História Através da Porta - Capítulo 41: Bom dia, Bela Adormecida.

Sentiu a luz repousar sob seus olhos, indicando que já era hora de acordar. Que horas seriam? Por quanto tempo dormiu? Sentou-se na cama, coçando os olhos com uma mão, enquanto a outra segurava o cobertor que tampava sua nudez. Percebeu que Sans não estava na cama, estranhou por um momento, até perceber a porta sendo aberta devagar pelo mesmo, que fez uma expressão de surpresa quando percebera que Frisk já estava acordada.

—Bom dia, Bela Adormecida. — Debochou.

— Bom dia... — Disse sonolenta. — Que horas são? — Questionou, bocejando.

— Uma e vinte e sete.

— Droga, eu dormi demais... — Reclamou, colocando a mão na testa. Sans deu uma risada fraca, sentando-se na ponta da cama.

— Tá com fome? — Questionou, aproximando-se e acariciando o rosto da namorada.

— Muita... — Fez uma careta enquanto repousava uma das mãos sob a mão de Sans que se encontrava em seu rosto.

— Não quero me gabar, mas... Eu cozinho muito bem. — Disse sorrindo, fazendo uma pose esnobe, que fez a garota rir.

— Desde quando você cozinha? — Questionou arqueando uma de suas sobrancelhas.

— Desde que comecei a cuidar do Pap sozinho... Que tal... — Fez uma pose pensativa. — Panquecas? — Questionou.

— Oh, céus, sim. — Disse, colocando a mão no peito, e respirando fundo, sorrindo. Ela amava Panquecas, sua comida favorita, depois de Lasanha. 

Sans riu do comentário da namorada, que se levantou com o cobertor enrolado em volta do corpo, andou até a porta do banheiro, até sentir um certo frio, e quando percebeu o cobertor estava ao chão, e uma ponta se encontrava na mão de Sans, que sorria de lado, Frisk apenas o encarou com os olhos semicerrados.

— Eu juro que foi sem querer. — Disse dando de ombros, e rindo, enquanto balançava o cobertor na frente da garota.

Frisk apenas revirou os olhos, rindo, e adentrou o banheiro, queria um banho quente, queria relaxar enquanto a água quente percorria suas curvas. Adentrou o box, ligando o chuveiro, tomou um banho longo, a água estava numa temperatura perfeita, mas tinha que sair alguma hora. Saiu do box, sentindo a brisa fria se chocar contra seu corpo, rapidamente pegou uma toalha, e a enrolou no corpo, saindo do banheiro, e pegando suas roupas costumeiras, que surpreendentemente estavam limpas, Sans havia as lavado?

Colocou suas roupas, e secou o cabelo, o penteando e arrumando como de costume. Desceu as escadas, logo um cheiro demasiadamente conhecido por Frisk invadiu suas narinas. Sorriu, adentrando a cozinha, dando de cara com Sans cozinhando. Nunca pensou que viveria para ver tal cena.

— Hum, o cheiro está bom. — Disse abraçando o namorado por trás, apoiando a cabeça em seu ombro.

— E o gosto está melhor ainda. — Disse, desligando o fogo, e virando-se para Frisk, colocando as mãos em sua cintura, a mesma entrelaçou seus braços envolta do pescoço do maior.

— Você está sendo muito convencido, mocinho. — Fez um biquinho, arqueando uma de suas sobrancelhas.

— Apenas estou dizendo a verdade. — Disse se aproximando da garota e depositando um beijo em seus lábios.

— Parece que os pombinhos já se resolveram. — Mettaton brincou, encostado na parede da cozinha, de braços cruzados observando a cena.

— O QUE EU PERDI? – Papyrus questionou adentrando a cozinha, vendo Sans e Frisk juntos. — EU DISSE QUE VOCÊS IRIAM SE RESOLVER! — Comemorou.

— Vamos embora pessoal, eles estão ocupados. — Gaster disse, também adentrando  o cômodo.

— Claro que não! Venham comer com a gente! — Sans disse.

— Sim! Bem, estamos tomando café agora... Acordamos meio tarde. — Disse sem jeito.

— E o que aconteceu para acordarem tão tarde? — Mettaton questionou.

— Nada demais... Só uma discussãozinha, heh. — Disse corado, coçando a nuca. — Mas já estamos bem. — Disse abraçando a namorada de lado.

— SANS ESTÁ COZINHANDO? OH MEU DEUS, EU SENTI TANTA FALTA DESSAS PANQUECAS! — Papyrus disse dramático, sentando-se a mesa rapidamente, arrancando uma risada fraca dos presentes.

— Nunca tive a oportunidade de provar algo feito pelos meus filhos, bem, com exceção do Papyrus é claro. — Gaster disse, sentando-se a mesa junto de Papyrus.

— Também estou curiosa para provar o que Sans cozinhou, nunca imaginei ver isso. — Mettaton sentou-se ao lado de Papyrus, e Frisk ao lado de Gaster.

— Qual é pessoal, eu sempre cozinhei. — Revirou suas órbitas, colocando as panquecas no prato e servindo para cada um.

— E por que parou? — Frisk questionou.

 Eu não sei direito, só perdi a vontade. — Disse dando de ombros, e sentando-se em uma das cadeiras.

— Então por que hoje a vontade veio? — Mettaton disse, rindo malicioso, encarando Sans. A resposta era óbvia, e estava sentada naquela mesa.

— Vamos comer? — Sans disse corado, tentando mudar de assunto.

Depois de um “Café da manhã” agitado cheio de conversas, e risadas, todos foram para suas casas, Papyrus insistiu para que Gaster dormisse novamente em sua casa, restando no aposento, apenas Sans e Frisk.

— Bom, são duas da tarde... Alguma ideia em mente? — Disse entrelaçando os braços envolta do pescoço de Sans, o mesmo colocou as mãos na cintura de Frisk.

— Deixa eu ver... — Disse pensativo. — Quer dar uma volta? — Questionou.

— Vamos! Onde quer ir? — Indagou.

— Comer um doce na Muffet?

— Acho que ela não vai abrir hoje, ela tem um encontro com o Grillby. — Disse dando uma risada fraca.

— Certo... Sorvete então?

— Sim! Só vou lá em cima calçar meu tênis! — Disse animada dando um selinho no namorado, correndo escada acima, logo depois voltando as pressas para o andar de baixo.

— Vamos? — Questionou, esticando a mão para Frisk.

— Vamos. — Disse sorrindo, pegando na mão de Sans.

Os dois foram caminhando, até uma sorveteria próxima, fizeram seus pedidos, e depois voltaram a caminhar pela rua, conversando, ou até mesmo trocando carícias e beijos, quando menos perceberam, já era tarde, a noite se aproximava, foram até um parque, que ficava próximo. Sentaram-se em um banco, logo depois, Sans deitou-se colocando a cabeça sob o colo de Frisk, enquanto conversavam.

— Nossa, o dia passou rápido... Que horas são? — Questionou olhando para o céu, a Lua já não estava mais presente, como nas outras noites.

— Oito e vinte e cinco. — Disse também, olhando para o céu.

— Uau, passamos muito tempo andando. — Disse encarando Frisk.

— É verdade... — Disse monótona. Sans levantou-se, sentando-se ao lado da namorada, que apoiou a cabeça em seu ombro, enquanto observava a paisagem.

Sans puxou Frisk pelo queixo, beijando-a, enquanto acariciava seu rosto. A mesma estranhou a ação repentina, mas não se separou.

— Eu te amo, sabia?

— É normal, costumo provocar isso nas pessoas. — Brincou, dando um selinho em Sans, em meio a risos.

— Não nego.

— Também te amo. — Disse sorrindo. 

O silêncio pairou novamente, os dois continuaram abraçados, aproveitando aquele momento sozinhos.

— Sabe de uma coisa?

— O quê?

— O natal está chegando... — Disse pensativa. — O que quer de presente? — Questionou.

— Quero que tudo continue como está... Nada poderia estar melhor. — Disse, abraçando a garota de lado, que sorriu com o ato.