História Attention - KH (hiatus) - Memories frozen, fossilized

ATTENTION 

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8

Memórias congeladas, fossilizadas
Medo do passado, tão petrificado
Porque eu simplesmente não sei como te deixar ir

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— Você.... tentou me beijar e falou coisas sem sentido. — a voz dela saiu um pouco tremula, quando os olhos pretos cairam sob si. Era como se ele a desafiasse. — Nós nunca fomos próximos, então por quê?

— Você não mudou nada. — existia uma certa decepção no timbre dele — O que quer? Se certificar se eu ainda quero você? Não bastou me deixar plantado no aeroporto esperando alguém que nunca viria.

Naquele momento Hinata não soube o que dizer. Ela o olhava espantada, percebendo que ele falava sim, muito sério, que parecia magoado e tão, absurdamente, frustrado. Confusa, recuou alguns passos, buscando recuperar sua boa postura, que aquela altura, encontrava-se mazelada devido ao choque. Kakashi, no entanto, apesar do rosto carregado, esperava por uma resposta que ela sequer saberia dar a ele.

O Hatake esperou longos quatro anos, e honestamente, não estava mais disposto.

— O que? — ela questionou, depois de um tempo em silêncio. — Me desculpe.....Mas acho que não entendi o que você quis dizer. — foi sincera.

Ele franziu o cenho, detestando aquele jogo que ele a julgava fazer.

— Hinata, eu estou farto disso tudo. — a madibula marcou de irritação, fazendo uma veia saltar na testa do homem — Eu realmente preciso de uma explicação. É o mínimo. — exigiu.

— Como eu posso dar explicação de algo que eu não faço a minima ideia?! — ela contra-argumentou, ficando nervosa com a insistência dele. — Se for possível, me diga, sobre o que exatamente eu tenho que explicar?!

Kakashi fechou o punho, e mesmo que estivesse irritado, ele se aproximou depois de um longo suspiro. Não fazia o seu feitio perder a cabeça, mas parece que quando se tratava de Hinata, tinha dificuldades para tal. Contudo, após estabelecer uma aproximação saudável, se forçou a dizer:

— Eu só quero que você me explique o porquê....— sussurrou, sentindo seu peito doer com a força exagerada dos batimentos cardiacos — Por que disse que me amava, por que aceitou transar comigo.....E o mais importante, por que você não apareceu no aeroporto? — A voz dele estava carregada de sentimentos, como se os tivesse guardado, sufocado. As iris escuras estavam carregadas de desespero, exigindo, quase implorando que ela respondesse — Você não sabe o inferno que eu passei por sua causa.

Aquela altura, Hinata estava pálida, mole e suas mãos suavam frio. Ela buscou uma das poltronas, se apoiando para não desabar no chão, sentindo um mal estar terrivel. Se aquelas coisas que alegava tivessem de fato acontecido, por que não lembrava? Tinha a sensação dele falar a verdade, mas não vinha nada a sua mente. Nenhum resquício sobre Kakashi. Nenhum resquício sobre.....

— Eu.....— ela iniciou, fixando o olhar no dele de forma nada calma, tentando formular uma resposta — Não sei....Me desculpe, mas e não sei do que você está falando.

— Hinata, eu não esperei quatro anos para você falar que não sabe. — ele passou a mão nos cabelos, transtornado — Eu só pedi uma, apenas uma explicação, mas nem isso você consegue? Seria mais fácil falar que estava brincando comigo! Eu juro que iria aceitar.

— Kakashi, eu sinto muito...— ela nem sabia pelo quê estava se desculpando, mas sentia que precisava fazê-lo — Eu gostaria muito de poder dar uma explicação, mas....Se isso aconteceu no meu aniversario....— então ela se deu conta do que falava, ficando por um tempo muda, digerindo aquilo — Nós....Você disse que nós transamos?

Frustrado e cansado mentalmente, ele assentiu — Mas por que você está falando assim? Foi você quem começou com isso, e eu como o belo idiota que sou, admiti o que sentia. — ele sussurrou, como se passasse as cenas na sua mente — Eu liguei várias vezes, deixei diversas mensagens, mas você não retornou. Não disse nada.

Mas daquilo Hinata lembrava. Na noite do seu aniversario, acabou perdendo o celular em algum lugar. Provavelmente enquanto saía da boate no dia seguinte. Ela sentou na poltrona, não aguentando o peso do seu próprio corpo, querendo muito ficar sozinha para entender o que estava acontecendo, visto que sua cabeça sequer conseguia formular um pensamento coerente sem ser atropelado por outro.

Depois de um tempo em silêncio, ela voltou a olha-lo, vendo que ele também estava frustrado com a situação. Mas honestamente, de todos os seus pensamentos, o vencedor foi estar, possivelmente, olhando ou não para o pai de Yuki. E ela quis rir, chorar e até mesmo gritar com a possibilidade. Não. Estava tão bebada que poderia muito bem ter ficado com mais de um homem naquela noite. Seria cruel demais o destino ter, simplesmente, colocado Kakashi Hatake como o pai do seu filho.

Seria cruel e irônico demais, já que Hiashi o via como o pretendente perfeito.

— Então...— ela começou, trêmula — Você está me dizendo que foi o homem que....— me engravidou? Não, ela não poderia dizer aquilo de cara. Não daquela forma abrupta — Kakashi, eu....Eu, provavelmente, estava drogada. — disse, observando o homem descruzar os braços com o cenho franzido. — Eu juro que não lembro de nada. Me pedoe por não dar as explicações que você, com toda a razão do mundo, merece.

— Você estava? — indagou, confuso.

— Eu sei que nós precisamos conversar...— ela suspirou, tentando se colocar de pé — Mas neste momento, eu realmente preciso colocar minha cabeça no lugar. Podemos continuar depois?

Compreensivo, ele concordou. Também estava exauto mentalmente, e só o fato dela dizer que eles continuariam aquela conversa, já o deixava tranquilo. Nisso, viu-a fazer uma mesura atrapalhada, e caminhar para longe de si degavar, como se estivesse perdida e abatida demais.

E, honestamente, não era só ela.

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Ino, sentada a mesa de jantar na mansão dos Hatake, suspirou pousando os hashis sobre o prato, sentindo-se tanto satisfeita com a comida, quanto frustrada com o que Tsunade havia insinuado. Como ela falava um absurdo sem tamanho como aquele? Era loucura só de pensar que Kakashi poderia ter ficado com Hinata, logo ele que era a rigidez em pessoa, o poço da ignorancia, o não me toque de forma alguma?! Definitivamente, não. Sua tia estava vendo coisa onde não tinha.

Já Deidara, na outra ponta, mexia sem muito animo com os hashis o peixe cru no prato, pensando apenas em Obito e em como estava magoado.

Sasuke, volta e meia olhava da mãe para os gemeos Yamanaka, sabendo que algo muito estranho estava acontecendo, e por mais que fosse um saco, sabia que envolvia, obviamente, Kakashi. Sakumo, na ponta da mesa, comia de forma apatica, não prestando muita atenção em quem estava ao seu redor. Mas ainda assim, ele estava preocupado com o fato do seu primogenito ter voltado e ela, a Hyuga, ainda está trabalhando na Hatake Imperius.

Teria que dá um jeito de mandá-la embora o mais rápido possível. Aquela mulher só atrapalhava Kakashi, ao seu ver.

— Sasuke, como foi a viagem de volta a Konoha? — questionou, sem muito interesse.

— Foi boa. — o Uchiha respondeu no mesmo tom — A estadia e o que aprendemos em Hong Kong nos fizeram bem.

— Ótimo. — Sakumo pegou o guardanapo dobrado, levando a boca — Mais tarde irei revisar o relatório que me trouxe, mas por enquanto, assim que terminar seu jantar, venha ao meu escritório. — por fim, levantou-se, apoiando-se em uma bengala. Os presentes também levantaram, se despedindo do patriarca com uma mesura, vendo-o seguir devagar para fora da sala de jantar.

Tsunade, olhou de soslaio para o marido saindo, não gostando dele ainda querer ficar, principalmente, vigiando os passos de Kakashi. Porém, assim que Sasuke, depois de um tempo, saiu do recinto, ela se voltou para os gemeos.

— Ouçam, — sussurrou espantada, como se acabasse de se recordar de algo. — Ah, céus. Aquela amiga de cabelo rosa de vocês.....Ela esteve aqui na manhã seguinte do aniversário.

~^•^~

Na sala luxuosa da mansão Hyuga, Hiashi mexia, após um jantar satisfatória, no tablet rolando o feed de noticias sobre o mundo dos negocios e suas figuras mais importantes. No entanto, ao fixar os olhos perolados na foto de Hatake Kakashi, no aeroporto de Konoha há algumas semanas, levantou uma sobrancelha de forma desgostosa, pois adoraria que aquele herdeiro fosse seu genro. Odiava Hinata por estragar um futuro brilhante para a Hyuga Cosmetics. Talvez Hanabi pudesse compensar a falta.

— Papai? — e por falar nela, a mulher de cabelos longos surgiu na sala, com uma caneca fumegante em mãos. — Eu estava pensando, — apesar de Hanabi falar pelos cotovelos e ser muito segura de si, quando se tratava daquele assunto em particular, ela tomava mais cuidado — Daqui a uns dias...Bem, é o aniversário do fi.....

— Já basta. — ele a interrompeu, levantando-se abrupdamente da poltrona de couro — Eu já falei que não quero esses nomes entrando na minha casa.

— Papai...— Hanabi suspirou — Já se passaram anos, não acha que está na hora de vencer esse orgulho e conhecê-lo?

— Hanabi, eu não quero saber. — disse com um sorriso simples no rosto — E sugiro que você também não tenha interesse. Não quero outra decepção. — finalizou.

— Papai...— a mulher insistiu, sentindo-se mal pela forma fria que ele destratava Hinata e o filho — Ele não tem culpa, e muito menos Hinata, Se o senhor ao menos a escutasse.

Naquele instante, Hiashi a olhou rigido, detestando a insistencia de Hanabi.

— Qual parte do eu não quero saber, você não entendeu? — questionou, disfarçando sua irritação com uma expressão serena forçada — Não temos nada com essa gente, e de novo, não volte a menciona-los, sim, querida? Não quero ficar chateado com você também.

— Sim....— sussurrou cabisbaixa, girando os calcanhares após fazer uma mesura. — Espero que não se arrependa do que está fazendo...— falou do corredor.

~^•^~

Já bairava a meia noite quando o Hatake colocou os pés em casa, sentindo os seus músculos, ossos e todas terminações nervosas do seu corpo doloridas. As pílulas que tomavam para o auxilio do seu transtorno, o deixam, por vez, mais cansado e lento que o normal, isso sem acrescentar as nauseas que estavam quase constantes. Ele precisava, urgentemente, de organização, ou melhor, precisa se acostumar a nova rotina. Era tão dificil mudar de forma tão exepcional.

No entanto, assim que afrouxou a gravata e enfiou os pés nas pantufas para pisar no seu apartamento, viu um par de sapatos verdes, e logo uma veia saltou na sua testa.

Quando seus olhos cairam sobre a sala, Gai estava deitado em um dos seus sofás, completamente a vontade, com o controle da televisão em uma mão, e um sanduiche na outra.

— O que....? — Kakashi sussurrou abafado por conta da máscara — O que você está fazendo aqui?

Maito Gai levantou a cabeça, olhando por cima do estofado, se deparando com a expressão de irritação do amigo. O sanduiche desceu rasgando, mas ele logo riu amarelo, desligando a TV e calçando as pantufas apressadamente e, em seguida, caminhando até o Hatake.

— Ah, meu velho! — sorriu, abrindo os braços para abraça-lo, mas Kakashi desviou, o fazendo agarrar o nada. — Qual é? Eu vim adiantar trabalho, seu ingrato!

Parece que o peso nos ombros de Kakashi triplicaram com a notícia.

— Hm....— murmurou cansado, levando a mão ao cenho — Como você entrou?

— Ah....— ele coçou a nuca — Eu vi você digitando a senha algumas vezes....

— Você deveria ter me avisado que estava aqui. — suspirou, deixando a pasta em cima do balcão da cozinha.

— Ah, desculpe....— Gai disse, envergonhado — Você já comeu? Posso fazer um lanche...

Kakashi assentiu, vendo-o caminhar para a kitchen com aquele terno extravagante.

— Hinata e eu conversamos.

Naquele momento, o prato com queijo que Maito segurava após fechar a geladeira, foi ao chão.

— Vocês o quê? — berrou alarmado.