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História Através dos Anos - Nosso amor à prova


Escrita por: MSabaku0206

Notas do Autor


Oie, espero que gostem do capítulo de hoje, ele também é bem grandinho.
Boa leitura!

Capítulo 48 - Nosso amor à prova


Fanfic / Fanfiction Através dos Anos - Nosso amor à prova

20 de Maio, ano X45:

 Kurama: 42, Itachi: 41, Naruto: 36, Sasuke: 35           

 

            Todos aguardavam impacientes na sala de espera, já faziam mais de vinte e duas horas que a rosada havia sido levada à sala de parto, com um assustado Sai logo atrás, mais branco que o comum, e logo depois disso não haviam obtido qualquer notícia que fosse.

            A pequena Naruko mamava quietinha no colo de sua mamã, enquanto suas irmãzinhas dormiam no banco da sala de espera, com as cabecinhas escoradas nas pernas de seu papa, assim como Boruto, que dormia profundamente no colo do pai, enquanto Fugaku tentava acalmar os ansiosos pais da Haruno, que andavam de um lado para o outro na sala de espera. Kurama e Itachi apenas encaravam tudo quietos, tomados da mão, tentando conter seus nervos, mas não podiam mentir, também estavam preocupados, esse parto estava demorando demais, será que algo de errado havia acontecido?

 

- Eu não aguento mais, eu vou entrar lá. – Mebuki falou, já sem aguentar a ansiedade de saber se sua filha e sua neta estavam bem.

- Acalme-se Mebuki, não pode entrar lá, só irá atrapalhar. – Fugaku tentou acalmá-la, mas a loira estava a ponto de colapsar.

- Mas está demorando muito Fugaku, ninguém nos dá notícias. Eu quero ver a minha filha. – a mulher quase gritou, tendo seus ombros acariciados com suavidade por um tão nervoso quanto Kizashi.

- Fique calma querida, se tivesse acontecido algo já teriam nos chamado. – o homem de cabelos rosados tentava passar a segurança que ele mesmo não tinha.

- Mas Kizashi... – os verdes olhos da mulher encheram-se d’água, isso era o pior de tudo, a angústia de não saber o que estava acontecendo.

- Tudo vai ficar bem, elas vão ficar bem. – o Haruno trouxe sua nervosa esposa para seus braços, em um abraço, esta que correspondeu, permitindo as gotas presas finalmente escaparem de seus olhos.

- Haruno-san, aceita uma água? – Arashi, Yuki, Sarada e Sumire haviam acabado de chegar da lanchonete do hospital, trazendo várias garrafinhas d’água, as quais entregaram para os outros ocupantes da sala de espera, só aí Kizashi conseguiu fazer sua esposa se sentar, um pouco mais calma, ou pelo menos na aparência.

- Será que ainda falta muito? Talvez devêssemos levar as crianças para casa. – Sasuke sugeriu, afagando os loiros fiozinhos de sua caçula, que engolia com vontade seu leite.

- Mas eu... – Naruto tentou dizer algo, mas foi interrompido por seu sogro.

- Sasuke tem razão, já faz muito tempo, eles estão cansados. Minato, por favor leve Boruto, eu vou ficar até saber notícias. – o patriarca Uchiha recebeu um assentimento de cabeça de seu namorado, que ajeitou melhor seu pequenino em seus braços e levantou-se, selando um suave beijo nos lábios do moreno, que corou levemente pela demonstração pública de afeto. Sasuke também se ajeitou para levantar, contudo antes que pudesse fazê-lo, sua pequenina loirinha apontou com o dedinho e parou de mamar.

- Sai-oi-san. – a pequenina loirinha apontou para o moreno, que havia acabado de atravessar a porta da sala de espera.

- Sai, graças a Kami... e minha filha? – Mebuki mais uma vez quase gritou na sala de espera, correndo até o moreno, que ainda parecia um pouco mais pálido que o comum, mas que sorria de forma sincera.

- Está bem, Mebuki-san. Ela teve uma pequena complicação, a bebê estava atravessada e não conseguiam virá-la, mas felizmente deu tudo certo, as duas estão bem e Sakura está lhes chamando. – o moreno não conseguia esconder o quanto estava feliz.

- Graças a Kami. – a mulher loira sentiu todo o peso de seu corpo e quase despencou ao chão, como se finalmente pudesse relaxar, seu marido teve que acudi-la e ajudá-la a se sustentar, para que após estar mais calma e restabelecida, finalmente pudesse ir ao encontro de sua filha e sua neta.

 

(...)

 

- Ela é linda, Sakura-chan. – Naruto admirava a pequena bebezinha rosada, que olhava estranhada a todos os desconhecidos no quarto, com seus grandes olhinhos negros, a mais nova mamãe apenas sorriu, ainda muito cansada pelas quase vinte e três horas de parto.

- Naruto tem razão, ela é linda. Posso... segurá-la? – Sasuke recebeu um sorriso em resposta.

- Claro, Sasuke-kun. Sai... – a Haruno pediu ajuda para seu marido, que entendendo tomou a bebezinha em seus braços e entregou-a ao outro moreno.

- Oi bebê, você é linda sabia? – o moreno balançava suavemente a pequenina em seus braços, essa que apenas o encarava curiosa, antes de se remexer e bocejar, expondo a boquinha sem ainda nenhum dente.

- Parece que Ajisai gostou do padrinho Sasuke. – a rosada recebeu um surpreso olhar do moreno, a mulher riu – Não me olhe assim, como se fosse surpresa, afinal você e Naruto são nossos melhores amigos.

- E você é meu irmão. – Sai concluiu o raciocínio da esposa, que sorriu assentindo, os olhos do moreno arderam.

- Eu... não sei o que dizer. Obrigado. – o pequeno Uchiha ditou emocionado, sendo logo completado por seu marido.

- Eu também agradeço, será uma honra. – o loiro Uzumaki falou alto demais, com um enorme sorriso, assustando à bebezinha, que começou a chorar.

- Naruto, olha o que você fez seu dobe, assustou ela. – o irritado Uchiha assustou ainda mais o bebê, que chorou mais alto, querendo o colo de sua mãe, a qual assim que a susteve em seus braços, balançou-a gentilmente, a acalmando e colocando-a a mamar sob os encantados olhos de todos no quarto.

 

(...)

 

- Ajisai é tão linda, tão pequenina... e aquele cheirinho... aquele cheirinho de bebê recém-nascido dá até vontade de ter outro. – Sasuke lembrava maravilhado de sua afilhadinha, agora deitado em sua cama.

- Bem, sempre podemos dar um jeito nisso. – Naruto falou com um sorriso safado, colocando-se sobre o corpo de seu esposo e traçando beijos em seu pescoço, Sasuke riu, empurrando-o.

- Não seja pervertido, Naruto. Quer o que? Acordar Naruko? – o Uzumaki bufou, deveria arrumar logo um quarto para sua caçula, assim poderia voltar às suas “atividades noturnas” com o moreno.

 

(...)

 

21 de Maio, ano X45:

Kurama: 42, Itachi: 41, Naruto: 36, Sasuke: 35

 

            O quarto era pequeno, ainda assim de alguma forma o loiro conseguiu encaixar o berço de sua caçula, bem à frente das camas em formas de borboletas de suas gêmeas, essas que não gostaram nem um pouco da novidade de ter que compartilhar o quarto com sua pequena irmãzinha, que certamente iria chorar em meio às noites e acordá-las.

 

- Não sei não Naru, isso acaba completamente com a privacidade das meninas. – Sasuke falou, ainda receoso quanto à mudança, o loiro entretanto estava determinado a convencê-lo.

- E para que elas precisam de privacidade? Sasu, quem precisa de privacidade somos nós. – o maior circulou a cintura de seu esposo por trás com seus braços, depositando um suave beijo em seu pescoço, inspirando o doce aroma do menor.

- Hm... – o moreno nada conseguiu dizer, apenas deixou-se levar pelas carícias alheias e pulou no colo do marido, quando sentiu-o virá-lo e erguê-lo, enlaçando a cintura do maior com suas pernas e seu pescoço com seus braços, colando seus lábios em um faminto beijo, que não foi desfeito até que o loiro o jogou na cama, já em seu quarto – Hm, Naru... as meninas.

- Elas ainda vão demorar na casa de Hinata, temos que aproveitar Sasu. – o loiro sussurrou no ouvido alheio, o fazendo estremecer e entregar-se ao momento. Sasuke nem mesmo sentiu quando suas roupas foram retiradas, perdido nas sensações dos lábios alheios, que traçaram beijos por toda a pele pálida, deixando rastros de saliva e arrepiando os claros e escassos pelinhos.

- Naru... – o moreno gemeu ao ter a língua de seu esposo adentrando sua cavidade anal, enquanto a mão alheia exercia deliciosos movimentos em seu membro, o fazendo agarrar os lençóis e apertá-los com força – Na-naruto...

- Shhh, calma amor, ainda não está na hora de gozar, primeiro quero que me faça um favorzinho. – o Uchiha teve vontade de matá-lo por ter parado em meio ao seu quase orgasmo, ainda assim fez a vontade do Uzumaki e engatinhando, foi até as pernas abertas do loiro, mordendo os lábios ao ter em suas mãos aquele pênis que tão bem conhecia, mas que sempre o enlouquecia. Esquecendo qualquer pudor, o Uchiha levou o enorme pedaço de carne a seus lábios, lambendo-o desde a ponta à base, fazendo círculos e deixando os rastros de sua saliva, enlouquecendo ao loiro – Sas-sasuke... por favor... – o maior suplicou, o Uchiha sorrindo de lado simplesmente fez que não o ouviu e continuou torturando-o, apenas deixando beijos e lambidas em toda a extensão do falo já desperto e dolorido – Sasuke, por... por favor... – o loiro implorou mais uma vez e o moreno já sentindo pena de seu marido decidiu atendê-lo, levando o duro membro a seus lábios, o chupando com desejo. Os gemidos do loiro não se demoraram a ouvir, incentivando mais ao moreno, que esforçou-se mais em sua tarefa, levando o pênis quase à sua garganta, para depois retirá-lo e abrigá-lo novamente, antes de sentir todo o líquido viscoso de seu marido se derramar em sua boca, o qual engoliu completamente, esquecendo por um momento a comum vergonha que normalmente tinha, afinal eram onze anos de casados, não é? – Minha vez. – o moreno estremeceu em expectativa, pensando que seu marido lhe faria o mesmo, mas qual foi sua surpresa ao sentir um líquido sendo derramado em seu interior, para em seguida o membro já novamente ereto do loiro penetrá-lo sem qualquer preparação.

- NARUTO! DOBE IDIOTA, ISSO DÓI! – gritou irritado, dando tapinhas nos ombros do maior.

- Desculpe Sasu, é que... eu já não aguento mais. – o loiro falou com a respiração falha, começando a mover-se lentamente para não machucar ainda mais a seu pequeno, que gemeu dolorido, apertando os dedos nos ombros amorenados, enquanto sentia como a cálida boca marcava seu pálido pescoço.

- Hm, Naru... – aos poucos os gemidos tornaram-se prazerosos, à medida que o Uzumaki se movia em seu interior, o preenchendo, o enlouquecendo. Desceu as mãos às costas masculinas, arranhando-a, quase gritando ao sentir como Naruto atingia seu ponto de maior prazer e colando mais seus corpos ao sentir as estocadas tornarem-se mais profundas, até ambos já não aguentarem mais e se desfazerem ao mesmo tempo, o moreno entre seus corpos e o loiro dentro de seu esposo.

- Isso... foi incrível. – o mais velho retirou-se do corpo alheio, atirando-se ao seu lado na cama, o moreno nada disse, ainda tentando regular sua respiração – Ei Sasuke, estive pensando... o que acha de ter mais um bebê?

- Está brincando, não é? – o moreno perguntou, já mais recuperado.

- Não. É que... vendo Ajisai ontem me deu uma vontade de ter outro sabe, quem sabe um menininho. – o moreno revirou os olhos.

- Como se isso fosse algo que se pudesse escolher. – ironizou.

- Mas você não quer? – o loiro o olhou esperançoso, acariciando o ventre alheio, Sasuke suspirou.

- Naruko ainda é muito pequena, Naruto. – o moreno falou, mesmo ao ver a expressão de decepção de seu marido, suspirou – Quem sabe daqui mais um tempo. – e o loiro sorriu largamente, pois se bem entendia as palavras, aquilo não era uma negativa.

 

(...)

 

10 de Outubro, ano X48:

 Kurama: 44, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

- Vamos, anda logo. – o moreno falava ansioso, apertando o lábio inferior com os dentes, enquanto criava coragem para abrir o resultado daquele teste, um discreto sorriso surgiu em sua face ao finalmente fazê-lo e ler seu conteúdo, seu loiro iria pirar.

- Sasuke, o que faz ainda no banheiro? Temos que ir, todos já devem estar esperando. – o Uzumaki falou, do outro lado da porta, batendo na mesma impaciente, afinal já estavam atrasados para a comemoração de seu aniversário que aconteceria na casa de seu sogro.

- Calma dobe, já estou saindo. – o moreno escondeu aquele papel para que seu marido não o visse e estragasse a surpresa, saindo do banheiro, tentando dissimular a felicidade que o havia atingido.

- Qual o problema? – o mais velho estranhou seu pequeno, que parecia sorridente demais – O que estava aprontando Uchiha?

- Eu? Nada. A quem me toma? Sou um santo, Uzumaki. – o moreno o fez sorrir.

- Claro, um santo, vou fingir que acredito, dinossaurinho. – sorriu ao ver as pálidas bochechas se tingirem de vermelho, seu esposo sempre ficava com vergonha quando o chamava dessa forma – Certo, já está pronto?

- Quase, só vou pegar mais uma coisa e já desço. – o maior assentiu, dando as costas e afastando-se à sala, onde suas meninas já aguardavam prontas, o moreno sorriu, indo até a gaveta de seu criado-mudo no quarto e guardando o resultado, para então encontrar sua família, que já o aguardava, não era a hora de contar ainda.

 

(...)

 

            Chegou em casa cansado após o animado e agradável dia passado na casa de seu pai. Todos estavam felizes, haviam comido e conversado muito. Havia corrido de um lado para o outro por horas atrás de sua pequena Naruko e da pequena Ajisai, agora com quatro e três anos respectivamente parecia que suas energias nunca acabavam, e por isso davam uma canseira em seus pais, tios e avós, mas para os adultos tudo valia a pena ao ver aqueles sorrisos e ouvir as risadas gostosas que saiam das boquinhas infantis.

            Já era noite, o moreno então deu um banho e colocou sua pequenina caçula para dormir sem nem precisar dessa vez contar uma história, já que a loirinha já pestanejava, com os olhinhos pesados, então só deu um beijo de boa noite a cada uma de suas princesas e esperou que a mais nova pegasse no sono, para então prosseguir a seu quarto, Naruto ainda estava no banho e isso lhe deu a oportunidade de ajeitar o que precisava. Pegou o pedaço de papel de dentro do criado-mudo, juntamente à caixinha laranja que havia preparado, e aguardou sentado na beira da cama.

 

- Sasu? Qual o problema? – o loiro perguntou, ao entrar ao quarto, ainda secando os molhados cabelos com uma toalha, estranhando ao ver seu esposo aparentemente tão ansioso.

- Senta aqui. – indicou, dando tapinhas ao seu lado na cama. Sem nada dizer, o maior aproximou-se, sentando-se no local indicado – Para você. – entregou a caixinha laranja ao mais velho, que o encarou com surpresa.

- Outro presente? – perguntou com um sorriso, ainda surpreso, já que havia recebido seu presente mais cedo, logo que acordaram.

- Só abre. – o moreno ditou simplesmente, ansioso para saber a reação alheia. O loiro assim o fez, e desfazendo o tope branco, abriu a caixinha, seu olhar refletia pura confusão.

- O que... – franziu a testa sem entender seu presente, que tratava-se nada menos que uma pequena chupeta vermelha, foi preciso alguns segundos para que o Uzumaki entendesse a indireta e arregalasse os azuis olhos – Sasuke... – o moreno então lhe entregou o papel com o resultado de seu exame, que comprovava os três meses de gravidez.

- Eu... não tinha certeza mesmo se estava quando comprei isso, só tive certeza hoje, quando abri o resultado, mas... agora é certo, tenho três meses de gravidez. – o moreno falou temeroso pela reação alheia, esta que não poderia ser melhor, já que logo após o choque inicial, o loiro praticamente se jogou sobre o menor, o apertando em seus braços e depositando diversos beijos por todo seu rosto, o fazendo inevitavelmente rir.

- É... o melhor presente de aniversário que eu poderia ganhar. – o Uzumaki estava emocionado, seus olhos até lacrimejavam, mesmo esta não sendo sua primeira vez naquela situação, apesar de que era a primeira vez que recebia a notícia da boca de seu moreno, já que a primeira vez ambos haviam descoberto por acidente e a segunda havia ficado sabendo após encontrar o exame de farmácia do moreno na lata do lixo.

- Então... você gostou? – perguntou inseguro, o loiro sorriu amplamente e desceu da cama, ajoelhando-se à sua frente.

- Se eu gostei? Eu amei. – o mais velho abraçou delicadamente a cintura alheia, deixando suaves beijos pelo ventre ainda plano, para em seguida deixar um delicado beijo nos lábios de seu esposo – Eu te amo. – o moreno sorriu, afagando com gentileza a face amorenada.

- Eu também. – o loiro sorriu pela resposta obtida, para então voltar a abraçar e beijar o local em que seu futuro filho agora habitava temporariamente, nenhum dos dois soube dizer quanto tempo ficaram naquelas posições, pois naquela hora só haviam os dois no mundo, e uma palavra para descrever o momento: magia.

 

(...)

 

16 de Novembro, ano X48:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

            Seus dedos tocavam com rapidez o teclado, tinha pressa, já passavam das duas da tarde e nem ao menos havia almoçado, afundado em seu trabalho. Alguém tocou sua porta e sem nem tirar os olhos do computador, o mandou entrar, era sua secretária, quem o avisava que as candidatas a que entrevistaria haviam chegado. O loiro dando graças aos deuses assentiu, mandando que entrassem, uma de cada vez é claro. Enquanto aguardava, aproveitou para se espreguiçar e mover todas suas articulações, estava cansado, desde que Gaara havia saído de licença “maternidade” pela gravidez de risco seu trabalho havia só aumentado, esperava que após essa entrevista finalmente teria alguém para ajudá-lo. Sorriu ao pensar em seu amigo, agora com exatos seis meses, havia sido difícil para o ruivo, primeiro pela dificuldade que havia tido para engravidar, segundo pelo medo de que a criança pudesse nascer com algum problema pelo fato de ambos pais serem irmãos, só desejava que isso não ocorresse, seu amigo já havia tido problemas demais na vida, não precisava de mais um.

            A primeira a entrar foi uma garota de pouco mais de vinte anos, loira e de belos olhos azuis, com um corpo que faria a qualquer hétero babar, o que deixou o Uzumaki claramente desconfortável, pois a garota parecia mais disposta a se insinuar e revelar o enorme decote do que precisamente mostrar suas habilidades laborais, por isso foi fácil descartá-la.

            A segunda a passar era uma jovem perto de seus vinte e cinco anos, morena de olhos castanhos e óculos, seu currículo era bom e parecia ser esforçada, no entanto a pobre estava tão nervosa que acabou enrolando-se toda ao responder as perguntas do administrador, infelizmente Naruto teve de descartá-la também.

            Por fim, a terceira e última entrevistada era uma bela moça de vinte e poucos anos, de pele amorenada, cabelos esverdeados e olhos âmbar, de nome Fuu, essa sim se destacou na entrevista, falando de forma desinibida e demonstrando toda sua habilidade técnica, Naruto não teve dúvidas, era a correta a contratar, ou foi o que pensou naquele momento, nunca iria imaginar os problemas que essa decisão acarretaria.

 

(...)

 

30 de Novembro, ano X48:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

- É sério, Sasuke está insuportável, não sei quanto tempo mais eu aguento. – o loiro se queixou, seu esposo andava muito instável devido à gravidez, tudo era motivo para discutir e culpá-lo.

- Se ele te ouve dizer isso te manda dormir no sofá, Naruto. – o Inuzuka sorriu de lado para provocá-lo, mesmo logo mudou de atitude, tornando-se mais sério – Mas falando sério, te entendo, Hinata também anda muito chata, briga comigo e chora por tudo, às vezes nem me deixa tocá-la. Acredita que outro dia me mandou dormir no sofá porque eu “matei intencionalmente um ser vivo”. Era só uma maldita formiga e isso já foi motivo para ela chorar a noite toda e me mandar para o sofá. – o loiro riu ao ouvir o drama do amigo, pensando bem, talvez sua situação não era tão grave assim.

- Por que eles ficam assim? – o loiro perguntou, lembrando-se que Gaara também estava da mesma forma antes de sair de licença, o castanho deu de ombros.

- E eu que sei... acho que são os hormônios. – o Inuzuka respondeu com um suspiro – Mas falando sério cara, não sei quanto tempo mais aguento, maldita hora que resolvemos ter outro filho.

- Não diga isso Kiba, um filho é sempre uma bênção, esses problemas vocês logo resolvem. – o loiro o reprovou, o outro apenas suspirou.

- Eu sei, mas... – o menor o encarou curioso – nada. – olhou em seu relógio de pulso, vendo que seu intervalo já terminava – Tenho que ir, tenho uma entrevista a fazer.

- Finalmente encontraram um novo ajudante? – o castanho assentiu.

- Parece que sim. – e foram as últimas palavras do maior antes que fosse, deixando o loiro sozinho para terminar o seu almoço.

 

(...)

 

10 de Dezembro, ano X48:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

            O loiro moveu o pescoço de um lado ao outro, tentando livrar-se da dor, havia brigado com Sasuke na noite anterior e como consequência havia dormido no sofá, por isso havia acordado todo dolorido, não sabia quanto tempo aguentaria isso, seu moreno sabia ser vingativo quando queria, e o pior de tudo é que ele seguia bravo nessa manhã quando saiu a trabalhar, não queria nem imaginar como seria quando chegasse em casa, teria que dormir de novo naquele maldito sofá?

 

- Algum problema, Naruto-san? – a esverdeada perguntou, sentada à mesa logo à sua frente, onde normalmente Gaara se sentava, o loiro negou.

- Não, só meu pescoço que acordou dolorido. – respondeu com um sorriso simpático.

- Deve ser um torcicolo, sei uma massagem perfeita para isso, posso lhe fazer se quiser. – a garota falou, já levantando-se.

- Não, não precisa, eu... – o loiro tentou impedi-la, todavia quando percebeu a moça já estava ali, atrás de si, com as delicadas mãos em seus ombros.

- Relaxe Naruto-san, só se deixe levar. – a jovem sussurrou ao ouvido do loiro, começando uma relaxante massagem em seu pescoço e ombros, o loiro tão necessitado estava que nem percebeu as segundas intenções por trás das palavras, apenas abriu os olhos alarmado quando sentiu as mãos femininas irem ao seu peito por baixo da camisa e acabou levantando-se abruptamente, desequilibrando a garota, quase a derrubando.

- O que pensa que está fazendo? – perguntou nervoso, a garota ajeitou-se para encará-lo aos olhos.

- Eu só... – o loiro a cortou.

- Não sei o que está pensando Fuu, mas eu sou um homem casado. – a avisou, a mesma sorriu de forma fraca e tímida.

- Sei disso, mas... sei também que tem problemas em seu casamento. – as palavras irritaram ao loiro.

- É certo, tenho problemas em meu casamento, mas quem não tem? Todos os casamentos passam por problemas e discussões, nenhum é perfeito, isso não quer dizer que eu vá trair o meu esposo, o amo e peço que por favor não volte a fazer algo como isso, ou vou ser obrigado a lhe demitir. – os olhos âmbar abriram-se com surpresa e a garota ao compreender as palavras, apenas abaixou a cabeça, assentindo. O loiro ainda irritado, saiu da sala, batendo a porta com força, precisava despejar a mente, antes que cometesse uma loucura, suspirou, seu amigo fazia falta nessas horas, Gaara saberia o que lhe dizer em uma situação como essa, ele sempre sabia, mesmo que às vezes suas respostas fossem um pouco constrangedoras. Sem saber o que fazer, decidiu procurar a única outra pessoa que poderia o ouvir naquele momento, e por isso dirigiu-se à sala do Inuzuka, contudo ao chegar à porta da mesma acabou paralisando ao ouvir estranhos sons vindos do lado de dentro, franziu as sobrancelhas, o que aquele pulguento poderia estar fazendo? As respostas às suas perguntas foram atendidas e seus olhos abriram-se com espanto ao abrir a porta e encontrar o pai de seu afilhado beijando com luxúria sua nova assistente, enquanto em meio às pernas da mesma, a penetrava, a fazendo gemer de forma arrastada – Mas o que...

- Naruto...

 

(...)

 

- ESPERA, NARUTO! – o Inuzuka gritou ao ver como o loiro praticamente corria para bem longe de si – Merda... – reclamou, tropeçando nos próprios pés, enquanto ainda tentava fechar suas próprias calças – NARUTO! – finalmente o alcançou e tomando-o do ombro o girou, recebendo um soco em cheio em seu rosto, os azuis olhos refletiam pura ira.

- Como pôde fazer isso? Como pôde trair Hinata assim? – praticamente gritou, o maior desviou os olhos, envergonhado.

- Eu... – o que diria? O que havia feito não tinha explicação.

- Hinata é uma boa mulher Kiba, te ama de verdade e está grávida, como pôde traí-la? – o loiro ainda estava revoltado.

- Eu sei, eu sei de tudo isso Naruto, pensa que já não pensei nisso? Pensa que não me sinto culpado?

- E então? Por quê fez? – perguntou entre irritado e curioso.

- Hinata e eu não estamos em um bom momento Naruto, desde que ela ficou grávida só o que faz é brigar comigo, não me dá mais atenção, não tem paciência comigo, e Tamaki...

- Lhe dá a atenção que sua esposa não está te dando. – o loiro concluiu, sentindo-se de certa forma identificado, já que sua relação com Sasuke também não andava muito bem nos últimos tempos, o Inuzuka apenas assentiu de cabeça baixa, envergonhado, sentindo-se culpado, o menor suspirou – Ainda assim Kiba, não devia ter feito isso, deveria ter conversado com ela e sei lá... tentar ajeitar as coisas, Hinata não merece isso.

- Eu sei, mas... eu... – o castanho acabou interrompido e seus olhos saltaram de seu rosto ao reconhecer a voz atrás de si.

- Algum problema aí? – perguntou a voz às suas costas, algo curiosa, algo desconfiada, e o loiro um pouco tenso, girou-se para encarar os intrigados olhos perolados.

- Nada Hyuuga, por que acha isso? – o Uzumaki tentou esconder todo seu nervosismo, coçando a parte de trás de sua cabeça, delatando o quão inquieto estava.

- Parecem estranhos, conversando assim, no meio do corredor. Estamos em horário de trabalho, esqueceram? – o loiro revirou os olhos.

- Sim, senhor advogado, não precisa nos lembrar, pode ir pra sua sala. – o loiro o enxotou com a mão, era incrível que mesmo depois de todos esses anos ainda seguissem implicando um com o outro, mas era inevitável, o Hyuuga o irritava e tinha plena certeza que a recíproca era verdadeira.

- Hm... vão trabalhar logo. – foram as últimas palavras do perolado antes de os deixar sozinhos e voltar à sua sala, o Inuzuka soltou a respiração que nem havia percebido que prendia.

- Sabe que ele vai te matar se descobrir, não sabe? Neji pode ter todos os defeitos do mundo e eu realmente não vou com a cara dele, mas não há como negar o quanto ele adora a prima. Se o Hyuuga descobrir, pode se considerar morto. – o loiro virou-se ao outro, que suspirou.

- Eu sei, mas ele não vai descobrir, porque você não vai contar, ou vai? – o castanho perguntou aflito, Naruto suspirou.

- Não, é claro que não. Mas Kiba, tem que me prometer que vai conversar com Hinata, e acima de tudo... que vai terminar com essa garota. – o avisou e ao ver que o maior iria o contradizer, continuou – Ou é isso, ou eu mesmo falo com Hinata. – o Inuzuka bufou, mas ao final acabou assentindo, sabendo-se derrotado, o loiro virou-se para ir à sua sala, mesmo antes que seguisse as palavras alheias o fizeram estacar.

- Eu amo Hinata, Naruto... é só que... às vezes me sinto cansado. – e o loiro compreendia, às vezes ele próprio sentia-se dessa forma.

 

(...)

 

20 de Dezembro, ano X48:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

            Acordou sentindo-se cansado por ter dormido mais uma vez naquele sofá, e ajeitando as costas ouviu os estalos produzidos, o que indicava a péssima noite que havia tido, tudo por culpa de outra discussão, ainda assim não pôde evitar sorrir disfarçadamente ao sentir finos bracinhos envolvendo seus ombros por trás, sabia que ao final ele se arrependeria, mesmo que demorasse um pouquinho.

 

- Naru... – ouviu a voz de seu pequeno, e fingiu não ouvi-lo, como se estivesse bravo, o moreno ao perceber isso, deu a volta no sofá, sentando-se ao seu lado – Naru... olha para mim.

- Agora não, Sasuke. – respondeu “bravo”.

- Naru me desculpa, eu não devia... – os olhinhos negros encheram-se de lágrimas de arrependimento – Naru... – ao perceber que o loiro não o olhava irritou-se – A culpa também foi sua.

- Ah, é? E por que você ter quebrado o maldito abajur é culpa minha? – o loiro indagou, lembrando-se da discussão anterior, quando o moreno havia chegado estressado do trabalho e apenas por ter perguntado sobre seu dia havia iniciado-se uma discussão, que acabou com o mais novo quebrando o abajur do quarto na parede, irritado.

- Você não me entende Naruto, eu... – o maior o cortou.

- Não Sasuke, quem não entende é você. Eu tento ser o melhor marido possível, tento ser paciente, mas tudo tem um limite e o meu já está bem próximo. – o moreno abaixou os olhos, que lacrimejavam.

- Eu sei, eu estou insuportável.

- É pra dizer a verdade? – o Uzumaki falou, como se concordasse, o que fez as lágrimas romperem pelo rosto delicado de seu esposo, que o escondeu com suas mãos, soluçando, o loiro suspirou – Sasuke... – chamou-o, porém o menor não o encarou, e sentindo-se um pouco culpado, o mais velho o puxou, o abrigando em seus braços, escorando a cabeça alheia em seu peito e afagando os negros cabelos – Vai tudo ficar bem, Sasu.

- Não, não vai, nem eu me aguento Naruto, como você vai me aguentar? Eu sinto que a qualquer hora... você pode sair por aquela porta e não voltar mais. – o mais novo falou com a voz afogada pelas lágrimas, que não paravam de cair.

- Isso não vai acontecer, Sasuke. Sabe que eu te amo, amo nossas filhas, nossa família, e esse pequenino que logo vai chegar... – afagou o ventre contrário – nunca faria algo assim.

- Não? – o menor finalmente levantou o rosto, o encarando receoso, os olhos vermelhos pelo choro, o mais velho sorriu, levando as mãos ao rosto que tanto amava, o secando.

- É claro que não. Mas você também tem que me prometer que vai tentar se controlar. Sei que é difícil, que seus hormônios estão loucos e que se irrita com facilidade, mas você tem que entender que uma relação não se sustenta se os dois não colaborarem para isso. Me promete? Promete que vai se esforçar? – o menor assentiu sem graça, recebendo um sorriso e um beijo na testa – Vamos nos esforçar pra fazer dar certo... pela nossa família.

- Pela nossa família. – o moreno concordou com um sorriso, escondendo o rosto no peito do marido, que sorriu, esperava que agora as coisas melhorassem em sua casa.

 

(...)

 

23 de Dezembro, ano X48:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

            Estava ansioso, hoje finalmente saberiam o sexo de seu pequeno bebezinho e tinha esperanças que dessa vez fosse um menininho, mesmo não teria problema algum se viesse outra princesinha às suas vidas.

 

- Prontos? – perguntou a médica, após colocar aquele gel na barriga do Uchiha, o casal se entreolhou antes de assentir, ambos tomados da mão, a rosada sorriu e começou a passar o transdutor, vendo a imagem que se formava na tela à sua frente, para sorrir ao fim – Parece que terão um principezinho correndo pela casa em breve.

- É um menino? – o moreno perguntou emocionado, já sentindo seus olhos arderem, a Haruno assentiu, com um sorriso e o moreno virou o rosto, encarando seu também emocionado marido, que já tinha os olhos marejados, sorrindo para a tela – É um menino, Naru. – o Uchiha sorriu grande, o loiro assentiu, trazendo a mão pequena aos seus lábios, para deixar um suave beijo.

- Sim meu amor, eu ouvi. Obrigado por isso. – e deixando finalmente as lágrimas romperem, depositou um delicado beijo nos lábios do menor.

- Sim, acho que agora podem parar, chega de filho. – a rosada brincou, tirando sorrisos do casal – Agora falando sério, Sasuke... percebi que você está abaixo do peso adequado, vou te passar uma receita e quero que a siga a risca, entendeu? – o moreno assentiu – Acho bom, ou então vou até sua casa e te trago aqui arrastado pelas orelhas. E Naru... nada de estresse, entendeu? Isso não faz bem ao bebê. – o loiro corou, sabendo que sua amiga tinha plena consciência de suas brigas passadas – E agora, por curiosidade... já sabem o nome? – o casal se entreolhou, ambos com o mesmo pensamento.

- Bom...

 

(...)

 

17 de Janeiro, ano X49:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

            Estava irritado, havia discutido mais uma vez com seu marido, dessa vez por ter, segundo o Uchiha, bagunçado a casa. Claro, entendia que o moreno estava cansado, assim como também entendia que não era a pessoa mais organizada do mundo, mas também não era para tanto, só porque havia deixado suas coisas na sala já foi motivo o bastante para que o menor armasse todo um escândalo, francamente, estava perdendo a paciência e a cena que via a frente não lhe ajudava a nada a apaziguar essa sensação.

 

- Pensei que tivesse dito que romperia com ela. – falou sério, o castanho abaixou os olhos.

- Você não entende Naruto, meu casamento... – foi interrompido.

- Quem não entende é você, isso que está fazendo é uma falta de respeito com Hinata. Não entendo Kiba, por quê? – o castanho suspirou.

- Meu casamento anda de mal a pior, há dias não nos falamos e... eu não sei, Tamaki me compreendi e... me faz sentir especial. – alegou o maior.

- Se as coisas estão tão ruins assim deveria se separar, o que você não pode é continuar a enganando dessa forma.

- Não posso me separar Naruto, tenho um filho e outro a caminho, como vou abandoná-la agora?

- É melhor do que enganá-la. – o Inuzuka sorriu triste.

- Não sabe o que diz. Eu... eu gosto muito de Hinata, mas... sabe o que é se sentir sufocado na sua própria casa? – é claro que entendia, ele mesmo sentia-se dessa forma de vez em quando – Eu não consigo respirar Naruto, só são brigas e discussões, me sinto cansado o tempo todo, e com Tamaki... ela me faz sentir livre, me faz sentir jovem de novo.

- Kiba, eu entendo, mas... é errado. Hinata não merece. – o loiro falou cansado, a conversa o fazendo lembrar de sua própria relação em casa.

- Eu sei Naruto, mas eu juro, vou resolver isso quando o bebê nascer, só preciso de um tempo. – o loiro suspirou, já nem sabia mais o que fazer, porque apesar de tudo, aquele pulguento havia ganhado sua amizade através dos anos.

 

(...)

 

- Eu não sei mais o que fazer Sasuke, há dias ele não fala comigo, e quando fala é só para discutir. Acho que ele não me ama mais. – a Hyuuga relatava entre lágrimas, sentia-se tão triste e perdida.

- Não diga isso, Kiba te ama Hinata, essa situação é passageira, vocês vão... – foi interrompido.

- Não, quando estava grávida de Isao ele era muito carinhoso, vivia me mimando, me levando flores. Agora... agora ele mal pergunta sobre o bebê, como se... como se ele não o quisesse. – explicou a perolada, as lágrimas caindo ainda mais intensas por seu delicado rosto.

- Deve ser impressão sua. – o moreno ainda tentou dissuadi-la, a mesma negou.

- Não é Sasuke, ele nem me olha mais nos olhos, não me toca. Eu... eu não sei o que fazer. – levou as duas mãos ao rosto, soluçando, o que cortou o coração do Uchiha, que a puxando para si, a abraçou, afagando seus cabelos, talvez teria que ter uma conversa séria com seu cachorro amigo.

 

(...)

 

29 de Janeiro, ano X49:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

            A perolada estava estática, seus olhos muito abertos começando a arderem e jorrarem gotas salgadas pelo belo rosto, enquanto via como seu marido muito nervoso tentava se explicar. Quando finalmente saiu de seu estupor, saiu correndo, o mais rápido que sua condição permitia, com um Kiba logo atrás, ainda tentando fechar as próprias calças.

 

- HINATA! – quando enfim a alcançou, puxou-a pelo pulso, para deter sua corrida, a mesma no entanto, desvencilhou-se do agarre, desferindo um tapa em seu rosto.

- Como pôde? – perguntou entre lágrimas, o castanho abaixou os olhos, não gostava de ver sua mulher chorar.

- Eu sinto muito, eu... você não deveria ter visto, não deveria estar aqui. – a menor o encarou incrédula.

- Agora a culpa é minha? – bradou irritada, havia ido ali fazer uma surpresa a seu marido, tentar consertar sua relação, porém o que viu a fez compreender que esta já não tinha mais conserto, seu marido estava tendo um caso com outra.

- Não, é claro que não. Eu... – o que diria? O que havia feito não tinha explicação – Eu sinto muito, não queria te machucar.

- Mas machucou Kiba. Só me diga... por quê? – falou entre lágrimas a mulher.

- Hinata...

- Eu espero que tenha valido a pena perder sua família, porque a partir de hoje... e-estamos separados. – sua voz já estava embargada pelas lágrimas, e as do próprio Kiba já começavam a descer por seu rosto.

- Ah valeu... pois eu lhe dei muito, muito prazer. – a assistente e amante do Inuzuka se pronunciou, com um sorriso malicioso nos lábios, a Hyuuga em troca a olhou com raiva, caminhando em sua direção e desferindo um tapa em seu rosto, que fez a castanha arregalar os olhos e só não partir para cima da grávida, pois o Inuzuka a tomou pelo pulso.

- Chega Hinata, não tem o direito de bater nela, fui eu que errei. – os olhos claros encheram-se de mais lágrimas.

- Vai defender essa vadia? Como pode fazer isso comigo? – e chorando ainda mais, a Hyuuga começou a bater no peito do até então marido, sentindo-se muito doída por todas as atitudes deste, este que acabou perdendo a cabeça.

- CHEGA, HINATA! Já chega, está agindo como uma maluca desde o maldito dia em que engravidou. Será que não vê que a culpa disso tudo é sua? – a menor paralisou ao ouvir aquelas palavras.

- O que? M-maldito dia em que... como você... – o Inuzuka paralisou ao terminar de dizer aquelas palavras, vendo como sua esposa retrocedia, o encarando perplexa.

- Hinata, eu não... eu não quis dizer isso. Eu não... – todavia foi interrompido, e seu sangue gelou ao reconhecer a voz atrás de si.

- O que está acontecendo aqui?

 

(...)

 

            Foram preciso três homens para tirar o Hyuuga de cima do Inuzuka, que já tinha o rosto sangrante e inchado pelos socos do primo de sua esposa, essa que apenas chorava abraçando seu próprio ventre, antes que gritasse ao sentir um líquido quente escorrer por suas pernas, chamando a atenção dos homens, que se assustaram pela quantidade de sangue.

            Desvencilhando-se do agarre alheio, Neji correu até sua prima, pegando-a no colo e saindo correndo rumo ao hospital mais próximo. Assustado, Kiba os seguiu com seu próprio carro, sentindo o desespero e medo tomar conta de seu peito.

            Nenhum soube dizer quantas horas se passaram, os olhos cheios de ira do Hyuuga iam a todo o momento ao Inuzuka a alguns metros de distância, sendo apenas segurado em seu lugar por seu namorado, que não o havia permitido terminar o que havia começado na empresa.

            Horas depois de sua chegada, uma rosada aproximava-se ao pequeno grupo, seu rosto refletia cansaço e tristeza, um arrepio percorreu o corpo do Inuzuka, começando a temer o pior.

 

- Hinata já está melhor, apenas terá de ficar de repouso alguns dias, mas o bebê... – foi interrompida por um assustado castanho.

- O que aconteceu com o meu filho? – o homem perguntou, sentindo um nó em sua garganta ao vê-la negar com a cabeça.

- Eu sinto muito Kiba, mas ela perdeu muito sangue e... e a criança não resistiu.

 

(...)

 

            Tristeza, culpa, desespero, era tudo o que sentia o castanho naquele momento, quando parecia que o mundo todo havia caído sobre sua cabeça. Sentindo-se perdido, perambulou pelo hospital, e desobedecendo as ordens da médica, que lhe informou que a Hyuuga não poderia receber visitas ainda, entrou escondido ao quarto, o que encontrou quebrou ainda mais seu coração. Hinata encontrava-se deitada na cama, com os olhos fechados, dormindo, com o rosto inchado pelo choro sentido e as marcas das lágrimas ainda visíveis em seu rosto, enquanto ainda dormindo, segurava com força uma pequena mantinha cor-de-rosa, a qual havia tricotado logo após descobrir o sexo de sua agora falecida bebezinha.

 

- Hima... wari... – a Hyuuga balbuciou entre sonhos o nome que havia escolhido para sua bebezinha, e o maior já não aguentou, caiu de joelhos ao chão, escondendo o rosto entre as mãos, enquanto dolorosos soluços escapavam de seus lábios, tudo o que podia fazer era pedir que um dia sua esposa pudesse o perdoar.

 

(...)

 

30 de Janeiro, ano X49:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

            Hinata acordou apenas no dia seguinte, sua maior surpresa foi ver o Inuzuka ao seu lado, segurando com delicadeza sua mão, enquanto finos rastros de lágrimas ainda marcavam o rosto masculino. A Hyuuga sorriu ao sentir o carinho alheio como há dias não sentia, contudo logo as lembranças voltaram à sua mente, e com seus olhos repletos de lágrimas, soltou abruptamente a mão do maior, levando ao seu próprio ventre, sentindo a dor de já não ter sua bebezinha.

 

- Hinata... – o castanho balbuciou ao ter sido acordado pelo brusco movimento de sua esposa e sentiu seu coração se contrair ao encontrá-la em tal cena – Hinata...

- Vai embora... – soluçou, o homem tentou se aproximar, porém sobressaltou-se ao ouvir o grito alheio – VAI EMBORA!

- Hinata...

- TUDO ISSO É CULPA SUA! POR SUA CULPA MINHA BEBÊ... minha Himawari... – escondeu o rosto delicado entre suas mãos, soluçando alto, para o desespero do Inuzuka, que já não sabia o que fazer.

- Hinata...

- Está satisfeito, não é? – o castanho negou com a cabeça, mas a menor nem mesmo prestou atenção – Era isso o que queria...

- Isso não é verda... – foi interrompido por um novo grito.

- NÃO MINTA! – tentou acalmar-se – Você nunca quis minha filha. – apontou para a porta – Vai embora Kiba, vá ficar com sua amante e não apareça mais na minha frente.

- Hinata...

- VÁ EMBORA! – iria responder, queria dizer que não iria embora, que ficaria, que a apoiaria, mas os gritos da Hyuuga acabaram alertando quem estava do lado de fora, e o Inuzuka logo se viu empurrado para fora do quarto por um ainda furioso Neji, que assim que expulsou o cachorro pulguento do quarto, apenas correu até sua prima, a tomando em seus braços e permitindo-a chorar tudo o que precisasse.

 

(...)

 

06 de Fevereiro, ano X49:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

- Até quando pretende ficar aí? – a morena de olhos azuis perguntou, encarando irritada o garota a metros de distância, encima de uma árvore – Não seja infantil, Isao.

- Não sou infantil, só não quero vê-lo. – o perolado desviou os olhos incomodado, a Uzumaki bufou, andando a passos duros para dentro de casa, irritada com a atitude do mais velho.

- Mas... ele é seu pai... – a loirinha de olhos negros falou aflita pela situação de seu melhor amigo, que cruzou os braços irritado.

- Não interessa, ele machucou minha mãe e matou a minha irmãzinha, não quero vê-lo. Por mim pode se explodir junto com aquela vadia.

- ISAO! – a Uzumaki menor gritou estupefata pelo palavreado alheio, suas bochechas coradas por não estar acostumada a tal comportamento e palavras – Não fale assim do seu pai.

- Aquele homem não é mais meu pai, Mikoto. Meu pai morreu, junto com minha irmãzinha. – a loirinha suspirou, sabendo que palavra alguma faria mudar de ideia a seu teimoso amigo, mas também sabia que por trás de tais palavras duras, o garoto estava sofrendo, por isso com certa dificuldade e medo, subiu também à árvore, aproximando-se aflito do mesmo, que a encarou surpreso, sabia que sua melhor amiga tinha um certo temor às alturas e por isso mesmo aquele abraço teve muito mais significado.

- Eu sempre vou estar com você. – a menina sussurrou, enquanto sentia como os braços alheios também a envolviam e as lágrimas brotavam dos olhos perolados, molhando sua blusa, enquanto as suas próprias escorriam pelo rosto pálido, suspirou, nunca havia sido muito boa com as palavras, mesmo naquele momento percebia, que às vezes não eram necessárias palavras, pois as atitudes falavam muito além disso.

 

(...)

 

16 de Fevereiro, ano X49:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

- Ele é lindo. – o loiro sorriu ao ver o pequeno bebezinho ruivo nos braços de seu cansado amigo.

- Sim, é verdade. – Sasuke concordou, sorrindo para o pequeno recém-nascido, que dormia placidamente no colo da “mãe”, com as mãozinhas fechadas em punhos.

- Obrigado.- o ruivo sorriu pequeno, um pouco cansado, um pouco preocupado.

- Qual o problema? Vocês não parecem felizes. – o loiro constatou, encarando ambos irmãos e agora pais do pequenino, Kankuro suspirou.

- O médico ainda não descartou a possibilidade dele ter alguma anomalia, sabe... pela consanguinidade... – o castanho suspirou cansado, não sabia o que fariam caso essa possibilidade se confirmasse.

- Não se preocupem, vocês vão ver, vai dar tudo certo. – o Uzumaki foi otimista e ambos Sabaku apenas sorriram pequeno, desviando os olhos para o pequeno bebezinho nos braços do ruivo, desejando no fundo de sua alma que pela primeira vez, Naruto tivesse razão.

 

(...)

 

31 de Fevereiro, ano X49:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

            Infelizmente mais uma vez Naruto estava errado e após quinze dias foram constatados alguns problemas no pequeno Shukaku, que havia nascido com altos índices de cegueira e anemia falciforme, doença causada por mutação genética, provocando deformação nos glóbulos vermelhos. Quando ficaram sabendo, ambos pais se desesperaram e pesquisaram tudo a respeito da doença de seu filhote, ficando apreensivos ao constatar os vários problemas que seu pequenino enfrentaria.         

            Ainda com todos os problemas, o pequeno Shukaku era um dos bebês mais lindos que já haviam visto, dono de uma pele muito pálida, cabelos ruivos em vários tons mais escuros que os de Gaara e olhos verdes também escuros, quase iguais aos de sua irmã mais velha, Temari. Foi nesse dia e quando finalmente chegavam à sua casa, com seu filho em braços, que ambos irmãos tiveram uma surpresa, ao encontrar em sua porta a última pessoa que esperavam, seu pai.

 

- O que faz aqui? – Kankuro perguntou desconfiado, fazia anos que não viam seu pai, desde que haviam saído de sua casa, quando Gaara ainda era um adolescente, isso há mais de dez anos. O ruivo mais velho aproximou-se, encarando com curiosidade o pequeno bebezinho nos braços de seu caçula, apenas impedido de se aproximar mais pela presença de seu filho do meio, que se colocou entre o pai e o irmão, o mais velho sorriu de lado.

- Pelo visto não mudaram nada, você ainda é o mesmo desconfiado superprotetor, e Gaara o mesmo fraco, que se esconde em suas costas. – o patriarca reprovou, como tantas vezes antes, contudo diferente da época em que todos moravam juntos, dessa vez o castanho reagiu.

- Não se atreva a falar assim do meu esposo. – ressaltou a última palavra, enquanto segurava com firmeza a gola da blusa de seu pai, que não desmanchou o sorriso cheio de sarcasmo.

- Fiquei sabendo de seu... probleminha. – falou, enquanto fitava o pequeno bebezinho, percebendo que seus filhos se tencionaram em seguida.

- Isso não tem nada a ver com você. Vá embora Rasa. – Kankuro cobriu seu filho e seu esposo dos olhares de seu pai.

- Não precisam ficar nervosos, só queria conhecer meu neto... – cobriu seu rosto com aquele mesmo sorriso que irritou o casal – e verificar com meus próprios olhos o que já sabia, que eu estava certo. Esse pirralho ainda irá trazer muitos problemas a vocês dois e irão se arrepender de não ter me dado ouvidos, e se envolverem dessa forma tão... suja. Isso que fazem é uma abominação e esse... bebê é uma aberração. – nesse ponto o castanho já não se controlou e desferiu um forte soco no rosto de seu pai, que apenas sorriu de lado, se levantando.

- VÁ EMBORA DAQUI, RASA! – o irmão mais velho gritou, enquanto o menor trazia seu filho a seu peito, tentando fazê-lo parar de chorar, já que havia acordado assustado pelos gritos.

- Não precisam se preocupar, eu já estou indo, já constatei o que queria. – o ruivo deu as costas para ir embora, deixando o casal sozinho novamente, o castanho ainda nervoso, correu até seu esposo, abrigando-o junto a seu filho a seus braços.

- Kanku... – o menor sussurrou ainda assustado, seu corpo tremia, enquanto seus cristalizados olhos finalmente permitiam expulsar as lágrimas presas.

- Shhh... vai ficar tudo bem, eu vou proteger vocês, sempre. – o castanho sorriu pequeno, depositando um suave beijo na testa do mais novo, que assentiu também sorrindo.

- Te amo. – o ruivo deixou-se abrigar pelos braços do mais velho, que sorriu mais aberto.

- Eu também Gaara, eu também.

 

(...)

 

12 de Março, ano X49:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

            Estava cansado, nos últimos tempos seu relacionamento com seu esposo andava muito difícil, Sasuke brigava por qualquer coisa, até mesmo por um creme dental apertado de forma errada, e depois chorava até perder suas cordas vocais, e aos poucos isso lhe cansava, foi por isso que naquele dia aceitou a saída com seus colegas de trabalho após o término de seu horário, sentando-se no bar e colocando-se a beber, para assim esquecer seus problemas, pobre loiro, que não entendia que isso só piorava as coisas.

 

- Deveria ir com calma, Naruto-kun. – a esverdeada falou ao seu lado, levando seu próprio copo aos lábios e sorrindo internamente ao ver o quão vulnerável seu chefe parecia naquele momento – Algum problema? Deixe-me adivinhar... seu esposo?

- Por que ele não pode entender que eu também tenho sentimentos, Fuu? – já estava um pouco alto pela quantidade de bebida que havia ingerido – Tudo o que faz é brigar comigo. Hoje de novo discutimos, porque ele não queria que eu saísse, disse que estava o abandonando, que eu tinha me cansado dele. Será que ele não entende que eu também preciso sair? Ver gente? – sua voz era quebrada, ao lembrar-se de sua briga de mais cedo.

- Talvez ele não lhe mereça. – a mulher levou uma mão à coxa alheia, sem que o loiro o percebesse, por estar muito alterado.

- Eu o amo Fuu, mas... eu já não sei o que fazer, não sei quanto tempo mais aguento. – deixou as primeiras lágrimas escaparem de seus olhos azuis, estas que foram limpas pelas mãos femininas.

- Não deveria chorar, Naruto-kun... pode conseguir coisa muito melhor. – foram as últimas palavras da mulher, antes que se aproximasse mais e colasse seus lábios aos de seu chefe, que arregalou os olhos e deu um pulo de sua cadeira, saindo correndo do bar, sendo seguido pela moça – Naruto-kun... – a esverdeada logo o alcançou e tomou seu braço, mesmo o loiro logo se desvencilhou do agarre.

- Não deveria fazer isso, Fuu. – tentou afastar a mulher, sentindo seu corpo arrepiar ao senti-la passar as mãos por seu peito, descendo-as até seu membro, que começava a acordar.

- Sei que seu esposo não está lhe dando o que precisa em casa... – a garota aproximou-se mais do loiro, que praticamente arrancou sua mão dali.

- Como... – o esclarecimento logo veio à sua mente – Claro, Tamaki. – lembrou-se da melhor amiga de sua assistente, que atualmente namorava Kiba, deveria lembrar-se de não falar mais as coisas para o fofoqueiro cachorro.

- Posso lhe ajudar se quiser... Naruto-kun... – sussurrou na orelha contrária, mordiscando-a, causando um estremecimento no corpo maior, para em seguida aprisionar mais uma vez os lábios do Uzumaki.

 

(...)

 

- Hm... hmmm... – se remexeu de um lado para o outro, sentindo-se desconfortável, desde fazia algumas horas sentia fortes dores em seu ventre e o pior, estava sozinho, apenas com suas filhas.

- Mamã? Algum problema? – Kushina adentrou o quarto preocupada ao ouvir de seu quarto os gemidos desconfortáveis de sua mãe, assustando-se ao encontrá-lo muito suado e pálido, retorcendo-se em meio à cama – Oh Kami... MIKOTO! – gritou à sua irmã do meio, que assustada, logo entrou correndo ao quarto – Me ajuda aqui, mamã está passando mal.

- O que ele tem? – a loirinha perguntou preocupada.

- E EU QUE VOU SABER! – a moreninha gritou, tão preocupada quanto a menor, logo a pequena Naruko também aproximou-se, adentrando o quarto.

- Mamã doente? – a pequenina de quatro anos encarou com medo sua mãe.

- Não se preocupe Naruko, mamã está bem, vá brincar no quarto. – a loira mais velha pediu, mesmo não fosse exatamente isso o que pensava.

- Mas... – a Uzumaki mais nova foi interrompida pelo grito de sua irmã mais velha.

- NÃO ATRAPALHE NARUKO! VAI PRO QUARTO! – Kushina gritou, correndo de um lado para o outro, remexendo na caixa de remédios de sua mãe, sem nem mesmo saber o que dar.

- N-não grite com sua... AH! – Sasuke gritou por uma forte dor em seu ventre, que o fez encolher em seu lugar.

- MAMÃ! – as três gritaram com medo ao mesmo tempo.

- N-naruto... – o moreno se encolheu com medo e dor, assustando ainda mais as mais novas.

- Mikoto, ligue para o papai. – a moreninha demandou decidida, voltando a remexer nas coisas de sua mãe. A loirinha assentindo, saiu correndo até seu quarto e pegando seu celular, colocou o número de seu pai, para então chamá-lo, contudo o loiro não atendia. Com os olhos cheios de lágrimas e sem saber o que fazer, Mikoto ouviu como sua irmã caçula chorava com um celular (provavelmente de Kushina) em seu ouvido.

- Tio Tachi... é mamã... – a pequenina chorava em meio à ligação, assustando seu tio. Mikoto ao perceber, tomou o telefone das mãos infantis, contando tudo o que estava acontecendo ao seu tio, que respondeu que logo chegaria. Ao desligar voltou a chamar o número tão conhecido de seu pai, sem sucesso, pois o mesmo não atendia.

- O que está fazendo, papai? Por que não me atende?

 

(...)

 

Sem dar chance de escape, a mulher o empurrou contra a parede, grudando seu corpo ao contrário e enfiando sua língua na boca contrária, suas atrevidas mãos descendo pelo corpo masculino, tocando sua intimidade, o fazendo despertar de sua letargia quando a mão de Fuu adentrou sob sua roupa, tocando seu pênis, para começar a masturbá-lo, foi nesse momento que o loiro a empurrou.

 

- O que pensa que faz? – interrogou ofegante, a esverdeada sorriu, dando alguns passos em sua direção.

- Não tem que se preocupar, eu sei exatamente o que faço, vou te fazer sentir prazer como nunca antes. – falou sedutora, ficando a alguns centímetros do rosto do loiro, para praticamente sussurrar em seu ouvido – Meu Naruto... – o loiro estacou ao ouvir tais palavras, uma lembrança lhe vindo à mente.

 

Flashback on:

 

- Meu Sasuke. – o loiro falou, confirmando a posse daquele que desde o nascimento e até mesmo antes já era seu. O moreno em troca sorriu, deixando um suave selinho nos lábios do maior.

- Meu Naruto. – e ambos sorriram, sentindo-se felizes e completos, pois seus sentimentos eram correspondidos e suas almas se reconheciam e completavam e assim continuaria a ser, por muitos e muitos anos, até o final de suas vidas.

 

Flashback off

 

            Essas palavras, que haviam sido ditas pelos lábios de seu amor no dia de seu casamento, um dos dias mais felizes de sua vida, trouxeram-no uma sensação ruim em seu estômago, além de uma forte ânsia de vômito e uma dor em seu peito, o que estava fazendo nesse lugar? Afastou a mulher com toda a força que possuía, a derrubando no chão e a encarando com ódio.

 

- Naruto-kun?

 

(...)

 

- SASUKE! – Itachi entrou apavorado no quarto de seu irmão, encontrando-o retorcendo-se em meio à cama, com os lençóis manchados de sangue, o que o assustou ainda mais.

- Tio Tachi, eu não sei o que fazer. Ajude minha mãe. – Kushina pediu,seus olhos cheios d’água, o moreno não pensou duas vezes, pegou seu irmão no colo e saiu correndo, acompanhado de seu marido e suas sobrinhas, rumo ao hospital mais próximo.

- N-n-naruto... – o moreno falava, embora sua voz era quase inaudível pela fraqueza que agora assolava seu corpo.

- Vai ficar tudo bem otouto, nós vamos encontrá-lo, não precisa se preocupar. – tentou acalmar o menor, mesmo que ele próprio estivesse uma pilha de nervos – ANDA KURAMA, DIRIGE MAIS RÁPIDO! – gritou com o marido, que estava à frente, ao volante, junto à sua sobrinha mais velha.

- FAÇO O MELHOR QUE POSSO ITACHI! NÃO POSSO AVANÇAR OS SINAIS VERMELHOS! – gritou também em resposta.

- QUE SE DANEM OS SINAIS VERMELHOS! – o Uchiha estava nervoso, nesse momento tudo o que importava era seu irmão e seu sobrinho.

 

(...)

 

- Naruto-kun? – Fuu o chamou novamente, confusa e assustada pelo olhar direcionado a si e pela forma agressiva que o loiro havia se separado de si. Levantou-se um pouco assustada e tentou aproximar-se novamente, mas o Uzumaki esquivou-se como se ela tivesse alguma doença contagiosa.

- Não se atreva a me tocar de novo. Eu amo o Sasuke. – um sorriso surgiu nos lábios femininos.

- Não era isso que parecia há alguns minutos. – a mais nova ainda sorria, e rebolando até onde o loiro estava, tentou provocá-lo – Vamos, seu esposo não precisa saber.

- Mas eu vou saber. – respondeu, ainda agressivo e irritado com a mulher.

- Oh vamos, você mesmo vive reclamando dele. – a esverdeada ainda tentou convencê-lo, aproximando-se mais para encurralá-lo novamente contra a parede, tendo seus pulsos aprisionados e apertados pelas fortes mãos alheias.

- Pare com isso. Será que não entende que eu não quero você? Que eu nunca, nunca vou trair meu esposo? Principalmente com alguém como você. – a mulher sorriu de lado.

- Tecnicamente Naruto-kun, você já o traiu, então por que não continuar até o fim? – mais uma vez o loiro sentiu seu coração se contrair em seu peito ao constatar que as palavras que sua assistente dizia eram verdadeiras, mesmo que não esperasse aquele beijo e que simplesmente o houvesse correspondido por impulso.

- Porque Sasuke não merece. E eu o amo. – foram as últimas palavras que disse, antes de correr e se trancar em um banheiro a fim de se acalmar, longe dos olhos da mulher, que bufou irritada, enquanto esfregava os pulsos machucados.

 

(...)

 

- N-nii-san... m-meu bebê...n-não quero perder... – o Uchiha menor falou, entre lágrimas, enquanto sentia como era tirado do carro e carregado em braços por seu irmão, até a entrada do hospital.

- Não vai perder otouto, tudo vai ficar bem. – o primogênito Uchiha garantiu, deitando seu irmão em uma maca, que fora trazida às pressas pelas enfermeiras.

- N-naruto...

- Eu vou chamá-lo, fique tranquilo otouto, tudo vai ficar bem. – foram as últimas palavras que disse, antes que seu irmãozinho fosse levado às pressas por entre os corredores do hospital.

 

(...)

 

- Merda! – bradou irritado, socando a pia do banheiro e suspirando, sentindo-se repentinamente cansado. Ligando a torneira, tomou um bom punhado d’água, jogando-a em seu rosto e o esfregando, como se esse ato pudesse apagar o que havia ocorrido minutos antes. Suspirando novamente, desligou a torneira e sem nem se secar, encarou-se no espelho, seus olhos começando a arder, sentia-se a pior pessoa do mundo naquele momento – Sasuke... – soluçou – me perdoe... – foi então que ouviu seu telefone tocar e sem muito ânimo o tomou, notando o nome de seu irmão na tela, suspirou outra vez, sem sentir muitos ânimos de falar com qualquer pessoa que fosse, ainda assim tocou no aparelho para atender, levando-o a sua orelha, a voz apreensiva de seu irmão logo surgiu e o que disse em seguida o fez paralisar em choque.

- Naruto... é o Sasuke...

 

(...)

 

            Já faziam quase duas horas que havia chegado ao hospital, e até agora ninguém havia lhe dado nenhuma informação a respeito de seu esposo. Tinha medo, tinha medo por Sasuke, tinha medo por seu filho e mais do que isso sentia culpa, culpa porque enquanto seu esposo sofria em casa, correndo o risco de perder seu bebezinho, ele encontrava-se naquele bar, beijando-se com outra, só de pensar nisso seus olhos já enchiam-se de lágrimas.

 

- Vai ficar tudo bem filho, Sasuke é forte, ele e o bebê vão ficar bem. – ouviu a voz de seu pai lhe dizer com um leve sorriso, a fim de lhe transmitir algo de tranquilidade, a qual não possuía, mas nada naquele momento poderia o acalmar, tudo o que precisava era ver seu moreno, saber que ele estava bem e se pudesse, pedir perdão ao mesmo. Ainda assim, dirigiu o olhar a seu pai, sentindo seu coração se contrair, querendo contar o que havia feito no bar e ao mesmo tempo com medo da reação que o loiro mais velho teria, certamente o decepcionaria. Foi nesse momento que sua amiga rosada chegou, e o loiro se levantou abruptamente da cadeira a qual estava sentado.

- Sakura-chan... meu Sasu, ele... – falou aos tropeços, revelando toda a angústia abrigada em seu coração, a Haruno suspirou.

- Ele está bem, teve uma pequena hemorragia, devido ao descolamento da placenta, mas agora já está estável, só precisará de repouso... – foi interrompida por um ainda assustado loiro.

- Então... então ele está bem? E o meu filho? – o Uzumaki interrompeu sua amiga, que suspirou, já acostumada com as reações agitadas de alguns pais.

- Os dois estão bem Naruto, mas Sasuke precisará ficar em repouso absoluto, e mais... o melhor seria que ele ficasse internado até o dia do parto para podermos controlar sua pressão e frequência cardíaca, que estão um pouco alteradas. – informou a rosada.

- Então meu filho terá que ficar internado? – perguntou Fugaku, mais para assimilar a ideia, do que por confirmar.

- Sim, Fugaku-san. – atestou a Haruno.

- Eu... posso vê-lo? – o loiro Uzumaki perguntou, a mulher assentiu e o guiou ao quarto, onde o maior entrou, encontrando seu esposo dormindo, ainda sedado pelos medicamentos outorgados pelo hospital, seus olhos lacrimejaram ao fitá-lo e aproximando-se cautelosamente, sentou-se em uma cadeira ao lado da cama, afagando com gentileza os negros cabelos, enquanto um soluço escapava de seus lábios – Meu amor... me perdoa, sou um idiota...

- Naru-to... – sussurrou o moreno em meio ao sono, tomando por instinto a mão do loiro, sem nem acordar, este que deixou finalmente as lágrimas caírem sem impedimento, enquanto levava seus lábios à pequena mão do menor, depositando um simples e casto beijo e prometendo a si mesmo que nunca mais erraria novamente com seu Uchiha, e principalmente, que nunca mais tocaria ou seria tocado por ninguém além dele.

 

(...)

 

14 de Março, ano X49:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

            Conforme a Haruno havia dito, Sasuke ficou internado no hospital, conectado a soro e oxigênio, sendo monitorado as vinte e quatro horas do dia, em completo repouso, e durante os dois primeiros dias Naruto não saiu de seu lado. Foi no terceiro dia e contrário a seus próprios sentimentos, que permitiu se afastar do hospital, não podia ficar tanto tempo longe de suas filhas, principalmente da pequena Naruko, que já estranhava a falta de seus pais, foi por isso e com dor em seu coração, que se permitiu ir passar a noite em sua casa, onde passou a noite chorando, agarrado ao travesseiro de seu moreno, enquanto lembrava a reação deste ao acordar, seu sorriso cansado ao vê-lo, seus olhos, que apesar de tudo, ainda brilhavam como duas estrelas em meio a um céu negro.

 

Flashback on:

 

- Naruto... – o moreno balbuciou assim que abriu os olhos, encarando com a visão ainda um pouco desfocada a figura de seu marido, o fitando preocupado.

- Sasuke, nos assustou. – o loiro ditou assim que o viu acordar – Graças a Kami está bem.

- E... e o bebê? O que... – o maior sorriu fraco, afagando os cabelos macios.

- Ele está bem, vocês dois estão. – o moreno suspirou, fechando os olhos.

- Que bom. – sua voz foi quase inaudível, mas alta o suficiente para que o outro, que estava próximo, o ouvisse – E as meninas? – perguntou, abrindo os olhos.

- Estão bem, um pouco assustadas ainda, mas bem. Nossos pais as estão cuidando, fique tranquilo. – o menor assentiu, ainda sentindo-se muito cansado e fraco, seus olhos pesando por um motivo que nem ele sabia – Sasuke, eu...

- Tenho sono. – o mais novo o cortou antes mesmo que pudesse dizer qualquer coisa, o loiro assentiu.

- Então durma meu amor, eu vou estar aqui, velando seu sono. Sempre. – ainda acariciava aquelas mechas macias – Te amo. – sussurrou, vendo-o já de olhos fechados, acreditando que o menor dormia, este que sorriu de forma tão doce que o cortou o coração em culpa.

- Eu também... eu também, te... amo... Naru... to... – foi o último que o moreno disse, antes de pegar novamente no sono, o loiro apenas fechou os olhos, permitindo que as lágrimas caíssem mais uma vez, agora que seu esposo não podia mais vê-las.

 

Flashback off

 

- Sou um idiota, Sasuke... eu não te mereço. – soluçou, deitado em sua cama e apertando com força o travesseiro, inspirando o doce perfume que dele emanava.

 

(...)

 

21 de Março, ano X49:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

            Uma semana depois o loiro voltou a trabalhar, afinal não podia ficar tanto tempo afastado, seu chefe já havia sido compreensivo demais consigo, o dando alguns dias de descanso para estar com seu esposo e filhas, agora devia voltar à sua rotina, mesmo passava todos os dias após o trabalho ao hospital e às vezes se revezava com Fugaku, Itachi, Sai e Sarada para passar a noite com seu Uchiha, o qual passava mais tempo dormindo do que acordado.      

            Com a volta ao trabalho, também havia voltado a ver a causa de seus mais recentes pesadelos, e apesar de tentar manter o máximo de distância possível de Fuu, não podia ignorá-la por completo, já que a mesma trabalhava consigo e estavam em um momento em que não podiam dar-se o luxo de ficar sem alguém para ajudá-lo, já que estavam lotados de trabalho, mais uma vez estranhava a falta de seu amigo ruivo ali.

            A esverdeada no entanto, ainda não havia desistido, apenas dava alguns dias para o loiro, pois o mesmo ainda estava muito nervoso e ela não queria colocar tudo a perder, esse loiro ainda seria seu e depois disso não precisaria nem trabalhar mais, já que sabia que apesar de não ser rica, a família do Uzumaki vivia confortavelmente, sorriu pensando nisso, a aberração do Uchiha era um idiota por não aproveitar isso e se manter em uma escola, cheia de crianças e adolescentes barulhentos e incômodos.

 

- É um idiota... – sussurrou para si mesma, fitando a figura do loiro na mesa à sua frente, muito concentrado em uma pilha de papéis que devia assinar. Com um sorriso, levantou-se de seu acento e ajeitando a saia justa, a levantou um pouco para mostrar mais de suas torneadas pernas, andando então à mesa do mais velho.

- Quer um café, Naruto-kun? – perguntou, apoiando ambas mãos na mesa do contrário e dobrando-se a fim de mostrar mais de seus seios na ajustada camisa, para sua frustração, o loiro nem mesmo a fitou.

- Não. – falou seco, sem nem tirar os olhos dos papéis. A mulher bufou, saindo de sua sala, para ir até a cafeteria.

- Droga. – reclamou, batendo com o pé na máquina de café, querendo colocar para fora toda a sua raiva.

- Qual o problema, Fuu? – ouviu a voz de sua amiga Tamaki, girou-se para encará-la.

- É aquele idiota, desde o dia do bar nem me fala ou olha, e quando o faz é totalmente seco. Eu não sei mais o que fazer, Tamaki. – a esverdeada estava irritada.

- Oh, entendo. Mas bem, ele reagiu a seu beijo, não é? – a de olhos âmbar assentiu, mesmo soubesse que aquela reação havia sido mais por surpresa e impulso do que propriamente vontade – Então você ainda tem chances. Fique tranquila, vou te ajudar, acho que sei exatamente a forma para separá-lo de vez da aberração.

 

(...)

 

            O loiro suspirou, aquela mulher parecia não desistir, estava sempre no seu pé, tentando seduzi-lo, quando já havia deixado bem claro que não voltaria a trair seu moreno, Sasuke não merecia, e ele o amava demais para permitir-se errar novamente com o moreno. Pensou na última conversa que havia tido com Gaara, e se deveria fazer o que ele lhe havia aconselhado.

 

Flashback on:

 

- Ele é muito fofo. – falou, enquanto via o pequeno Shukaku mamar com desespero, agarrado a seu amigo. O Sabaku sorriu.

- Sim. Mas acho que não foi para falar de Shukaku que você veio até aqui. Qual o problema, Naruto? Parece aflito, Sasuke piorou? – o loiro suspirou, sabendo que não conseguia esconder nada do homem à sua frente, afinal não era a toa que Gaara era seu melhor amigo, depois de seu Sasuke e é claro, de Sakura, mas a esta não podia contar nada, lhe mataria na primeira oportunidade por ter-se deixado beijar de tal forma.

- Fiz algo muito errado, Gaara, e... agora não sei o que fazer, se Sasuke souber, nunca vai me perdoar. – seus olhos começavam a marejar, o menor franziu o cenho.

- O que fez, Naruto? – perguntou preocupado, o maior suspirou e começou a relatar tudo o que havia acontecido, desde suas brigas com Sasuke, até o beijo no bar e posteriormente a hospitalização de seu esposo, permitindo que algumas lágrimas caíssem por seu rosto e um soluço escapasse de seus lábios. O ruivo se manteve calado até o final de seu relato, embora seus verdes olhos arregalados demonstrassem o quão surpreso estava – Kami, Naruto, como pôde ser tão estúpido? – foi a primeira coisa que o ruivo falou após ver que seu amigo havia concluído toda a história. Ao vê-lo soluçar e abaixar a cabeça, suspirou – Olha, eu... sinceramente não sei o que te dizer, sempre pensei que amava o Uchiha, nunca pensei que fosse capaz de algo assim, sempre pareceram tão apaixonados.

- E eu o amo, Gaara.

- Mas ainda assim o traiu. – o loiro abaixou a cabeça novamente, sentindo-se muito culpado e envergonhado, o Sabaku suspirou mais uma vez – Olha, você fez uma grande besteira e não me surpreenderia se o Uchiha resolvesse te dar um gelo ou até pedisse um tempo, o que você fez foi muito grave, Naruto. – o loiro nada respondeu, sabia disso – Mas, ainda assim, acho que a melhor coisa que você tem a fazer é contar ao Sasuke e claro, demitir essa garota.

- Não posso fazer isso Gaara, não posso fazer nenhum dos dois. Desde que você entrou de licença estamos lotados de trabalho, e quanto ao Sasuke... não posso contar, ele nunca me perdoaria. – explicou.

- Perdoaria sim, ele te ama, pode ficar irritado e magoado, até pedir um tempo, mas sei que no final ele te perdoa. Pense bem Naruto, deve contar a ele antes que fique sabendo por outra pessoa e aí sim, ele pode nunca te perdoar. – o loiro entendia o que seu amigo queria dizer, ainda assim, não sabia se seria capaz de fazer o que havia sido aconselhado – Pense bem Naruto, a verdade é sempre melhor, por mais dolorosa que seja.

 

Flashback off

 

- Será? – perguntou a si próprio, sem saber se teria coragem para tanto.

 

(...)

 

- Pegou o número? – a esverdeada perguntou, assim que viu sua amiga sair da sala que compartilhava com Kiba.

- O que acha? – a castanha sorriu, mostrando o número de telefone que havia acabado de pegar escondido do celular do Inuzuka, um sorriso escapou dos lábios de Fuu, em pouco tempo Naruto Uzumaki seria todo seu.

 

(...)

 

            Após pensar muito decidiu que Gaara tinha razão, Sasuke tinha o direito de saber o acontecido, e ele deveria arcar com as consequências dos seus atos, só esperava que seu moreno pudesse perdoá-lo.

            Saiu do trabalho, passando primeiro em uma floricultura, antes de ir ao hospital, suas sobrancelhas franziram-se ao perceber os olhares de reprovação de sua família para si, o que estava acontecendo?

            Ainda intrigado, dirigiu-se ao já conhecido quarto, onde encontrou seu pequeno esposo sentado na cama, os braços cruzados, com uma cara irritada e os olhos vermelhos e inchados, como se houvesse chorado por um longo tempo.

            Aproximou-se aflito, recebendo um olhar gélido que o arrepiou por completo, o que estava acontecendo afinal?

 

- Te dou cinco minutos para me explicar o que é isso. – o moreno falou taxativo, mostrando seu celular, onde um vídeo do beijo ocorrido entre Fuu e ele passava, seus olhos arregalaram-se.

- Sasuke... – sussurrou, sem saber o que dizer, havia sido pego totalmente de surpresa.

- Agora são quatro minutos e meio. Anda logo, Naruto. – o menor demandou, com uma feição brava que até assustava. O loiro suspirou, sabendo que o melhor agora era contar toda a verdade e foi exatamente o que fez, lhe contou desde o momento em que havia saído irritado de casa, após a briga entre ambos, até o momento em que saiu do bar, após o beijo de Fuu, tudo de cabeça baixa, pela vergonha de encarar os olhos negros.

- E foi isso. – concluiu sua narrativa, finalmente levantando os olhos e encarando as orbes negras tão lindas molhadas pelas lágrimas presas, e por isso nem mesmo reclamou quando teve seu rosto virado pelo tapa recebido, apenas abaixou os olhos, sentindo seu coração doer – Me desculpe.

- Saia, Naruto. – mandou o moreno, assustou-se e o encarou com os olhos muito abertos.

- Sasuke...

- Saia daqui, eu preciso pensar. – exigiu o Uchiha, o loiro assentiu, sabendo o quanto seu pequeno deveria estar sofrendo, sentindo-se traído, por isso apenas deixou o pequeno ramo de rosas azuis, antes de andar até a porta do quarto de cabeça baixa.

- Por favor Sasuke, não se esqueça... eu te amo. – foram as últimas palavras que disse, antes de sair do quarto e deixar sozinho ao moreno, este que finalmente permitiu escapar toda a dor de seu coração, liberadas em forma de lágrimas.

 

(...)

 

            Passaram cerca de duas horas antes que o Uchiha decidisse ver novamente o Uzumaki, este que adentrou receoso ao quarto, temendo o pior, que seu moreno decidisse não perdoá-lo ou ainda pior, que pedisse o divórcio, provavelmente nunca havia sentido tanto medo quanto nesse dia.

 

- Sasuke... – foi interrompido pelo menor.

- Você vai demitir essa garota, Naruto. – os azuis olhos arregalaram-se – Se quiser mesmo que eu te perdoe, irá demitir essa... mulher – falou enojado, nos lábios do loiro um pequeno sorriso esperançoso se formou.

- Então você... me perdoa? – o moreno suspirou.

- Eu acredito em você quando diz que não queria beijá-la. Também acredito que esteja dizendo a verdade quando diz que tudo não passou disso, de um beijo. Ainda assim, que a correspondesse me magoou demais, Naruto. – o sorriso no rosto do loiro desapareceu e este abaixou a cabeça, sentindo-se culpado, lágrimas começando a se formar em seus olhos, o Uchiha suspirou novamente – Certamente não consigo te perdoar agora, mas... acho que podemos tentar superar isso juntos. – o maior levantou a cabeça, surpreso – Não somos mais dois adolescentes, que podem se deixar levar pelas emoções, somos adultos e temos que pensar primeiro nos nossos filhos, na nossa família.

- Sasuke... – o moreno levantou uma mão, o interrompendo mais uma vez.

- Foi por isso que eu decidi tentar esquecer isso e te dar mais uma oportunidade. – um largo sorriso se formou nos lábios do loiro.

- Então... você me perdoa? – perguntou esperançoso.

- Não ouviu o que eu falei, dobe? Disse que não consigo te perdoar agora. – o sorriso no rosto bronzeado se desmanchou, o menor suspirou pela terceira vez – Mas vou te dar a chance de me fazer te perdoar. – o mais velho sorriu pequeno.

- É suficiente, e sem dúvida é mais do que eu mereço. - o Uchiha assentiu levemente – Você vai ver Sasuke, vou te fazer me perdoar, é uma promessa. – falou decidido.

- Não me decepcione mais, Naruto. – o loiro sorriu, aproximando-se mais, deixando um beijo em sua testa.

- Nunca mais Sasuke, nunca mais.

 

(...)

 

13 de Abril, ano X49:

 Kurama: 45, Itachi: 44, Naruto: 40, Sasuke: 39

 

            Pouco mais de vinte dias depois de todo o ocorrido no bar, Naruto sentia-se satisfeito, aos poucos seu Uchiha começava a perdoá-lo. Havia sido difícil no início, não mentiria, provavelmente esses últimos dias haviam sido alguns dos piores de sua vida, não poder se aproximar muito de seu esposo era um verdadeiro martírio, assim como encarar os olhares de reprovação de seus familiares, mas nada era pior que ver aquelas lindas ônix cheias de dor, perceber o quanto havia machucado seu Uchiha era o mais doloroso, lhe doía na alma.

            É claro que a convivência de início havia sido incômoda, e é claro também que seu moreno não havia perdido qualquer oportunidade que fosse para vingar-se de si, fosse lhe telefonando em meio à noite para lhe comprar algo, fosse lhe dando as mais difíceis e descabeladas tarefas, apenas para vê-lo sofrer um pouquinho e o loiro é claro, as completava com satisfação, afinal depois de tudo merecia cada um dos “castigos” que recebera.

            Depois da conversa que tiveram no hospital, não havia tido outra alternativa além de demitir Fuu, esta que ficou possessa e havia ameaçado o denunciar por assédio, o qual não havia conseguido, já que ninguém naquela empresa havia aceitado testemunhar a seu favor, todos tinham um grande carinho pelo loiro, nem mesmo Tamaki havia a ajudado, já que Kiba havia ameaçado terminar tudo com a castanha caso ela mentisse pela amiga. E assim, Fuu foi embora, quebrando tudo no caminho ao seu redor, sendo ao final praticamente arrastada porta a fora pelos seguranças.

            Depois disso, o loiro havia tido de passar mais tempo na empresa, já que o trabalho havia se acumulado consideravelmente, com a garota demitida e seu amigo ainda de licença. Gaara até mesmo chegou a ajudá-lo, levando um pouco de trabalho para fazer em sua casa, ainda assim não era o suficiente e a maior parte do serviço caía nas costas do Uzumaki, que já ansiava por suas tão aguardadas férias.

            Naquele dia, o loiro ainda encontrava-se na empresa, mesmo já eram oito horas da noite e mesmo já sendo tão tarde, não pretendia ir para casa, pelo menos não até receber aquela ligação.

 

- Naruto... – ouviu a voz quebrada de seu moreno do outro lado da linha – preciso de você, eu acho... acho que já é hora... – o Uzumaki franziu as sobrancelhas sem entender, mas levantou-se e esqueceu-se de tudo, sem nem se dar o trabalho de desligar seu computador ao ouvir as seguintes palavras alheias – acho que o nosso filho vai nascer... – apenas pegou suas chaves do carro antes de sair.

 

(...)

 

            O loiro correu o mais rápido que pôde ao hospital, quase atropelando um cachorro e uma idosa no caminho, passando por vários sinais vermelhos, quase causando vários acidentes, até por fim chegar a seu destino.

            Estacionou e correu à entrada do hospital, sem nem mesmo lembrar de trancar as portas do carro. Dirigiu-se a recepção e lá lhe informaram que seu esposo já havia sido levado à sala de cirurgia. Com pressa, correu até a mesma, praticamente obrigando que as enfermeiras dessem passagem a si, estas que mesmo contrariadas pelo comportamento do maior, o ajudaram e vestir-se e higienizar-se para entrar à sala de cirurgia, onde dirigiu-se até a maca onde seu esposo estava, tomando sua mão.

 

- Naruto... – Sasuke sussurrou ao sentir a presença alheia e pôde sentir o sorriso deste sob a máscara cirúrgica.

- Vai ficar tudo bem Sasuke, eu estou com você. Eu sempre vou estar. – e apesar de tudo o que havia acontecido nos últimos tempos, essas palavras acalmaram ao moreno.

 

(...)

 

            Menos de uma hora e meia depois, um alto chorinho pôde-se ouvir naquela sala e os negros olhos do Uchiha marejaram ao ter o pequeno bebezinho em seus braços, sem poder evitar, depositou um pequeno beijo na testa da criança.

 

- Bem-vindo ao mundo, Menma.

 

(...)

 

05 de Outubro, ano X49:

 Kurama: 45, Itachi: 45, Naruto: 40, Sasuke: 40

 

            Depois do nascimento de Menma, tudo havia se acalmado e após muitos castigos e dias dormindo no sofá, Naruto finalmente havia recebido o perdão de seu esposo, que agora só queria esquecer tudo o que havia ocorrido e ser feliz com sua família, sabia que seu loiro nunca mais erraria novamente e no fundo até agradecia Fuu, já que após o passar de toda essa tormenta, estavam mais unidos que nunca.

            Kiba no entanto, havia finalmente terminado seu relacionamento com Tamaki, após entender que o que sentia pela castanha era unicamente desejo, uma paixão que em pouco tempo esvaiu-se, não deixando nada no processo, bem diferente do que sentia por sua ex-esposa, pois apesar de tudo o que havia feito, ainda amava Hinata, e arrependia-se todos os dias da besteira que havia feito, em trocar sua maravilhosa família por uma paixão passageira, principalmente quando via o olhar de repúdio no rosto de seu filho.

            Naquele dia, comemoravam o décimo quinto aniversário de Isao e o Inuzuka não sabia o que fazer, seu desejo era entrar e abraçar seu único filho, todavia tinha receio da reação do garoto, além é claro de Hinata, talvez não fosse certo obrigá-la a ver sua cara depois de tudo o que ele havia feito. Estava prestes a dar as costas e ir embora, quando uma doce voz o fez paralisar.

 

- Kiba? O que faz aqui? – surpreendeu-se ao encará-la, seus longos cabelos já não existiam, agora só iam até seus ombros e a vestimenta que usava a deixava ainda mais linda e delicada, já que trajava um macacãozinho justo preto, com um rabinho da mesma cor, gravata borboleta e orelhinhas, além de bigodinhos desenhados no rosto, ao seu olhar totalmente deslumbrante.

- Hinata... você está... – a mulher corou e mexeu nos dedinhos, envergonhada.

- Foi ideia das crianças, decidiram fazer uma festa a fantasia e bem, as mães decidiram vir vestidas de animais. Ficou estranho?

- É a gatinha mais linda que já vi na vida. – o rosto da Hyuuga ficou ainda mais vermelho.

- O-obrigada. Bem... veio ver Isao? – o maior assentiu – Ele está no jardim, com os amigos. Se quiser, pode me seguir. – virou-se para prosseguir seu caminho, mas antes que o fizesse, teve seu braço segurado.

- Hinata, eu... e-eu... – a menor suspirou.

- Agora não é hora Kiba, quando a festa terminar, podemos conversar. – o Inuzuka assentiu, para em seguida acompanhar sua ex-esposa até o local onde ocorria a festa, podendo ver a todos ali fantasiados, até mesmo o velho Hiashi, seu ex-sogro – Voltei!

- O que esse cara faz aqui? – foi a pergunta que um Isao vestido de pirata fez, assim que notou a presença masculina logo atrás de sua mãe, a mulher suspirou cansada, já prevendo a reação de seu filhote.

- Esse cara é o seu pai, Isao. – a Hyuuga falou com um tom de repreensão, pela forma que o garoto havia falado.

- Não, esse cara não é meu pai, meu pai morreu, junto com minha irmãzinha. – o coração do Inuzuka apertou diante de tais palavras e sem poder evitar abaixou a cabeça, sabendo que tudo o que ouvia era muito merecido.

- Isao, não fale assim com seu pai. – a Hyuuga repreendeu, mesmo também sentia uma dor em seu coração ao lembrar de sua filhinha falecida. O mais novo bufou e saiu batendo os pés, sumindo da vista de todos ali, a perolada abaixou a cabeça triste, até sentir uma pequena mão em seu ombro.

- Deixe que eu falo com ele, tia Hinata. – a pequena Mikoto falou, com um pequeno sorriso, que foi retribuído pela mais velha.

- Faça isso querida, eu lhe agradeço. – a Uzumaki sorriu mais uma vez, antes de ir na direção que seu melhor amigo havia tomado.

- Ele me odeia agora, não é? – o Inuzuka ainda tinha a cabeça baixa, a mulher se virou em sua direção.

- Deixe-o Kiba, ele só precisa de tempo. – a mulher ainda sorriu pequeno para acalmá-lo, o que só fez com que o coração do maior se contraísse mais em seu peito.

- Como... como ainda pode me tratar assim, Hinata? Depois de tudo o que eu fiz... por que é tão boa comigo? – a Hyuuga abaixou os olhos.

- Confesso que fiquei muito magoada depois de tudo o que aconteceu, mas... você ainda é o pai do meu filho Kiba e independente de qualquer coisa, tenho um carinho muito grande por você. – a menor tomou o cuidado para não deixar escapar a palavra amor, substituindo-a por carinho, pois apesar de tudo, ainda era apaixonada pelo homem à sua frente – Pelo bem de Isao, temos que aprender a relevar os nossos erros e... e conviver, não acha?

- Mas Hinata...

- Além disso Kiba, eu te entendo, entendo o porquê fez tudo aquilo. Não digo que concordo ou aceito, mas entendo, e acho que o melhor que temos a fazer é virar essa página e esquecer, não acha? – o maior sentiu seus olhos arderem.

- Então... você... me perdoa? – perguntou apreensivo, a mulher sorriu pequeno.

- Eu já te perdoei Kiba... há muito tempo. – aquelas palavras paralisaram ao castanho, que simplesmente permitiu que as gotas salgadas rolassem por seu rosto – Agora vamos, tenho muita coisa para arrumar nessa festa ainda. – e sem dizer mais nada, seguiu ao local onde a festa já havia iniciado, sem ser consciente do quanto suas palavras haviam afetado seu ex-marido, que chorava copiosamente.

- Kami... o que eu fiz?

 

(...)

 

- Anda Isao, desça dessa árvore, sabe que eu não posso subir. – a Uzumaki falou irritada pelo comportamento de seu amigo, por que toda a vez que ficava triste ou irritado tinha que subir em uma droga de árvore? Era complexo de esquilo o que tinha?

- Me deixe em paz, Mikoto. – a menor suspirou e olhou para todos os lados, antes de trepar-se também naquela árvore – O que está fazendo?

- Vou subir. – o maior piscou os olhos surpreso.

- Mas você está de vestido.

- Eu sei, olha o que você me obriga a fazer. – finalmente conseguiu chegar ao galho em que o mais velho estava e sentando-se ao seu lado, suspirou – Até quando planeja tratar o seu pai desse jeito?

- Não quero falar disso, Mikoto.

- Olha, eu entendo o que está sentindo, seu pai fez algo muito errado, mas... – foi interrompida.

- Ele machucou minha mãe, Mikoto. Foi o causador da morte da minha irmãzinha. Sabe quantas vezes ouvi minha mãe chorar do quarto, depois daquilo? Eu o odeio. – a garota suspirou.

- E acha que sua atitude não a machuca também?

- O que? – perguntou surpreso, fixando as orbes pérolas nas negras contrárias.

- Sim, acha que tia Hinata gosta de ouvir você dizendo que odeia o pai? De te ouvir relembrando a todo o momento da filhinha que ela perdeu? – indagou a loira, fazendo-o pela primeira vez refletir seu comportamento.

- Eu não... – e pela primeira vez desde o início de tudo aquilo, não sabia o que dizer.

- Tia Hinata é uma boa pessoa, com um coração gigante, se ela foi capaz de perdoar o seu pai, por que você não?

- Eu... não sei. – o perolado abaixou os olhos, sentindo-se triste e envergonhado.

- Dê uma chance a ele, se não for por ele, faça por ela, pela sua mãe.

- Eu... não sei se consigo, ainda tenho raiva dele. – explicou o rapaz.

- Consegue, eu sei que sim. E eu vou estar com você... – pegou na mão do rapaz, entrelaçando seus dedos com os contrários – sempre.

 

(...)

 

            O Inuzuka olhava tudo com olhos tristes, todos os casais interagindo de forma tão amorosa, Sakura (com uma fantasia de coelha branca parecida à de sua ex-esposa) ajudava Hanabi (que também usava uma fantasia igual a da irmã, só que marrom e de cachorro) e Hinata a arrumar a mesa dos salgadinhos, enquanto Konohamaru, o marido da Hyuuga mais jovem cuidava da filhinha de ambos, uma pequena menininha de apenas um ano e meio. Naruto e Sasuke (vestidos de cawboy e mágico, respectivamente) conversavam muito entretidos com Gaara e Kankuro (vestidos graciosamente de policial e presidiário), enquanto o ruivo e o Uchiha amamentavam os pequenos Shukaku e Menma, e Sai (vestido de vampiro) corria de um lado para o outro atrás das pequenas Ajisai e Naruko (ambas vestidas de princesas). Seu coração apertou ao ver tal cena, sentia-se um estúpido em ter deixado tudo isso, todos seus amigos e família, por uma paixão que não valia a pena.

 

- Fui um idiota. – sussurrou, mais afastado de todos.

- Nisso eu concordo. – seus olhos arregalaram-se e temeroso, virou-se para encontrar as acusatórias orbes pérolas de seu filho, parecia que finalmente havia chegado a hora de conversarem.

 

(...)

 

12 de Outubro, ano X49:

 Kurama: 45, Itachi: 45, Naruto: 41, Sasuke: 40

 

            O loiro sentia-se muito nervoso, era o aniversário de quinze anos de suas gêmeas e haviam organizado uma grande festa, muito parecida com a de sua amiga rosada há anos atrás.

 

- Como estou? – perguntou nervoso, alisando o paletó de seu terno negro, o moreno sorriu.

- Lindo. – foi sua vez de sorrir.

- Você também. – o moreno apenas assentiu, ambos estavam vestidos iguais, com um terno completamente negro, a única diferença era a camisa que usavam por baixo, enquanto a de Naruto era um laranja extravagante, a de Sasuke era um discreto azul claro. O loiro paralisou ao ouvir a música de entrada de suas pequenas.

 

“Come stop your crying (Vamos, pare de chorar)

It'll be all right (Vai ficar tudo bem)

Just take my hand (Apenas pegue minha mão)

Hold it tight (Segure forte)”

 

            As duas meninas apareceram na porta, cada qual vestida a seu estilo, enquanto Kushina usava um vestido cinza e preto, o de Mikoto era um discreto branco e bege, não menos bonito que o de sua irmã. Ambos pais foram até as meninas e após cumprimentá-las com um beijo em cada testa, guiaram-nas até a pista de dança, Naruto à Mikoto e Sasuke à Kushina.

 

“I will protect you (Eu te protegerei)

From all around you (De tudo ao seu redor)

I will be here (Eu estarei aqui)

Don't you cry (Não chore)”

 

            Após guiarem-nas cada qual na valsa, ambos tomaram as mãos das pequenas e depositando um simples beijo na testa, as saudaram.

 

- Feliz aniversário minhas princesas, estão lindas. – Sasuke falou, muito emocionado.

- Sim, desejamos que sejam muito felizes. – e o loiro estava ainda mais, tinha de segurar o choro para não fazer fiasco na frente dos convidados.

- Obrigada mamã, obrigada papa. – ambas sorriram e agradeceram ao mesmo tempo, os pais se afastaram, dando a oportunidade para os avós cumprimentarem-nas, ambos permaneceram em um canto observando, com o maior circulando com seus braços a cintura do menor.

 

“For one so small, (Para alguém tão pequena)

you seem so strong (Você parece tão forte)

My arms will hold you, (Meus braços te abraçarão)

keep you safe and warm (Manterão você segura e aquecida)

This bond between us (Este laço entre nós)

can't be broken (Não pode ser quebrado)

I will be here (Estarei aqui)

Don't you cry (Não chore)”

 

            Após os parentes mais próximos, finalmente havia chegado a hora dos “príncipes” e não foi surpresa para ninguém quando Isao surgiu do meio dos convidados, aproximando-se à pequena Mikoto, depositando um pequeno beijo nas costas de sua mão, para em seguida tirá-la para dançar, todos já esperavam isso, o que ninguém esperava era que do meio do povo, uma minúscula Fuyu aparecesse, vestida com um terno “masculino”, para então aproximar-se de uma sorridente Kushina, ficando nas pontas dos pés, para deixar um inesperado beijo em seus lábios.

 

- Mas que porr... – o loiro Uzumaki soltou pelo choque, tendo sua boca tampada pela mão pequena de seu esposo.

- Calado Naruto, só aprecie. – o maior piscou atônito a seu moreno, que tinha um sorriso de lado nos lábios, como se já soubesse disso a muito tempo.

 

“'Cause you'll be in my heart (Porque você estará em meu coração)

Yes, you'll be in my heart (Sim, você estará em meu coração)

From this day on (Deste dia em diante)

Now and forever more (Agora e para sempre mais)”

 

- Parece que surpreendemos todo mundo. – a pequenina Fuyu falou, enquanto encarava as lindas orbes azuis que tanto amava.

- Sim, acha que terá algum problema? Acha que podem não gostar do nosso relacionamento? – a moreninha aniversariante perguntou à sua pequena namorada, vários centímetros mais baixa, essa que deu de ombros.

- Independente de gostarem ou não, ninguém nunca vai nos separar. – a Uzumaki só pôde sorrir com as palavras da loirinha.

 

“You'll be in my heart (Você estará em meu coração)

No matter what they say (Não importa o que eles dizem)

You'll be here in my heart, always (Você estará aqui em meu coração, sempre)”

 

- Ainda não acredito. – a boca de Kurama ainda estava entreaberta pela surpresa, nunca havia imaginado as “preferências” de sua sobrinha mais velha.

- Nem eu. – Itachi também ainda estava espantado por tal revelação – E elas esconderam direitinho da gente.

- Sim, mas foram muito corajosas em se revelar assim, na frente de todo mundo, quando ninguém esperava. – o ruivo Namikaze finalmente conseguiu fechar sua boca.

- Né, só podia ser a filha do Deidara, para ser tão cara de pau. – Konan falou divertida, tão surpresa quanto todos.

- Ei! – Deidara reclamou, mas no fundo estava orgulhoso da coragem de sua pequena filha.

 

“Why can't they understand (Por que eles não conseguem entender)

the way we feel (A maneira como nos sentimos?)

They just don't trust (Eles simplesmente não confiam)

What they can't explain (Naquilo que não conseguem explicar)

I know we're different but, (Eu sei que somos diferentes mas,)

deep inside us (Fundo, dentro de nós)

We're not that different at all (Não somos tão diferentes assim)”

 

            A festa continuou sob muitas lágrimas e risadas, todos estavam muito alegres, podendo compartilhar mais um momento importante juntos e quando finalmente aproximava-se à meia noite, todos foram ao jardim, onde seriam estourados os fogos de artifício coloridos.

 

- Ainda não acredito que tivemos essa coragem. – Kushina falou, em um canto, mais afastada dos outros, suas mãos entrelaçadas às de sua namorada, esta que sorriu.

- Ainda não sei porquê se surpreende, sabe que eu gosto muito de você. – a moreninha sorriu, corada, enquanto a menor tomava sua cintura – Eu amo você, Kushina.

- Eu também, amo você Fuyu. – ambas sorriram uma a outra, antes de selarem suas palavras com um beijo apaixonado.

 

“And you'll be in my heart (E você estará em meu coração)

Yes, you'll be in my heart (Sim, você estará em meu coração)

From this day on (Deste dia em diante)

Now and forever more (Agora e para sempre mais.)”

 

- É tão lindo. – a pequena Mikoto falou, enquanto admirava encantada as diversas luzes dos fogos de artifício, sem perceber o olhar alheio sobre si.

- Sim, é linda. – mas Isao não falava necessariamente dos fogos, já que seu olhar estava sob a iluminada face de sua melhor amiga, que parecia ainda mais linda naquele dia – Mikoto...

- Sim? – a loirinha virou o rosto na direção de seu melhor amigo, arregalando os olhos ao sentir pela primeira vez lábios de outra pessoa sobre os seus, em um beijo curto e desajeitado, típico de um primeiro beijo – Isao... – o garoto nada disse após se separarem, estava muito envergonhado, seu rosto completamente vermelho, assim como sua mãe, também era muito tímido, a garota sorriu e mesmo também envergonhada e corada, acariciou o rosto alheio – Também gosto muito de você. – foram suas palavras antes de retribuir o beijo do garoto ao seu lado.

 

“Don't listen to them (Não dê ouvidos a eles)

'Cause what do they know (Porque, o que eles sabem?)

We need each other, (Nós precisamos um do outro)

To have, to hold (Ter um ao outro, abraçar)

They'll see in time (Eles verão com o tempo)

I know (Eu sei)”

 

- Ficou lindo Naru, você fez um bom trabalho. – o Uchiha admirava embelezado as luzes dos fogos no céu, o loiro sorriu, tomando a cintura contrária.

- Obrigado. Olhando essas luzes agora, me lembro de algo. – o menor franziu as sobrancelhas, curioso – Nosso segundo beijo, quando nos entendemos no aniversário de Sakura. Lembra-se? – o moreno sorriu.

- Como não lembrar?

 

Flashback on:

 

- Me desculpe, me desculpe, me desculpe Sasuke. Eu vou dizer quantas vezes precisar, até que você me ouça e entenda que eu me arrependi. Eu nunca quis te machucar, eu... só fui um idiota como sempre, não pensei nas consequências dos meus atos. – a essa altura as lágrimas do loiro também rolavam sobre a pele bronzeada – Por favor, me deixa explicar.

- Pode... sair de cima de mim? – o moreno perguntou angustiado, o loiro negou.

- Não, não até que você me ouça. Sasuke, eu só fiz tudo aquilo porque eu estava confuso e com medo que você... me rejeitasse. – foi sincero e despejou tudo, desde quando seus sonhos haviam começado até a ideia ridícula do namoro falso, Sasuke ouviu tudo atentamente, surpreso e envergonhado pelas partes reveladoras dos sonhos do amigo de infância – Eu só queria... ficar com você.

- E por que não me falou antes? Por que não foi sincero? Naruto eu... pode... se levantar? Meus pulsos estão doendo. – pediu, ignorando as gotas frias que escorriam sobre seu rosto, Naruto acabou corando e levantou-se, estendendo uma mão para ajudar o moreno, ambos agora encontravam-se de pé, parados no meio da ponte, os olhos do moreno voltados para os patos no lago, que nadavam alheios à toda a confusão acima, enquanto os do loiro não deixavam momento algum o Uchiha, estava com medo dele ir embora, fugir como vinha fazendo a meses – Por que não me falou antes?

- Eu já disse, estava com medo, pensei que fosse me rejeitar. – a voz do loiro saiu quase em um sussurro e o mesmo surpreendeu-se ao ouvir a resposta do amigo.

- E por que eu te rejeitaria? – Sasuke o encarou, seus olhares se cruzaram e mesmo sem nada dizer, podiam perceber os sentimentos alheios apenas com o olhar, pela primeira vez, estavam completamente “nus” aos olhos um do outro. O Uzumaki aproximou-se receoso, não tendo certeza se seria a coisa certa, se o outro o aceitaria, mas não deixou que a covardia o atingisse, aproximou-se mais, até estar a centímetros do Uchiha, que também não recuou e fechou os olhos, já sentindo a respiração pesada alheia contra seu rosto e aconteceu, seus lábios tocaram-se no momento em que o relógio badalou à meia noite e os fogos de artifício cor de rosa contratados pelos pais de sua amiga brilharam no céu.

 

Flashback off

 

- É impossível esquecer, foi a primeira vez que você disse que me amava. – o moreno sorriu ao recordar aquela lembrança tão querida, de anos atrás, ocorrida nesse mesmo lugar, que para eles havia se tornado tão especial. O loiro tocou sua face com carinho.

- Foi a primeira vez que tive coragem de dizer que te amava, mas não será a última, nunca vou me cansar de dizer o quanto te amo Sasuke, você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, se pudesse voltar no tempo, faria tudo outra vez, exatamente igual. Te amo tanto, me desculpe por tudo, por todos os meus erros e principalmente por... – o menor o calou, com um dedo em seus lábios.

- Isso já não é mais importante, o que importa é que estamos juntos e assim vamos ficar, até ficarmos bem velhinhos. – o Uzumaki sorriu pelas palavras de seu amado – Eu te amo. – e lembrando-se de suas palavras há tantos anos atrás, nesse mesmo lugar, o mais velho o respondeu.

- Idem. – após essa única palavra, uma vez também dita por seu Uchiha, o Uzumaki juntou seus lábios em mais um de seus tão perfeitos beijos.

 

“When destiny calls you (Quando o destino te chama)

You must be strong (Você precisa ser forte)

I may not be with you (Eu posso não estar com você)

But you've got to hold on (Mas você terá que segurar)

They'll see in time (Eles verão com o tempo)

I know (Eu sei)

We'll show them together (Nós mostraremos a eles juntos)

 

'Cause you'll be in my heart (Porque você estará em meu coração)

Believe me, you'll be in my heart (Acredite em mim, você estará em meu coração)

From this day on (Deste dia em diante)

Now and forever more (Agora e para sempre mais.)

 

Oh, you'll be in my heart (Oh, você estará em meu coração)

(You'll be here in my heart) ((Você estará aqui em meu coração))

No matter what they say (Não importa o que dizem)

(I'll be with you) ((Eu estarei com você))

You'll be here in my heart, always (Você estará em meu coração, sempre)

(I'll be there always) ((Eu estarei lá sempre))

Always (Sempre)

 

I'll be with you (Eu estarei com você)

I'll be there for you always (Eu estarei lá para você sempre)

Always and always (Sempre e sempre.)

Just look over your shoulder (Só olhe sobre seu ombro)

Just look over your shoulder (Só olhe sobre seu ombro)

Just look over your shoulder (Só olhe sobre seu ombro)

I'll be there always (Eu estarei lá sempre)”

 

(...)

 

            O loiro estava muito sorridente quando retornaram à sua casa, tanto que o ruivo até estranhou e ficou desconfiado, quando ao chegar ao quarto, logo após colocar seu caçula, o pequeno Aki (que havia recebido esse nome por ter nascido no outono) na cama, o maior o tomou de surpresa da cintura.

 

- Deidara, me assustou. – reclamou, para em seguida virar a cabeça, dando mais espaço para os beijos do loiro em seu pescoço – Dei...

- Quero brincar, Danna. – o maior pediu em seu ouvido, mordiscando a ponta de sua orelha.

- Hm... – gemeu – O que te deixou tão empolgado hoje, heim?

- Você sempre me deixa empolgado, ruivinho. – os beijos subiram até os lábios de seu esposo – Tenho um presente para você. – o Akasuna suspirou, já imaginando que tipo de presente seu marido tinha para si e não errou, seu rosto ficou muito corado quando viu o disfarce dentro da caixa.

- Deidara...

- Anda ruivinho, se veste para mim. Eu já estou todo vestido para você, mas só te mostro se colocar o meu presente. – sussurrou novamente, de forma sedutora no ouvido do menor, que não pôde evitar deixar escapar um novo gemido e concordar, mesmo muito envergonhado. Indo ao banheiro, o Akasuna procedeu a tirar sua roupa e vestir aquele vergonhoso disfarce, que não era nada menos que uma fantasia curta de couro negro de domador, com meias negras que iam até o início de suas coxas, enquanto na mão segurava um pequeno chicote.

- Estou ridículo. – soltou, mirando-se no espelho, com as bochechas quase tão vermelhas quanto seu cabelo, não entendia porquê seu marido gostava tanto desse tipo de brincadeiras. Respirando fundo, deixou o banheiro, andando com muita vergonha até a cama, onde arregalou os olhos ao ver seu marido praticamente despido, apenas com uma pequena cueca cinza, em formato de elefante, no qual a tromba abrigava seu generoso membro.

- Venha meu domador, venha me domar. – o loiro chamou, com uma voz sedutora, que se apagou quando as risadas do menor surgiram – Do que está rindo?

- Kami Deidara, de onde tirou uma fantasia tão esquisita? E eu que pensava que eu estava ridículo. – o maior sorriu de lado.

- Vou te mostrar quem é o ridículo agora. – e dizendo essas palavras, o loiro correu até o esposo, o tomando pela cintura e voando para cima da cama com o mesmo, o fazendo rir, para em seguida ter seus lábios aprisionados pelos de seu marido.

 

            Os beijos tornaram-se longos, quentes e necessitados, as mãos exploravam com desespero o corpo contrário e as línguas já tão conhecidas entrelaçavam-se dentro das bocas, desejando vencer em uma batalha que era só delas e que tirou o fôlego do menor no quarto.

 

- Já cansado, amor? Pensei que meu domador fosse castigar o seu elefantinho. – o loiro o provocou, deslizando suas mãos pelo corpo contrário, sorrindo largo ao sentir-se ser empurrado por um ainda ofegante Sasori.

- Sim, acho que você se comportou muito mal. – o menor finalmente entrou na brincadeira e deixando um rápido beijo nos lábios de seu marido, desceu os seus próprios pelo corpo bem formado. Sorrindo de lado, pegou o pequeno chicote, deslizando-o delicadamente sobre a pele bronzeada de seu loiro, que mordeu o lábio inferior ao sentir o primeiro suave golpe ser desferido por seu tronco, que longe de dor, só o que lhe causou foi uma enlouquecedora sensação de prazer – Que elefantinho mau, olhe só, sua tromba já está de pé. – falou o ruivo após mais alguns “golpes” com o chicote, o loiro sorriu cheio de malícia.

- Oh sim, ela está de pé todinha para você. – o maior embora ofegante, estava satisfeito ao ouvir a atrevida resposta contrária.

- Então acho que tenho que me responsabilizar, não é? – o menor perguntou com ar inocente.

- Com toda certeza. – respondeu, antes de ver como seu esposo, com as bochechas coradas, abria os botões da pequena abertura em sua fantasia e molhando os próprios dedos com saliva, introduzia-os um a um em seu próprio interior, apenas essa imagem quase fez Deidara gozar, e já sem aguentar, inverteu as posições em que estavam, jogando o menor sobre a cama e retirando sua pequena cueca de elefante, colocou-se entre as pernas do ruivo, penetrando-o de uma só vez, o fazendo gemer e arquear as costas.

- Ah... – o menor gemeu pela repentina dor, agarrando-se ao corpo maior, apertando suas unhas nas costas bronzeadas. O loiro então aguardou até que seu esposo se acostumasse um pouco com seu volume, e devagar começou a movimentar-se, aumentando o ritmo das estocadas à medida que ouvia os pedidos desesperados por mais, de seu pequeno.

- Você me enlouquece, ruivinho. – tomou os lábios que tanto amava para si, explorando com sua língua aquela cavidade que há tempos já era sua, enquanto afundava-se no interior do ruivo, que pedia por mais, arranhando as costas alheias. Invertendo mais uma vez as posições, sentou-se na cama, com o Akasuna sobre seu colo, quicando sobre si, sem separar seus lábios por nenhum momento. Faltando o fôlego, separou o beijo e desceu seus lábios ao pescoço claro de seu ruivo, enquanto este jogava a cabeça para trás e segurava os longos cabelos loiros em suas mãos, os puxando, enquanto seu corpo movia-se para cima e para baixo, até ambos já não aguentarem e gozarem juntos ao mesmo tempo, o ruivo entre seus corpos e o loiro dentro de seu esposo, para em seguida caírem cansados lado a lado sobre a cama – Isso foi... maravilhoso. – o menor sorriu.

- Não sei porquê gosta tanto dessas fantasias pervertidas.

- Por um simples motivo meu pequeno ruivo... eu adoro ver o seu rosto corado, envergonhado. – o menor entreabriu a boca pasmo, contudo antes que pudesse dizer qualquer coisa, seu loiro o beijou – Estou muito feliz, Danna. – o ruivo se ajeitou e se aninhou entre os braços de seu esposo, assim que o sentiu puxá-lo para si.

- Eu também, eu... tam... bém... – o menor acabou caindo no sono sem nem perceber. O loiro sorriu, deixando um suave beijo em sua testa, para em seguida também ajeitar-se para dormir, com seu amor ainda entre seus braços.

 

(...)

 

24 de Julho, ano X51:

 Kurama: 48, Itachi: 48, Naruto: 42, Sasuke: 42

 

- É linda, Tobi. – o Uchiha afagava com delicadeza a face da pequena Mahina, filha recém-nascida de Obito e Kakashi.

- Sim, obrigado, Itachi-senpai. – o outro Uchiha agradeceu, enquanto recebia novamente em seus braços sua pequena bebezinha, uma linda menina de cabelos acinzentados como os do pai e olhos ônix, como os seus, sua pele tão pálida quanto a sua.

- E Kakashi? – Kurama perguntou, notando a ausência de seu velho amigo.

- Saiu para comer alguma coisa, daqui a pouco deve estar voltando. – respondeu, ajeitando sua menina em seu colo, vendo como a mesma segurava com as mãozinhas pequenas e gorduchas o tecido de sua blusa, sem nem abrir os olhinhos.

- Ele deve estar muito feliz. – Obito assentiu.

- Sim, só sai daqui para comer e quer ficar o tempo todo com ela no colo, ainda bem que amanhã Mahina e Tobi vão para casa. – respondeu, deixando um pequeno beijo na mãozinha de sua bebê, que suspirou em meio ao sono, Kurama apenas sorriu ante aquela cena.

 

(...)

 

- Quero mais um filho, Itachi. – o moreno paralisou ao ouvir aquelas palavras.

- O que? Está de brincadeira? – perguntou, ainda atônito pelo que havia escutado, o ruivo negou.

- Não. Quero um filho para cuidar e mimar, ou melhor ainda, uma filha. – sorriu, já imaginando como seria sua menina, talvez uma ruivinha, como o eram seus outros filhos.

- Não pode cuidar de nossa neta? – perguntou, referindo-se à pequena filhinha de já três anos de Arashi e Yuki, o maior negou.

- Não, eu quero uma menina nossa, com os seus traços, com os nossos traços. Quero uma nova partezinha nossa. – pediu.

- Kurama, já estamos velhos para isso, já temos quase cinquenta anos. – o maior fez bico.

- Por favor Itachi, Obito e Kakashi tem a nossa idade. – o menor suspirou, já sabendo que seu marido não mudaria de ideia enquanto não tivesse uma pequena bonequinha em seus braços, mas... deveria ele aceitar isso?

 

(...)

 

02 de Agosto, ano X52:

 Kurama: 49, Itachi: 49, Naruto: 43, Sasuke: 43

 

            Arrependia-se tanto de suas palavras a pouco mais de um ano atrás, nunca deveria ter feito aquele pedido à Itachi, se não o houvesse feito, isso nunca teria acontecido. Deixou mais algumas lágrimas caírem, seu coração doía tanto, como faria agora? Como poderia viver sozinho, sem ele? Ainda chorando, lembrou-se do que a Haruno havia lhes dito meses atrás, quando havia lhes informado do problema de seu esposo.

 

Flashback on:

 

- E você também deve fazer absoluto repouso, entendeu Itachi? Você já não é mais tão jovem e sua pressão está muito alta. Eu vou ser muito sincera, é muito possível que você não chegue ao nono mês. – a expressão da rosada era séria e isso só o deixava mais apavorado, já tinha discutido várias vezes com seu esposo, desde que este havia engravidado e os problemas de saúde haviam iniciado, e havia chegado até mesmo a expor a ideia de interromper a gravidez, mas é claro que o Uchiha se negou, como a mãe superprotetora que sempre havia sido desde a gravidez de Arashi, ele preferia colocar sua vida em risco a perder seu bebê.

 

Flashback off

 

            Deveria naquela época, quando Sakura lhes deu aquelas notícias, ter convencido seu esposo, o obrigado a interromper a gravidez, apesar de saber que jamais conseguiria isso, Itachi era teimoso demais para deixar-se convencer.

 

- Itachi... – soluçou, lembrando-se de seu tão precioso esposo, os momentos tão especiais que haviam tido até aquele terrível dia.

 

Flashback on:

 

- Kurama... por que você não gosta de mim?- o pequenino perguntou receoso.

- Você é chato, sempre sabe tudo, é pequeno demais, então meu pai sempre briga comigo quando a gente brinca e você se machuca. – aquilo deu uma ideia ao menor.

- Se eu fosse maior então você iria gostar de mim? – o outro deu de ombros.

- Não sei. Mas isso não tem como acontecer. – o menor mordeu o lábio pensativo.

- Mamãe usa um sapato para ficar mais alta. Se você quiser eu... eu... – o moreninho falou envergonhado, o outro finalmente o olhou.

- Mas isso é sapato de mulher. Você é estranho. – o menor abaixou a cabeça, os olhinhos enchendo d’água, que o outro acabou percebendo, suspirou – Você é chato e esquisito. Mas... eu gosto de você. – o mais velho falou e acabou corando ao fitar o sorriso largo no rostinho alheio – Itachi... desculpa. – pediu sincero dessa vez, o menor assentiu feliz, saindo de seu cantinho e indo em direção do mais velho, que o olhou confuso, arregalando os olhinhos azuis ao sentir os braços pequenos em si, em um abraço.

- Mamãe diz que a gente deve abraçar quando pede desculpas. – Itachi falou com as bochechas vermelhas, logo virando-se para voltar ao seu cantinho do castigo, por isso nem percebeu o sorriso que surgiu na face alheia. 

 

Flashback off

 

Flashback on:

 

- O que faz aí, Kurama? – Itachi inquiriu ainda batendo aquele pezinho, o outro nem ao menos se deu ao trabalho de lhe responder, apenas desviou os olhos, o que deixou o moreninho irritado – Tia Kushina ficou triste, por que você falou aquilo?

- Porque é verdade, eu não quero nenhum irmão Itachi, ele vai roubar os meus pais de mim, eu vou ficar sozinho. – o ruivinho se justificou, a verdade era que estava morrendo de ciúmes do novo irmãozinho, que nem ao menos havia nascido.

- Não é verdade, mamãe me disse que amor quando dividido não diminui, ele aumenta. Seu irmãozinho não vai roubar os seus pais, você só vai ter que dividir e vai ganhar alguém para brincar, já que não gosta de brincar comigo. – o moreninho ditou um pouco mais baixo a última parte, tristonho, não importava o que fizesse, Kurama nunca lhe dava a atenção que ele queria – E também, mesmo que seus pais fiquem um pouquinho ocupados você tem eu, eu nunca vou te deixar sozinho. – o pequeno falou e o outro o olhou com os olhinhos cheios d’água.

- Promete? – o menor balançou a cabecinha.

- Prometo. 

 

Flashback off

 

- Você mentiu... me deixou sozinho. – soluçou novamente.

 

Flashback on:

 

- Enlouqueceu, Kurama? – já na cozinha, o ruivo finalmente o soltou e ele agora esfregava o pulso dolorido, arregalando os olhos quando o Namikaze o prensou contra a parede, colocando as duas mãos ao lado de sua cabeça.

- Você vai viajar com aquele idiota? – o ruivo perguntou irritado, os olhos azuis nos negros.

- Eu não sei ainda. Mas isso não é da sua conta. – o Uchiha deixou-o ainda mais irritado.

- Claro que é da minha conta. – o outro o encarou desafiador.

- Ah, é? E por quê? Você vive saindo com as suas amiguinhas e eu não falo nada. – o menor estava tão irritado quanto o outro, Kurama às vezes parecia fazer questão de testar sua paciência.

- É diferente, aquele ruivo só quer se aproveitar de você, será que você não vê? – o maior falou, aquele moreno sempre conseguia de alguma forma tirá-lo do sério.

- Se aproveitar de mim? Você é um idiota, Kurama. O Sasori não é assim. – o mais velho ficou ainda mais irritado, ele estava defendendo o ruivo descarado?

- Você é inocente demais Itachi, só você não vê como aquele sujeito te olha. – o Namikaze falou e o outro ficou ainda mais irritado.

- Isso é coisa da sua cabeça, seu idiota. – o moreno passou por baixo dos braços do mais alto, mas sendo puxado novamente pelo mais velho, que acabou colando seus corpos, deixando o menor extremamente corado – O-o que está fazendo?

- Você não vai, Itachi. Você é só meu. – Kurama falou, antes de juntar seus lábios em um beijo, seu primeiro beijo.

 

Flashback off

 

- Itachi... – mais um soluço, levou os dedos aos próprios lábios, desejando sentir mais uma vez a maciez dos alheios sobre os seus, as gotas de suas salgadas lágrimas caindo sobre seu rosto e lábios – Por quê?

 

Flashback on:

 

- K-kurama... você... est-tá...

- O que eu posso dizer? Você me deixa louco, Itachi. – o ruivo estava um pouco envergonhado, é claro não tanto quanto o Uchiha, que tinha o rosto muito vermelho – Tachi... nós já estamos namorando a um tempo, nos conhecemos desde sempre, estamos sozinhos e isso é raro... sabe, podíamos não sei, estreitar a nossa relação.

- Eu não sei se isso é uma boa ideia. – falou nervoso, não era a primeira vez que o ruivo falava disso, mas não sentia-se totalmente pronto para um passo como aquele.

- E por que não seria uma boa ideia? Eu te amo, você me ama... você me ama, não me ama? – o moreno balançou a cabeça positivamente – Então... o que me diz? – a verdade era que o moreno estava sentindo-se pressionado, já tinha um mês que Kurama só sabia falar daquilo, mas estava com medo, ainda assim, o ruivo havia sido tão insistente que nem percebeu, quando viu já tinha concordado.

 

Flashback off

 

Flashback on:

 

Adentrou o templo, percebendo todos levantados o aguardando, com sorrisos nos rostos, seu pequenino observava tudo curioso junto à Naruto, enquanto sua irmãzinha olhava tudo encantada junto à Sasuke, seu noivo o aguardava na ponta, tão lindo que deixou escapar um sorriso de seus lábios. Fugaku o guiou até o altar e Kurama se aproximou, cumprimentando o sogro e depositando um beijo na testa de seu moreno.

 

- Está lindo. – o Namikaze falou, levando embora todas as dúvidas do Uchiha, sua voz até embargou-se ao repetir as palavras ditadas pelo celebrante e seus olhos embaçaram-se quando ouviu as mesmas pronunciadas na voz de seu ruivo, lágrimas essas que finalmente se libertaram ao ouvir o celebrante lhes dizer que poderiam se beijar. Kurama aproximou-se e depositou um beijo cálido em seus lábios, entrelaçando seus dedos e o Uchiha sorriu, agora enfim estavam casados.

 

Flashback off

 

            Ainda chorando, levou seus dedos a aliança, que ainda encontrava-se em seu dedo, acariciando-a delicadamente, como se esse carinho de alguma forma pudesse chegar a ele, a seu amor.

 

Flashback on:

 

- Itachi, cuidado, ela pode te morder. – o ruivo avisou, mas o moreno nem mesmo pareceu ouvi-lo e levando uma mão ao pêlo do animal, começou a acariciá-lo. Temeroso, o Namikaze aproximou-se, prevendo o momento em que a raposa abocanharia o braço de seu ingênuo esposo, momento este que nunca chegou, já que a mesma apenas choramingou e grunhiu quando o moreno, encontrando o problema, retirou um pequeno galho da patinha já machucada, e rasgando um pedaço da própria camiseta, enfaixou no animal, que entortou a cabeça confuso, antes de lamber a mão do moreno em agradecimento.

- Viu como ela é fofa, Kurama?

- Sim, fofa. – o ruivo tentou se aproximar mais, contudo o animalzinho retrocedeu, temeroso, o Uchiha riu.

- Fofa e desconfiada, acho que tenho um nome para ela. O que acha de... Kurama? – o ruivo arqueou uma sobrancelha.

- Está brincando, não é? Vai dar o meu nome para esse bicho? – o Uchiha riu da indignação do marido.

- Não seja chato. Ei pequena Kurama, o que acha do seu nome? – perguntou, enquanto afagava o alaranjado pêlo do animal, que pareceu sorrir, enquanto se esfregava no Uchiha, buscando atenção, ainda encarando desconfiada o Namikaze – Não precisa ter medo, esse aí só tem cara de mau, mas é um coração mole.

- Itachi! – o ruivo repreendeu o menor, que deu de ombros.

- Kurama, vem conhecer a Kurama. – o ruivo bufou, ainda assim aproximou-se com cautela, observando a pequena raposa se encolher a cada passo seu, acabou sorrindo, o alaranjado pêlo era macio.

- Só você mesmo para fazer uma coisa dessas comigo, Itachi. 

 

Flashback off

 

- Só você já sabia, não é Kurama? – falou a si próprio, enquanto relembrava o quanto a pequena raposa andava triste nos últimos dias, como se previsse uma terrível tempestade, que nunca se afastaria de suas vidas – Só você sabia...

 

Flashback on:

 

- O que foi, Kurama? Por que está tão triste? – Itachi perguntou à pequena raposa, que pulando em seu colo, abrigava-se entre seus braços, como há alguns dias vinha fazendo, ou buscava colo, ou ficava deitadinha em baixo de sua cadeira, mas sempre ficava junto ao moreno, com os grandes olhos tristes.

- Que estranho, ela é sempre tão alegre. – Arashi comentou, enquanto observava a carente raposa pedir carinho à sua mãe.

- Ela está assim há alguns dias, não desgruda do Itachi. – Kurama explicou, agora percebia que deveria ter prestado mais atenção nas reações da raposa.

 

Flashback off

 

Flashback on:

 

- ITACHI! ITACHI, ACORDA! – gritou, ao ver o moreno cair na inconsciência, logo após o nascimento de seu filho, outro menino.

- K-kurama... – o menor abriu os olhos, sentindo-se exausto, seu rosto muito pálido – C-cuide dele...

- O que está falando? Vamos cuidar juntos. – o moreno sorriu fraco, sabia que isso não aconteceria, podia sentir a vida abandonando seu corpo, pouco a pouco.

- C-cuide dele Kurama. E-eu a-amo todos... todos vocês. E-eu te amo. – os olhos azuis do mais velho encheram-se d’água ao perceber o tom de despedida de todas aquelas palavras.

- Eu também te amo, meu amor. Por favor, fica comigo. – encostou sua testa à alheia, permitindo que as lágrimas rolassem por seu rosto – Por favor...

- Eu te amo... Kurama. – e com essas últimas palavras a vida abandonou de vez o Uchiha, que morreu com um lindo sorriso em seus lábios. O ruivo se desesperou e começou a gritar aos médicos, que entraram correndo ao quarto, o arrastando contra sua vontade para fora, enquanto tentavam ressuscitar ao moreno, nada havia adiantado, Itachi havia morrido naquele dia, deixando um grande buraco no coração de seu marido.

 

Flashback off

 

- Papa... – secou as lágrimas de seu rosto ao ouvir a doce voz de seu primogênito, que assim como ele próprio também já tinha os olhos vermelhos e inchados de chorar.

- E o Sasuke? – perguntou, seu cunhado havia tido um ataque cardíaco ao ficar sabendo da morte do irmão, e havia sido internado às pressas no hospital.

- Igual, ainda não acorda, vovô Fugaku está arrasado. – o ruivinho menor sentou-se ao lado do pai no banco em que estava. O maior assentiu, realmente não era algo fácil para o patriarca Uchiha, havia acabado de perder um filho e agora corria o risco de perder outro, eram seu pai e Boruto os que estavam lhe dando forças nesse momento, Sarada e Sai ainda estavam em choque por todo o acontecido.

- E o Naruto? – perguntou, tentando conter as lágrimas que queriam escapar de seus olhos.

- Desesperado, não sai da porta da UTI. – o menor suspirou – Papa... Kazumi... – foi interrompido.

- Não fale Arashi, por favor, não agora. – pediu, já sabendo o que seu filho iria falar.

- Mas papa, ele é seu filho, acabou de nascer e perder a mãe, o senhor nem ao menos foi vê-lo, o senhor precisa... – novamente foi interrompido.

- Já disse que agora não Arashi, não quero vê-lo agora. – e o pior de tudo é que sentia que provavelmente nunca quereria ver.

 

 


Notas Finais


Sim, nosso Itachi morreu, agora mais do que nunca, Kurama vai ter que ser forte.
Próximo capítulo se não estou enganada, é o último.
A música acima se chama "You'll Be In My Heart", do Phil Collins, infelizmente já não tenho o link com a letra e tradução.
Continua...


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