História Atração Perigosa- Malec - Paz dos anjos e empatas do demônio

Alec acordou de repente. Estava agarrado a uma almofada muito fofa e sozinho na cama. Olhou para o relógio que marcava as oito horas da manhã. Ainda era um pouco cedo.

 

Olhou para sua mala feita mas um pouco descomposta. Ele não a quis desfazer na altura porque no fundo sentia que Magnus escondia algo de grave.

 

Mas agora ele sabia, eles estavam a tentar. Ele deveria finalmente desfazê-la?

 

O celular tocou ao seu lado. Alec pegou nele e o viu o nome do “Jace” brilhar na tela. Com muito medo da reação do amigo, ele atendeu.

 

- Jace, eu poss..

 

- ALEXANDER GIDEON LIGHTWOOD ONDE VOCÊ ESTEVE A SEMANA INTEIRA! VOCÊ NÃO DEU NOTÍCIAS! FALTOU ÀS AULAS E O MAGNUS TAMBÉM FALTOU NA QUINTA! O QUE ELE FEZ?

 

Alec se levantou da cama.

 

- Eu..

 

Alec parou para pensar um pouco. Secalhar ele devia contar um pouco da verdade ao Jace, ele nunca iria acreditar numa desculpa qualquer para a sua ausência. Não precisaria de dizer tudo, nem podia, mas podia dizer o mínimo. Jace já sabia que Alec andava a ser perseguido.

 

Respirou fundo e continuou a falar com Jace.

 

 

****

 

- Eu não acredito que você queimou o fogão Magnus Bane! Porque não me chamou? Você não sabe cozinhar!

 

Catarina encarava furiosa um Magnus cheio de manchas de chocolate. Tentara fazer umas simples panquecas para Alec, mas a coisa deu para o torto.

 

- Eu pensei que conseguia fazer umas panquecas, não tenho culpa de elas terem explodido..

 

- Como assim não tem culpa? E como é que as suas panquecas explodiram, você colocou o quê? Carvão em vez de chocolate? Que idiota!

 

Catarina tirou a frigideira do fogão e derramou o conteúdo estragado no lava-louça. Magnus bufou e se sentou como uma criança birrenta.

 

- A culpa é do fogão que não faz comida boa!

 

- Eu faço comida naquele fogão! Vai me disser que a minha comida sabe mal Magnus Bane?

 

Magnus teve vontade de rir com a cara furiosa de Catarina, mas achou melhor se controlar, ela ainda lhe podia bater raivosa como estava.

 

- Bom, você que disse..

 

Catarina pegou no pano da cozinha pronta para atacar, mas foi interrompida por Alec, que apareceu na cozinha devido aos gritos.

 

- Que aconte… meu deus.. – Alec se aproximou da banca e inspecionou o chocolate derramado- eu amo chocolate, mas o que é isto?

 

Catarina caiu na gargalhada e Magnus tentou ficar raivoso, mas acabou por rir também.

 

- Pronto pronto, fiz asneira ok? Eu tentei fazer algo decente para você!- olhou para Alec.

 

Alec aproximou-se mais de Magnus.

 

- Eu vou tentar ver o que há na despensa, mas você vai me comprar um fogão!- falou mais calma Catarina, saindo da cozinha reclamando baixinho coisas como “idiota” e “estúpido”.

 

Magnus revirou os olhos e se levantou.

 

- Isso é uma camiseta minha?

 

Alec olhou para baixo meio envergonhado.

 

- É.. estava no armário meia esquecida, o Jace ligou e a minha mala estava meia descomposta.

 

Magnus não se sentia muito seguro em saber que Alec ainda não tinha desfeito a mala, era sinal de dúvidas, mas ele prometeu ir com calma. O facto de Alec sentir liberdade em vestir uma roupa sua, já era um avanço

 

- Você contou para ele?

 

Alec colocou os braços à volta do pescoço de Magnus.

 

- Algumas coisas, apenas que fui sequestrado e disse que você me tinha ajudado, mais nada. Ele não reagiu muito bem.. acho que ele está magoado comigo.

 

Magnus viu Alec ficar murxinho e lhe deu um selinho, colocando as mão na sua cintura.

 

- Você não teve culpa..

 

- Eu sei, mas compreendo o lado dele. Eu perguntei  se ele queria.. se eu podia ir lá, falar com ele, mas ele disse que estava ocupado..

- Deixa ele pensar um pouco, ele deve ter ficado muito preocupado.

 

Alec passou os dedos nos cabelos de Magnus.

 

- Vamos voltar para a cama- pediu Magnus.

 

Alec sorriu.

 

- E a Catarina?

 

Magnus pegou em Alec ao colo, para sua surpresa.

 

- Ela está mais amuada com o fogão, acho que não vai ficar chatiada, além disso, eu vou voltar aqui, venho buscar o café da manhã e levo para você, como era eu pretendia fazer.

 

- Você pretendia me dar chocolate queimado?

 

Magnus beliscou a coxa de Alec.

 

- Aii, grosso!- Alec bateu no peito de Magnus.

 

- Você me provoca!

 

Magnus os encaminhou para o quarto, quase caindo das escadas duas vezes porque Alec era uma pessoa muito inquieta.

 

Abriu a porta e Alec saltou do seu colo.

 

- Quero tomar banho!

 

Magnus o encarou confuso.

 

- Mas a cama é mais apetecível..além disso, você vai demorar!

 

Alec sorriu.

 

- Quero tomar banho com você!

 

Magnus , que já se tinha atirado para cima da cama, se levantou muito rápido.

 

- Sério?

 

Alec riu da cara super animada de Magnus.

 

- Sério, anda!

 

Alec puxou Magnus para dentro do banheiro e fechou a porta.

 

Como sempre.. duas crianças.

 

 

****

 

- Vamos almoçar fora hoje?

 

Alec e Magnus estavam na banheira cheia de espuma, virados um para o outro. Demoram muito a entrar porque Magnus, sempre que Alec se despia, o atacava com beijos e mordidas.

 

- Almoçar? Mas não estamos em perigo? Com o Aníbal à solta e assim?-respondeu Alec.

 

Magnus mexeu na àgua à sua volta.

 

- Estaremos sempre em perigo até ele ser morto. Mas não podemos viver com medo para sempre. Se o conheço bem, ele não vai atacar por agora, as coisas correram mal para o lado dele, perdeu homens, reféns.. e nós. Além disso, eu quero sair com você!

 

Alec assentiu.

 

- Você tem razão.. onde quer ir?

 

- Conheço um sítio bom, levaremos o Elias para ficar de vigia caso algo aconteça, não vou perder você de vista de novo.

 

Alec se mexeu na banheira e se aproximou de Magnus, de modo a poder tocar-lhe.

 

- Eu sei que está se esforçando, eu aprecio isso, de verdade mas não precisa de estar sempre com medo que algo me aconteça, tem de pensar em você também.

 

- Não se preocupa, eu me cuido gatinho…

 

Magnus não deixou Alec responder mais nada e praticamente saltou para cima dele. O bom é que banheira era grande. Selou os seus lábios nos de Alec, segurando o seu corpo. Era a forma de Alec não se preocupar com ele. Magnus não se sentia cem por cento confortável a falar sobre a sua proteção, os pais sempre disseram que ele tinha de se safar sozinho.

 

Raízes fortes eram difíceis de esquecer.

 

Alec passou as mãos pelas suas costas e o retribuiu o beijo. Era tão mas tão cliché, mas Magnus sentia que beijar Alec era a melhor coisa do mundo, se fosse por ele, não faria mais nada.  Era louco por ele.

 

****

 

O tempo passou muito rápido e quando deram por isso, já passava das três. Magnus e Alec passaram o dia aos amassos, beijos e também com Catarina.

 

Estavam agora na entrada do restaurante que Magnus escolhera. Alec observava Magnus confirmando a reserva enquanto olhava para o espaço. Sabia que Elias devia estar lá fora algures. 

O restaurante era enorme.. mas por fora parecia mais chique do que realmente era.

 

Não que isso fosse problema, até era um alívio para Alec, visto que não estava habituado a lugares ricos ou até sair para comer! Tinha muitas mesas espalhadas pela sala e muitas lâmpadas também. Era aconchegante.

 

-  Por momentos pensei perder a reserva! Você gosta do lugar? Podemos escolher outro ou…

 

- Magnus !- Alec interrompeu- está perfeito.

 

Magnus assentiu aliviado e juntos foram até à mesa. Puxou a cadeira de Alec e de seguida se sentou ele.

 

Magnus observava Alec. Estava lindo. Decidira vestir algo muito simples como umas calças jeans pretas e uma camisa azul clara, que combinava com os seus olhos, mas estava perfeito.

 

- Você está babando Magnus..- disse Alec rindo de leve.

 

- Estou mesmo gatinho, você está lindo.

 

- Não me elogia assim.. fico sem jeito..- Alec disse. Era estranho o elogiarem já que Jeremy apenas criticava e mandava.

 

Claro que as pessoas com quem transara, o elogiavam , mas era não era bem verdadeiro. Elas tinham pago.

 

- Daí que eu o elogio, porque você merece!

 

Alec colocou a mão por cima da de Magnus agradecendo silenciosamente.

 

- Você teve notícias do Killan e da Emma?- perguntou Alec.

 

- Eles nunca mais deram sinais de vida, no dia em que tudo aconteceu, assim que chegamos a casa, o Killan disse que ia desaparecer por uns tempos da cidade, assim como Emma. Espero que estejam bem, eles nos salvaram.

 

Alec ia responder que concordava, mas uma moça apareceu ao lado deles.

 

- Já decidiu?

 

Alec ficou meio confuso por ela falar no singular, mas logo percebeu que ela estava encarando Magnus com um sorriso idiota!

 

Também, quem não olharia para Magnus? Mas não estava a gostar daquilo.

 

- Por mim poderia ser a lasanha tradicional que vocês fazem aqui. E você Alexander?

 

A moça apontou no papel, mas continuava a sorrir para Magnus. Alec já estava a ficar farto de ela o ignorar por completo. Ele estava ali com Magnus!

 

- Eu.. pode ser também.

 

Magnus notou que Alec estava meio emburrado, mas esperou que a empregada se fosse embora para perguntar . Contudo, quando ela lhe tocou no braço, Alec bufou e Magnus entendeu.

 

- Minha querida, agradeço a sua amabilidade, mas eu estou acompanhado..

 

A  moça olhou para Alec, que sorria como se tivesse ganho um prémio.

 

- Eu reparei, enfim, não pode culpar alguém por tentar… já trago a comida!

 

Alec ficou de boca aberta quando a viu ir embora sem mais nem menos. Magnus caiu no erro de soltar uma risada.

 

- Você achou piada! Ela quase saltou para cima de você!- Alec cruzou os braços.

 

- Que exagero bebê, ela não teria nenhuma chance.

 

Alec deu um meio sorriso.

 

- Eu sei, mas não gostei. Antes que diga, sim, são ciúmes daquela atirada!

 

- Ciúmes porquê?- provocou Magnus.

 

- Porque.. porque você me vai pagar uma refeição e não queria que se distraísse!

 

Magnus colocou a mão na boca para evitar rir demasiado alto. Alec não existia.

 

 

A refeição chegou e, para alívio de Alec, não foi a atirada a entregar. Estava bastante bom e foi um almoço bem agradável. Magnus contou um pouco sobre a sua história com Catarina e Alec falou de Jace.

 

- Eu vou ao banheiro, não foge!- disse Alec , se levantando da mesa.

 

- A moça deve estar ocupada..

 

Alec lhe bateu no braço e foi em direção ao banheiro que era ao fundo do corredor. Passou por várias pessoas, mas não olhou para nenhuma em específico.

 

Chegou ao destino e abriu a porta,entrando para dentro. Contudo, foi interompido por alguém.

 

- Não acredito que volto a ver você Alexander Lightwood!

 

Um homem na casa dos 40 anos, cabelo preto e alto, o olhava de cima a baixo, deixando Alec desconfortável.

 

- Sinto muito, quem é o senhor?

 

O homem entrou para dentro do banheiro.

 

- Eu procurei você na boate, mas Sebastian me disse que você já não trabalhava lá! Que saudades!- o homem se aproximou mais de Alec o fazendo recuar.

 

“ Merda, um cliente”

 

- Eu não trabalho mais lá, desculpe, agradecia que se afastasse.

 

O homem parou.

 

- Que pena, eu pagaria bem…

 

- Pois, é a vida, pode sair agora?

 

- Tem a certeza? Eu até pagaria para ter você aqui, seria bom me aproveitar desse corpinho..

 

Alec se sentiu doente pelas palavras do outro, mas não podia vacilar. Se aproximou do homem,sorrindo. O homem  ficou muito entusiasmado, mas Alec o chutou com o joelho bem naquele sítio.

 

- Aproveita a sensação que deixei no seu corpo agora, pode ser que aprenda a respeitar os outros quando dissem não!

 

O homem ficou a gemer de dor no chão. Alec saiu do banheiro meio a rir e decidiu ir no banheiro do lado já que havia três, vá se lá saber porquê.

 

Não demorou muito e logo saiu do banheiro, apenas para a última pessoa no mundo que ele queria ver, aparecer à sua frente.

 

 

 

- Eu estava passando e por coincidência vi você, decidi o seguir e qual não foi o meu espanto ao descobrir que o meu ex-namorado na realidade, é um vagabundo que me traiu!

 

Alec encarou Jeremy que estava furioso.

 

 

 

“ Mas podia piorar?”