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História Auditory Hallucination - Sangue, lágrimas e... Você


Escrita por: taexxxxxie

Notas do Autor


Tô tentando escrever pelo celular da minha mãe, seja o que Deus quiser :''''')

Capítulo 26 - Sangue, lágrimas e... Você


Fanfic / Fanfiction Auditory Hallucination - Sangue, lágrimas e... Você

          POV Yerin

 

A luz da lua fracamente começava a invadir o cômodo através das frestas da cortina, iluminando gradativamente a escuridão da sala, me atingindo ainda mais fraco.

Eu me mantinha ali, naquela mesma posição, desde que ele saiu.

Com as pernas encolhidas e o rosto escondido entre os braços, eu apenas fitava o nada, abraçando meu corpo, sem saber o que fazer ou como reagir, por horas.

Virei o rosto devagar para a porta, escutando a campainha tocar algumas vezes. Respirei fundo e coloquei as palmas das mãos no chão, me impulsionando e fazendo o máximo de esforço que podia para me levantar, descendo os degraus lentamente e passando o dorso da mão sobre as bochechas.

Eu praticamente arrastava o corpo pelo chão; por quantas horas eu havia chorado? Droga... 

Abri a porta e entreabri a boca, surpresa com a visita inesperada. 

- Vim... buscar minhas coisas. - Sua voz saiu fraca, e ele abaixou o olhar, como se desviasse do meu. Sorri fraco, abrindo mais a porta e lhe dando passagem. 

Assim que Taehyung entrou, silencioso e sem graça, meu olhar pairou sobre uma de suas mãos, que sangrava sutilmente. 

- Tae... - Engoli seco e segurei sua mão, o que fez Taehyung arregalar os olhos, tentando puxar sua mão de volta. 

- N-Não foi nada... - Ele grunhiu um pouco quando segurei sua mão mais forte, impedindo que o mesmo se soltasse. O olhei de soslaio e pigarreei, suspirando baixo. 

- Vem... Vou fazer um curativo. - Comecei a puxá-lo para a cozinha e Tae ainda parecia perplexo, mas me seguiu em silêncio e cabisbaixo.

- Não precisa Yerin, eu só... 

- Shh, precisa sim. - Falei,  o fazendo sentar na cadeira e indo pegar a caixinha de primeiros socorros.

- Mas... 

- Nada de mas. - O repreendi de novo, me aproximando. Ele abaixou a cabeça e ficou calado, com um bico pequeno nos lábios.

Me sentei na cadeira ao seu lado e peguei sua mão outra vez, analisando o machucado que ainda escorria um pouco de sangue.

Com cuidado, fui passando o algodão delicadamente. O clima entre nós estava um tanto quanto estranho, nenhum de nós dois falávamos nada, fazendo o clima ficar ainda mais tenso. Levantei um pouco a cabeça e nossos olhares se cruzaram por um momento; Tae me olhava inocente, suas bochechas levemente coradas entregava o quanto ele estava sem jeito ali, mas ainda assim me olhava, com o rosto sem expressão, como se estivesse ainda surpreendido com meu ato repentino. 

Fazia um bom tempo já que não nos víamos, e confesso que sentia sua falta. Falta do seu jeito bobo, da sua fofura desajeitada, seu sorrisinho quadrado... Talvez se fosse Tae, ele teria acreditado em mim, não teria? 

- Você... tava chorando? - Ele murmurou uma pergunta, quase que inaudível, como se perguntasse a si mesmo, me fitando. 

Sorri fraco e voltei a fazer seu curativo, enrolando uma gaze em sua mão e prendendo-a com o esparadrapo, de forma engenhosa.

Terminei seu curativo passando os dedos delicadamente para fixar melhor, e olhei em seus olhos outra vez; Tae não tinha deixado de me encarar, seu olhar era de alguém preocupado, mas me transpassava um conforto do qual eu sentia falta. 

- Como se machucou? Tenha mais cuidado... - Sorri minimamente e ele retribuiu, fraco, levando a mão até o topo de minha cabeça. 

- Obrigado. - Ele acariciou meus cabelos suavemente com a ponta dos dedos, se levantando da cadeira. - Por que tá sozinha? Onde...

- Baekhyun não tá. - Sorri sem jeito. - E nem vai voltar tão cedo...

- Por que? Vocês... por acaso, brigaram? - Tae perguntou, e eu assenti. 

- Tanto faz... Pode ficar a vontade pra pegar suas coisas, eu vou dormir. - Me levantei da cadeira e afundei de leve meu dedo em sua bochecha. - Se cuida... 

Vi suas bochechas corarem outra vez, como podia ser tão fofo? Aigoo... Sorri e me direcionei para a escadaria, entrei em meu quarto e me joguei debruçada na cama, fechando os olhos. 

 

       POV Baekhyun 

 

Coloquei o celular no ouvido e esperei mais uma vez, implorando para que o imundo do Sehun atendesse a minha chamada, já queer a 10° vez que eu tentava ligar para ele em menos de uma hora. 

Olhei de soslaio através da janela, suspirando; 

- Droga... - Bati com força as mãos no volante, escondendo meu rosto no mesmo, enquanto esperava o sinal abrir. - Aish, Yerin... 

Eu não entendia o porquê da Yerin ter implicado com aquela garota, o que ela fez de errado afinal?! Só estávamos fazendo um trabalho da escola, aish. Yerin nunca foi assim, machucar a novata por causa de ciúmes já era ter passado demais do limites, e eu não podia ficar quieto e deixar isso passar. 

O sinal finalmente abriu e Sehun resolveu atender o telefonema.

   "  - Seu celular é enfeite é, seu traste? - Bufei, revirando os olhos. 

      - Quer que eu abra logo os braços pra você me engolir? 

      - Foi mal, tô estressado.

      - A sua TPM ainda não acabou? 

      - Vai tomar no orifício anal, Sehun. 

      - Pelo visto não acabou... O que você tem? 

      - Posso dormir na sua casa uns dias? 

      - Pensei que sua fase de adolescente rebelde que foge de casa já tinha passado. 

      - É sério, Sehun. 

      - E a Yerin?

     - Brigamos... Se eu continuar lá esses dias, vamos acabar brigando mais e mais, e não quero me separar dela nunca, não quero perdê-la por causa de brigas... 

      - AWN! TE TOISINHA MAIS BUNITINHA, AWN! 

     - Sehun, se tu falar assim de novo eu vou te atropelar. 

     - Tá. - Ele riu. - Você sabe que minha casa é sua casa. Vai vir que horas? 

      - Eu sei que sua casa é minha casa, por isso já tô aqui. " 

Desliguei o celular, estacionando o carro em frente a casa de Sehun - bem descaradamente mesmo - e o vendo aparecer com um olhar mortal na janela de seu quarto. Mandei um beijo no ar para ele, que fingiu vomitar e desapareceu da janela, aparecendo segundos depois na porta. 

- Tu me ligou pra quê, se já vinha pra cá, viado? - Ele semicerrou os olhos, emburrado. 

- Liguei só pra fingir mesmo. - Ri baixo, adentrando a casa. 

- Baekhyun baby! Há quanto tempo, pensei que tinha brigado com o Sehunnie. - A Sra. Oh apareceu sorridente, me dando um abraço apertado. 

- Desculpe, Sra. Oh. - Sorri, e ela afagou meus cabelos. - Posso dormir aqui por uns dias?

- Mas é claro! Chegou na hora certa, acabei de fazer chá de cupuaçu com banana e camomila, quer? 

- Não! - Dei quase um berro, sorrindo para tentar disfarçar. - Eu sou... tolerante a... cupuaçu! É, sou tolerante a cupuaçu. 

 - Ah, que pena! Então pode subir, vou buscar um lençol e travesseiro pra você. - Ela deu um sorriso doce, e subi a escada junto com Sehun.

- Tolerante a cupuaçu? Essa foi sua melhor desculpa? - Sehun me olhou com desgosto, segurando o riso. 

- Não fale comigo, servo. - Empinei o nariz, me jogando na sua cama. 

- Coitado. Tira esses sapatos podres de cima da minha cama, malandrinho, e me conta o que houve.

Tirei os sapatos com o pé mesmo, sem mexer um músculo meu. 

- Pronto, satisfeito? - Ditei arrastado. 

- Ei, Baekhyunnie baby, quer tomar banho comigo, hm? - Sehun me cutucou e joguei um travesseiro na cara dele, o que não desmanchou seu sorriso malicioso. - Eu passo sabonete em você...

- Credo Sehun! Vai pastar! - Joguei meu sapato nele, me aconchegando outra vez na cama e fechando os olhos. 

- Foi tão séria assim a briga de vocês dois? 

- Nem me fale disso... - Suspirei. - Quero esfriar minha cabeça... 

- Você deveria voltar logo pra casa, se ela ficar com raiva de você mesmo, já era. - Sehun falou, entrando no banheiro.

- Não vou voltar até ela me pedir desculpas! Eu já implorei demais por ela, agora é a vez dela!

Emburrei o rosto, cruzando os braços e decidido a não mexer um músculo sequer, até que Yerin voltasse atrás e pedisse desculpas.

               (...)

 

- Mim dá... Mim dá issu! - Choraminguei fazendo um bico com os lábios e me debatendo na cama. 

- Baekhyun, você  já bebeu três garrafas de vinho, vai te aquietar, capeta! - Sehun tomou um gole da minha garrafa e rangi os dentes, me debatendo mais. 

- S-Sua cenoura maldita! - Choraminguei outra vez, me arrastando pela cama até meu celular, sorrindo bobo ao olhar para a tela brilhante. - Oi, Yerin...  

Dei um beijo na tela, abraçando o celular. 

- Deixa de ser bocó. - Sehun bufou, sentando na beirada da cama. - Nem acredito que teu papel de parede do celular é mesmo a Yerin.

Desbloqueei o celular com dificuldade, soluçando e sentindo tudo começar a girar devagar. Tentei abrir mais meus olhos, que pesavam querendo fechar. 

"   Para Minha Namorada Sociopata ♡: 

    Eu: Yelin

Yelin

Yelinnnnn

Yelin, Yelin, Yelinnn

    Minha Namorada Sociopata: Baekhyun...?

    Eu: To cum saldadi

    Minha Namorada Sociopata: Que porra é isso? 

    Eu: Yelin, eu to cum salgado de vc 

saldadi*

Me da bejo 

    Minha Namorada Sociopata: '-'

Vai cagar, Baekhyun

    Eu: Nau fala asim cumigo qi eu fiko tliste :c

Quelo um cabaço 

Calçado*

Abauço*

     Minha Namorada Sociopata: Baekhyun, eu tô com medo já

Você tá tirando onda com minha cara, né? -.-

     Eu: bilhar bilhar estrelina 

Queto ve vc bilhar 

Fais de cota qi e só minha

    Minha Namorada Sociopata: Mas que caralho

Baekhyun, você bebeu? 

     Eu: So pa ti ilei cantaaaaaa

   Bebi so un porco

    Minha Namorada Sociooata: Que

Porco? Que porco? 

      Eu: Yelin, chama a pulicia

Ten uma porta quelendo me asediá !

A porta ta tirandu minha roupa

Socorlo 

Cocolo yelinn

Ele toquou na minha bumbum

Cou se estrupadro 

:( :( :( :( :( "

 

           POV Yerin

 

Arregalei os olhos, encarando a tela de meu celular e tentando encontrar alguma lógica para o que eu estava lendo, se é que isso era possível.

 " Byun Babaca enviou um áudio. "

Misericórdia. Eu estou com muito medo de escutar isso...

Me joguei de novo na cama, escondendo o rosto no travesseiro e ficando estática igual uma morta viva, logo me debatendo na cama e me sentando outra vez, desbloqueando o celular e fitando as mensagens bizarras que recebi de Baekhyun.

E com muita, mas muita coragem, apertei no play. 

"   - Yelin! MI AJUDÁ! TEM UM LOCO AQUI, ELE QUE ME ESTURPAR! 

     - Baekhyun, cala a boca, seu estrume! Eu vou só te dar um banho! - A voz de Sehun? 

    - BANHO?! Com sais perfumados? ESPERA, VUCÊ É HOMI, HOMI NÃO! YELIN, ELE QUE ME COME! 

     - Baekhyun, eu vou te jogar daquela janela! Fica quieto, satanás! "

Ok. 

Que gritaria assustadoramente bizarra foi essa que acabei de escutar? 

  " Byun Babaca enviou um áudio. "

Senhor Buda, me protege. 

   " - Yelin... - Baek sussurrou, soluçando. - Yelin eu me iscundi... A porta tá me plocurando. Ela que meu copo perciosu nu. 

    - BAEKHYUN, CADÊ VOCÊ CARALHO?! QUANDO EU TE ACHAR, VOU ENFIAR ESSA GARRAFA DE SOJU NO SEU CU!

    - Yelin, você oviu issu? Ele que meu cu... - Baek sussurrou, fazendo dengo. - Se eu moler, quelo que saiba que eu quelo Ládi Gaga no meu velóriu, viu? Meu Deu, a porta ta vinu, ela ta vinu...! "

Devo me preocupar? 

  " Oh Sehun enviou um áudio. 

    - Yerin? PELO AMOR DE DEUS, ME SALVA! Baekhyun bebeu 3 garrafas de vinho, e chorou por sua causa escutando Taylor Swift. Fui dar um banho nele pra ver se ele ficava sóbrio e agora ele fugiu pela casa pelado e se escondeu! MINHA MÃE FOI NO MERCADO, O QUE EU VOU FAZER SE ELA ENCONTRAR BAEK FAZENDO PIROCÓPTERO NO MEIO DA SALA DE ESTAR?! "

Então ele foi dormir na casa do Sehun... Depois de não ter acreditado em mim, me feito chorar por horas sozinha no escuro e ter preferido acreditar naquela cobra da Jiyeon, eu não queria mais escutar seu nome por um bom tempo. 

 Sério, eu estava realmente com vontade de socar Baekhyun por ter feito tudo aquilo, queria passar com o caminhão por cima dele umas três vezes e mais uma quarta só para ter certeza que morreu.

Para quem saiu daqui dizendo que ficar aqui só ia fazê-lo se estressar, até que se arrependeu rápido. 

Bufei, me levantando da cama e procurando meu sobretudo no guarda-roupa, guardando o celular no bolso do mesmo. 

Recebi o endereço de Sehun via mensagem e fui de ônibus mesmo. Encostei a cabeça no vidro da janela e quis chorar outra vez. Como eu podia ser tão idiota? Como eu podia ser tão trouxa?

Por mais que eu quisesse ignorar, deixar ele se dar mal, esquecer... Eu simplesmente não conseguia. 

Caminhei um pouco na rua, cabisbaixa, sem pressa alguma de chegar na casa de Sehun. Eu não queria ver Baekhyun. Respirei fundo e ouvi um grito agudo, me chamando a atenção. Era um grito de Baek?

Corri até a casa onde julguei ser a de Sehun e bati na porta, mordendo meu lábio inferior por dentro.

A porta se abriu e dei de cara com Sehun suado, desgrenhado e ofegante, além de ter uma enorme bagunça atrás dele. Tudo estava revirado, um completo caos. Olhei por cima de seu ombro e arregalei os olhos, dando as costas para ele. 

- O q-que... 

Baekhyun estava nu - sim, completamente nu -, estirado no carpete da sala. 

- Eu não aguentava mais ele, daí apaguei ele com um bastão de baseball. - Sehun encolheu os ombros com desdém, indo até Baekhyun. - Fecha a porta pra mim, vou levar ele até o banheiro.

Assenti, nervosa, e fechei a porta, espiando o que acontecia atrás de mim. 

Sehun segurava as pernas de Baek e arrastava seu corpo pelo chão até a escada, como aqueles assassinos de filme de terror depois de matar uma pessoa. 

Engoli seco, evitando contato visual com "aquelas partes", vendo Baek se remexer ao ser erguido por Sehun. 

- Sua mãe ainda não chegou? - Indaguei, apanhando algumas almofadas do chão. 

- Ela chega daqui a pouco. Vou dar um banho nele, pode por favor limpar essa bagunça, Yerin? 

- Claro. - Concordei com a cabeça, começando a limpar o local. 

- Quando eu terminar te chamo... 

- Não, Sehun. - Olhei para a escada. - Eu... não vou ficar. 

- Não quero que ele acorde e chore que nem criança pra eu te chamar de novo. - Sehun suspirou. 

- Tudo bem então. - Abaixei a cabeça, suspirando. 

Depois de uns 20 minutos limpando tudo, Sehun gritou me chamando do andar de cima. Receosa, subi a escada, o vendo na porta do quarto. 

- Ele tá dormindo. Vou pegar água, quer? 

- Não, obrigada... - Sorri sem graça.

- Pode entrar então, venho já. 

Respirei fundo e adentrei o quarto, vendo Baek vestido com um pijama rosa de bichinhos, os cabelos molhados e um bico nos lábios, todo encolhido na cama. 

Ri fraco do pijama infantil e de sua posição embrionária, fechando a porta.

Me sentei na beirada da cama e peguei a toalha que estava em cima da cômoda, me aproximando de Baekhyun e passando a toalha com cuidado em seus cabelos, secando-os.

De súbito, Baek agarrou meu braço, segurando minha mão e apoiando o queixo na mesma, ainda dormindo. 

Fiquei longos segundos o fitando. Por que tudo entre nós era tão complicado? 

Levei a ponta dos dedos até sua franja, suavemente tirando-a de seus olhos. Ele nem parecia uma criança birrenta e irritante quando dormia assim, sorte minha. 

- Hm... - Baek balbuciou, se aconchegando mais para perto de mim. Lentamente seus olhos entreabriram, se arregalando ao notar que eu estava ali. 

Baek se levantou rapidamente, sentando na cama e levando a mão até os cabelos úmidos, os jogando para trás. Ele pigarreou e eu abaixei a cabeça, pondo as mãos nos bolsos do sobretudo. 

- Já que parece sóbrio, melhor eu ir... - Disse baixo, me levantando. 

- Y-Yerin... - Baek me chamou, cessando meus passos. Fiquei ali de costas, esperando que dissesse alguma coisa. - Não precisava ter vindo... 

Ri soprado, fechando meus olhos e respirando fundo. 

- É, não precisava. Não se preocupe, não vou vir mais. - Voltei a andar, abrindo a porta do quarto e indo para o corredor. 

- Yah! - Escutei a voz de Baek ecoar, mas ignorei, continuando a andar até a saída. - Yerin-ah! 

Sua mão prendeu meu braço, me impedindo de andar. Revirei os olhos e tentei puxá-lo, sem sucesso. Baek parece ter ficado um pouco tonto e afrouxou o aperto, então aproveitei para me soltar de sua mão e caminhei com passos apressados até a porta da entrada, sendo impedida de sair por suas palavras. 

- Não vai... - Sua voz soava fraca. 

- Eu quero te bater. - Murmurei, segurando o choro. 

- Então bate. Mas não vai... Me desculpa por ter sido grosso, você passou dos limites mas eu também... Vamos esquecer isso, por favor...

Me virei para ele, o vendo se aproximar e me abraçar, escondendo meu rosto em seu peito. 

- Por favor... - Ele apoiou o queixo em meu ombro, me abraçando forte. 

- Eu realmente quero te bater... - Ditei, deixando escapar algumas lágrimas. 

- Não me importo. 

- Eu quero te xingar de todos os palavrões possíveis... - Funguei, fechando os olhos. 

- Não me importo também. 

- Eu quero te odiar... - Envolvi meus braços em sua cintura, o abraçando e deixando as lágrimas caírem de uma vez. 

- Também nã.. espera, com isso eu me importo. - Ele acariciou meus cabelos e eu ri abafado. - Não precisa se preocupar, eu nunca te trocaria por outra garota,  você é única pra mim, ouviu? 

Assenti, abrindo os olhos e me afastando brevemente, o vendo dar um sorriso mínimo, enxugando minhas lágrimas. 

- Ai, droga... - Baek grunhiu, desequilibrado. 

- Espero que sinta a morte com essa ressaca. - Emburrei o rosto, me soltando de seu abraço. 

- Sua vingativa. - Ele riu baixo. 

-Finalmente se acertaram? Já pode ir pra casa agora, Baek? Tu tá aqui faz um dia e eu já não te aguento mais. - Sehun fez careta e Baek mostrou a língua. 

- Eu vou ficar aqui mais uns dias... Só pra garantir que vamos ficar juntos forever, e porque quero me vingar por ter me batido com um bastão de baseball, seu infeliz. - Baek quase rosnou e eu ri. 

- Eu não podia fazer mais nada, ué, ia deixar você fazendo pirocóptero na minha sala de estar?!

- Ai que horror. - Segurei o riso e Baek colocou as mãos sobre meus ouvidos, olhando indignado para Sehun.

- Não fala isso pra minha namorada, seu traste. 

- Querido, ela te viu nuzinho da silva jogado no chão. - Ouvi a voz de Sehun mais baixa, me fazendo rir ao lembrar. 

- Quer morrer, Oh Sehun? 

- Tu não tem moral nenhuma com esse pijaminha fofo. - Sehun segurou a risada e eu ri alto, vendo Baek ficar vermelho de raiva e vergonha. 

- Af, não ri do meu pijama de bichinho! - Baekhyun cruzou os braços, bufando. 

- Isso me lembra de quando você  tirava o pijama e ficava balan...

- Cala a boca!

- Vou pra casa antes que escute coisas que me façam vomitar. - Ri, indo até a porta.

- Te vejo amanhã na escola. - Baek me roubou um selinho, sorrindo. 

- Se a ressaca deixar. - Sorri irônica  e ele fez careta.

- Oh?! Quem é essa garota linda?! - A mulher entrou na casa, com uma sacola de compras e um sorriso largo.

- Minha namorada, Sra. Oh! Ela não é uma gracinha? - Baek apertou minhas bochechas, me fazendo corar. 

- Por que não me disse antes? Venha, moça, fiz um chá muit...

- Ela tá de saída já, né Yerin? - Baek forçou um sorriso,  me empurrando até a porta e sussurrando para mim. - Corre. 

           POV Lalisa

 

Apoiei o queixo na carteira, bufando de tédio. O professor Marcus estava passando um vídeo de sei lá o quê, nem prestei atenção de tão chato que era. 

A falta de luz deixava a sala bem aconchegante, boa para uma horinha de sono maravilhosa. Era o que eu faria se não estivesse vidrada, olhando para Yixing disfarçadamente.

Ele tinha os olhos brilhando e um sorriso lindo enquanto fitava atento o vídeo. Como alguém podia ser tão fofo desse jeito?! AAAAAA, Jeová, me ajuda que vou vomitar arco-íris!

- Tá olhando o quê? - Rosé sussurrou para mim. 

- Lay. - Ditei sorrindo minimamente, a vendo revirar os olhos. 

- Para de ser uma batata acéfala, e confessa logo pra ele. - Rosé suspirou, voltando a encostar as costas na cadeira. Arregalei os olhos e levantei a cabeça rapidamente,  olhando incrédula para Rosé. 

- O que tu disse? Repete. - Pisquei meus olhos, pensando ter ouvido errado.

- Disse pra parar de enrolar. 

- Lisa e Rosé, façam silêncio. - Prof. Marcus nos chamou atenção e eu sorri para ele, voltando a olhar para Rosé. 

- O que quer dizer? - Sussurrei. 

- Lalisa, confessa de uma vez que gosta dele, para de enrolar. - Ela sussurrou.

- Pensei que você ameaçasse os garotos que me queriam, e odiasse a ideia de me ver namorando. - Fiz um bico, sussurrando de volta. Rosé riu e se aproximou, me dando um peteleco na testa. - Aí!

- Eu só tava protegendo minha amiga dos garotos que não prestam. Não quero que você acabe como eu que gostei do imbecil do Minhyuk. O Lay é legal. 

- Choquei. - Fiquei boquiaberta. - Você ainda gosta dele né? 

- Cala a boca, odeio ele. - Rosé fez careta, voltando a olhar para o vídeo. 

- Yerin... - Sussurrei para Yerin que também prestava atenção no vídeo. - Yerin...!

- Ah, o que foi Lisa? - Ela sussurrou de volta. 

- Senhorita Manoban, silêncio.

- Desculpa professor. - Revirei os olhos, vendo Yerin rir baixo. 

- Naeyeon... - Sussurrei para ela, que estava mais próxima de mim. - O que acha de fazer um encontro quádruplo? 

- Quádruplo? - Nae arqueou a sobrancelha. 

- Sehun e você, Yerin e Baek, Eu e Lay, e Rosé e Minhyuk. - Sussurrei empolgada, vendo ela franzir a testa. 

- Você e o Lay, Rosé e Minhyuk? O que foi que eu perdi? 

- Lalisa Manoban, vai conversar com a sala inteira? 

- Foi mal professor. - Bufei, que velho chato. - Você convida o Minhyuk  e diz que é um encontro as cegas pra ele, viu? 

- Tudo bem Lisa, mas isso vai dar certo? 

- Pff, o que poderia dar errado? - Ditei confiante, voltando a olhar para Yixing. Agora eu só precisava chamá-lo e convencer Rosé a vir. 

Bem fácil, só que não.

- Rosé, vou chamar o Lay pra sair... - Sussurrei e a vi murmurar um "finalmente". - Mas você vai ter que vir comigo, tipo encontro quádruplo. Yerin e Baek, e Nae e Sehun também vão. 

- E eu vou com quem, sua louca? 

- Tem alguém em mente? 

- Tenho aquela Jennie, ela é uma gracinha. 

- Eu sei que tu é hétero, sua lacraia. - Disse e ela riu. 

- Sei lá. 

- Então vou arranjar alguém pra você, vai ser tipo encontro as cegas ok? Você tá precisando. 

- Tá bom então, cala a bica antes que tu seja expulsa  da sala.

- Sim senhora. - Fechei minha boca insinuando um zíper e esperei a aula de História acabar, criando coragem para chamar Yixing, socorro.

O sinal tocou e eu ajeitei meus cabelos, respirando fundo. 

- Lalisa, quer ficar comigo? Eu fico sempre te olhando e...

- Cai fora, Mingyu, sou lésbica. - Passei direto por Mingyu, vendo Lay sair da sala com as mãos no bolso. É agora, Buda!

- Yixing... Yixing! - O chamei,  vendo ele se virar e sorrir fofamente para mim. 

- Oi Lalisa. - Ele ditou, sorrindo.

- Então... er... Você... - Olhei para os lados inquieta,  e tomei coragem. - Você quer ir em um encontro comigo, com outros casais da sala? 

- Claro. 

- O que disse? 

- Eu disse que sim. Que horas? 

- Assim, tão fácil? - Olhei incrédula e ele balançou a cabeça positivamente. 

- Eu deveria ter chamado primeiro, desculpa... - Surgiu um rubor em suas bochechas e eu quase cai para trás. 

- Tá falando sério? Sou eu, Lalisa... 

- Eu sei. Quero sair com você faz um tempo, mas eu me atrapalhei muito... 

Segurei meu sorriso de orelha a orelha para não mostrar o quanto eu estava extremamente animada e apenas deu um sorrisinho pequeno. 

- A Naeyeon vai dizer onde vai ser... 

- Eu passo na sua casa pra te buscar tá? 

- Claro, vou te passar o endereço, é um pouco longe. consegue chegar lá? 

- Vou com a Suzany. 

- Su...zany? - Arqueei a sobrancelha.  

- É, ela sempre me deixa nos lugares que preciso. - Ele sorriu.

- Tudo bem... Até mais tarde então. 

 

          POV Yerin

 

Nem imagino que vou para outro encontro, o último não foi dos melhores. Só espero que aquela jararaca da Jiyeon não apareça, e nem ninguém nos sequestre.

Sério, Deus, por favor. 

Optei por vestir uma jardineira preta bem casual, com uma blusa de mangas compridas e um sapatilha. Iríamos em um restaurante mais simples que o outro, então não precisava ir com roupas da Dolce&Gabbana, e espero que o Baekhyun tenha pensado assim também.

Coloquei meu perfume e sai do quarto me surpreendendo ao ver Baek escorado na parede, com os braços cruzados e um sorriso ao me ver. 

Ele já estava pronto - antes de mim, por incrível que pareça -, e simples, simplesmente lindo. Usava uma camisa branca com azul marinho, uma calça jeans, tênis social, e um boné preto virado para trás. 

- Você tá linda. Valeu a pena ter parado meu campeonato super importante de LOL, onde eu poderia ser campeão mundial. 

Ele disse sorrindo mas quase chorando. 

- Por favor Yerin, nunca te pedi nada! Só uma partidinha, leva só uma hora! - Ele fez um bico, agarrando meu braço e fazendo uma carinha de cachorro abandonado. 

- Claro, Baek. - Sorri. 

- Ebaaa! 

- A gente só precisa terminar, e você pode até vegetar no seu computador. - Sorri sarcástica, o vendo fazer um bico triste. 

- Que chantagista. - Ele entrelaçou nossos dedos, emburrando o rosto. - Só vou porque te amo. 

- Acho bom. - Ri, o puxando para descer as escadas. 

 

                 (...)

 

Não existia clima mais pesado que aquele ali na face da Terra. 

Todos nós nos entreolhávamos, inquietos e sem saber o que falar. 

Rosé estava de braços cruzados e Minhyuk de cabeça baixa. Foi um sacrifício para fazer os dois sentarem um de frente para o outro nessa mesa, e Rosé mantinha um olhar mortal para o outro. 

Lisa com certeza tinha sua cova feita. 

- É... Então... - Naeyeon pigarreou, olhando para Sehun. 

- Devíamos fazer o pedido... - Minhyuk sorriu fraco, pegando o cardápio. 

- Você deveria nem ter vindo. - Rosé o olhou mortalmente, bufando de raiva e Lisa engoliu seco. - Que ideia da porra foi essa, Lalisa?

- Já passou da hora de vocês se acerta... - Lisa começou mas arregalou os olhos,  vendo Rosé virar a cabeça lentamente para ela como a menina do exorcista. - ...rem. 

Enquanto eles começavam uma discussão, senti algo frio encostar em minha coxa, causando um choque térmico e arrepiando meu corpo inteiro. Olhei para baixo e vi a mão de Baekhyun, me fazendo arregalar os olhos.

Olhei repreensiva para ele e o vi morder o lábio inferior, de uma forma estupidamente sexy e provocativa. 

Seus dedos passearam por minha coxa e eu dei um tapa em sua mão, controlando minha respiração. 

Olhei para Baek sorrindo irônica e ele tinha um bico nos lábios, com o rosto emburrado. 

Uma vez safado, safado toda hora, aigoo. 

- Gente, vamos todos sorrir e parar de brigas, brigas não levam a lugar nenhum! Sorriso no rosto vai! - Lisa sorriu largamente, olhando para todos nós.

- Lalisa é um amorzinho, né gente? - Yixing sorriu fofo, apoiando o cotovelo na mesa e o queixo nas mãos. - A Suzany achou a casa dela bem rapidinho!

- Suzany? - Sussurei para ela, franzindo a testa.

- É o nome do GPS dele, pois é, nem pergunte. - Lisa sussurrou para mim. - Awn, você que é! - Lisa apertou suas bochechas.

- Não, você que é! - Lay apertou suas bochechas também.

- Ai, vou vomitar. - Sehun fez cara de nojo. 

- Que mentira, você  é 3 vezes mais meloso que isso. - Naeyeon riu. 

- Sou mesmo, vem cá meu bebê. - Sehun abraçou ela, afagando seus cabelos, e quem estava prestes a vomitar agora era eu. 

- Ai, que nojo de vocês. - Baek olhou com desgosto e piscou os olhos para mim várias vezes. - Ainda bem que não sou meloso assim né? 

- Devo te relembrar o "Yerinzinha" e você cantando a música da Estrelinha? - Cruzei os braços e ele pigarreou. 

- Que? Sei de nada disso... 

- Ah, não sabe do "só pa ti ilei cantar". - Segurei o riso e Baek tapou minha boca com a mão, sorrindo desconfiado para os outros. 

- Ficou doida, a bichinha. - Ele riu baixo e Sehun semicerrou os olhos. 

- Devo dizer que quando você ficou bêbado você chorou pela Yerin cantando Taylor Swift? Ops. 

- Vacilão morre cedo viu. - Minhyuk finalmente abriu a boca, rindo. 

- Então por que ainda tá vivo? - Rosé sorriu sarcástica. 

- Af, Roseanne. - Minhyuk bufou. 

- Roseanne meu pau! - Rosé praticamente gritou. 

- Você tem pau? - Lay franziu a testa e Lisa segurou o riso.

- E seu eu tiver um?! -  Rosé fez careta e Minhyuk emburrou o rosto. 

- Deixa de ser tão... "Rosé"! Parece que é 24 horas por dia com TPM, aish! - Minhyuk cruzou os braços. 

- Ah, desculpa senhor tranquilidade!  - Rosé rangeu os dentes, batendo com as mãos sobre a mesa. - Tô te incomodando?!

- Eu podia tá agora vendo a champions league ao vivo pela tv e comendo rabanete! - Minhyuk mostrou a língua e Rosé olhou indignada. 

- E por que não vai agora?! Agradeço por você ter escolhido aquela lambisgoia da sua ex, ao invés  de ter ficado comigo. Imagina se eu fosse trocada por Champions League igual você fez com ela? Idiota. 

- Ei! Olha aqui Rosé, quer saber por que escolhi ficar com ela e não com você?! Aish, que idiota Rosé! 

- Você quer mesmo  brigar comigo?! Então vem, vamos brigar! - Rosé se levantou bruscamente, fechando os punhos. 

- O que acha da gente sair de fininho? - Baek sussurrou em meu ouvido, apontando com o dedo indicador para a saída do restaurante. 

- Você vai me comprar um sorvete? - Sussurrei de volta e ele assentiu. 

Nos levantamos discretamente, enquanto os outros tentavam separar a briga de Rosé e Minhyuk. 

Corremos na rua para o mais longe que podíamos, para não arriscar que viessem atrás de nós. Baek entrelaçou nossos dedos e começamos a caminhar perto do Rio Han, sentindo a brisa fria soprar nossos cabelos. 

Nos entreolhamos por um momento, explodindo em risadas divertidas. Estar assim com ele era tão bom, apenas nós dois, sem brigas, sem lágrimas, somente vendo a noite cair iluminada, entre sorrisos. Várias pessoas passeavam próximo dali, algumas faziam apresentações de rua, cantavam, dançavam, outras, assim como nós dois, simplesmente caminhavam sem rumo, sentindo o aroma das flores. 

Baekhyun soltou minha mão subitamente, caminhando de frente para mim e pondo uma pequena flor branca em minha orelha. 

- Como consegui uma namorada tão linda? 

- Sabe que eu também não sei. 

 - E tão esquentadinha? - Ele riu, bagunçando meus cabelos e voltando a ficar do meu lado. - Toma. 

Ele estendeu um de seus fones de ouvido em minha direção, tirando o celular do bolso. Peguei o mesmo e coloquei no ouvido, por onde soou uma música muito conhecida por mim, aliás, por nós dois. 

- I Feel You? - Sorri, lembrando do dia em que fui ao Lotte Wolrd com Baek. 

- Eu disse que seria a nossa música, mas não imaginava que seria de verdade.  - Baek abaixou a cabeça, olhando o chão enquanto caminhávamos, deixando escapar um sorriso bobo. 

- Eu também não imaginava que acabaria gostando do garoto esnobe, mesquinho, metido, pervertido...

- Lá vai ela começando de novo, aigoo! - Baek me olhou de lado e eu ri. - Você também me fazia umas raiva. 

- Ah, fazia? - Ri, o vendo empinar o nariz. 

- Só sabia me ignorar e me deixar com raiva. - Dessa vez ele riu. Olhei para minha frente, vendo que estávamos entrando na ponte, que por sinal parecia bem movimentada de pessoas. - Uau, adoro essa música!

Uma melodia lenta de piano, com uma voz doce e suave, soou, e na mesma hora uma mulher passou correndo esbarrando em meu ombro. 

- Mas o que... 

- Meu Deus, ele vai mesmo se jogar?! - Uma outra mulher passou por nós correndo com um celular no ouvido. Olhei para os lados, vendo pessoas correndo preocupadas, até que meu olhar parou mais adiante, me fazendo cessar meus passos imediatamente. 

Um garoto estava em pé na grade da ponte, com os braços abertos e estendidos, sua cabeça levantada para o céu deixava com que seus cabelos pretos balançassem no ritmo do vendo, ao mesmo tempo em que pessoas paravam indiferentes à sua volta. 

Minha respiração foi tornando-se pesada na medida em que minha garganta ficou seca. Fechei minhas mãos com força, sentindo um aperto em meu peito. Na verdade, uma dor aguda se alastrava em meu peito, e eu não conseguia tirar meus olhos do garoto, sentindo as lágrimas escorrerem por meu rosto automaticamente.

- Yerin? Yerin, você tá bem?!

Recuei um passo desastrado para trás, meu peito subia e descia frenético, e eu não conseguia mais ouvir nada ao meu redor, tudo parecia em câmera lenta e minha aflição se tornava cada vez maior. Sacudi minha cabeça negativamente, de forma lenta, sentindo minhas mãos trêmulas e meu coração disparado. 

- N-Não faz isso... não faz... - Repetia para mim mesma, quase inaudível, vendo o garoto levantar o pé vagarosamente. - N-Não... não f-faz isso, p-por fav... JUN HEE-AH! 

Gritei forte, me agachando em desespero e fechando os olhos  de imediato, ouvindo o barulho alto de algo caindo sobre as águas do Rio, como naquele dia. Minhas lágrimas saíam sem que eu pudesse me conter, meu corpo tremia descontrolado e eu sentia a dor aumentar em disparada, vendo meus olhos formarem sua imagem impulsionando o corpo sobre a grade metálica, arrastando os pés para fora lentamente e desequilibrado, me deixando em desespero sem saber o que fazer.

Dei um passo para frente, estendendo meu braço e arregalando os olhos marejados, eu não queria que aquilo acontecesse, eu nem imaginaria que pudesse chegar naquela situação, por minha causa. Era isso, tudo era por minha causa, se eu tivesse mantido minha maldita boca fechada...Que droga!

- J-Jun Hee, não faz isso...! - Minha voz saiu falha; Jun Hee virou seu rosto lentamente para trás, me fitando por cima de seu ombro e dando um sorriso pequeno, deixando uma lágrima escapar. 

- Está tudo bem... - Apenas seus lábios se moveram, mantendo o sorriso mínimo e voltando a olhar para frente, fechando os olhos mais uma vez.

- N-Não... Eu tava errada, eu não sei de nada, J-Jun Hee, você não p-precisa fazer isso, i-ignora o que eu disse, a-as vozes tem r-razão, não e-eu... 

Seus cabelos negros eram soprados pelo vento fraco e sua cabeça pendia para trás quando seus braços foram abertos para o céu, e, sem abandonar seu sorriso doce, seus pés fizeram o impulso final. 

- YAH, LEE JUN HEE! 

Gritei, gritei com todas as minhas forças, gritei desesperadamente, mas já era tarde demais, e a culpa era minha. 

 

 

 

 

     

     


Notas Finais


ESPERO QUE TENHA PRESTADO, VOU CORRIGIR OS ERROS AGORA, E DESCULPEM A DEMORA DE NOVO ♡


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