não é possível. 

– É sim, olha – Chanyeol se virou, para que Byun pudesse observar melhor. – Se fosse recente a ferida estaria aberta, necrosando, e eu não teria metade da consciência que tenho agora.

– Você tá fodendo comigo, Chanyeol?

Bom...

– Sem joguinhos! 

Baekhyun tremia e seus olhos marejavam. Estava surpreso; talvez tão surpreso quanto Chanyeol se sentiu ao chegar na colônia, mas não perderia tempo processando aquela situação. Estava pronto para atirar em Chanyeol, e o maior percebeu sua determinação.

– Baekhyun, por favor, abaixa isso – o garoto foi se aproximando com passos lentos, até ficar na frente de Baekhyun. Se o menor quisesse matá-lo, era só disparar.

– Você tá brincando comigo, Chanyeol?! – Baekhyun desabou, finalmente afrouxando a mão sobre arma. Chorava, mas continuou falando. – Eu te trouxe aqui, para o nosso refúgio e agora você pode acabar com tudo! 

– Baekhyun, calma, olha pra mim… – o maior começou, usando a fragilidade do mais velho para tirar a pistola de suas mãos e jogá-la na cama.

– Você vai matar todos nós...

– Não vou, não. Olha pra mim. – Chanyeol pediu mais uma vez enquanto segurava as mãos do menor. Quando teve a certeza de que Baekhyun estava o encarando, continuou:

 

– Baekhyun, eu sou imune.

 


Notas Finais


A partir dos próximos capítulos, essa história não é mais um terror; eu a coloquei na tag de ficção científica também. Ainda terão zumbis, obviamente, mas eu super entendo se alguns de vocês decidirem dropar a fic. Foi um risco que eu optei correr, contar tudo desde o início, ou contar apenas quando fosse a hora. Escolhi segurar a surpresa, e ainda sinto que contei demais quando disse que ninguém ia morrer, rs.

Então, pra quem decidir dropar, finjam que a fic terminou na penúltima quebra de parágrafos, e muito obrigada por lerem até aqui. Foi um prazer ter a sua companhia!

Pra quem vai continuar comigo nessa jornada pós-apocalíptica onde nem tudo está completamente perdido, muito obrigada de coração! Estou 100% comprometida com essa história apesar de tantos projetos secundários, e vou dar meu melhor!

Deixem comentários se possível, quero saber o que vocês acharam! Eu demoro às vezes, mas prometo que respondo todos!

Bjs e até a próxima!!


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