1 Bilhão de anos atrás....
Há um bilhão de anos, o planeta Terra apresentava um cenário grandioso e primitivo, diferente de qualquer coisa que o olho humano moderno possa imaginar. No éon Proterozoico, a Terra era uma vasta tapeçaria de transformação geológica e biológica, onde a vida, ainda em sua forma mais simples, começava a esculpir o destino de um planeta em contínua evolução.
Imagine um vasto supercontinente, Rodínia, dominando o cenário terrestre. Suas montanhas jovens e rochosas, forjadas por forças tectônicas titânicas, erguiam-se majestosamente contra um céu tingido por um azul esmaecido. Os vulcões ativos, sentinelas dessa terra primeva, expeliam colunas de cinzas e lava, moldando a paisagem e fertilizando o solo com minerais vitais. As placas tectônicas, em constante movimento, esculpiam novos terrenos e formavam cordilheiras, enquanto antigas massas terrestres eram consumidas pelas profundezas da Terra.
A atmosfera, envolta em um manto de gases e vapores, era uma mistura complexa e em transição. Os níveis de oxigênio, embora significativamente mais baixos que os de hoje, estavam em ascensão, graças às incansáveis cianobactérias. Esses diminutos arquitetos da vida, em sua incessante fotossíntese, lançavam bolhas de oxigênio para a atmosfera, lentamente transformando o planeta e preparando o terreno para formas de vida mais complexas.
Os oceanos, vastos e enigmáticos, eram mundos de mistério e vida incipiente. A água, rica em minerais dissolvidos, tinha um tom esverdeado, refletindo a presença abundante de ferro e outros elementos. Nesse caldeirão primordial, a vida florescia em formas simples, mas resilientes. Tapetes de cianobactérias cobriam os leitos oceânicos rasos, formando estromatólitos que testemunhavam silenciosamente o avanço do tempo. Algas vermelhas e verdes, os pioneiros multicelulares, flutuavam nas correntes, iniciando uma complexidade biológica que, milhões de anos mais tarde, levaria à diversificação da vida como a conhecemos.
Em terra firme, a paisagem era dominada por vastas extensões rochosas, com solo ainda escasso e pouco desenvolvido. As tempestades elétricas, frequentes e intensas, rasgavam os céus, trazendo chuvas torrenciais que esculpiam o terreno e formavam rios e lagos temporários. Essas águas doces transportavam nutrientes das montanhas até os oceanos, alimentando as cianobactérias e outras formas de vida primitiva.No meio desse tumulto geológico e atmosférico, a vida se agarrava tenazmente à existência. Microrganismos prosperavam em ambientes extremos, nas fontes hidrotermais das profundezas oceânicas, onde a água fervente, rica em minerais, encontrava o gelo eterno das profundezas. Essas condições extremas, longe de ser hostis, eram o berço da vida, proporcionando o calor e os nutrientes necessários para a proliferação dos primeiros seres vivos.
Caos
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No coração do vasto e misterioso oceano, onde a luz do sol mal conseguia penetrar e as profundezas eram um reino de escuridão e silêncio, algo extraordinário estava prestes a ocorrer. Entre os ventos geotermais, onde a água fervente emergia das fendas vulcânicas e se misturava com a fria escuridão abissal, um evento singular estava prestes a dar vida a uma criatura titânica de proporções colossais, uma entidade destinada a compreender até mesmo os blocos de construção universal que dá sentido ao universo.
A força criadora desse nascimento foi um conluio de fatores que se alinharam perfeitamente: a química rica e diversificada dos minerais oceânicos, a energia bruta das erupções vulcânicas e a própria essência vital que permeava as águas profundas. De uma concha gigantesca, formada por camadas de minerais cristalinos e compostos orgânicos, um brilho intenso começou a emergir. Uma pulsação rítmica, semelhante ao batimento de um coração colossal, reverberava pelas profundezas, atraindo a atenção dos seres microscópicos ao redor. Com um estrondo profundo, a concha se abriu lentamente, revelando seu conteúdo: Leviatã, um ser gigantesco, ainda em seu estado infantil, mas claramente de uma magnificência sem precedentes. Suas escamas, cintilantes como cristais sob a luz esparsa, refletiam um espectro de cores hipnotizantes. Olhos imensos, de um azul profundo, revelavam uma inteligência incipiente e uma curiosidade infinita. Suas nadadeiras, ainda delicadas, eram adornadas com filamentos bioluminescentes que iluminavam a escuridão ao seu redor. Nos primeiros milênios de sua existência, Leviatã vagava pelas profundezas, alimentando-se dos ricos nutrientes e da energia térmica das fontes hidrotermais. Durante este tempo, sua mente começava a despertar para a vasta rede de vida ao seu redor. Cada microrganismo, cada corrente marinha, cada variação química se tornava um dado a ser absorvido e compreendido. Seu crescimento físico era impressionante, mas seu desenvolvimento cognitivo era ainda mais extraordinário. Milhões de anos se passaram e, com o tempo, Leviatã não só cresceu em tamanho, atingindo quase 300 metros de comprimento, mas também em inteligência. Seus olhos, agora ainda mais profundos e luminosos, refletiam uma compreensão que transcendia o mero instinto animal. Ele inicialmente se tornou uma criatura racional, compreendia as coisas a sua voltada e com o tempo, através de processos incognoscíveis, Leviatã desenvolveu a capacidade de compreender e manipular os blocos de construção do universo. Inicialmente, essa habilidade se manifestou como uma afinidade intuitiva com a matéria ao seu redor. Leviatã podia sentir as vibrações das partículas subatômicas, entender a interação das forças fundamentais e perceber a estrutura atômica de tudo o que tocava. Ao longo dos milênios, essa compreensão se aprofundou, permitindo-lhe manipular a matéria e a energia de forma limitada. Através de uma combinação de meditação e um vasto intelecto, Leviatã descobriu como comprimir e reorganizar átomos e moléculas, criando novas formas de matéria e energia. Podia transformar a água em substâncias exóticas, gerar campos de força e até manipular o tempo e o espaço ao seu redor. Ele podia até mesmo mudar sua própria forma, a metamorfose estava a seu alcance. O monstro há muito tempo já havia explorado a superfície, grandes criaturas surgiram e morreram, embora nenhuma delas eram tão incríveis quanto ele. O grande e poderoso leviatã era o topo da cadeia alimentar, o número 1 incontestável, o único ser que podia compreender as coisas ao redor, o único com racionalidade! Porém, isso estava alguns milênios para mudar....
Caos
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A Terra, com seus vastos ecossistemas e paisagens diversificadas, estava prestes a testemunhar o surgimento de uma nova e singular espécie. Nascidos das profundezas do tempo, em meio a um mundo de incontáveis criaturas, os primeiros Homo sapiens emergiam, trazendo consigo um potencial e uma promessa sem precedentes.
Nos vastos planaltos africanos, sob um céu pontilhado de estrelas, pequenos grupos de hominídeos percorriam a savana. Seus corpos, mais ágeis e adaptáveis do que qualquer de seus predecessores, refletiam uma evolução notável. Mas era em suas mentes que residia a verdadeira revolução. A inteligência humana, a capacidade de pensar, criar e imaginar, começou a florescer de maneiras que nenhuma outra criatura na Terra jamais experimentara. Os primeiros humanos construíam ferramentas, aprendiam a manipular o fogo e desenvolviam uma linguagem rudimentar para comunicar ideias complexas. Eles caçavam em grupos organizados, compartilhavam recursos e criavam as primeiras formas de arte, esculpindo figuras e desenhando nas paredes das cavernas. Esses gestos simples, porém profundos, eram os primeiros passos em uma jornada que transformaria a Terra para sempre. Enquanto a humanidade florescia, nas profundezas abissais do oceano, uma antiga e titânica entidade observava com um crescente sentimento de desconforto. Leviatã, o colossal guardião das profundezas, cujo intelecto e poder haviam transcendido os limites do tempo e do espaço, despertava de seu longo período de contemplação. O nascimento desta nova espécie parecia, para ele, um desafio à sua antiga soberania. Leviatã, cuja mente era capaz de compreender e manipular os blocos fundamentais do universo, olhava para a humanidade com uma mistura de curiosidade e desprezo. Inicialmente, ele observava de longe, intrigado pela rapidez com que esses seres frágeis dominavam o fogo e esculpiam o mundo ao seu redor. Mas, à medida que os humanos se espalhavam pela Terra, a curiosidade de Leviatã se transformava em algo mais sombrio. Sentimentos de inveja começaram a brotar nas profundezas de seu ser. A humanidade, com sua beleza singular e potencial ilimitado, parecia, aos olhos de Leviatã, uma ameaça à sua própria existência. Apesar de sua sabedoria e poder, havia algo na fragilidade e resiliência dos humanos que o perturbava profundamente. A capacidade humana de criar, sonhar e transformar o mundo ao seu redor era um poder que Leviatã não podia ignorar. Os seres humanos eram dotados de imaginação cujo mesmo leviatã não era. Por mais que sua mente fosse infinitamente mais avançada, aqueles macacos pelados eram dotados de imaginação que mesmo ele não podia compreender direito. Coisas como crença, fé, moralidade e tantos e tantos outros conceitos se quer se passou pela mente do monstro. Aqueles seres definitivamente tinham coisas que ele não tinha, um potencial que estava além do próprio leviatã.... Essa inveja se transformou em fúria. Leviatã, que por eras fora o guardião silencioso, decidiu que a humanidade deveria ser destruída. Em um ato de covardia e desespero, ele reuniu todas as suas forças, tentando desatar sua ira sobre os humanos. As profundezas do oceano se agitaram com sua fúria, e tempestades violentas assolaram as costas onde os primeiros humanos habitavam. Ondas gigantescas, alimentadas pelo poder de Leviatã, se ergueram ameaçadoramente, ameaçando varrer as primeiras comunidades humanas da face da Terra. Mas, em meio a essa tempestade de destruição, algo extraordinário aconteceu. Por algum motivo misterioso, os esforços de Leviatã falharam. Cada vez que ele tentava destruir a humanidade, forças invisíveis e inexplicáveis intervinham, protegendo os humanos de seu poder devastador. Leviatã, perplexo e frustrado, não conseguia entender por que não podia afetar essas criaturas. Sua fúria, alimentada pela inveja, apenas aumentava com cada tentativa fracassada. Era como se um poder maior estivesse em jogo, algo além da compreensão até mesmo de uma entidade tão antiga e poderosa quanto ele. O leviatã então teve um pensamento ardiloso. Ele não conseguia afetar nem um átomo se quer da humanidade. Simplesmente não poderia destruir ela, alguma força maior os protegia.... Porém a humanidade não era totalmente invulnerável, ele sabia disso. Ele usou de seus poderes quânticos para afetar a psiquê humana. A única parte vulnerável da humanidade era sua mente. Leviatã pouco a pouco corrompia a humanidade, as tornando corrupta, desonesta e preconceituosa. O monstro ardiloso como era, estava fazendo com que a própria humanidade acabasse se auto-destruindo. Se ele não era capaz de fazer isso diretamente, então ele iria fazer com que eles mesmos acabassem por se destruir.
E foi realmente assim por um longo e longo tempo, de modo que os imponentes seres conhecidos como elementais surgiram dos céus e apagaram a corrupção feita pelo leviatã completamente do inconsciente coletivo humano, livrando-os de todos os malefícios causados pela besta. A besta apenas nesse dia percebeu que a humanidade era de alguma forma ajudada e protegida por seres além de sua compressão. Esses elementais com facilidade simplesmente apagou rapidamente a corrupção marcada no inconsciente coletivo humano. A humanidade então se encontrava livre de suas garras e dessa vez mais fortes do que nunca! Eles tinham armas inimagináveis e suas mentes estavam limpas. Leviatã usou todo seus poderes e apenas conseguiu segurar uma parcela miserável, apenas milhões de humanos permaneceram sob seu alcance. Dessa vez, a besta sabia que corromper seria inútil, aqueles seres arcontes simplesmente tinham limpado os humanos de sua influência. A besta resolveu comer as ideias e memórias de uma parcela de humanos, se alimentar de fantasia e reduzir os humanos a uma página em branco.
Ó, a besta que emerge dos oceanos, aquele que é a cobra no Jardim do Éden, o Leviatã, o ser de proporções colossais, o guardião das profundezas abissais. Sua presença é um enigma e uma ameaça, uma sombra que paira sobre a humanidade desde o princípio dos tempos.
Ele é o dragão que se esconde nas sombras, o símbolo de caos e destruição. Nas antigas escrituras, é ele que se enrola ao redor do mundo, tentando sufocar a vida com seu abraço gelado. Ele é o demônio dos mares, cuja fúria faz as ondas se erguerem como montanhas, cujo rugido faz o coração dos homens tremer de medo.
No Oriente, ele é o dragão implacável, cujas escamas são impenetráveis e cujo hálito é fogo e veneno. Nas tradições ocidentais, ele é a serpente antiga, a encarnação do mal, aquele que desafia os céus e os deuses. Ele é o Behemoth e o Leviatã, dois lados de uma mesma moeda de destruição, eternamente em batalha contra a ordem e a luz.
Leviatã, a serpente que se contorce nas águas profundas, é aquele que trouxe o caos ao mundo na noite dos tempos. Ele observa com olhos de fogo e escuridão, invejando a luz e a beleza da criação. Sua inveja o torna astuto e perigoso, sua fúria é uma tempestade que nunca se acalma.
Ele é a fera que surge nas noites de tormenta, quando o mar se agita e os ventos uivam como almas perdidas. Ele é o pesadelo nas profundezas, o inimigo da humanidade, sempre à espreita, sempre pronto para destruir o que é belo e bom.
Ó, Leviatã, aquele que é a tentação no deserto, a serpente no Jardim do Éden, o dragão das profundezas! Sua existência é um lembrete do mal que sempre espreita, do caos que sempre ameaça romper as correntes da ordem. Ele é a sombra na luz, a escuridão no coração do mar, o eterno adversário da humanidade.
Em cada cultura, em cada religião, sua presença é sentida e temida. Ele é a serpente de Midgard, o dragão da revelação, o adversário de Deus. Ele é o símbolo do orgulho e da queda, a personificação da inveja e da destruição. E ainda assim, por mais que tente, ele não pode extinguir a chama da vida humana, que brilha com uma luz que ele nunca compreenderá....
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