1. Spirit Fanfics >
  2. Auditory Hallucination >
  3. Último ano, primeiro medo.

História Auditory Hallucination - Último ano, primeiro medo.


Escrita por: taexxxxxie

Notas do Autor


antes de tudo: talvez, taaaaalvez, eu coloque algum yaoi por aqui mas, só como casal secundário, o foco é hétero/hentai, ok? ok.

boa leitura! 《

Capítulo 1 - Último ano, primeiro medo.


Fanfic / Fanfiction Auditory Hallucination - Último ano, primeiro medo.

Já haviam várias pessoas presentes na House Party - uma casa de festas bem rebuscada - quando cheguei, mesmo faltando ainda meia hora para tudo começar. O vento fazia com que as folhagens do jardim balançassem em uma leve sintonia emanando um cheiro agradável por todo o lugar. Ajeitei alguns fios bagunçados para trás da orelha e observei todo o local atentamente.

Pessoas de aparente classe alta caminhavam de um lado para o outro socializando. Maioria velhos e senhorinhas com chapéus floppys, outros fedora. Os poucos jovens que tinham ali, como eu, estavam em um tédio total.

— Sr. Shin? É uma honra tê-lo aqui, essa é a sua neta?

Um homem com cabelos salpicados em grisalho porém de aparência jovial, se aproximou  colocando uma das mãos em meu ombro. Um sorriso jeitoso e provavelmente fingido surgiu em seu rosto cheio de rugas.

— Sr. Kim! É um prazer revê-lo e eu que fico honrado. Sim, essa é a minha neta mais nova, Shin Yerin.

Blah, blah, blah. Eles começaram mais uma conversa chata, para minha infelicidade. Meu avô, Shin Sook, fazia parte daquele mundinho ali dos altos padrões. Eu só queria sair dele. Meu avô era o motivo que me fazia estar ali ao invés de estar na minha confortável cama assistindo qualquer série de fantasia enquanto como chocolate e entro em estado de preguiça vegetativa. Um sonho. Já podia sentir um sorrisinho meu querer se formar em meus lábios lentamente até ser interrompida.

— Yerin? Yerin, você tá aí?

 Hã? Que? Ah. Vocês terminaram a conversa eterna?  suspirei em sarcasmo, e meu avô deu uma gargalhada baixa, sussurrando em meu ouvido.

— Têm uns garotos ali que não param de olhar pra cá, deve ser pra você. Não acho que eles gostem de um velho barbudo. Por que não tenta socializar?

Ele afagou meus cabelos e não consegui deixar de ficar um tanro corada quando olhei os tais garotos. Era verdade afinal. Uns três, no total. Eles me encaravam a alguns metros dali e foram pegos totalmente de surpresa quando olhei de volta. 

— Vovô! — ignorei os garotos e o encarei. — Será que não podemos só voltar pra casa? Isso é chato.

— Porque você nunca faz amigos, Yerin? Já faz tempo que está em Seul. 

— Quem precisa de amigos quando se tem chocolate?

— Ok, você venceu. E amanhã cedo, você precisa ir ajeitar as papeladas da escola, é seu último ano.

AMÉM. Eu ouvi um amém? 

Finalmente! Próximo ano poderia ir para a faculdade, ser independente, sair sozinha sem meu avô ditar regras; isso já me fazia abrir o maior sorriso que podia. 

[...]

Estava encarando a janela do carro fazia alguns minutos. As gotas de chuva no meio da tarde faziam o clima ficar subitamente agradável, eu realmente gostava de dias chuvosos. Cheiro de chuva é me trazia uma sensação inexplicavelmente boa.

Ouvi meu celular tocando e o procurei na mochila, aquilo estava uma bagunça total. Desisti de tentar achá-lo e voltei a escorar a cabeça no vidro olhando a chuva diminuir gradativamente.

— Senhorita Yerin? Chegamos.

A voz grave de Taehyung soou pelo carro. Ele era como um secretário geral e guarda costas, meu avô insistia para que ele me levasse em todos os lugares. Mão reclamo tanto por questões de: Meu. Deus. 

Taehyung era uns 3 ou 4 anos mais velho que eu, seu cabelo era bagunçado de um jeito muito descontraído - arrisco um fofo -, mas sempre estava de cara fechada, sempre de ternos alinhados e com a voz tão autoritária que às vezes chegava a assustar, bem de leve.

Permaneci em silêncio e apenas abri a porta do carro ele já estava lá fora, segurando um guarda-chuva branco e estendendo a mão para mim. Foco, Yerin, foco.

— Não precisa, obrigada. — ignorei sua mão como sempre fazia e sai fechando a porta do carro. 

Andava sem me importar com a chuva já fraca. As gotas frias em minha pele eram refrescantes, aliviadoras.

— Senhorita Yerin, você pode pegar um resfriado.

Parei no meio do caminho percebendo que o mesmo me seguia.

— Vou ficar bem, não precisa. A chuva tá bem fraquinha.

Sorri espontaneamente mostrando que estava mesmo bem e voltei a andar, mas dessa vez ele não me seguiu.

De fato, a escola era enorme, pelo menos nisso meu avô tinha acertado. Já na entrada podia ver várias garotas fugindo da chuva para não estragar seus cabelos caros com chapinha enquanto uns garotos riam delas. Segurei o riso com a mão e continuei andando calmamente, sentindo as gotas da chuva gelada deslizarem por minha pele. Era a melhor sensação e, como eu nem ligava para meu cabelo, já que ele é estupidamente liso que até enjoa, caminhei sem pressa alguma.

Bati os pés na entrada da escola para não correr o risco de molhar os corredores e entrei vasculhando tudo com os olhos. Era realmente enorme. E quando digo enorme, digo ENORME mesmo. 

Já tinha uma quantidade razoável de alunos por ali e todos de repente pararam o que faziam e me olharam curiosos. Afinal, eu era uma desconhecida de Busan que estava molhada de chuva e invadindo seus territórios. Algo incomum de se ver todo dia.

— Você deve ser a garota nova, não vou mentir, olhei sua ficha na sala do diretor. Como cheguei lá? Bom, eu peguei detenção sabe? Tava até com medo de ser expulso, mas amém que não fui. Você é bem fofinha, nossa, que linda, vi que é da minha sala... 

Um garoto surgiu ao meu lado e simplesmente começou a tagarelar sem parar, juro que quase bati nele. Quase. Ele nem sequer respirava enquanto falava e minha paciência é um pouco curta e explosiva, sabe?

 Opa, calma. Ei, calma, CALMA! — ele me encarou meio surpreso quando dei um leve grito, porém logo abriu um sorriso de orelha a orelha. Um tentador e doce sorriso.

— Desculpa, às vezes me empolgo. — o garoto sorriu sem jeito, coçando a nuca. — Meu nome é Minhyuk, qual o seu?

Ele tinha os cabelos claros e bagunçadinhos tais como o do Taehyung, era bem alto e bem animado, muito falante também por sinal. Estendeu a mão para me cumprimentar e manteve o largo sorriso ainda mais largo.

— E-Eu sou Yerin. — gguejei um pouco, o que é raro, mas fazer o quê né, fiquei nervosa.

— Prazer. — Minhyuk mesmo pegou a minha mão já que eu não havia estendido ela. — Quer que eu mostre onde é a sua sala? Somos da mesma sala.

— Obrigada, mas preciso passar na diretoria antes.

Tirei os documentos da mochila e os balancei no ar. Minhyuk sorriu de lado e se curvou um pouco até ficar da minha altura. Próximo demais, até.

— Sorte sua. A diretoria é o lugar que mais passo o tempo, sei o caminho de olhos fechados já.

Nós rimos juntos e ele voltou a postura normal de antes, fechando o sorriso e me puxando pela mão sem aviso. 

— Vem, vou te mostrar o caminho. Vou pra lá de qualquer jeito mesmo.

Ri baixo e não falei mais nada. Por onde passávamos, as pessoas nos olhavam. Sra como se fôssemos algum tipo de celebridades ali ou eu fosse algum tipo de espetáculo. Das duas, eu com certeza aposto na segunda opção. 

O garoto me guiou por alguns corredores até que a voz de um garoto ecoou e nos fez parar.

— Minhyuk? Precisamos falar com você RIGHT NOW! — um garoto de cabelos castanhos gritou com uma expressão que mais parecia raiva.

— Deu merda... — Minhyuk murmurou e sorriu sem jeito pra mim. — Só um minuto Jooheon! 

— Pode ir, eu me viro.

— Tem certeza? — me fitou curioso, e eu assenti. — Tudo bem então. Nos vemos na aula, linda.

Minhyuk piscou pra mim e acariciou minha bochecha com o polegar. Com muita convicção da minha parte, tenho quase certeza de derreti igual gelo ali no corredor.

                            [...]

— YAH, VOCÊ É DOIDO?

Primeiras tretas do ano. Já estava gostando daquela escola, para variar.

Bastou chegar na porta da sala de aula para ouvir um grito histérico de uma garota, a voz um tanro chorosa. Me aproximei da porta da sala tentando não ser notada e prestei atenção para saber o que estava acontecendo. 

A garota que gritou estava com o rosto cheio de confeito de bolo e seu uniforme estava cheio de glacê. Haviam exatamente três garotos na frente dela: dois sentados, um de cada lado , e outro de pé no meio, esse mesmo lambia os dedos melados de glacê - de um jeito muito sexy, só para constar - e os outros dois seguravam o riso com todas as forças.

— Yah, como pode fazer algo assim?! Ela passou o dia pra fazer esse bolo pra você!

Uma garota de cabelos negros com as pontas azuis interveio, de punhos cerrados. O garoto em pé olhou para ela como se nada tivesse acontecido e apenas sorriu de lado, um sorriso que deixou a Pontas Azuis corada e sem jeito.

— Eu não obriguei ela a fazer nada, que se foda. Não como qualquer porcaria só porque "deu trabalho" pra fazer. Sorte dela que não fiz pior.

— Uau, Baek! Você tá perigoso hoje, hein? 

Um dos garotos que estava sentado falou ironicamente e os dois começaram a rir igual loucos. Dois pacanas, eu diria. O garoto do meio segurou a risada e encarou a garota suja. Se aproximou dela em passos lentos e disse algo em seu ouvido que fiz bastante esforço para tentar ouvir, o que me arrependi logo em seguida.

— Ao invés de um bolinho de feira, eu preferia algo mais... quente. Não gosto muito de comer bolo, gosto de comer outras coisas.

Que garoto - sensualmente  - idiota. Pude ver a garota estremecer, mas eu não sabia dizer se era por ter gostado ou odiado aquilo. Ele riu abafado e a empurrou de leve para o lado, indo sentar em uma das cadeiras do fundão. Os outros pareciam cachorrinhos e o seguiram, sentando logo atrás.

Me afastei um pouco da porta e engoli em seco quando a garota passou correndo na minha frente enquanto chorava e a Pontas Azuis jogava umas indiretas para o Idiota antes de ir atrás da outra.

Senti uma mão apertar meu ombro de leve e uma breve respiração se aproximar sorrateira de meu ouvido.

— Yerin? Já chegou na sala? — olhei para o lado para descobrir quem era. — AH! Não, rolou treta aqui antes que eu chegasse?! Que injustiça!

Era Minhyuk. Ele havia falado comigo entretanto entrou na sala tagarelando e fazendo os outros rirem voluntariamente. Parecia indignado de ter perdido a treta antes da aula. Aquilo me deixou menos tensa, até ver ele cumprimentar alguns dos garotos idiotas de antes e sentar ao lado deles, não antes de encarar mortalmente o Idiota líder.

Ele olhou em volta e deixou seu olhar cair em mim, sorrindo assim que me viu. Fez uns gestos com a mão, me chamando para entrar na sala. Minhyuk era realmente muito animado e, merda... todos me olharam. O Idiota líder me fitou atento de cima para baixo, sorrindo ladino, e as outras pessoas pareciam curiosas.

Um homem alto e magricela - que mais parecia estrangeiro - apareceu de repente e entrou na sala chamando atenção de todos com uma voz super grossa e rouca. Provavelmente devia ser o professor. E eu estava certa. Ele fez um sinal para que eu entrasse e me aproximei dele o mais rápido que pude.

— Yerin, certo? Meu nome é Marcus, sou o professor de inglês. Me falaram que você viria hoje, já vou te apresentar.

Ele falava de uma forma tão calma que pude sentir um peso ser retirado das minhas costas. Sua voz tinha sotaque. Talvez um sotaque americano. Marcus se virou para a turma e sentou na mesinha dos professores.

— Bando de demônios, calem a boca.

Eu ri involuntariamente enquanto todos se ajeitavam em suas carteiras e o silêncio começava a se formar. Definitivamente, ele era estrangeiro. 

— Obrigado. Bom, temos uma nova colega de classe conosco. Ela parece um anjinho, por favor não a corrompam, seus seres das trevas.

O jeito que ele falava era bem simpático e engraçado apesar de estar sério. Todos os outros riram e me olharam concentrados.

— Esta é a Shin Yerin, aluna transferida. Sejam bonzinhos com ela, por favor.

Vasculhei a sala com os olhos, todos pareciam fixar as orbes em mim como se eu fosse uma atração nova. Contraí os lábios um pouco nervosa e finalmente achei um lugar vago, felizmente perto de Minhyuk, porém, infelizmente perto demais do Idiota. O suficiente oara ouvir o que eu não queria. 

Suas palavras saíram baixas. Ele mordeu o canto da boca e desfez o sorriso.

— Que maravilha. Mais um brinquedinho pra mim.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...