História Através da Porta - Capítulo 22: Eu quero seguir em frente.

Estava tão na cara assim? Ele tinha que admitir, ela era uma boa observadora. Ele também prestaria atenção em todos os detalhes, se estivesse preso no subconsciente de alguém sem nada pra fazer, sem ter controle algum. Ele imaginava se Chara já havia comentado sobre isso com Frisk.

— Ok... Admito, gosto da Frisk. — Suspirou.

— Eu já sabia. — Piscou para o esqueleto em sua frente. 

— E você? Já se apaixonou por alguém? — Indagou. 

— Não... Eu tava meio que, morta, não tinha tempo pra isso. — Revirou os olhos.

— Então melhor eu sair... Pra tudo tem uma primeira vez, heh. — Brincou, piscando uma de suas órbitas e sorrindo de lado.

— Você é a última pessoa por quem eu me apaixonaria. 

— Magoei. — Colocou a mão no "peito", como se estivesse se sentindo ofendido. Fazendo Chara rir. 

— Sans, sai de perto da minha irmã! — Asriel exclamou, abrindo a porta da sala de aula, adentrando. Com uma expressão de raiva. 

— Hey Asriel, relaxa cara. — Sans riu debochado, levantando os braços em sinal de rendição. 

— Conheço sua reputação com as garotas, você não me engana. — Asriel disse semicerrando os olhos. 

— Relaxa Asriel, não sou tão burra igual as ex dele. — Chara riu. 

— Estou de olho em você, Sans. Por que não vai dar em cima da Chloe? Ela tava te procurando. — Asriel disse cruzando os braços. 

— Chloe? Melhor eu ir, ela deve estar uma fera comigo... — Sans disse indo em direção a porta, prestes a sair, mas parou antes que o fizesse. — Hey Chara, topa sair comigo amanhã? — Indagou sorrindo de lado, se segurando para não rir da expressão raivosa de Asriel. Tinha de admitir que só disse isso para irritar Asriel, mas não era uma ideia ruim. 

— Topo. — Disse sorrindo. 

— Beleza. Até amanhã, Dreemurr's! — Riu, enquanto fechava a porta. 

[...]

— Asriel tá demorando, será que ele e a Chara tão brigando? — Frisk pensou. 

— Bu! — Uma voz gritou, colocando as mãos nos ombros de Frisk. 

— Ah! Sans! Que susto! — Frisk disse fazendo biquinho e cruzando os braços. 

— Foi mal, Frisk. Você tinha que ver a sua cara! — Sans riu. 

— Viu o Azzie por aí? — Indagou. 

— Vi. Ele acabou de reclamar comigo. — Disse revirando suas órbitas.

— Reclamar? 

— É... Falando que eu tava dando em cima da Chara. 

— Ah, sobre isso... Por que não me contou que estava ficando com a Chara? Você tá fazendo de novo! — Cruzou os braços.

— Fazendo de novo? 

— Sim, fazendo de novo! Igual a Sarah, você não me contou que namorava ela. Nem a Chloe. 

— Eu já te expliquei sobre a Sarah. Eu e Chloe só estamos ficando. E, eu não tô com a Chara. 

— Não? 

— Não. Ela só tava um pouco triste, então saímos pra conversar. 

— M-mas a Chloe nos mostrou uma foto, vocês estavam quase se beijando! — Frisk disse, fazendo Sans corar em azul. 

— S-sobre isso... Foi só o calor do momento! Não nos beijamos! — Sans coçou a nuca, percebendo que Frisk havia dado um sorrisinho. Talvez estivesse feliz pelo beijo não ter acontecido? 

— Sans! — Uma voz deveras irritante (pelo menos para Frisk), tomou conta da outiva de ambos, Chloe. 

— Ah, e aí Chlo. — Sans disse piscando para a mesma. 

— Essa festa tá um saco! Vou pra casa, vamos comigo? — Chloe riu fraco para ao perceber que a morena ficou irritada com a mesma querendo levar Sans embora. 

— Tudo bem... — Suspirou, Frisk ficou triste em saber que o seu melhor amigo estava indo embora. — Até mais Frisk... 

Sans aproximou-se da garota para beijar sua bochecha antes de ir, Frisk estava com muita raiva de Chloe, então, teve uma ideia para deixá-la brava antes de ir. 

Quando Sans aproximou-se para beijar a bochecha de Frisk, ela virou-se fazendo com que Sans beijasse seus lábios cheios de gloss, fazendo-o corar, e deixando Chloe com muita raiva, Frisk apenas deu um sorriso inocente. 

— Oh, Sans, me desculpa! foi sem querer! — Se explicou, enquanto Sans tentava processar o que acabara de acontecer. Tchauzinho. — Completou sorrindo largo e acenando, enquanto Chloe a encarava com um olhar mortal. 

[...]

— Vai mesmo sair com ele? — Asriel indagou sentando na carteira a frente de Chara. 

— Vou. Algum problema? — O encarou.

— N-nenhum... Mas não confio no Sans. 

— Relaxa Azzy! Eu sei que você me ama! Mas não precisa se preocupar, sei me virar! — Disse convencida. 

— Bem, você quem sabe. — Asriel suspirou, levantando-se indo em direção a porta e saindo. 

[...]

Já era de manhã, ou pelo menos ela achava que era. Frisk estava muito cansada, depois que Sans foi embora, a festa durou bastante. Ouviu batidas na porta, dirigiu seu olhar para a cama de Chara, não a encontrou. 

— Finalmente Bela Adormecida, já é meio dia. — Chara disse sarcástica. 

— Nossa. Eu dormi demais... — Murmurou, sentando-se na cama e esfregando os olhos. — Você tá bem arrumada... Vai sair? — Indagou. 

— Ah, sim... Sans me chamou pra sair ontem, tô esperando ele vir me buscar. — Chara disse pegando seu celular, teclando, provavelmente mandando uma mensagem para Sans. 

— Ah, entendi. — Frisk disse meio indiferente, só não sabia dizer o porquê. 

A morena levantou-se indo em direção ao banheiro, fez suas higienes matinais e desceu para o andar de baixo, encontrando Toriel cozinhando e Asriel lendo um livro na sala. 

— Frisk! Bom dia! — Disse Toriel dando um beijo no topo na cabeça da mesma. — Bem, nesse caso, boa tarde. — Completou, rindo fraco.

— Boa tarde, Mãe. — Frisk sorriu, sentando-se a mesa. 

— Guardei um pedaço de torta pra você! — Toriel disse colocando um prato com torta na frente de Frisk e afagando seus cabelos. 

— Obrigada! — Frisk encarou a torta, estava faminta, quando estava prestes a dar a primeira garfada, a campainha tocou. Frisk já ia se levantando para atender, mas foi interrompida por um grito. 

— Deixa que eu atendo! — Chara gritou do andar de cima, e imediatamente descendo as escadas, correndo. — Hey, Sans! Entra aí! Só vou pegar meu celular lá em cima. 

Sans entrou na casa dos Dreemurr's recebendo um olhar mutilante de Asriel, mas não percebeu, Frisk até diria a ele, mas estava ocupada degustando a deliciosa torta de sua mãe, que era a coisa mais importante no momento. 

— Heya, Frisk. — Sans murmurou puxando uma cadeira e sentando ao lado da garota.

— Oi Sa-ns! — Frisk disse com dificuldade, pela boca estar cheia de torta, o que fez o esqueleto rir. 

— Ei! Vai com calma! Desse jeito vai engasgar! 

— Não dá pra ter calma com uma torta como essa em sua frente! 

— Nossa, você fala como se fosse a melhor torta do mundo, aposto que nem é tudo isso. Sem ressentimentos, Tori. — Sans olhou para Toriel, enquanto Frisk o encarava com um olhar desafiador. 

— Mãe? 

— Sim Frisk? 

— Ainda tem mais torta aí? 

— Sim... 

— Por favor, sirva um pedaço pro Sans. — Frisk disse encarando-o sorrindo de lado, Toriel logo entendeu o recado. 

— Já vou avisando, sou difícil quanto a comida. — Sans comentou, enquanto Toriel colocava um prato de torta a sua frente. Sans pegou no garfo com receio, enquanto Frisk o encarava sorrindo de lado. 

Ajeitou o garfo em sua mão, se preparando para dar uma garfada enorme na torta de Toriel. Frisk estava o enchendo de expectativa, então pelo jeito, deveria ser muito boa. Então Sans cravou o garfo na torta, puxando um pedaço e levando-o até sua boca, enquanto Toriel e Frisk o encaravam. 

— E então? — Frisk perguntou, ainda sorrindo de lado. 

— Uau. — Sans disse encarando a torta, fazendo uma cara espantada. — Essa torta... Não é normal. — Sans disse dando mais e mais garfadas, rapidamente acabando com o pedaço enorme de torta que foi posto em seu prato. 

— É, a torta da mamãe é a melhor. 

— E aí? Vamos? — Chara chamou adentrando a cozinha, vendo Sans hipnotizado com a torta de Toriel. — Ele provou sua torta? — Toriel assentiu. — Não vai querer comer outra coisa por uma semana. — Comentou.

— Vamos. Se não vou ficar aqui até a Tori fazer outra torta. — Sans disse sorrindo de lado, indo em direção a porta, sendo seguido por Chara. 

[...]

— O que foi Azzy? Parece bravo. — Frisk perguntou sentando-se ao lado do mesmo, apoiando a cabeça em seu ombro, para ver o que estava lendo. 

— Não, nada. Eu tô bem. — Respondeu, virando-se para Frisk, sorrindo fraco. 

— O que tá lendo? — Indagou curiosa. 

— É um livro de ficção. 

— Ah entendi... Ei, quer tomar um sorvete? Eu vou aproveitar pra visitar ele. 

— Claro, só vou pegar o dinheiro lá em cima. 

— Eu tô te chamando, eu pago, vem! — Sorriu largo. — Mãe, a gente vai sair! — Frisk gritou, puxando Asriel pelo braço enquanto saiam pela porta. 

[...]

Sans e Chara passaram num quiosque de sorvete, no meio do caminho, pediram dois milkshakes de chocolate. Depois de um tempinho esperando, pegaram os sorvetes e Sans os pagou, logo em seguida indo sentar em um banco, seguido por Chara.

— Depois que o Asriel veio atrás da gente não te vi na festa ontem, aconteceu alguma coisa? — Indagou, bebericando seu milkshake. 

— Ah, a Chloe veio me chamar pra ir na casa dela. 

— E você foi? 

— Sim... Eu tava precisando, sabe? — Sans disse rindo. 

— Como você é pervertido! — Chara riu, dando um tapa de leve em Sans.  

— Eu sou homem, é normal. 

— Você é um esqueleto. — Disse com uma expressão "óbvia". 

— Você entendeu. — Disse encostando nas costas do banco. — A propósito algo estranho aconteceu ontem... 

— Tipo? 

— A Frisk me beijou. 

— Beijou? Tipo, beijou mesmo?! — Chara questionou curiosa. 

— Não, foi só um selinho. Mas ainda é estranho vindo por parte dela. 

— Como se sente sabendo que a garota por quem você está apaixonado, tomou iniciativa antes de você? — Chara interrogou sarcástica. 

— Tá, admito que eu queria ter dado o primeiro passo... Mas acho que ela me beijou de propósito, não porque gosta de mim. 

— Por que você acha isso? 

— Acho que ela só fez isso pra irritar a Chloe. — Murmurou pensativo. 

— Eu achei digno, sua ficante é uma mimada. O que te deu pra ficar com ela? — Chara revirou os olhos. 

— Calor do momento, talvez? — Sans disse piscando para Chara. 

— Mas tem tantas garotas por aí melhores que ela. 

— Essas garotas não fariam metade do que ela já fez por mim, tô dizendo, a Chloe se importa muito, até demais. 

— Como sempre, você só fala besteira, comediante. — Chara comentou.

[...]

Mettaton estava falando sobre algo que aconteceu no programa que havia apresentado hoje, Papyrus apenas assentia com a cabeça enquanto ela falava, ele estava pensativo, bem, Sans sofreu muito pela Frisk, mas esse tempo que passou ele continua preenchendo o vazio que sente saindo com várias garotas da faculdade ou do colégio, o tipo de garota que só quer algo casual, não quer algo que tenha um futuro, ou seja, combinação perfeita para o irmão mais velho.

Mas ele sabia que se Sans estivesse com Frisk seria diferente. Mesmo que Mettaton já tenha pedido várias vezes para que Papyrus morasse com ela, ele sempre recusava, mas estava pensando muito bem sobre isso,era bem deprimente chegar em casa procurando por Sans e no lugar de encontrá-lo encontrar uma garota qualquer nua em sua cama.

Se pelo menos Sans se desse ao trabalho de acompanhá-las até a porta, ele simplesmente fazia o que queria com elas, e pela manhã sumia, só voltava quando tinha absoluta certeza que a garota já teria ido embora. O "relacionamento" mais duradouro que Sans tivera, era o com Chloe, com ela era totalmente diferente, eles passavam muito tempo juntos, dormiam um na casa do outro, não era como as outras, uma transa de uma noite e nunca mais as veria novamente, ela o deixava diferente.

Mas ele sabia que Sans não levava aquele relacionamento tão a sério quanto ela, Chloe era sempre a que amava mais, mesmo sabendo que Sans jogava galanteios para outras garotas, ela apenas fingia que nunca aconteceu e continuava a relação com Sans normalmente. 

— ESPERA? É O SANS ALI? — Papyrus perguntou, cutucando Mettaton, e apontando para um banco onde se encontrava Sans e Chara. 

— Sim, e ele está com a Chara... O que eles estão fazendo juntos? — Mettaton indagou. 

— EU SEI QUE SANS É O TÍPICO CASO PERDIDO, MAS SAIR COM A IRMÃ DA FRISK? É MEIO DEMAIS, NÃO ACHA? 

— Olha, Chara não é ingênua, ela não cairia nos truques de Sans. 

— VOCÊ TEM CERTEZA? — Papyrus indagou, apontando para Chara, que se aproximava cada vez mais de Sans. 

— Papyrus, vigiar o irmão em seus encontros é papel do Sans, não seu. Agora vem. — Mettaton disse puxando Papyrus para dentro de uma loja.

[...]

Chara se aproximava cada vez mais de Sans, ele estranhou a aproximação, mas não a impediu, apenas estava curioso para ver o que a garota faria. Ela ficou de frente para o mesmo, deixando seus rostos próximos, o analisou, como se julgasse todos os seus pecados, o que era irônico, levando em conta, que, julgar era o seu trabalho.

— Frisk libertou a todos, está ajudando com o tratado de paz entre as raças, é gentil, carinhosa, e já fez de tudo por nós, basicamente a garota perfeita. Por que iria preferir a Chloe? — Sussurrou para Sans tomando seu milkshake, como se nada tivesse acontecido.

— Eu sei que ela é maravilhosa, okay? — Corou. — Mas que chance eu tenho? — Indagou. 

— Você nunca vai descobrir se não tomar uma atitude, saco de ossos. — Chara disse revirando os olhos. 

— Tá. mas o que quer que eu faça? 

— Conta pra ela, conta que você tá apaixonado por ela. Mas escuta aqui. — Chara disse puxando a gola da camisa branca de Sans. — Se você tratá-la como trata suas ficantes... — Chara disse semicerrando os olhos. Sendo interrompida por Sans. 

— Eu nunca trataria Frisk assim! E o que você iria fazer, se por um acaso eu tratasse? — Sua curiosidade falou mais alto. 

— Não é o que eu faria Sans, é o que ela faria. Frisk não é tão boazinha quanto você pensa. — Chara disse se levantando, Sans engoliu em seco. — Tenho que ir, prometi ajudar Toriel em casa. — Chara acenou, indo em direção a sua casa, deixando Sans pensativo. 

O que ela quis dizer com isso? 

[...]

Frisk e Asriel tomaram sorvete, conversaram bastante, mas já estava ficando tarde e Frisk queria fazer algo antes de ir embora. 

— Tá ficando tarde, vou lá vê-lo. — Frisk levantou-se

— Eu vou com você.

— Não, não precisa, sério. E... Eu preciso falar com ele. — Frisk disse brincando com os dedos. 

— Tudo bem. Eu vou estar te esperando em casa, não demora. — Asriel colocou sua mão no ombro de Frisk. 

— Não vou. — Sorriu. 

[...]

Chara estava voltando para casa, bebericando seu milkshake, até ouvir o barulho do canudo, indicando que o líquido em seu copo havia acabado, andou até a lixeira mais próxima, jogando seu copo plástico dentro da mesma. Depois de um tempo caminhando, finalmente chegou em casa, subiu até seu quarto, tomando um banho demorado, e depois vestindo suas roupas de costume. Desceu as escadas indo em direção á sala, dando de cara com Asriel. 

— Hey! E aí Azzie? — Chara disse sentando-se no sofá, ligando a televisão em um programa qualquer. 

— Oi Chara. — Asriel disse monótono, estava concentrado em seu livro. 

— Cadê a Frisk? — Indagou. 

— Ela foi visitar ele. 

— Ela tem que superar... Já fazem 7 meses. 

— Você sabe como a Frisk é... — Asriel disse, e a campainha tocou, Chara prontamente se levantou e foi atender a porta. 

— Hey, Papyrus! O que faz aqui? — Chara indagou. 

— OLÁ CHARA! EU PRECISO CONVERSAR COM VOCÊ. ESTÁ OCUPADA?

— Não... Pode entrar, vamos conversar na cozinha! — Chara disse dando espaço para que Papyrus entrasse. 

[...]

Asriel ouviu a conversa de Chara e Papyrus na porta, e ficou curioso para saber sobre o que conversariam, então quando os dois adentraram a cozinha, Asriel os seguiu até a porta, e ficou ouvindo de longe, sem que fosse visto. Ele não se orgulhava disso, mas sua curiosidade era maior que qualquer tipo de educação.

— Então, sobre o que quer falar? — Chara disse. 

— BEM, É SOBRE O SANS! 

— Sobre o comediante? O que eu tenho a ver? — Chara perguntou. 

— É QUE EU E METTATON VIMOS VOCÊS NAQUELE BANCO, PERTO DO QUIOSQUE MAIS CEDO. 

— E o quê é que tem?? — Aquilo deixou Asriel mais curioso. 

— BOM, VOCÊS ESTAVAM SE APROXIMANDO MUITO, E... VOCÊ SABE. — Não acreditava que Sans havia feito algo com Chara, desde o começo, sabia que não era uma boa ideia deixá-los saírem juntos. Asriel pensava, o que o deixava irritado, ele estranhou, já que pelo menos o que ele tinha em mente era que gostava de Frisk. Então por que essa superproteção com a irmã?

— Ah, isso não é o que você está pensando! 

— VOCÊS ESTÃO NAMORANDO OU ALGO ASSIM? 

— Uh? — Chara deu uma pausa, Asriel não queria ouvir o resto da conversa, pensar que Sans tinha feito algo para com a sua irmã, já o estressava. Então apenas subiu as escadas indo em direção ao seu quarto, trancando a porta.

[...]

— Não, nós não estamos namorando nem ficando. Eu só tava zoando ele. — Chara se sentou.

— OH CERTO, É QUE SE VOCÊS ESTIVESSEM JUNTOS, SANS PROVAVELMENTE SÓ ASSUMIRIA ISSO POR UMA NOITE, E DEPOIS ESQUECERIA QUE VOCÊS TIVERAM ALGUMA COISA. 

— Não se preocupe, eu não vou cair nos truques do Sans. E se ele fizer isso com alguém próxima a mim, ele vai ter um tempo ruim. — Chara disse piscando para Papyrus. 

— OK, TUDO BEM. DESCULPA TE INCOMODAR A ESSA HORA, CHARA. EU JÁ VOU INDO, METTATON ESTÁ ME ESPERANDO EM CASA. TCHAU! — Papyrus disse indo em direção a porta e saindo. 

Chara saiu da cozinha e apagou as luzes indo em direção a sala. 

— Hey, Asriel! Já tá tarde, por que a Frisk não volt-... — Chara disse adentrando a sala, interrompendo sua fala ao perceber que Asriel não estava ali. 

Então subiu as escadas, indo em direção ao quarto do irmão mais velho, tentando abrir a porta, sem sucesso. 

— Asriel! Abre a porta! Por que você trancou? Por acaso tá fazendo algo importante aí dentro? — Chara interrogou, dando um sorriso malicioso. 

— O que você quer? — Asriel gritou de dentro do quarto. 

— Só quero conversar! Você tá bem? — Indagou. 

— Eu tô bem, só preciso descansar um pouco. Se importa de conversarmos mais tarde? — Disse Asriel. 

— Ah... Tudo bem... Descansa aí. — Chara saiu, descendo as escadas. 

Ao chegar no andar de baixo, viu que a luz da cozinha estava acesa, o que ela estranhou pois tinha acabado de apagá-la, então adentrou a cozinha para desligá-las, dando de cara com Asgore e Toriel, aos beijos, no canto da cozinha. Os dois pararam ao notar a presença de Chara no local. 

— C-chara? O que está fazendo aqui? Não tinha saído com Sans? — Toriel indagou nervosa, Asgore fez uma cara zangada ao ouvir a última parte da frase. 

— E-eu, voltei faz uma hora... Onde você tava? 

— B-bem, eu tinha saído... Então encontrei o Asgore no meio do caminho. — Toriel disse coçando a nuca. 

— Bom Tori, é melhor eu ir... Te vejo amanhã! — Asgore saiu apressado pela porta, deixando Toriel envergonhada na frente de Chara.

[...]

Já haviam passado-se 7 meses desde que ele partiu, mas ela sentia a necessidade de vê-lo quase todos os dias. Ela conversava com ele, sentia que ele estava respondendo mesmo que ela não conseguisse ouvir.

Ela sentia sua falta, o pouco tempo que passaram juntos despertou um sentimento grande nela, que estava sendo substituído por um maior, e ela sentia que precisava conversar sobre isso com ele. Afinal era seu primeiro namorado, e mesmo indo rápido de mais e tendo se conhecido á pouco tempo, o sentimento que nutria pelo loiro, era forte.

— Oi! — Ela disse agachando-se, sentando na grama. — Eu sei que não pode me responder, mas sei que pode me ouvir. — Deitou-se na grama. — Olha, eu gosto muito de você, mais do que já gostei de qualquer pessoa na minha vida, mas alguém tá roubando um pouco desse sentimento pra ele... — Disse rindo fraco. — Provavelmente você já sabe quem é, né? — Suspirou. — Isso veio de repente, eu não sei explicar! Mas, eu quero seguir em frente... Sabe, já fazem sete meses, e Chara sempre diz que tenho que achar alguém. E acho que ele é a pessoa certa! Mesmo que eu não o veja demonstrando tanto carinho por alguém que não seja de sua família... Ficar me torturando por causa da sua partida faz muito mal pra mim, eu só não consigo aceitar que você se foi! E que eu não pude fazer nada pra impedir... — Completou cabisbaixa. — Então eu queria saber... Você vai se importar se eu seguir em frente? — Frisk disse, encarando o chão, até que gotículas de água, começaram a cair no solo, engrossando cada vez mais. — Vou interpretar isso como um sim... — Frisk sorriu, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto, misturando-se com as gotículas de chuva que insistiam em cair cada vez mais. — Tchau Josh, até outro dia. — Disse jogando um dente-de-leão em seu túmulo, e correndo devido a chuva que estava aumentando.