1. Spirit Fanfics >
  2. Auditory Hallucination >
  3. Love Rain

História Auditory Hallucination - Love Rain


Escrita por: taexxxxxie

Notas do Autor


AAAAAAAH olar -u-
Sem muitas delongas (porque já demorei demais) :v ~♡
Ah, e esse "poema" no começo é um trecho da música Spring Love da Baek Ji Young (OST Gu Family Book) ♡

Capítulo 18 - Love Rain


  "O amor veio para mim como uma primavera chuvosa.
   Me encharcando completamente.
   Sem um som,
   Ela derrete meu coração congelado e me desperta"

                             [...]

                      POV Yerin

Fechei meus olhos e suspirei, pela 17° vez em menos de 1 hora. Cobri meus olhos com o braço e suspirei outra vez, mordendo meus lábios. Acho que os mordi tanto que devem ter vários pequenos cortes. Era mesmo frustrante...

" Você gosta do Baekhyun... "

Aquilo se repetia inúmeras vezes em minha mente, me remoía por dentro e me deixava mais confusa. Suspirei outra vez, virando de lado na cama.

- Droga, Taehyung... - Murmurei, abrindo os olhos.

É impossível eu gostar do Baekhyun, impossível! Eu me recuso! Como eu posso gostar daquele idiota irritante e Casanova? Mas...

- Yah! Ficou louca?! - Dei um grito falando comigo mesma e joguei o travesseiro contra a parede, choramingando. Eu não deveria hesitar tanto assim, que merda que está acontecendo comigo?

- Você está bem, Srta. Yerin? - Escutei a Sra. Jung bater na porta de meu quarto e suspirei outra vez.

- Claro. - Respondi sem entusiasmo nenhum, virando meu rosto para o lado. As flores amarelas se destacavam através da janela, me levantei e fui abri-la, sentindo o cheiro agradável das flores invadir o quarto. - Ah, a primavera...

Sorri fraco mas logo desfiz o sorriso, suspirando outra vez. 20° vez? Ah, tanto faz. Já havia se passado mais de uma semana e Tae estava estranho comigo assim como eu estava estranha com ele também. Ele sempre diz estar ocupado com a empresa, ou quando estamos juntos ele não sorri mais como antigamente... Até chega a me evitar de vez em quanto. Eu não faço diferente. Depois daquele dia, tudo ficou meio desconfortável.

Desci as escadas e o avistei sentado no sofá mexendo no celular como de costume. Era domingo pela manhã, e a primavera estava no seu auge. Não é a minha estação preferida já que amo inverno, mas é a 2° melhor.

- Yerin-ah... -Tae sorriu fraco enquanto eu descia as escadas.

- Você... tá ocupado? - Sorri de volta e ele negou com a cabeça. - Vem cá, senti sua falta. - Tae sorriu fofo e deu um tapinha no sofá para que eu sentasse. Era a primeira vez que ele me chamava esses dias, pelo menos era a primeira vez com esse sorriso fofo de novo.

- Eu também senti sua falta. - Me sentei do seu lado sorrindo fraco e ele afagou meus cabelos, me fitando.

- Eu... realmente, senti sua falta. - Ele suspirou um pouco mais sério, tirando sua mão de meus cabelos e apertando minhas bochechas. - Awn, tão fofa!

Ele sorriu e isso foi quase um entusiasmo, como Tae fazia antes. Ri baixo, feliz e mais aliviada em ver ele desse jeito de novo, mesmo que fosse pouco se comparado.

- Tae... Eu... Meus sentimentos... - Fiquei cabisbaixa e tentei falar alguma coisa. Não quero esconder dele essa ansiedade e nem a minha hesitação. Não quero esconder nada dele, mas é tão difícil dizer algo...

- Eu sei, não precisa dizer nada... - Ele sorriu fraco, passando o polegar devagar em minha bochecha. - Você se sente confusa, certo? Acontece... 

- An? - Fiquei um pouco surpresa.

- Eu sei como se sente. Desde o começo eu hesitei e me arrisquei já sabendo que você... tava confusa e o que sentia...

- Então... Nós dois...

- Não... Não, eu... Eu gosto de você, Yerin. Gosto muito. - Ele abaixou a cabeça e senti meus olhos marejarem, mas me segurei e desviei o olhar para o lado. - Eu não posso voltar atrás agora, e não pretendo. Porém... Se depois você decidir diferente, isso vai ser difícil pra mim, mas eu vou entender. O que você quiser e te fizer feliz, eu apoio.

Voltei meu olhar para ele e Tae fez o mesmo, ele parecia mais sincero do que nunca e me senti mal por isso. Minha vontade de chorar só aumentava com o passar dos segundos, abaixei a cabeça e fechei os olhos na tentativa de segurar. Senti algo tocar meus lábios suavemente, abri os olhos e vi Tae bem perto com seus olhos fechados. Foi um selinho rápido, ele se afastou e sorriu, acariando o topo de minha cabeça.

- Desculpa Taehyung. Eu sou uma boba, né? - Falei com a voz fraca e ele fez um bico, assentindo com a cabeça.

- Você é uma boba. Uma completa boba. Quem hesita em ser namorada de Kim Taehyung? Tsc tsc... Aigoo, sua boba! - Ele balançou a cabeça negativamente e eu ri abafado, enxugando uma lágrima sem que ele visse. - Ah, quando é a aula de campo mesmo? Nesse final de semana né?

- Uhum, faltam uns 4 dias, talvez?

- 5, se contar com hoje, boba. - Ele riu e cruzou os braços, me encarando. - Não gostei dessa viagem com você indo sozinha... Você é igual criança, precisa que alguém cuide, eu tenho esse dever. E agora?!

- Yah! Eu não sou uma criança!

- Fazer esse bico aí só te deixa com mais cara de criança, uma criança bem fofa. - Ele riu e apertou minhas bochechas. - Awn, como posso te deixar num ônibus sozinha por horas com aquele monte de marmanjos?

- Não se preocupe! - Fiz um movimento de kung fu e ele arregalou os olhos, surpreso. - Sei me defender.

- Desse jeito todo desastrado? - Ele riu. - Aigoo... - Tae sacudiu a cabeça negativamente de novo e se levantou do sofá, estendendo a mão. - Vem, vou pegar um pote de sorvete pra nós dois.

                   POV Jungkook

Bufei de tédio, apoiando o queixo na mão enquanto olhava Sana contar pela 5° vez se a quantidade de caixas estava certa. Ela é burra? Aigoo...

- 15! 15? Vou contar de novo...

- YAH! VOCÊ TEM DEFICIT DE ATENÇÃO?! OU DEFICIT DE CÉREBRO?! - Gritei impaciente, batendo no balcão com as duas mãos bem forte.

- YAH! POR QUE TÁ GRITANDO COMIGO?! QUER UMA VOADORA? - Ela gritou de volta e eu arregalei os olhos, me sentando no lugar que estava e engolindo seco.

- Então para de contar essas caixas, já foram 5 vezes seguidas. São 16 fucking caixas, 16! - Eu apontei para as caixas e ela bufou de raiva, revirando os olhos. - Sabia que você fica fofa com raiva?

Sorri, apoiando meu queixo na mão outra vez e encarando ela, que revirou os olhos.

- Para de gracinha e vem pegar as caixas, agora é trabalho seu. - Ela colocou a prancheta em que estava anotando os pedidos dos produtos novos em cima do balcão e deu a volta vindo até onde eu estava. Dando um tapa leve em minhas costas. - Sai, esse lugar é meu.

- Pode ser nosso... - Eu a puxei pela cintura fazendo ela cair sentada em meu colo com os olhos arregalados. Mordi o lábio inferior e sorri maliciosamente.

- Você realmente quer levar uma surra? - Ela me olhou incrédula e fez um bico de raiva, empurrando meu peito e tentando se levantar mas eu a segurei forte e impedi.

- Eu quero você.

- Eu quero que você morra engasgado com uma lula. Agora me solta ou...

- Ou o que? - A interrompi. - Vai chamar seu papai? Ele não tá aqui hoje Sana, só eu... e você.

- Y-Yah, Jungkook... É melhor me soltar logo...

- Tá nervosa? - Aproximei meu rosto do seu, deixando nossos narizes se encostarem de leve e deu para ver ela engolindo seco, desviando o olhar para os lados.

- Você... já apanhou de prancheta?

- Quê? AI CARALHO!

Ela pegou a prancheta de cima do balcão e bateu em cheio na minha cabeça depois bateu várias vezes seguidas com ela em minhas costas. Ninguém podia ouvir os gritos desse ser humano (gostoso) em sofrimento?!

- Se você fizer isso de novo, eu pego o facão!

- Nossa, você já teve algum namorado na vida com esse temperamento?! - Gritei, massageando minhas costas e a expressão de raiva em seu rosto passou para uma expressão surpresa e desconfiada.

- Eu nunca namorei sério... - Sana colocou a  prancheta de volta no balcão e eu ri abafado.

- De verdade? - Fingir segurar o riso e me levantei da cadeira.

- E d-daí? O que tem de mais... - Ela murmurou cabisbaixa. Eu a empurrei contra a parede, de súbito, e prendi seus braços na mesma.

- Eu também não. - Sorri maliciosamente, fitando seus lábios convidativos. - Achamos algo em comum.

- Só isso mesmo, porque de resto, somos opostos. Me solta. - Ela olhou em meus olhos, séria e me aproximei ainda mais.

- Isso não te deixa nenhum pouco nervosa? - Sorri de lado e ela baixou o olhar. Então, me aproximei, fechei os olhos e selei nossos lábios suave e demoradamente. - E agora?

- S-Seu louco... - Vi suas bochechas ficarem extremamente vermelhas. Sana me empurrou e colocou as mãos sobre as bochechas. COMO ALGUÉM PODE SER TÃO FOFA? JESUS, ME DÁ UMA LUZ. Acalma, Jeon Jungkook.

Ouvi o barulho do sininho da porta da loja e me virei, vendo um garoto alto e musculoso entrar todo sorridente, dando um abraço em Sana. Olhei incrédulo e boquiaberta, bufando.

- Shownu! - Ela o abraçou de volta. Espera, ELA O ABRAÇOU DE VOLTA?!

- Ei, já disse pra não me chamar por esse apelido. - Ele riu se engracando pro lado de Sana, pigarreei e bati a palma da mão no balcão fazendo um barulho estalado que os chamou atenção.

- Que bonito hein, que bonito... Será que tô atrapalhando o casalzinho aí? - Semicerrei os olhos e Sana riu soprado.

- Quem é...? - O garoto o qual eu já odeio perguntou baixo para Sana que revirou os olhos.

- Ninguém, Hyun. - Ela disse e eu ri soprado.

- Ninguém?! Obrigado pela parte que me toca. - Sorri irônico.

- Oi, sou o Son Hyunwoo. Ou Shownu, como chamam. E você? - Ele sorriu e estendeu a mão, mas eu ignorei e andei até Sana.

- Quem é esse aí? - Perguntei sério, cruzando os braços.

- Não sabia que tava namorando, San.

- San? Tem até apelidinho agora? - Eu bufei.

- Ele é meu melhor amigo desde que eu tinha 5 anos. Para de maluquice e volta a trabalhar que eu não te pago pra isso.

- Quem me paga é seu pai, sua... sua traidora!

- Então gente... acho que eu volto outra hora. - O cara disse sorrindo desconfiado e andando para trás.

- Pode deixar, não precisa voltar outra hora não. Não volta nunca! - Falei dando de ombros.

- Ei! Idiota. - Ela caminhou até o cara e acenou. - Tchau Shownu, depois a gente se fala!

- "Tchau Shownu, depois a gente se fala." - A imitei baixo, fazendo uma voz fina, até o cara ir embora.

- Você... tá com ciúmes? - Sana me encarou sorrindo de lado. - Doido...

- E s-se eu tiver? É proibido? - Desviei o olhar para o chão, engolindo seco e respirando fundo.

- Esquece... Vai ajeitar as caixas logo. - Ela foi até a cadeira atrás do balcão e se sentou, pegando a prancheta para me ameaçar. - Vai logo!

- Mandona. - Murmurei pegando uma caixa.

- Eu ouvi isso.

- Chata. - Murmurei outra vez.

- Também ouvi.

- Linda. - Sorri de lado e a olhei de relance vendo ela hesitar e pegar o controle da televisão colocando em um canal onde passa lives de grupos de kpop.

- Deixa aí! É a IU! Awn, a IU é linda e fofa! Meu Deus, olha isso! - Comecei a cantarolar a música e imitar um pouco os passos fofos da dança. Era minha cantora preferida.

- Você acha mesmo ela fofa? - Sana bufou, cruzando os braços.

- Claro! Quem não acha é louco. Ela é a mais fofa de todas. 

- Já viu aegyo de uma japonesa? - Ela me encarou e se levantou da cadeira, parando na minha frente. - Já?

- Não, o que voc...

- Ohayo! - Ela fez um bico fofo e parecia tão pequena perto de mim que ficou ainda mais fofa me olhando de baixo. Ja posso dizer que morri?

- S-Sana, o que...

- Oppa! - Ela disse piscando os olhos e ficando ainda mais perto, com as mãos para trás. Ela ficou na ponta dos pés e se inclinou me dando um selinho rápido que me pegou de surpresa. Arregalei os olhos e senti minhas bochechas queimarem.

- O q-que você tá f-fazendo?

- Te mostrando que japonesas são mais fofas! Oh! Você ficou corado! Awn!

- Q-Quem? E-Eu? Tá maluca? Olha quantas caixas! - Apontei para as caixas atrás dela e sorri desconfiadamente, por que fiquei tão nervoso? - Preciso trabalhar!

- Jungkook você tá bem?

- Tô ótimo! Impecável! Melhor impossível! - Sorri pegando duas caixas empilhadas e corri até o depósito. Olhei no espelho que havia no corredor e vi minhas bochechas e orelhas vermelhas. - Isso não pode tá acontecendo... Ah, quer saber?

Larguei as caixas no chão, fechei os punhos e dei passos largos até onde Sana estava.

- Eu não gostei desse beijinho fajuto! - Eu disse em tom forte, e ela me olhou assustada se levantando da cadeira.

- Como?!

- Isso mesmo, não gostei. Por isso, voltei aqui pra te devolver!

Caminhei até ela e segurei em seu rosto com a mão, puxando ele para perto e selando nossos lábios. Interrompi o beijo e arregalei os olhos.

- Jungkook, o que você tá fazendo?! - Ela deu um passo para trás mas eu voltei a segurar em seu rosto com firmeza e a olhei nos olhos.

- Espera, deixa eu testar mais uma vez. - A puxei de novo e segurei em sua cintura, tomando mais um beijo e o interrompendo de novo e arregalando os olhos mais uma vez.

- O q-que tá fazendo, doido?!

- Essa é a última vez, juro. Mentira, juro nada. - Eu a puxei pela cintura e selei nossos lábios. Toda vez que eu a beijava, meu coração batia mais rápido e mais rápido.

Merda Jungkook, acho que você finalmente tá apaixonado.

                      POV Yerin

O sinal para as aulas começarem soou e Minhyuk suspirou em tédio. Eu ri baixo e segurei na alça de minha mochila, caminhando até a sala.

- Ei... Tenho uma surpresa pra esse fim de semana! - Minhyuk disse com um sorriso e dando uma risada maléfica, fazendo todo mundo rir.

- Na aula de campo? - Perguntei, olhando para o lado.

- É claro! Vocês mal perdem por esperar!

- O que vai aprontar dessa vez, Lee Minhyuk? - Jooheon perguntou entre risos.

- Acho que é o mesmo de todos os anos, não? - Naeyeon disso, rindo abafado.

- O que é o mesmo de todos os anos? - Pergunte curiosa.

- Não digam! Deixem ela imaginar. - Minhyuk colocou o braço envolta dos meus ombros e me deu um beijo na bochecha bem fofo. Ouvi um barulho de algo caindo e me assustei, olhando para frente. Me assustei ainda mais quando vi Baekhyun boquiaberta e uma caixinha de Banana Milk caída no chão.

- Baek, você tá bem? - Sehun perguntou franzindo a testa e olhando para a caixa. Baek riu soprado e colocou as mãos nos bolsos da calça.

- Tô... maravilhoso como sempre. - Ele disse me encarando com um sorriso irônico no rosto e eu não entendi nada.

- Perdeu alguma coisa aqui? - Falei e ele riu outra vez se abaixando para pegar a caixa do chão.

- Droga Yerin, você me fez desperdiçar meu café da manhã. Sabia que Banana Milk tá em falta no mercado? Aigoo. - Baek jogou a caixa no lixo e olhou de relance para Minhyuk de um jeito que me deixou com medo até.

- O que fiz agora? - Perguntei sem entender do que ele estava falando, eu não tinha feito nada ué.

- Deixa pra lá. E você, seu encrenqueiro de plantão... - Baek apontou para Minhyuk. - Não fique sozinho por aí, é perigoso.

- Que? - Minhyuk ficou mais confuso que eu e Baek foi para a sala sem dizer mais nada. Mas o que raios foi isso?

- Alguém colocou cachaça na caixa de Banana Milk do Baekhyun? - Sehun olhou para Jungkook e Lay que estavam do lado e eles negaram com cabeça.

- Não olha pra mim, querido. Fui! - Jungkook deu um tapa amigável no peito de Sehun e entrou na sala. Ok, eu não entendi nada assim como ninguém entendeu coisa alguma naquele corredor. O melhor que eu fiz foi entrar na sala. Baek estava me encarando com o olhar semicerrado e os braços cruzados por 20 minutos seguidos, sem dizer uma palavra sequer.

Suspirei alto e virei o rosto para ele, apoiando o queixo na mão e o encarando de volta.

- Algum problema, Baek?

- Tá ouvindo alguma coisa Sehun? Porque eu não tô... - Ele fez um bico sem tirar os olhos de mim, eu ri soprado e Sehun o olhou confuso.

- Tô ouvindo a Yerin, você tá surdo?

- Era pra você dizer que não tava ouvindo nada, seu imbecil! - Baek deu um tapa na cabeça de Sehun que revidou e eu ri. Pareciam duas crianças birrentas brigando.

- Por incrível que pareça tô no ensino médio dando aulas pra vocês dois por 5 anos. 5 ANOS. Quando vão crescer? Querem ficar aqui por 6 anos também? - O professor encarou Sehun e Baek que ficaram bem quietos e fingindo serem uns anjos. Pff.

- Desculpa professor.- Sehun disse.

- O que combinamos de fazer depois de repetirem de ano pela 2° vez? - O professor JinHong deu um sorriso.

- Desculpe professor amado. - Sehun corrigiu de cabeça baixa e todo mundo riu.

- Você também Byun. Qual a sua fala? - O professor olhou para Baekhyun que murmurou um xingamento.

- Desculpe melhor professor do mundo... - Ele disse baixo e o professor fez ele repetir umas 4 vezes até todo mundo escutar. Fiz questão de encará-lo enquanto dizia e ele percebeu e me olhou, apoiando o queixo na mão e i cotovelo na mesa. Seus lábios se mexerem como se ele falasse alguma frase sem voz, e óbvio, eu não consegui entender.

- O que? - Sussurrei e ele fez a mesma coisa. Mas dessa vez ele usou os dedos, apontando para mim e depois para ele.

- Você é minha. - Ele sussurrou e eu quase caí para trás. - Entendeu agora?

Eu não respondi e me virei, engolindo seco. Coloquei a mão em meu peito e senti meu coração bater acelerado, fechei os olhos e me xinguei mentalmente. Acho melhor evitar Baekhyun, concordei com a cabeça e respirei fundo.

- Você tá bem, Yerin? - Naeyeon me pegou de surpresa, me tirando dos meus pensamentos.

- Tô sim, por que?

- Parecia que tava passando mal, sei lá. Tem certeza?

- Absoluta. - Sorri para disfarçar e respirei fundo outra vez.

As três primeiras aulas pareciam durar uma eternidade de tão chatas, e também eu estava me segurando o máximo possível para não olhar para a cadeira de Baek e nem mesmo me virar para o lado. Confesso que foi difícil, sentia um olhar sobre mim o tempo todo e provavelmente era dele, isso me deixava nervosa e Naeyeon me perguntou várias vezes se eu estava bem. Já sei que no quesito de disfarçar algo eu sou péssima né.

Mas enfim era o intervalo e eu tinha que dar um jeito de não ficar perto de Baekhyun. Talvez uns 10 metros de distância resolveria. Ou quem sabe uns 20.

- Quero falar com você. - Como sou super sortuda Baek parou na minha frente no corredor e me olhou sério. Eu dei meia volta sem dizer nada e caminhei em passos largos para a direção oposta ao refeitório.

- Ei, o qu... -Passei por Minhyuk e nem esperei ele terminar de falar, fui até o jardim e me escorei na parede da entrada da escola, tomando ar.

- Essa foi por pouco. - Coloquei a mão no coração e fechei os olhos, suspirando de alívio.

- O que foi por pouco?

- Eu quase tive que convers... - Eu arregalei meus olhos e virei meu rosto para o lado vendo Baek de braços cruzados me encarando. - B-Baekhyun?!

- Yerin. Você tá de jogo comigo? - Ele fez um bico de raiva e aproximou o rosto do meu subitamente. Eu recuei para o lado e me virei ficando de costas. Coloquei a mão sobre minha barriga e olhei para ele ainda de olhos arregalados.

- Você ouviu isso?! Eu acho que tô com fome, muita fome! Preciso comer... - Sorri desajeitada e corri para o refeitório igual uma louca. 

O que merda eu fiz, Senhor Deus?

Me xinguei mentalmente de todos os palavrões existentes na face da terra. Que ser humano mais burro eu sou hein, se existisse um Oscar para burrice extrema, com certeza eu ganharia de primeira.

Cheguei ofegante ao refeitório e fui direto para a mesa em que costumávamos sentar sempre, vendo Naeyeon e os outros comendo lanches diversos. Ninguém estranhou minha respiração trêmula e eu agradeci internamente por isso.

- E ae, Yerin. Senta aqui do meu lado! - Jooheon apontou para uma cadeira vazia ao seu lado e eu me sentei lá, tomando um pouco de água de sua garrafa.

- Então, pensaram no que fazer já? - Jungkook perguntou e Sehun negou com a cabeça. Do que eles estavam falando?

- Eu não sei não hein... Tenho mesmo que participar disso? Sabem que não vou com a cara dele. - Minhyuk bufou.

- Nossa Minhyuk. Pensei que a gente não brigasse mais... - Sehun olhou incrédulo.

- Com você não. Mas com Baekhyun é outra história. Eu fiquei igual uma peneira quando ele me jogou aqueles cactos, sabia?! - Minhyuk quase gritou e eu ri baixo, lembrando do dia em que eles brigaram no jardim do chalé.

- Do que vocês estão falando? - Perguntei pegando um pouco do lanche de Naeyeon e colocando na boca.

- O aniversário de Baek é nesse sábado, vamos fazer algo surpresa na aula de campo. Acho que ele nem lembra que é aniversário dele dia 6, ele nunca lembra, aquele mané.

Juro que se aquele pedaço de sanduíche fosse um pouco maior do que era eu tinha morrido engasgada. Antes que eu morresse ali mesmo Jooheon me deu uns tapas nas costas e me entregou a garrafa d'água, até que eu parasse de tossir.

- Calma, calma! - Jooheon afagou minhas costas e respirei fundo.

Eu nem imaginava que seria aniversário dele e durante a aula de campo, ainda por cima. Que sorte a minha, logo quando eu tenho que evitar ele de todo jeito.

Conclusão da minha vida: Nasci para me ferrar.

- Ele vai fazer 20 anos ainda estudando e em uma sala cheia de pessoas com 17 anos. Que coisa mais esquisita. - Jooheon riu.

- Quem manda ele ser burro e repetir duas vezes de ano, acho é pouco. - Sehun disse rindo e me olhou.

- Não fala nada Sehun, que tu também repetiu 2 vezes! - Minhyuk riu alto e Sehun sorriu irônico ameaçando bater nele.

- Yerin, você tem alguma fantasia de presente? - Sehun virou-se para mim subitamente.

- Fantasia de presente? - Franzi o cenho.

- É. Acho que se eu te der de presente pro Baek ele vai me mimar por uns 10 anos, no mínimo. - Sehun riu alto e só ouvi um estalo e seus hashis voaram para longe.

- Seu idiota. - Baek chegou por trás e deu um enorme tapa em sua nuca. Todo mundo começou a rir, mas eu estava com vontade de gritar, correr e chorar de nervoso. - Eu devia cortar sua língua e dar aos cachorros.

- Que grosso. Vai ficar sem presente. - Sehun o olhou de relance e vi Baek me fitar sério.

- Baekhyun eu vou te dar uma passagem pra ir na Casa da Playboy! Se me levar junto, é claro. - Jungkook disse entusiasmado.

- Imagina um coelho coreano indo na Casa das Coelhinhas, que mágico! - Jooheon disse rindo e Jungkook ficou confuso.

- Que coelho coreano?

- Tu mesmo, Kook. - Minhyuk mostrou a língua e riu depois.

- Ha ha ha, palhaço.

- Porque não dá de presente à ele uma de suas lindas Valentinas? - Sehun riu mesmo quase apanhando de Jungkook. Eu permaneci séria assim como Baek, que me olhava ainda de pé.

- O intervalo acabou, monamour. Vamos, preciso tirar um lindo dez na prova de hoje. - Minhyuk se levantou e eu rezei para que ele me puxasse junto e me tirasse dali.

- Vocês tem prova agora? Meus pêsames. - Jooheon disse e me olhou. - Boa sorte Yerin.

- Ei, e eu? - Minhyuk perguntou indignado.

- Boa sorte em quê? Nas suas pescas? - Jooheon riu abafado e Minhyuk assentiu.

- Pescar é uma arte. Sou profissional então não preciso de sorte mesmo, obrigado. - Minhyuk piscou e segurou no meu pulso. - Vamos Yerin!

AMÉM!

Me levantei quase em um pulo e ouvi Baekhyun bufar de raiva e resmungar enquanto eu saia.

- Yerin, você ficou sabendo daquela garota?

- Que garota, Minhyuk?

- Aquela do 1° ano que tava sumida. Irene me falou que descobriu que ela tava internada por depressão e distúrbio. Nossa, coitada. Parece que a família dela tá com vários problemas, tenho pena. - Minhyuk ficou cabisbaixo e suspirou.

- Então ela vai parar de estudar?

- Não, pelo que eu sei ela passou esse tempo todo internada e acho que pode voltar nesse mês de maio.

- Ela deve ter se sentido muito mal internada. Eu odeio hospitais...

- Por que?

- Ah... porque... - Eu travei. Não queria dizer de jeito nenhum o porquê. E nem vou, aquilo era delicado demais para mim e as únicas pessoas que sabem sobre eu ter ficado internada por um ano inteiro e o porque disso é o meu avô e Taehyung. Nem mesmo detalhes eles têm, então é complicado falar com qualquer pessoa sobre isso. 

- Não quer contar né? Ok, eu entendo. - Ele sorriu.

- Eu te adoro e você é um ótimo amigo, mas é assunto que não tenho confiança pra falar com ninguém...

- Tudo bem. - Ele apertou minha bochecha. - Vamos pra sala então. E boa sorte na prova!

Entramos na sala e me sentei, ouvi algo se arrastar no chão e olhei para o lado. Eu quase dei um berro quando vi Baek sentando na cadeira que ele puxou até o meu lado. Ele estava com os olhos tão semicerrados que quase sumiam em seu rosto. Baekhyun inclinou a cabeça para o lado e me fitou intensamente.

- Yerin. Você tá me evitando, por acaso?

- An? O que? Do que tá falando...? - Me fingi de desentendida, foi a melhor coisa que consegui pensar em 3 segundos. Ele pareceu frustrado e apoiou o queixo na mão sem desgrudar os olhos de mim.

- Foi pelo o que eu disse mais cedo?

- O q-que você disse? Eu não sei do qu...

- Você é minha. - Ele me interrompeu e disse em alto e bom som. Ainda bem que ninguém estava prestando atenção em nós dois. Como proceder? Fiquei lá, calada, sem saber o que fazer ou dizer. Encarei a lousa e tentei controlar minha respiração. Senti seu dedo afundar em minha bochecha e ele ficou mais perto. - Você... é minha. Só não percebeu isso ainda.

- Então lindos demônios que eu amo, voltem aos seus lugares. Hora da prova!

                 POV Baekhyun

Finalmente a bendita aula de campo vai acontecer! Serão 3 dias de acampamento, posso ter vários momentos com a Yerin, essa é a minha oportunidade de ouro. O problema é que nesses últimos 4 dias ela anda me evitando. Ela dá meia volta quando me vê, desvia o olhar, me deixa conversando sozinho e ainda tem aquele maldito do Minhyuk. É normal eu sentir vontade de matá-lo quando o vejo, mas parece que quando ele fica perto de Yerin essa vontade aumenta 30 vezes.

- Já arrumou as malas, madame? - Sehun se jogou em minha cama com o celular na mão e o meu começou a tocar em cima da cômoda.

- Já. 1 mala é suficiente, são só 3 dias, Sehun. - Caminhei até meu celular e vi uma chamada perdida de Taeyeon. Aliás, haviam várias mensagens dela também. O que ela é, afinal? Uma sasaeng? Serial killer stalker? Fiz o sinal da cruz e guardei o celular no bolso, pegando minha mala. - Vamos.

Assim que chegamos na entrada da escola as pessoas já estavam entrando nos ônibus. Fui dar minha mala para o homem da bagagem e avistei Yerin chegar junto com Taehyung. Coloquei as mãos nos bolsos e me aproximei como quem não quer nada.

- Hoje nem é sexta-feira 13 mas eu tô vendo cada assombração por aqui... - Encarei Taehyung que bufou.

- Você se olhou muito no espelho hoje foi? - Taehyung retrucou e eu rangi os dentes.

- Coitado... Se o espelho falasse, ele me agradeceria por me olhar nele todo dia.

- E quem é você, a Rainha Má da Branca de Neve?

- Será que o espetáculo do circo já acabou, seus palhaços? Essa mala pesa. - Yerin bufou, arrastando a sua mala pelo chão, revirei os olhos e andei apressado até o ônibus, fingindo que dormi a viagem toda quando na verdade eu estava me roendo de raiva de Taehyung e Minhyuk.

- Uau, eles se superaram esse ano! Esse lugar é incrível! - Sehun exclamou. O lugar era mesmo lindo. Havia uma enorme fogueira e várias barracas grandes, maiores que as normais, elas pareceriam casas! Eram laranjas com branco, daquelas que se abrem com zíper, saae? Bem espaçosas, tinha umas de duas camas e até quatro. Eu fiquei em uma barraca de três em que odeio todo mundo. Yerin ficou em uma barraca com uma garota estrangeira do 1° ano, acho que o nome dela é Lisa ou algo assim. Ela é tailandesa, e meio desastrada.

Tinha um lago ali perto e uma casa que parecia casa de praia em um canto excluso. Acho que devia ser uma cozinha e onde comeríamos.

- Mas que droga! Droga! - Escutei o diretor gritar e pôr as mãos na cabeça.

- Aconteceu algo? - Yerin apareceu ao lado dele e do assistente dele.

- Ah, a neta do Sr. Shin, certo? Posso pedir sua ajuda? - O diretor olhou para ela esperançoso e eu fui até eles saber o que houve. 

- O que foi, diretor?

- Esse palerma aí esqueceu de comprar as carnes e bebidas! - O diretor apontou para o assistente que sorriu sem jeito. - Não é bom ir sozinha, então, vocês dois podem ir comprar pra mim? Tem um mercado alguns quilômetros daqui, sabe dirigir, não é Byun? Tomem o dinheiro!

Ele me entregou a chave do carro e uns 100.000 won's. Acho que vão fazer um churrasco. Olhei de relance para Yerin que parecia nervosa do meu lado. Ela abaixou o vidro da janela da van e respirou fundo.

- Você acha que consegue encontrar o lugar? né? - Ela perguntou, olhando para a janela.

- Acho. Mas eu nunca dirigi uma van antes.

- QUE?!

- Calma, é o mesmo que um carro. - Eu ri baixo e dei a partida. Ela ficou em silêncio o tempo todo até chegarmos no local que o assistente me disse. Era o único mercado e a única construção existente naquela estrada. O resto eram árvores e mais árvores. Descemos do carro, Yerin foi pegando as carnes e bebidas e colocando dentro de caixas enquanto eu fui pagar ao dono.

- 14 kg de carne e 2 caixas de refrigerantes, dá quanto?

- 14?! Nossa... Porque não foi em uma fazenda e comprou logo duas vacas? - O homem foi curto e grosso, bem ranzinza por sinal.

- É pra mais de 30 pessoas... - Eu disse, sorrindo sem jeito.

- É claro que é pra mais pessoas, aquela garota vai comer tudo sozinha por acaso? - Ele bufou, calculando o preço em uma calculadora. Eu quis socá-lo mas ele parecia ter uns 60 anos, não posso socar velhinhos indefesos por mais que seja insuportavelmente estúpidos.

- Desculpe... - Eu cerrei os punhos e sorri largo. Yerin andou até o meu lado com uma das caixas.

- Ainda fazendo a conta? - Ela perguntou inocentemente.

- Acha que tem algum The Flash aqui, querida? Na sua idade deveria ter mais paciência, mocinha. - Vi o sangue de Yerin ferver mas ela também se segurou e sorriu fraco.

- Vem, deixa ele contar. - Segurei sua mão e a puxei junto comigo para levá-la lá para fora, mas Yerin puxou seu braço e nós paramos na entrada. Olhei cabisbaixo para minha mão e a coloquei no bolso, escorando as costas na parede e olhando para a vista. As árvores balançavam fraco e as nuvens tomaram o céu.

Yerin também se escorou na parede porém um pouco longe. Fiquei no lado esquerdo da porta e ela no lado direito. Abaixei a cabeça e fitei o chão de madeira, suspirando. A chuva fina respingou em meu tênis e ficamos nós dois em um silêncio agoniante por alguns longos minutos.

Virei o rosto para o lado e Yerin estava com o braço erguido e sua palma da mão estendida para as pequenas gotas da chuva.

- Por que tava me evitando? - Deixei escapar com a voz fraca, interrompendo o silêncio.

- Eu... não tava evitando...

- E tava fazendo o que então? Você se escondeu debaixo da mesa do laboratório de ciências quando eu cheguei atrasado na aula de biologia. - Falei cabisbaixo, suspirando novamente.

- E-Eu... Deixei a caneta cair e fui procurar. Foi só isso...

- E aquele "foi por pouco"? Diz logo que você tava me evitando, vai. - Olhei para ela e sua cabeça estava abaixada. Ela mexia os dedos uns nos outros e os encarava, como se estivesse nervosa por algo, no meu ponto de vista.

- Aish, já disse que não é isso! Que teimoso.

- Eu que sou o teimoso?! Já percebeu o quanto você é teimosa? - Apontei para ela com o dedo indicador e ela bufou.

- Ah, esquece. - Yerin fechou os olhos e eu revirei os meus.

- Vai me ignorar agora é? Você só podia ser de áries mesmo!

- O que quer dizer?!

- Isso mesmo que você ouviu! Egoísta, mal-humorada e sem paciência. Digna de ser áries!

- Você acredita mesmo nessas coisas de signos?! Me poupe, Baekhyun!

- Você é a prova viva de que isso é verdade! - Aumentei meu tom de voz e ela me olhou com mais raiva.

- Ei! Por que tá gritando comigo, seu idiota?! - Ela também aumentou o tom de voz e eu ri soprado.

- Idiota nada! Sua... Sua idiota!

- Idiota é você, babaca!

- Aish, lerda. - Murmurei, olhando para a minha frente.

- O que disse? Você me chamou de lerda?!

- E quem mais eu chamaria de lerda? O Ahjussi ranzinza dono do mercado?! - Bufei.

- Cala a boca, não quero falar com você. - Ela cruzou os braços emburrada e virou de lado ficando de costas para mim.

- Yah! Aigoo, sua chata. - Cruzei os braços e emburrei o rosto também, virando para o outro lado.

- Você dois são crianças de 3 anos? - A voz do velho me fez virar para trás. - Já contei tudo, deu 98.630 won's. - Peguei o dinheiro e entreguei ao homem que foi buscar o troco. - Tome! E essa chuva vai demorar a passar, melhor irem logo antes que ela piore!

- Tarde demais...  - Yerin suspirou e eu olhei para a chuva que tinha aumentado. Aos poucos o chão começou a ficar lamacento e seria difícil passar com a van por aquela estrada até que a chuva parasse.

Escorei minhas costas de novo na parede e mais uma vez o silêncio deu as caras. Estendi minha mão para a chuva e sorri minimamente. Passei a mão pelos cabelos, os jogando para trás e dei quase um pulo para debaixo da chuva sentindo a água gelada arrepiar minha pele.

- Baekhyun?! O que... Yah, seu louco! - Me virei e vi Yerin de olhos arregalados. Ri baixo e sorri largamente indo até ela e me curvando, estendendo a mão em sua direção.

- Me dá a honra, senhorita?

- V-Você ficou maluco?

- Ah, qual é... Nunca tomou banho de chuva?!

- Não... - Ela falou fraco, abaixando a cabeça. Eu sorri e a puxei pelo pulso, fazendo ela vir para debaixo da chuva comigo. Comecei a rir de sua reação surpresa e me aproximei, levantando os seus dois braços. - Eu... vou... te matar...

- Para de ser assim e aproveita. - Eu ri e levantei meus braços do mesmo jeito. - Pra dizer que viveu de verdade tem que tomar banho de chuva pelo menos uma vez na vida. - Fechei os olhos e ergui a cabeça, sem me importar se aquela chuva estava molhando minhas roupas ou meu cabelo. Me concentrei em sentir as gotas da água gelada escorrerem por meu corpo, entre meus dedos, e em meu rosto. É uma das melhores sensações do mundo, pode apostar.

Entreabri os olhos e deixei a cabeça reta, olhando para Yerin à minha frente. Ela estava de olhos fechados e sorria minimamente. Um sorriso que eu amo ver. Sorri junto e me aproximei, segurando sua mão e a fazendo abrir os olhos.

- Isso é incrível! - Ela riu e eu levantei seu braço junto com os meus e ela levantou o outro braço, gritando e rindo alto, começamos a correr e dar gargalhadas em meio a chuva. Aqueles foram os melhores 5 minutos da minha vida.

Coloquei a mão sobre a testa e passei por meus olhos, tirando a água dali para enxergar melhor. No meio de tudo, eu a ergui no alto, segurando seu corpo com firmeza e ela envolveu os braços em meu pescoço afundando o rosto na curvatura dele, dando um grito agudo que me fez rir ainda mais enquanto eu dava giros até eu parar, cansado.

Continuei segurando até que ela afastou um pouco e nossos rostos ficaram próximos. Tão próximos que meu coração quase pulou pela boca. Ela desmanchou o sorriso e me olhou nos olhos, séria. Eu esqueci tudo ao meu redor, esqueci a chuva, a aula de campo, as carnes, a lama. Tudo o que eu conseguia ver naquele momento era ela. Meus olhos se alternaram em olhar para os seus olhos e os seus lábios. Deixei meu rosto mais perto que antes e parece que foi automático, os olhos de ambos se fecharam devagar e ao mesmo tempo, até que nossos lábios se encostaram.

O frio da chuva logo foi aquecido por um beijo calmo, doce e necessitado, o qual eu pude sentir não só sentimentos meus mas os dela também. Eu queria que esse momento durasse para sempre, entretanto ela me empurrou e nossos lábios ficaram apenas encostados de leve. Meus olhos se mativeram fechados e minha respiração assim como meu coração estavam descompassados.

- Baek, me solta. - Sua voz saiu baixa e ela me empurrou outra vez, então eu a soltei e abri os olhos.

- Vai fugir outra vez?

- Fugir de quê? De algo que não deveria acontecer? - Yerin passou as mãos nos cabelos e eu ri soprado.

- Dá pra parar de esconder? Você não conseguiu sentir o que eu senti agora? Nós...

- Não. - Ela me interrompeu. - Não há nada pra sentir.

- Yerin! Não seja covarde. Você, realmente...

- Vamos só fingir que nunca aconteceu. - Ela passou a mão pelo rosto e se virou ficando de costas mas eu segurei sua mão e a fiz parar de andar, virando-a para mim.

- Não posso fingir que nunca aconteceu. Você ainda não percebeu isso?

- Então o que quer que eu faça?! - Yerin quase gritou, ela parecia querer chorar e não tirava a mão dos cabelos molhados.

- Quero que me fale a verdade! Quero que seja sincera comigo. - Eu dei uma breve pausa e um passo para frente, fitando-a, meus olhos lacrimejaram e apertei uma mão contra o meu peito. - Isso não te afeta? Meu coração tá tão acelerado que chega a doer, eu só falto gritar que gosto de você ao mundo todo! Isso realmente... não te afeta em nada?

- Sim! - Ela gritou com a voz chorosa, me fazendo arregalar os olhos. - Aish. Isso... Isso me afeta! Era isso que queria ouvir?! Você mexe comigo, a ponto de me deixar louca de tão confusa!

- Y-Yerin... - Eu travei, era como se eu estivesse tendo uma pequena parada cardíaca vendo suas lágrimas se misturarem com a chuva agora mais fraca.

- Eu admito que sinto medo. Sinto medo, porque você acabou significando mais pra mim do que qualquer outra pessoa e isso me assustou. - Ela enxugou as lágrimas com a mão e fungou.

Eu esperei tanto por aquilo, eu quis tanto aquilo, mas por que eu estava travado daquele jeito? Estava estático, sem reação, tentando proceder isso tudo. Engoli seco e me belisquei na tentativa de saber se o que estava acontecendo era mesmo real ou era mais um de meus sonhos iludidores.

- Yerin, eu...

- Eu evitei isso a todo custo. - Ela me interrompeu. - Eu me recusei, porque você é um total mulherengo, arrogante, pervertido...

- Yah... - Será que agora voltei à realidade?

- Ainda não terminei. Você também é arruaceiro, orgulhoso, aproveitador, metido, sem noção, mesquinho, convencido a badboy...

- Você vai falar todos os adjetivos ruins que existem?

- Essa é a questão. Você se encaixa em quase todos os adjetivos ruins que existem, mas... Eu relamente gosto de você Byun Baekhyun, e agora? O que eu faço...?

Eu fiquei imóvel, completamente paralisado, desviei o olhar para os lados e pensei ter ouvido errado. Deixei escapar um sorriso mínimo assim como minhas lágrimas, até finalmente a minha ficha cair.

- O que você faz?! - Dei uma pausa e respirei fundo, sorrindo de lado. - Me beija logo!

Olhei em seus olhos e caminhei com a maior pressa. Segurei seu rosto com as minhas mãos, o puxando para mim e roubando o melhor beijo que uma vez sequer eu imaginei que teria.

   


Notas Finais


Demorei sim, mas tá aí ♡
Não sei se ficou grande ou pequeno, nem sei se ficou bom, mas enfim, desculpem qualquer erro e terminei ele agorinha, mesmo com sono (por isso n sei se tá muito bom :'v)
Kissus de baunilha, comentem o que acharam e até o próximo ♡


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...