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Pov's Diego
Fazia três longas noites que eu não dormia direito. Angie havia mudado a sala, e ficou linda. Tudo decorado delicadamente, até o sofá era delicado. Daí vocês me perguntam "porque não está dormindo direito?". A tinta que a minha querida Angeles comprou, tinha um cheiro muito forte, que ficava dois a três dias empregnados na casa, e o pior de tudo, é que como no quarto da Fran estão arrumando tudo, não posso dormir lá. Por isso tenho que passar mal quando durmo na sala. A mesma e o banheiro estão prontos, por incrível que pareça. Mas também, com quase trinta homens aqui dentro, como não ficar né? O quarto de Fran eles prometeram entregar no máximo sexta pela manhã, e a cozinha, amanhã à tarde.
Também não dormia direito por Francesca. Estava com medo de que alguém fizesse algo para ela, ou gritasse e a assustasse. Tenho um grande carinho por aquela garota, e juro que me revolto se alguém encostar um dedo nela, com boas ou más intenções. Hoje é quarta-feira, e dia de visita na área Psiquiátrica, e prometi a Fran que iria vê-la. Estou com saudades da minha moreninha, e das histórias que ela inventa toda vez que vamos brincar juntos. Me surpreendo como ela consegue inventar todos os dias uma história nova, e interpretar cada uma delas com os brinquedos. E eu? Fiz parte de todas as brincadeiras: já fui Rei, já fui cavalo(isso mesmo), já fui garçom, enfim, tudo e mais um pouco.
Terminei algumas planilhas do meu emprego, e comecei a me arrumar rapidamente para ir ver Francesca. Olho para o relógio que Marcava 19:30. As 20:00 acabava o horário de entrada para visitas, então, tinha que me apressar. Tranquei meu escritório E comecei a descer as escadas rapidamente. Normalmente eu saio daqui as18:00 horas, mas deixei muito trabalho de ontem para hoje, por isso acabei saindo bem mais tarde. Sai da empresa, e fui para a parada mais próxima para pegar um ônibus, que demorou até chegar. Desci do mesmo quase correndo, e até bati sem querer em algumas pessoas, mas consegui chegar no hospital a tempo. Olhei no meu relógio e eram 19:52.
Sorri para a recepcionista que sorriu de volta e me perguntou o que desejava.
- É vista na ala de Psiquiátria. Francesca Cauviglia, a novata italiana que chegou.- digo enquanto pego minha carteira na mochila, já que preciso dos documentos para vistar a Fran.
- desculpe senhor, mas o horário de visitas acabou.- parei o que estava fazendo para olha-lá.
- como?
- o horário de visitas é até as oito. Já passa das oito e meia da noite.- pisco duas vezes enquanto interca-lo o olhar entre o relógio no meu pulso e o da parede da recepção. O meu relógio havia estragado. Olho decepcionado para baixo e depois tento convencer a recepcionista a me liberar.
- por favor, ela vai ficar muito chateada se não me ver.- junto às mãos em cima do balcão.
- não podemos liberar o senhor, me desculpe.
- mas voce não está entendendo. Ela vai chorar a noite toda e...
- Diego? É você?- ouço aquela doce Voz vindo de trás das catracas do hospital. Vou até a Frente delas e vejo no fim do corredor à minha boneca de porcelana, descalça e com uma camisola de bichinhos até os joelhos. Ela espiava atrás de uma porta aberta, provavelmente reconheceu minha voz. Fran vem correndo com os braços abertos e seus cabelos negros balançando enquanto corria. Quando ela estava por chegar em mim, um pouco antes das catracas, dois médicos a seguraram.- Me deixa! Ele é meu amigo!- grita ela se remexendo nos braços dos dois.
- eu sei querida, mas o horário de vistas acabou.- vejo o rosto da morena ficar vermelho e seus olhos a ficarem brilhantes. Mais um pouco e ela choraria.
- Moça, por favor, deixe eu ficar com ela.- digo me apoiando na catraca, o que faz Francesca se debater mais ainda e tentar tocar em mim.
- ME SOLTA!!! EU QUERO FALAR COM O DIEGO!!!- Francesca começa a chorar enquanto esperniava. Ouço ela cochichar um "me tira daqui", mas eu não podia fazer nada. Ela da um grito, no qual todos do hospital a olham, e depois dele, uma fúria enorme invadiu seus olhos verdes, e ela começou a se debater mais nos braços dos médicos.
- Francesca se acalma!- falo alto mas não adianta, ela grita mais ainda, o que me deixa assustado. Nunca a tinha visto daquele jeito. Os médicos aos poucos vão a levando para dentro do hospital, uma dor enorme invadiu meu peito. Jamáis a quis fazer chorar, e o que eu fiz agora? Repirei fundo e fui indo em direção a porta, não tinha o que eu fazer. Então ouço mais um grito alto e agudo de Francesca, e passos vindo. Volto a olhar para trás, e vejo que Francesca vem correndo novamente em minha direção.
- Diego!- ela grita.Vi que ela ia tentar pular as catracas, então me aproximei para impedi-la, mas em poucos segundos, um médico agarrou seu braço que lhe espetou uma agulha. Francesca o olha assutada, mas logo fecha os olhos e cai adormecida no chão. A raiva invadiu meu corpo, e juro que se não fosse pelas catracas eu teria voado naquele cara.
- Deixa ela! Porque você fez isso?- tento empurrar o médico mas ele estava longe.
- Cala a boca! Tirem ele daqui!- Diz o médico enquanto pegava Francesca nos braços. Senti me puxarem para fora do hospital, e me colocarem sentado em um banco que havia ali.
Isso tudo é culpa minha. Porque eu não terminei o trabalho ontem? Eu teria tempo de ver Francesca, ela choraria e não seria dopada. Nada disso teria acontecido se não fosse por mim. Eu sou o maior imbecil do mundo.
- eu te odeio Diego.- Digo a mim mesmo.
Pov's Autora
Diego voltou para seu apartamento muito decepcionado. Ele se sentia a pior pessoa do mundo. Ele devia ter chegado mais cedo. E agora? Como Francesca ficaria? Eram quase dez horas quando Diego ligou para Della, a enfermeira que cuidava de Fran para saber como ela estava.
- Ela está bem chateada Diego. Está chorando desde de que você saiu.- Diego passa as a mão forte pelas suas medeixas. Ele estava sentado no sofá novo, e logo se deitou no mesmo para tentar relaxar.
- Eu posso falar como ela? Talvez isso a anime um pouco.
- ok. Espere um minuto.- Diego esperava na outra linha, pensando em uma boa resposta para Dizer a Francesca. Ele não podia simplesmente dizer que não chegou a tempo por causa que não quis fazer o trabalho antes, ela ficaria mais chateada ainda.
- alô?- diz aquela voz chorosa, que só de ouvir, partiu o coração de Diego.
- oi Bebê.- diz ele sem jeito E ouve a moça soluçar do outro lado da linha.
- Eu to Com medo daqui Diego! Porque não me deixaram te ver hoje?- pergunta aflita.
- é que... Bom, eu não sei porque. Mas não se preocupa, que sexta eu te tiro dai. Mas lembra que não pode falar pra ninguém certo?
- sim.- ele ouve ela se acalmar e sua respiração desacelerar.- Diego...
- oi?
- estou com saudades de você.- Diego instantaneamente sorri largamente. Ele se sentia tão bem sabendo que alguém gostava dele, sentia saudades e se preocupava. Claro que Violetta também sentia tudo isso, mas ela era sua irmã, e não uma desconhecida.
- eu também Boneca. Estou louco para beijar todo esse rostinho corado!- diz ele divertido, sabendo que Francesca devia estar com vergonha.- eu tenho duas surpresas pra você sexta.
- duas? Mas não era só uma?- Diego não havia dito para Fran que ela iria morar com ele, apenas que ela sairia daquele hospital.
- era. Agora dão duas.
- Fran, ta na hora de dormir anjo.- Diego ouve a voz ao fundo falar. Era a voz de Della.- tá bem. Diego, eu vou dormir.- diz ela com Voz triste.
- tá bem. Sexta eu venho te buscar, eu prometo.- ele sorri de lado e desconfiava que a morena também.- Boa Noite boneca.
- Boa Noite Dih.- ele ouve o estalo do beijo que dá no telefone, a leve risada de Della e depois o "pip" do telefone, indicando que a chamada havia sido encerrada.
Diego se sentia um pouco melhor, talvez menos culpado por não ter chegado na hora. Mas o sorriso dele, e também o de Francesca, não sairia mais aquela noite, tudo isso por causa de uma simples ligação.
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