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História Atlântida - Capítulo VIII


Escrita por: PettyYumeChan

Notas do Autor


Esse é um dos capitulos que eu mais queria reescrever. Socorrinho...
Esse capítulo me deu tanta dor de cabeça, eu quase desisti da fic só por causa dele.
Mas não odeiem ele, só eu posso odiar ashauhsua
Boa leitura !!

Capítulo 9 - Capítulo VIII


Durante muito tempo o som de seus passos foi tudo o que alcançou os seus ouvidos conforme eles caminhavam pelas ruas da cidade. Todavia, em algum momento as construções do local começaram a parecer muito mais avançadas do que os prédios desgastados que se erguiam na beirada por onde entraram e, foi nesse mesmo período, que aquele sentimento de estar sendo observada começou a apitar mais forte nos instintos de Mirela.

Já haviam caminhado em torno de quinze minutos, e ainda assim não viam nada alem de prédios e construções antigas, embora Mirela ainda tinha aquela sensação de ver as sombras se moverem nas janelas e na beira da estrada, mas levando em conta que Armin não havia se pronunciado sobre tal fenômeno, ela já não sabia dizer se as sombras estavam realmente lá ou se eram apenas fruto de sua mente cansada.

— Armin, não sei o que você esta procurando, mas não vimos nada alem de prédios até o momento. Por que ao invés de só andar por ai nós não tentamos entrar em algum, acredito que seria mais produtivo.

Dado o tratamento de silencio que recebeu Mirela apenas bufou em indignação. Se ele não estava disposto a cooperar com ela, então ela também seguiria os seus próprios planos, talvez a ideia de trabalhar em equipe estivesse de pé só enquanto buscavam a cidade, e agora que já a haviam encontrado voltariam à estaca zero de cada um por si. Mirela não podia negar estar um pouco decepcionada com tal resolução, mas não havia muito mais o que pudesse fazer.

Seguindo as próprias vontades alcançou um prédio próximo, apenas para descobrir a sua porta trancada. Imaginou que o peso do tempo havia deteriorado a estrutura e agora essa se encontrava emperrada, todavia, passou a ter as suas duvidas quando as três portas seguintes a qual tentou abrir encontravam-se na mesma situação, não poderia ser apenas coincidência.

Olhou os seus arredores, a figura de Armin já havia desaparecido, estava realmente a mercê da própria sorte. A mente começava a arquitetar algum novo plano para seguir, mas foi abruptamente interrompidola quando ouviu o som de impacto de algo caindo atrás de si. Todos os instintos entraram em alerta, a mão pousou sobre o punhal do sabre e todo o corpo já se preparava para um possível combate. Os olhos seguiram na direção do som, tudo parecia calmo, mas era cedo demais para concluir, os pés seguiram cautelosos em tal direção, mas todos os outros sentidos estavam plenamente atentos aos seus arredores.

— Armin? É você que esta ai? Eu já estou cansada das suas brincadeiras.

Não houve qualquer movimentação vinda do local, tudo permanecendo no mais absoluto silencio, como se nada nunca houvera acontecido ali. Esperou por mais alguns segundos, mas nada aconteceu, imaginou que talvez pudesse ser uma pedra a qual foi empurrada pela força da própria correnteza. O corpo começou a relaxar aos poucos, abandonando a postura de combate, estava pronta para voltar às tarefas anteriores quando toda a calma foi arrancada de seu ser pela sensação gelada da lamina próxima ao seu pescoço.

O coração bombeou veloz, de forma quase incomoda, espalhando sangue e adrenalina por todo o seu ser. Sentiu o suor frio descer pela nuca e alcançar a extensão das costas, os nervos enrijeceram e um grito de surpresa se entalou na garganta, obrigando-a a engolir em seco. Com cuidado, ela lentamente moveu a cabeça tentando encontrar a visão de seu agressor, embora não fosse uma tarefa fácil, qualquer movimento em falso e sua cabeça poderia rolar para longe de seu corpo. Ainda assim conseguiu dar quase uma volta completa, encontrando assim o olhar penetrante de uma garota, se é que poderia a classificar assim.

Os olhos eram caídos, apresentando um aspecto mórbido e, ao mesmo tempo, sombrio. A pele de um tom amarelo areia era tingida por pequenas listras azuis e no pescoço era possível ver o leve movimento de pequenas aberturas, semelhantes às guelras dos peixes. Os cabelos, que eram como ondas em uma mescla de azul e rosa, cobriam parte das orelhas que se assemelhavam a barbatanas, e do topo da cabeça se erguiam duas lanternas brilhantes, como as dos peixes abissais. Todo o corpo era coberto por uma armadura pesada, e a longa lança em suas mãos tinha a lamina firmemente posicionada próximo ao pescoço de Mirela. A expressão era firme e sem emoção, mas ainda assim Mirela jurou ver a língua dançar pelos lábios rosados, dando-lhe um pequeno vislumbre dos dentes pontiagudos.

Todo o mundo ao redor se tornou silencioso aos ouvidos de Mirela, o coração veloz no peito era a única coisa que ouvia. Não importava o quanto você fosse treinado ou controlado, enquanto se encontrasse sob a forma de um ser humano comum você ainda teria aquele instinto de sobrevivência queimando dentro de si, e essa era uma das situações que Mirela mais odiava, porque lhe trazia à tona a realidade de que ela não poderia estar sempre no controle. Assim, antes que percebesse, fez seu sabre cruzar o ar colocando uma distancia aceitável entre as duas e os pés se puseram a correr para a direção oposta.

Ouviu os fortes passos metálicos seguirem atrás de si e, em algum lugar ao longe, podia ouvir soar algo semelhante a uma sirene. Por um momento se sentiu infeliz por estar certa, afinal, aquele silencio absoluto era realmente um pressagio de catástrofe, uma enorme cidade como aquela não estava abandonada, estava sob quarentena porque, aparentemente, invasores haviam sido avistados. E ela era a invasora. Tentava de todos os modos despistar sua perseguidora, mas todos os esforços pareciam em vão, não importava o quanto corresse o som da presença atrás de si não parecia ficar mais distante, ainda assim ela não poderia desistir, precisava encontrar Armin o mais rápido possível e então ambos teriam que sair dali.

Para sua sorte – ou talvez nem tanta – não precisou correr por muito mais tempo até encontrar a silhueta do rapaz, cercado por diversas outras figuras igualmente cobertas por armaduras, todos exibiam características semelhantes a aquela que havia lhe abordado mais cedo, embora também carregassem suas próprias peculiaridades, como tentáculos de polvo no lugar de cabelos, ou espinhos de baiacu espalhados pelo rosto. Não foi preciso muito tempo para que sua presença fosse notada, tanto pelo suposto companheiro, tanto pelos guardas que o cercavam, se arrependeu na mesma hora de não ter planejado um jeito de chegar de modo mais discreto.

— Hey, uma ajuda aqui?

Não era preciso de muito esforço para ver que ambos estavam em clara desvantagem de números, mas o sorriso de Armin – que sempre a tirava do serio – dessa vez trouxe algum tipo de sentimento de determinação, que a fez sentir que talvez, se trabalhassem juntos, conseguiriam sair daquela situação. Todavia, seu erro foi, por um momento, se esquecer de que ela não estava chegando sozinha. sentiu o corpo ser empurrado e assim acabou por ser arremessada, caindo próxima ao grupo de soldados.

— Em nome da rainha de Atlântida, ordenamos que se rendam!

A voz imponente se ergueu de uma das figuras de armadura, essa levava um conjunto completo, tendo até mesmo o rosto coberto pelo capacete de metal. Mirela se ergueu ao lado de Armin, estavam claramente encurralados e sob desvantagem, mesmo os dois saberiam dizer que tentar reagir em uma situação dessas era pedir por problemas maiores do que poderiam suportar. O azul e o mogno se cruzaram por um momento, não foi preciso palavras para ambos entenderem o que estavam pensando. Então as mãos se ergueram em rendição, aceitariam o seu destino, ao menos por enquanto.


Notas Finais


Continuemos contando ;)
Só mais dois capítulos ><
Obrigada pelo seu comentário.
Até amanhã !!
Kissus da yume. ♡


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