História Attack On Titan: New Day (Interativa) - Equilibre-se Nas Asas Da Liberdade

– Hoje vocês irão fazer um teste de aptidão. – Marcii anunciou para os jovens ali, sentindo uma brisa quente em seu rosto.

 

Estava quente no campo, o verão havia começado, era claro que alguns daqueles jovens não estavam acostumados com o calor, eles se abanavam com as mãos e ficavam olhando para seus dormitórios pensando em como seria bom estar na sombra, Marcii viu aquilo como um aprendizado, soldados enfrentam todos os tipos de terrenos e climas diferentes, era melhor eles já irem se acostumando. Outro oficial também pensava a mesma coisa.

 

– Para elaborar melhor como o teste irá funcionar, o capitão da tropa de exploração irá explicar pessoalmente para vocês. – Marcii anunciou.

 

Charles andou entre os alunos e ouviu os sussurros e comentários sobre sua presença, Marcii deu alguns passos para trás e Charles ficou a frente dos cadetes o encarando com seus olhos cor de mel. Ele limpou a garganta e começou a falar:

 

– O que vocês estão vendo aqui é Dispositivo de Manobra Tridimensional. Sigla Dmt. – Ele se referiu ao aparato em cima de uma mesa, o mesmo trouxe para que os cadetes tivessem uma visão de como ele realmente é. – É um dispositivo de combate desenvolvido pelos humanos que permite maior mobilidade no combate contra os titãs que permite vocês lutarem em espaços 3D. A medida mais simples possível com o DMT é apontar e disparar os ganchos de agarrar para um objeto e, em seguida, ativando o mecanismo de gás a bobina-se em direção ao referido objeto. Eles podem, em seguida, desativar o gancho e continuar a avançar.

 

– Incrível, deve ser como voar! – Hatsuki disse.

 

– Então é só seguir as instruções e sair voando? – Sabrina questionou.

 

– Só precisa de equilíbrio, isso é facíl. – Alisson falou.

 

– Se pensam que vão conseguir usar o equipamento tão facilmente estão enganados. – O capitão falou e todos se calaram imediatamente. – Parece divertido? Parece fácil? São três anos até vocês se tornarem soldados, ou não, é com essa postura que vocês vão encarar esse três anos?

 

Os alunos que falaram se arrependeram imediatamente de abrirem a boca e apenas ficaram quietos desconfortavelmente. 

 

– Aprender a usar o Dmt é uma tarefa extremamente difícil, é necessário que o praticante mude uma consciência espacial bidimensional para um tridimensional, as manobras necessitam de força física, principalmente nas pernas pois elas irão definir a posição na hora de se movimentar e firmeza mental. Não vai ser nem um pouco agradável ter um ataque de pânico enquanto estão no ar.

 

Ele gesticulou para as estruturas de madeira e cabos atrás dele.

 

– O que vocês vão fazer é um teste para ver se conseguem se adaptar a engrenagem. Vocês serão levantados pelos cabos e se conseguirem ficar equilibrados nele por 3 minutos se tornarão soldados. Aqueles que falharem serão mandados para as áreas de desenvolvimento. – Charles conseguiu sentir a apreensão dos jovens. – Isso é o básico do básico, se falharem não tem porque continuar aqui. Agora se organizem-se para o teste, vocês tem até amanhã para conseguirem. 

 

Logo, um de cada vez, os cadetes se prendiam nos cabos e tentavam ao máximo se equilibrarem no equipamento.

 

Zachary na primeira vez se desequilibrou um pouco trás e a ideia de cair da engrenagem o irritou profundamente.

 

“Isso é irritante, mas tudo bem, não é um monte de engrenagens que vai me impedir de me tornar o mais forte!” Ele pensou se equilibrando novamente. 

 

Em poucos segundos estava estável. Suas pernas se mexiam para que não caísse, mas estava no ar.

 

– Isso foi fácil demais droga! – Zachary exclamou com seu sorriso orgulhoso de sempre.

 

Alisson estava tendo um pouco mais de dificuldade, não chegou a cair mas precisava encarar aquilo de maneira diferente.

 

“É como dançar, apenas no alto, você consegue, é uma excelente dançarina, mil vezes melhor do que ele era.”

 

Esse pensamento certamente acordou algo nela, pois em 3 minutos já estava equilibrada no equipamento. Ela ainda tremia um pouco mas o ponto era não cair no chão e se manter no ar. Ela conseguiu.

 

– Eu sabia. 

 

Charles caminhava junto a Marcii passando pelos cadetes, prestando atenção no que faziam.

 

– É normalmente aqui que alguns deles se sobressaem de primeira. – Charles disse parando e apontando para Ayato. – Veja.

 

Ayato estava perfeitamente equilibrado em sua primeira tentativa, ele apenas subiu e se manteve ali, sem nenhum erro ou imperfeição. Parecia que ele sabia exatamente o que fazer e como fazer. Os outros o observavam admirados. 

 

– Simplesmente perfeito. – Charles falou para Marcii. Porém Charles sabia que aquilo não era um talento natural, Ayato estava perfeito demais no equipamento, ele com certeza já sabia a técnica para se manter no ar.

 

– Isso é incrível Ayato, você fez tão rápido! – Um dos cadetes perguntou.

 

– Não foi nada. – Ele respondeu simplesmente.

 

“Como o capitão disse é o básico. Não entendo o motivo de tanto alarde.” Ele se perguntou voltando para o chão para dar a vez de usar o equipamento para o próximo aluno.

 

Ele tinha certeza que já havia passado. Decidiu observar seus colegas de treino. Ayato olhou para o outro grupo e viu Emma tentando se equilibrar. Ele estava pálido e o medo em seu rosto era evidente.

 

Não demorou 5 segundos e o garoto caiu no chão.

 

Emma tirou a poeira do rosto ouvindo algumas risadas enquanto se levantava. Sentiu o rosto ficar vermelho de vergonha pelo tombo. 

 

– Isso é muito complicado!

 

“Eu preciso passar nesse teste.” Emma engoliu em seco pensando na possibilidade de ser expulso.

 

Natsu não tinha tanto equilíbrio assim. Ele era bruto, de acordo com seu pai. Não queria deixar transparecer que estava nervoso na frente de Celina e Hatsuki.

 

– Sua vez cara, não esquece que quem perder vai dar metade do lanche para os outros dois o ano inteiro! –  Hatsuki brincou dando tapinhas nas costas de Natsu.

 

– Boa sorte Natsu, não se apresse. –  Celina aconselhou.

 

– Acho que estou pronto, pode me erguer Hatsuki. – Natsu pediu e Hatsuki girou a alavanca.

 

O rosado tremeu um pouco, oscilando e lutando para se manter reto. Ele tinha que passar, essa é a arma dele e ele precisa aprender a usá-la. Precisa ter controle das pernas. Natsu. Se concentre…

 

Para sua surpresa, ele estava no ar a mais de 15 segundos. 15 segundos! Ele só precisava manter aquela posição por mais alguns segundos e...

 

– Eu consegui! Eu consegui de verdade! – Natsu levantou as duas mãos para comemorar quando bateram os 3 minutos e seus amigos vibraram junto.

 

– Mandou bem rosinha! Não vai precisar dar seu lanche!

 

Charles observava a comemoração de Natsu junto os colegas cadetes, ele não aprecia ter percebido que o capitão estava ali.

 

– Isso foi demais Natsu! Como você fez? – Celina perguntou quando ele desceu do equipamento, admirada pelo feito.

 

– Foi super fácil. – Mentiu com um sorriso confiante. – É só usar as pernas! Celina sua vez!

 

– Eu vou cair...– Celina disse apreensiva.

 

– Não, o Hatsuki vai. Qual é você consegue! – Natsu encorajou.

 

– Ei! Mas ele tá certo Lina, você vai se sair bem!

 

– A-Ah tudo bem! Eu vou me esforçar!  – Ela se pôs no equipamento. Queria acabar logo com aquilo rápido. – Pode me levantar Natsu.

 

Ela ouviu os sons da alavanca e sentiu ser puxada.

 

“Tudo bem Celina, use as pernas respire e vai ficar tudo-”

 

Subitamente o mundo girou e ela não fazia menor ideia do que estava acontecendo. 

 

“Bem??!”

 

– Celina eu tenho quase certeza de que não é assim que se usa o Dmt! – Hatsuki exclamou se abaixando para encará-la e Natsu correu para frente para ver se estava tudo bem.

 

Mas é claro que não está tudo bem, não está nada bem, ela está de cabeça para baixo. 

 

– Eu...tenho certeza que não é...assim. – Celina murmurou se mexendo se um lado para o outro sem ideia do que fazer. 

 

– Tente levantar a parte superior de seu corpo! – Natsu sugeriu, sem saber como ajudar.

 

– Lionheardt o que é isso?! – Marcii gritou observando o grupo.

 

– O N-Natsu disse para levantar a parte superior do corpo mas...

 

Marcii andou até o equipamento e abaixou a alavanca, fazendo Celina cair no chão.

 

– Não gaste o tempo dos outros se não está conseguindo. – Marcii reepreendeu.

 

– Tente de novo amanhã. – Charles disse para a garota.

 

– Sim capitão! – Celina falou se levantando rapidamente.

 

– É...A vez do Hatsuki agora… – Natsu falou cutucando o amigo.

 

– Oh! Sim, sou eu agora! Vou mostrar como se faz! Prestem atenção! – Hatsuki falou confiante e brincalhão se colocando no equipamento. – Celina pode me erguer!

 

– Ok! 

 

Se o erro de Celina foi ter uma reação atrasada o de Hatsuki foi agir de maneira rápida e incorreta. Ele usou as pernas, as movimentou demais, literalmente correndo no equipamento, isso fez ele ter o impulso o suficiente para que caísse, fosse para frente, esfregasse o rosto do chão e depois voltasse para o meio, um movimento semelhante a um balanço.

 

Marcii não exitou em abaixar a alavanca, Hatsuki tossiu e cuspiu a poeira que havia engolido.

 

– Nós vamos voltar mais tarde.– Charles anunciou deixando o grupo ali.

 

Robin se arrumou no equipamento e fez um sinal com a cabeça para que uma garota a levantasse, ela foi puxando a alavanca e logo a cadete estava no ar. 

 

“Tenho que usar as pernas, vamos lá Robin, seria bem triste se você caísse no teste de aptidão, mas tem uma coisa que eu sou boa é...

 

Robin se concentrou um pouco mais, deixando as pernas em uma certa posição, ela conseguiu.

 

– “Equilíbrio.”

 

– Isso ai! – Comemorou. – Parece que ser garçonete serviu pra alguma coisa no final.

 

Não era perfeito, mas nada que o treino não resolvesse. 

 

– Parece que temos outro aqui. – Charles disse se referindo a Katherine. – Isso é talento natural.

 

Katherine tinha um equilíbrio notável e era claro que já estava passada.

 

– Caramba, tem gente aqui que já nasceu com tudo que precisa. Quem tem paciência pra essas pessoas que se acham melhores hein? –  Sabrina comentou com outra garota vendo Katherine passar.

 

Katherine deu um de escárnio para Sabrina que sentiu o sangue gelar.

 

– Isso é o básico. Pelo menos eu sei fazer a saudação do exército. – Rebateu Katherine com a voz baixa e monótona.

 

– Eu estava nervosa querida.

 

– Acredito. – Katherine disse duvidando.

 

Sabrina se indignou com a acusação da garota e cruzou os braços.

 

– Você não tem o direito de supor coisas sobre mim, boneca de pano.

 

– Assim como você não tem o direito de supôr que eu me acho melhor que os outros, isso é bem hipócrita de sua parte. – Katherine falou e saiu dali, Sabrina bateu o pé na areia e fingiu prestar atenção no que os outros faziam.

 

Charles estava até um pouco surpreso, pelo relato que recebeu de Marcii e pela pouca visão que teve das apresentações esperava que o exercício fosse um desastre completo. 

 

– Até não tivemos nenhuma grande tragédia, tirando as quedas cômicas, de certas pessoas. – O capitão andou um pouco mais e parou na frente de um grupo para ver como eles se saiam dessa vez, Marcii por outro lado ainda sentia que algo ruim ia acontecer se baseando nas apresentações traumáticas que ele teve que aguentar.

 

Karlton estava claramente nervoso, do seu lado estavam Menma e Amélia, o observando, com a garota o encorajando com um sorriso. Já Menma, bem, mantinha sua carranca.

 

– Okay, okay… – O garoto respirou pesadamente – Vamo lá… – E então, focou em se equilibrar. De início acabou falhando e se desequilibrando, dando alguns gritinhos nervosos de medo, mas, logo conseguiu se equilibrar, suspirando aliviado.

 

Até que do nada, se encolheu no DMT, abraçando os joelhos e começou a girar para trás.

 

– KARL MAIS QUE PORRA QUE VOCÊ TA FAZENDO?! – Amélia se aproximou indo parar o amigo, mas, não querendo ser atingida se afastou. Era possível ouvir o garoto gritando de nervosismo

 

– EU NÃO SEI! – Respondeu gritando nervoso, logo começando a rir alto. Marcii vendo isso se aproximou nervoso, extremamente irritado com a ação do mesmo.

 

– EI! O que você acha que tá fazendo?! – e sem medo, ele agarrou o garoto pela blusa num ato rápido, fazendo-o parar de girar sem parar. Marcii encarou o garoto enraivecido, não acreditando que ele era tão imaturo a ponto de brincar assim com o DMT.

 

Karl o encarou amedrontado, lacrimejando com o rosto vermelho. Entretanto, logo virou o rosto para o lado de forma brusca, e antes que Marcci pudesse o forçar a encará-lo, o garoto vomitou todo o seu café da manhã, desviando do instrutor.

 

– … – Marcii encarava aquilo sem saber o que fazer ou como reagir.

 

Amélia engolia seco vendo aquilo, sorrindo nervosa, enquanto Menma bufava incrédulo com a ação do amigo, que continuava vomitando.

 

Charles suspirou.

 

– Eu retiro o que disse, essa é a grande tragédia. 

 

—//—

 

Natsu decidiu que não deixaria seus amigos serem reprovados no teste de aptidão. Por isso eles estavam ali no campo ao pôr do sol.

 

– Concentrem gentilmente o peso do corpo de vocês e não balancem para trás. – Natsu instruiu. – Não é para fazer nenhum tipo de show, só se concentrem em ficar no ar.

 

– Entendido. – Celina mexia ansiosamente nos cabos.

 

– Amanhã nós vamos conseguir! Tenho certeza disso! – Hatsuki exclamou tentando aumentar a confiança de Celina e dele mesmo.

 

– Eles ainda estão lá? Pra que isso? – Alisson perguntou de dentro da casa vendo os três.

 

– Porque eles são perdedores. – Zachary respondeu.

 

– Eu não te perguntei brócolis! 

 

– Como se eu tivesse que pedir permissão pra falar! E quem caralhos você tá chamando de brócolis senhorita popular!

 

– Tem gente tentando comer aqui! – Robin gritou da mesa ao lado da deles.

 

– FODA-SE QUEM FOI QUE TE CHAMOU NA CONVERSA CABELO DE MERDA?!

 

– VOCÊ LITERALMENTE TEM CABELO VERDE! – Robin rebateu. Alisson caiu na risada.

 

– Você tá rindo por que?! – Zachary fitou Alisson.

 

– Porque faz só poucos dias que você entrou aqui e já é lembrado pela cor de cabelo ridícula. – Alisson jogou a cabeça para trás gargalhando.

 

– Caralho garota você tem uma faixa BRANCA no meio da cabeça e quer falar de mim? O que causou isso? O estresse? Você já está ficando velha? – O esverdeado começou a rir.

 

– Vai se ferrar seu mimado!

 

– Eu mimado?!

 

– Isso é que é um bom show. – Robin falou para si mesma, comendo seu cozido e vendo os dois brigarem, super entretida na confusão.

 

– Bom ver que você voltou inteiro. – Amélia falou quando Karlton se sentou na mesa ao seu lado. Menma continuava comendo quieto em seu canto, sem se importar tanto com a presença do garoto.

 

– Meu estômago não voltou inteiro. – Karlton choramingou lembrando do que aconteceu, Amélia deu tapinhas nas costas dele e era claro que ela estava tentando não cair na risada porém também estava preocupada como estado do amigo.

 

– Vai conseguir comer?

 

– Claro! Eu to morto de fome, um saco que a comida de hoje é só esse cozido sem graça! – Ele comeu de maneira espalhafatosa e Amélia suspirou, pelo menos ele estava enchendo o estômago.

 

– Não reclame da comida. – Menma resmungou.

 

– Você tá gostando desse lixo seu boqueteiro?! – Karlton perguntou zombeteiro.

 

– É comida. – Menma respondeu encarando Karlton pelo canto dos olhos. Seus olhos eram azuis e frios. O garoto engoliu em seco e encolheu os ombros voltando a atenção para seu prato.

 

– Menma está certo, comida é comida! Por isso vamos comer! – Amélia disse em uma tentação de quebrar o clima que havia se instalado.

 

– Eu não vou conseguir passar no teste assim. – Karlton voltou a comer, dessa vez de maneira civilizada. 

 

– Você só precisa usar as pernas, até eu consegui!

 

Karlton apenas assentiu e ficou batendo a colher no prato, provocando um barulhinho que não ajudava em nada a sua ansiedade.

 

Amélia deu dois toques no ombro dele e se levantou.

 

– Bora, eu vou te ensinar a usar o Dmt para que você se saia melhor amanhã.

 

– Não é trabalho demais? – Karl perguntou, ele sabia que haviam pessoas no campo mas já ia anoitecer e Amélia com certeza estava cansada.

 

– Nem um pouco, agora vamos! – Amélia o encorajou e Karl foi atrás dela.

 

Para a surpresa dos dois Menma os seguiu. Karl ficou um pouco acuado, Amélia sorriu para o garoto de cabelos negros e olhos azuis e os três saíram pela porta para ajudar Karlton a passar no teste.

 

Emma comia sua janta silenciosamente.

 

– Ei.

 

Ele se virou para ver Ayato, seu colega de quarto extremamente quieto, falando com ele.

 

– Ayato? O que foi?

 

– Você falhou no teste hoje.

 

– Ah...– Emma se encolheu. – Sim…

 

– O que está fazendo aqui dentro então?

 

– Como assim?

 

Ayato o encarou por mais tempo antes de quebrar o silêncio.

 

– Esquece. – Ele disse antes de ir embora. Emma não entendeu nada daquela interação, o que o deixou curioso, mesmo sendo colegas de quarto ele nunca sabia no que Ayato estava pensando. 

Ayato ter se aproximado e conversado com Emma,ainda mais de uma maneira tão importuna não fazia sentido. 

Isso iria o perturbar até a hora de dormir, Emma tinha certeza disso colocando uma colherada da janta na boca.

 

—//—

 

– Ontem certas pessoas falharam em se equilibrarem no Dmt, essas pessoas terão mais uma chance hoje. Apenas por essa manhã. Comecem logo. – Charles falou sério.

 

Natsu puxou Celina e Hatsuki os abraçando pelo pescoço.

 

– Escutem aqui, se vocês não passarem nesse teste hoje eu mesmo vou dar vocês de comida para os titãs. – Ameaçou os dois logo depois colocando uma faceta sorridente e empurrando eles para frente. – Agora boa sorte!

 

“Natsu consegue ser assustador quando quer!” Hatsuki e Celina pensaram com medo.

 

– Vai você primeiro! – O de cabelos castanhos fez sinal para a garota ir na frente, ela o encarou antes de suspirar a andar até o equipamento de teste novamente. 

 

Ela respirou fundo e tentou se acalmar, se ficasse nervosa iria arruinar tudo de novo. Ela deu sinal para Hatsuki erguê-la.

 

Celina ficou surpresa ao conseguir ficar no ar por 10 segundos mas ainda não era o suficiente, ela precisa ficar nessa posição por mais tempo, foi aí que ela conseguiu achar uma posição boa. Ela ficou estável. Os três minutos bateram, ela conseguiu.

 

Natsu e Hatsuki vibraram e Amélia que assistia a cena também.

 

– Eu consegui, eu realmente consegui ficar no ar! – Celina exclamou animada quando se aproximou dos dois. 

 

– Você mandou muito bem! – Hatsuki sorriu fazendo um joinha.

 

– Eu não falei que ia ser fácil?! – Natsu disse. 

 

– Celina! – Amélia chamou, chegando perto do trio. – Você conseguiu, sabia que ia passar!

 

– Obrigada Amélia, você foi muito bem! 

 

– Que isso, da primeira vez eu quase caí de cara no chão. – Amélia disse.

 

– Respeito com os que caíram de cara no chão! – Hatsuki cruzou os braços.

 

– Falando em gente que caiu no chão, Hatsuki é a sua vez. – Natsu empurrou o garoto para frente.

 

– Vamos todos ignorar que a Celina também caiu?

 

– Eu fiquei de cabeça para baixo é diferente. – A loira se defende e Hatsuki bufa.

 

– Beleza, agora vai! – Por dentro Hatsuki estava nervoso, a queda que levou ontem foi feia e ele não funciona muito bem sobre pressão. Se ele falhar aqui não vai começar o treinamento. 

 

Quem o erguei foi Natsu. Hatsuki não fez nada exagerado e se concentrou em não balançar para frente e para trás. Apenas concentrando o peso sobre o quadril e aos arreios presos em suas coxas. Dessa vez ele não foi para frente para trás que nem um balanço, estava estável, os três minutos bateram e ele soltou um grito de comemoração.

 

– Yeah! Eu passei! Eu consegui!

 

Hatsuki correu de volta para o grupo contente, onde foi recebido pelos amigos com a mesma animação.

 

– Agora é aquele garoto pequeno. – Amélia apontou para Emma e os outros olharam para o teste do menino.

 

Emma continuava nervoso a ponto de tremer, entretanto teve que usar o sua queda no teste como lembrança de que isso não iria levá-lo a lugar nenhum. Iria apenas causar vergonha pública.

 

“O que eu fiz da primeira vez que me levou a cair? Foi nisso que eu pensei ontem à noite. Eu me desesperei quando fiquei o ar. Um dos requisitos para usar a engrenagem é não entrar em pânico.”

 

O garoto fez um sinal para que um dos seus colegas o erguesse. 

 

– Não entre em pânico, não entre em pânico, não entre em pânico…

 

Ele se lembrou do que o capitão e o instrutor falaram e começou a segui-las, repetindo o mantra de “não entre em pânico.”

 

Emma não acredita tanto assim em milagres, mas quando se deu conta, já estava no ar por mais de um minuto, seu corpo tremia e oscilava e ele não sabia o que fazer com os braços, mas estava no ar.

 

Marcii ficou observando ele atentamente, Emma sentia a pressão.

 

Só mais um pouquinho, ele consegue fazer esse malabarismo só mais um pouquinho.

 

Foi por pouco, se ele tivesse que fazer aquilo por mais um minuto ele teria caído. Seu colega gritou que ele havia batido os 3 minutos. Foi bem na hora.

 

Emma pingava de suor, não era o veredito final, ele precisava ouvir da boca de Marcii ou Charles.

 

Marcii encarou o garoto com seus olhar severo e distante. Poderia cortar a tensão no ar com uma faca. Finalmente, o veredito veio.

 

– Aprovado.

 

Emma abriu a boca surpreso não acreditando.

 

– Muito obrigada! – Emma agradeceu ainda no chão, não se contendo de felicidade.

 

Karlton se sentia um pouco mais confiante dessa vez do que da outra, Amélia o ajudou até de noite no dia anterior, Menma se resumiu a observar os dois sem falar nada. 

 

No primeiro teste ele quase conseguiu, se não fosse sua façanha de girar e por para fora tudo que havia engolido teria passado. Hoje isso não vai se repetir (ele espera).

 

Ele foi erguido e dessa vez foi bem mais fácil se equilibrar, agora ele tinha que se controlar. Para aqueles que o assistiam suas expressões faciais eram bizarras, ele mordia a língua, franzia testa e fechava os olhos com forças e apertava as mãos.

 

Karl começou a rir, bem alto quando faltavam 15 segundos para acabar o teste. Por pouco não se desequilibrou, os três minutos foram atingidos e ele desceu sorrindo de orelha a orelha.

 

– Eu consegui! Seus merdas que não acreditavam em mim! – Ele mordeu a língua e tremeu, respirando fundo. – Acabou, finalmente...

 

Amélia foi direto parabenizá-lo, Menma se limitou a um aceno de cabeça, ele estava tão exausto e aliviado que havia passado. Ele sorriu de volta. 

 

Charles mandou reunir todos aqueles que ainda estavam no local, ajeitando sua jaqueta ele começou a falar.

 

– Escutem! Vocês que passaram teste acabam de ser aprovados, eu tenho altas expectativas para cada um de vocês. Não vai ser fácil, esses três anos serão o verdadeiro inferno e todos os oficiais e funcionários vão ter certeza de que vocês sofram. Porque queremos que vocês sejam fortes e aprendam o que significa fazer parte da luta pela humanidade. – Charles fez a saudação do exército. – Deem o melhor no treinamento!

 

– Sim senhor! – Os alunos responderam em uníssono.

 

E foi assim que os dias de soldados dessa turma de jovens começaram oficialmente.