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História Atônito - Atônito


Escrita por: TuiAndLa

Notas do Autor


Essa fic foi um pedido em um grupo do qual participo, e sou muito grata pela ideia, pois foi um prazer de escrever!

Capítulo 1 - Atônito


Os dois irmãos estavam no hospital havia alguns dias. Alphonse ainda estava confinado ao quarto, enquanto Edward, que estava se recuperando da cirurgia para remover os restos do automail no seu ombro, já podia dar algumas voltas nos corredores. Contudo, ambos passavam quase todo o tempo juntos no quarto, o que não significava que estavam sempre sozinhos e entediados. Na verdade, estavam recebendo visitas que traziam notícias do mundo lá fora, e Al estava desfrutando de todos os sentidos que agora tinha de volta.

O quarto cheirava a álcool e extrema limpeza, uma constante ordem e paz que rondava o ar e reafirmava que tudo estava bem, em contraste ao odor de sangue, poeira e caos que havia preenchido suas narinas na primeira vez em que ele acordou no seu próprio corpo. Enquanto aquele era o cheiro predominante, os visitantes também traziam seus próprios perfumes, assim como a comida tinha seus próprios marcas de quente e frio, forte e delicado.

De acordo com Ed, a comida no hospital era insossa e repetitiva, mas Al se deliciava com cada sabor que surgia, sensível a cada tom de acidez ou doçura e encantado com cada textura diferente. Ele até se prontificou a beber o leite do Edward, ciente de que o irmão não iria mesmo, o que levou aos dois planejando como enganar as enfermeiras. Não satisfeito, Ed tentou brincar também com a mente do Al, defendendo que seu irmãozinho nunca tinha gostado tanto assim de leite e que seu paladar havia mudado.

- Mas você não vai me enganar, irmão, eu lembro muito bem o que eu gosto ou não.

Por mais que fosse apenas brincadeira, Ed realmente não entendia que, naquele momento, todo gosto era bem-vindo, e tudo tinha o gosto do mundo que há tantos anos ele queria voltar a provar. Um mundo que ele mal podia esperar para voltar a explorar com as próprias pernas.

Por enquanto, ele só podia dar voltas dentro do quarto. E, por mais difícil, que fosse se deslocar com músculos ainda tão fracos, Alphonse estava sempre empolgado com a chance de se levantar. Ele se divertia com a sensação de imediato arrependimento quando insistia em abraçar o chão frio com os pés descalços, só para desejar emaranhá-los no lençol e sentir de novo o calor e a maciez quando voltasse para a cama. Ele adorava andar sozinho e encontrar a coordenação do próprio corpo, pois isso era algo que ele ainda não tinha totalmente o controle. E eles confirmaram que ainda levaria um tempo para ele recuperar a coordenação no dia em que decidiram enviar uma carta à Winry.

Eles tinham que mandar alguma notícia para ela. Dessa vez, mais do que todas as outras, eles sabiam que ela merecia saber que estava tudo bem, e Alphonse insistiu em ter a chance de escrever. Exceto que ele não sabia mais segurar uma caneta. Seus dedos longos e finos não se ajustavam bem ao objeto, e sua mão não seguia bem o trajeto que ele comandava. Contudo, vendo a determinação do seu irmão mais novo, Ed concluiu que não iria tirar dele aquela missão, então ao invés de oferecer ajuda ele encorajou o garoto.

Depois de muita luta e vários testes para Al praticar a caligrafia, eles decidiram por um simples e direto “estamos bem. Ainda temos coisas para resolver aqui, mas voltaremos logo. Lembre-se da torta. Ed e Al.”

- Você não acha que está um pouco... vago, irmão? – Al comentou, estudando o bilhete escrito em quatro linhas para parecer mais polido.

- Tá bom, ela vai entender. – Ed deu de ombros. – Digo, se ela entender essa sua letra aí. – ele provocou.

- Irmão! Ficou bem legível! – Al rebateu com orgulho. - Além disso, minha letra é bem mais bonita que a sua, espere só eu pegar o jeito de novo, você vai ver.

- Hum, que seja. Agora só temos que pedir a alguém para enviar.

- O que vocês dois estão aprontando dessa vez, hein? - a enfermeira entrava no quarto com um sorriso.

- Que velha desconfiada. – Ed murmurou, irritado. – Só queremos enviar uma carta, é isso.

- Ah, eu posso cuidar disso. Eu trouxe visitas. – ela indicou a porta, por onde entrou outra mulher.

- Senhora Hughes! – Ed exclamou.

- Olá, senhora Hughes. – disse Al.

- Olá, meninos, que bom vê-los. Vocês parecem bem. – Gracia saudou, e Elicia acenou para eles do colo da mãe. – Elicia, você lembra do Al? Pois aqui está ele. – ela se aproximou da cama com a menina, que tinha uma expressão desconfiada no rosto.

- Mas você é tão magrinho, como estava naquela armadura grandona?

Al deu um riso desconcertado, e Ed se prontificou a responder, acenando repetidamente com a cabeça:

- Err, pois é, pois é, era ele mesmo.

- Então, Elicia, agora que você está me conhecendo, você quer me dar um abraço? – Al sugeriu, mudando de assunto.

- Sim! – ela abriu os braços sorrindo e se inclinou na direção dele.

- Cuidado, querida, não muito forte, ok? – Gracia falou, colocando a criança na cama, que imediatamente se aninhou com Alphonse.

Abraços. Sim, sem dúvidas, aquela era a melhor parte de ter recuperado seu corpo. Até mesmo o primeiro contato que ele teve com outra pessoa quando acordou, o simples e quase doloroso aperto de mão que recebeu do seu pai, tinha sido maravilhoso. Onde será que o pai tinha ido, será que estaria esperando por eles em casa? Al mal podia esperar para abraça-lo tão intensamente quanto o abraço da May, tão gentilmente quanto Ed quando o ajudou a se levantar. Um abraço tão longo quanto o de Elicia nesse momento.

Mas por ora, ele pediria tantos abraços quantos pudesse receber, de todos que passassem para visita-los.


Notas Finais


Ah, eu amo o Alphonse! Obrigada por ler e espero que tenha gostado.


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