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História Através do vidro - Vidro


Escrita por: Yuuko_g

Notas do Autor


Hey, meus lindos! Bem-vindos a mais um spin-off de 7ER!

Queria destacar logo alguns pontos importantes dessa fic pra ninguém ficar perdido ou decepcionado:
1- NÃO vai rolar lemon de Snucius. A única interação carnal que eles tiveram tá descrita na fic “Longe dos olhares”. Lucius segue casado com Narcisa e Severus fica com o Harry, e no caso, são casais monogâmicos (será?). Isso não é spoiler pq isso é o canon de 7ER haha A tag tá aqui pq eu irei falar bastante sobre a relação próxima deles e os sentimentos homoeróticos envolvidos (não posso falar mais pq aí seria spoiler).
2- NÃO SEI se vai rolar hot de Lucissa. Apesar de eu ter caps onde eu posso e gostaria de inserir isso, vai depender simplesmente de vcs quererem ou não. A tag +18 vem de certos temas pesados que serão abordados e também pela insinuação de sexo.
3- NÃO HAVERÁ LEMON DE SNARRY. A tag está aqui pois é com o Harry que Severus fica no universo de 7ER e essa fic vai ter seus acontecimento colidindo com ela a partir do capítulo 17! Snarry vai aparecer como menção e também como casal mesmo, mas eu não vou desenvolver interações românticas entre eles aqui. Apenas ver/descrever/sentir as coisas do ponto de vista do Lucius (e um pouco dos de Severus e de Harry tbm).
4- NÃO HAVERÁ data específica para os lançamentos de capítulos. Depende do que eu tiver pronto e da sincronia com outros capítulos da fanfic principal e da segunda temporada dela.
5- QUEM NÃO LEU 7ER, TÁ TRANQUILO LER ESSA AQUI. Quando for pertinente, eu indicarei nas notas iniciais de cada capítulo lançado qual outro capítulo pode ser interessante de ler antes de seguir com esses daqui. Mas é só pra complementar a história e vcs entenderem melhor certas coisas sem precisar “engolir” que tal e tal fato aconteceu, mas nada essencial.


Enfim, desejo a todos uma boa leitura C:

Capítulo 1 - Vidro


Fanfic / Fanfiction Através do vidro - Vidro

Refrescante.

 

Refrescante, porém igualmente desgastante.

Rigidez, um sorriso. Seriedade, um aperto de mão. Superioridade, saber exatamente o que dizer, como dizer, quando dizer.

Sociável, mas apenas com os que prestam. Orgulhoso, sangue e tradição acima de tudo. Ambicioso, nunca estar satisfeito e sempre procurar por mais.

Logicamente, excelência não era uma opção, era um dever.

Não entendam mal, Lucius Malfoy era de fato um ótimo estudante por natureza e um mais perfeito membro da aristocracia bruxa, mas que tudo isso cansava também era fato. 

Não mentiria que às vezes, durante milésimos de segundo que fosse, não desejava ser momentaneamente um outro estudante qualquer. Não que ele quisesse ser um troglodita sem modos, como muitos grifinórios, mas ele gostaria de ter a opção caso quisesse.

Não precisaria agradar alguém que não gostava apenas por conta do seu dinheiro, poderia se sentar de forma relaxada à mesa e estabanada no sofá, não precisaria aprender piano nem cinco línguas diferentes, poderia comer uma coxa de frango com as mãos quando a preguiça de usar garfo e faca lhe batesse.

Mas, bom, isso era irrelevante no final das contas. Como falado, eram apenas delírios momentâneos.

A realidade era que ele era o herdeiro de uma das mais importantes famílias puro-sangue e no fundo gostava da sua superioridade de nascença, assim como da seriedade plena fixada em seu cenho e da rigidez nas suas palavras que fazia com que poucos ousassem desafiá-lo.

Essa era em média uma boa descrição da versão de si que apresentava aos outros.

Deixando de lado, claro, os momentos específicos em que tinha um olhar mais hipnotizador e um sorriso ladino que faziam basicamente qualquer um se curvar. Um poder que era intrínseco de todo jovem Malfoy.

E ser um monitor em Hogwarts veio sendo um excelente modo de testar e treinar todas suas habilidades.

É verdade que seu pai não havia lhe dado a opção de não ser monitor? Verdade.

Mas ao menos ele sempre gostou dessa ideia. Tinha seus privilégios, condecorações e também, voltando ao início, era refrescante. 

Principalmente no primeiro dia de aula. 

Ver todas aquelas crianças animadas, surpresas e intrigadas com todo o contexto do castelo e de magias mais bem elaboradas, era refrescante.

Assistir a Seleção das Casas era divertido. Óbvio que não podia sorrir demais, mas ainda sim poderia se mostrar satisfeito e bem disposto, ainda mais agora que exibia seu broche de Monitor-Chefe que recém adquirira na chegada do seu sétimo ano. 

Sentado no meio da mesa da Sonserina, Lucius observou atento Minerva McGonagall fazer um breve pronunciamento e depois dar voz para o chapéu surrado e velho que descansava sobre um banquinho igualmente velho. 

 

Ah! Vocês podem me achar pouco atraente,

Mas não me julguem pela aparência

Engulo a mim mesmo se puderem encontrar

Um chapéu mais inteligente do que eu aqui.

 

Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos,

Suas cartolas altas de cetim brilhoso

Porque eu sou o Chapéu Seletor de Hogwarts

E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.

 

Não há nada escondido em sua cabeça

Que o Chapéu Seletor não consiga ver,

Por isso, é só me pôr na cabeça que vou dizer

Em que casa de Hogwarts deverão ficar.

 

Quem sabe sua morada é a Grifinória,

Casa onde habitam os corações indômitos.

Ousadia e sangue frio e nobreza

Destacam os alunos da Grifinória dos demais;

 

Quem sabe é na Lufa-Lufa que você vai morar,

Onde seus moradores são justos e leais

pacientes, sinceros, sem medo da dor;

 

Ou será a velha e sábia Corvinal,

A casa dos que tem a mente sempre alerta,

onde os homens de grande espírito e saber

sempre encontrarão companheiros seus iguais;

 

Ou quem sabe a Sonserina será a sua casa

E ali fará seus verdadeiros amigos,

homens de astúcia que usam quaisquer meios

para atingir os fins que antes colimaram.

 

Vamos, me experimentem! 

Não deverão temer! Nem se atrapalhar!

Estarão em boas mãos!

Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos...

 

Porque eu sou o único! 

Sou o Chapéu Seletor!

 

Em seguida, a professora começou a chamar os nomes um por um. Animados, os alunos subiam no tablado e se sentavam no banquinho, um por um.

O loiro achava a tal música terrível, mas tinha que admitir que quando a ouviu aos onze anos achou aquilo uma das coisas mais incríveis do mundo, e óbvio que ninguém sabia disso até hoje.

Haviam poucas coisas pelas quais Lucius Malfoy tinha um apreço genuíno. Uma delas era ser um perfeito e orgulhoso sonserino. Tinha consciência de que nem metade daqueles calouros se tornariam sonserinos tão bons quanto ele ou nem próximo disso.Quer dizer, é uma questão de linhagem e nascer com o dom para a coisa, entendem?

Um por um, quando o sobrenome lhe chamava atenção ou quando o chapéu gritava Sonserina! — coisa que normalmente aconteciam juntas — Lucius desviava os olhos discretamente da sua tediosa conversa com Rosier para reparar em quem havia sido selecionado.

Era um excelente momento para fazer um pré-julgamento daqueles que iriam valer mais a pena. Mesmo que fossem crianças e em média sempre ficassem animadas por nada de especial, nunca se sabe quando vai encontrar algo diferente.

— Sonserina! — O chapéu gritou. 

Lucius não havia prestado atenção no nome porque Nott pareceu que ia finalmente falar algo de interessante. Virou o rosto em direção ao tablado e encontrou o tal aluno selecionado se levantando do banquinho.    

Um menino baixo e magrelo de pele anormalmente branca e cabelos até o queixo anormalmente escuros.

Estava meio longe e ele logo desceu rápido para se sentar na ponta da mesa, mas foi o suficiente para Lucius ver aquela expressão. Era diferente, não era uma animação genérica ou um alívio por ter caído na casa que achava mais legal.

Naquele momento, o que ele viu foi orgulho. Um perfeito orgulho sonserino, com direito àquele toque de superioridade por já imaginar que não havia outra opção que não fosse essa. Havia uma certa determinação também, o loiro não saberia explicar, talvez parecesse um olhar destemido. Estranho.

Enfim, fora algo completamente anormal ou no mínimo raríssimo de se ver em alguém de onze anos. 

Mas foi isso, foi apenas um relance. O modo como o menino se sentou o deixava fora de sua vista. Pouco depois a seleção acabou, o banquete iniciou e Lucius se distraiu.

— Vamos levá-los um pouco mais cedo, Malfoy? — Perguntou a monitora do quinto ano. —  Os calouros da Grifinória parecem mais alvoroçados e animalescos do que nunca e não queria ter que arrumar confusão misturando minhas cobrinhas na saída do salão.

Lucius deu um sorriso de lado e limpou suavemente a boca com o guardanapo.

— Excelente ideia, srt. Bulstrode. — Disse se levantando para acompanhá-la até os alunos menores.

Por algum motivo que não entendeu bem, resolveu ir até o tal calouro para cumprimentá-lo enquanto ela agitava os demais para se levantarem da mesa. 

O garoto agora estava basicamente em um estado fúnebre, não havia outra descrição. Malfoy simplesmente não entendeu nada da súbita mudança, mas sorriu educado e estendeu a mão na frente dele.

— Bem-vindo à Sonserina.

O menino pareceu ser acordado de alguma outra realidade, deu um sorriso minúsculo e aceitou o cumprimento.

— Obrigado.

O menor subiu o rosto para lhe responder. Foi um pouco chocante, Lucius teve certeza que nunca havia visto olhos tão negros como aqueles, pareciam olhos feitos para uma boneca. Precisou de um leve momento para se recompor, soltou o aperto e foi perguntar curioso.

— Então, por que...

— Malfoy? — A monitora o interrompeu e mandou um olhar sugestivo na direção dos outros calouros. 

O loiro conteve um suspiro curto e assentiu. Voltou-se para o mais novo.

— Com licença. — O menino balançou um pouco a cabeça em resposta e ele seguiu para a frente do grupo alunos. — Bem-vindos à Hogwarts. Eu me chamo Lucius Malfoy e sou o monitor-chefe da Sonserina. Essa é a monitora Carmella Bulstrode e vamos apresentar vocês a sua nova casa...

Tanto seu discurso, como o passeio do salão até as masmorras já era algo bem decorado. Falou um pouco da história de Salazar, óbvio, e também sobre as ideologias e regras da casa, o que era esperado de um bom sonserino e apresentou todos os cantos da Sala Comunal.

— Então... Se não houverem mais perguntas, vocês já podem seguir para os dormitórios.

O grupo de calouros começou a se dispersar. Alguns outros alunos mais antigos da casa também já estavam voltando do jantar, deixando o lugar até bastante movimentado. 

O tal garoto moreno ainda estava lá, agora sua expressão já parecia mais alegre. Olhava fixamente através do vidro da janela submersa como se conseguisse ver quilômetros à sua frente, coisa que o loiro duvidava muito. 

Deu uns passos até chegar ao lado dele.

— Durante o dia é possível ver as criaturas do lago. — O menino olhou rapidamente para ele e concordou arqueando um pouco o cantinho dos lábios. Agora, ele parecia tímido; Lucius continuava sem entender nada. — Você parece um pouco… Indeciso... Qual seu nome mesmo?

— Severus Snape.

— Lucius Malfoy.

— É, eu sei... Você acabou de se apresentar...

O mais novo olhava para ele como se dissesse, você acha que eu sou surdo ou você que é meio estúpido?

Lucius não soube dizer se queria rir ou se sentir completamente ofendido. Afinal, se apresentar diretamente, mesmo que de novo, era a forma educada de se fazer.

— E eu não estou indeciso. — Snape completou, o loiro arqueou a sobrancelha.

— Se não está indeciso, está confuso?

— Não... Por que estaria? — Franziu o cenho. — E essas palavras não possuem o mesmo significado?

Certo, aquele garoto devia estar debochando da sua cara, não era possível. Normalmente, cortaria a gracinha na hora, mas não o fez. Não soube bem o porquê, mas chutaria que foi porque ficou com pena de ser muito malvado. Quer dizer, o menino batia na metade dele e parecia tão fracote e inofensivo que achou que se falasse um pouco mais grosso era capaz de quebrar seus ossos.

Respirou fundo e continuou com uma face educada.

— Aparentemente... Você não sabe decidir entre ficar entusiasmado ou chateado de estar na Sonserina.

— Ah, eu estou satisfeito de estar aqui. É a melhor casa, eu penso. Talvez a Corvinal não fosse tão ruim também, mas aqui… — Severus fez uma pequena pausa para suspirar e admirar o lugar. — Certamente é melhor.

Por um momento, o olhar entusiasmado pareceu voltar.

— Então o que é?

O moreno soltou um suspiro e revirou os olhos para o além, cruzando os braços.

— Eu estou decepcionado. Eu e minha amiga ficamos em casa separadas, queria que ela ficasse comigo.

Malfoy teve que controlar uma risada. O menino era mesmo só uma criança com desejos bobos como qualquer outra, talvez estivesse vendo coisas demais.

— E para qual ela foi?

Grifinória. — Severus praticamente rosnou. — Junto com os dois outros garotos estúpidos que conhecemos no expresso… Sinceramente, não esperava que ela fosse cair lá.

O loiro suspirou em concordância.

— É, realmente é um problema… Mas deixa ela pra lá. Aqui na Sonserina, nós...

— Eu não vou deixar Lily “pra lá”. — O menino o interrompeu quase que furioso, simulando as aspas no ar. —  Nós ainda seremos amigos e vamos fazer tudo juntos, prometemos isso um pro outro.

Severus o olhou com tal convicção e seriedade que sinceramente Lucius não quis nem continuar a convencê-lo do contrário.

— Certo, certo... — Levantou as mãos em rendição. — Bem, de qualquer forma, eu estou aqui para o que você precisar. Sou o monitor-chefe, afinal.

Finalizou com um sorriso amigável e uma face plena, ato que por algum motivo deixou o mais novo meio desconfortável.

— Tá bom… 

Ficaram em silêncio por uns segundos. Foi uma sensação muito estranha e inusitada para Lucius, também não saberia dizer o porquê.

— Ahn… — Severus começou a falar. — Boa noite, monitor Malfoy.

— Boa noite, Snape.

No mesmo instante em que o loiro se despediu, o menino se virou e sumiu com rapidez na direção do dormitório.

Lucius cruzou os braços e soltou um risinho meio incrédulo olhando na direção do corredor. 

‘Garoto estranho...’

Estava mesmo sendo um começo de ano peculiar.


Notas Finais


Queria avisar que tô MUITO ANIMADA com esse projeto, de verdade!
Os caps pré-segunda guerra devem sair assim que eu tiver eles prontos, espero não enrolar vcs demais


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